Ciclo de Otto: diferenças entre revisões

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{{Mais notas|data=fevereiro de 2017}}
O '''Ciclo de Otto''' é um [[ciclo termodinâmico]], de quatro fases que idealizateoriza o funcionamento de [[motor de combustão interna|motores de combustão interna]] de [[ignição]] por [[centelhaVela (eletricidade)de ignição|centelhavelas]]. Foi definido por [[Beau de Rochas]] e implementado com sucesso pelo engenheiro [[Alemanha|alemão]] [[Nikolaus Otto]] em [[1876]], e posteriormente por [[Étienne Lenoir]] e [[Rudolf Diesel]]. {{Carece de fontes|cod1|cod2|codN|data=fevereiro de 2017}}
 
MotoresA maioria dos motores a combustão interna são baseados neste ciclo equipame asão encontrado na maioria dos [[automóvel|automóveis]] atuais. ParaEste estaciclo aplicação,pode éser aplicado para a possívelfabricação construirde motores a quatro tempos mais eficientes e menos poluentes em comparação aos [[motor a dois tempos|motores a dois tempos]], apesar do maior número de partes móveis, maior complexidade, peso e volume, comparando motores de mesma potência.
 
== O modelo ideal ==
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o estágio de admissão (0-1) é realizado por um processo [[Transformação_isobárica|isobárico]] de expansão, seguido por processo [[Transformação_adiabática|adiabático]] de
<span style="margin:1px; background:#ffae21;">&nbsp;compressão&nbsp;</span>. Através da combustão do combustível, calor é adicionado em um processo [[Transformação_isocórica|isocórico]], seguido por um processo adiabático de expansão, caracterizando o ciclo de <span style="margin:1px; background:#f00;">&nbsp;força&nbsp;</span>. O ciclo é fechado pela <span style="margin:1px; background:#2060ff;">&nbsp;exaustão&nbsp;</span>, caracterizada por processo de refrigeração isocórica e compressão isobárica.]]
O ciclo ideal sede constituiOtto dospode ser representado pelas seguintes processosetapas:
 
# Admissão [[Transformação isobárica|isobárica]] 0-1.
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# Abertura de válvula 4-5, exaustão [[Transformação isobárica|isobárica]] 5-0.
 
A [[Taxa de compressão|taxa de compressão volumétrica]] é definida por: <math>\alpha=\frac{V_2}{V_1}</math>.
 
Onde:
O rendimento térmico do ciclo [[reversibilidade|reversível]] é definido por:
<math>\mu=1-\frac{T_1}{T_2}</math>.
 
<math>0<\alpha<1</math> pois <math>{V_2}</math> é sempre maior que <math>{V_1}</math>
Então: <math>\mu=1-\frac{1}{\alpha^{\gamma-1}}</math>.
 
<math>\gamma{V_2}</math> representaé ao razãovolume entrefinal após a [[capacidadecompressão térmica]]na à [[pressão]] e volumeetapa constantes.1-2
 
<math>{V_1}</math>é o volume inicial antes da compressão na etapa 1-2
== Ciclos reais ==
[[Imagem:4-Stroke-Engine.gif|framed|right|Ciclo a quatro tempos]]
Os ciclos termodinâmicos associados às máquinas reais se diferem sensivelmente da idealização, já que os processos ocorrem apenas de forma aproximada à maneira descrita e que os motores estão suscetíveis a fenômenos não [[reversibilidade|reversíveis]] como o [[atrito]].
 
O rendimento térmico teórico de um motor térmico pode ser pensado como a quantidade de calor transmitida pela fonte quente que é necessário para realizar um determinado trabalho sendo que a fonte fria é um subproduto não aproveitado.
=== Ciclo mecânico ===
Considerando o uso de apenas duas [[Válvula (motores)|válvulas]] que são comandadas pelos ressaltos de árvore de cames, uma designada por válvula de admissão (à direita na animação), que permite a introdução no cilindro de uma mistura gasosa composta por ar e combustível e outra designada como válvula de escape (à esquerda na animação), que permite a expulsão para a atmosfera dos gases queimados, o ciclo de funcionamento de um motor de combustão a 4 tempos é o seguinte:
 
Temos então:
# Com o êmbolo (também designado por [[Pistão do Motor|pistão]]) no PMS (ponto morto superior) é aberta a válvula de admissão, enquanto se mantém fechada a válvula de escape. A dosagem da mistura gasosa é regulada pelo sistema de alimentação, que pode ser um [[carburador]] ou pela [[injeção eletrônica]], em que se substitui o comando mecânico destes sistemas por um eletrônico e conseguindo-se assim melhores prestações, principalmente quando solicitadas respostas rápidas do motor. O pistão é interligado a biela e esta por sua vez é interligada ao eixo de manivelas (virabrequim) impulsionado-o em um movimento de rotação. O pistão move-se então até ao PMI (ponto morto inferior). A este passeio do êmbolo é chamado o primeiro tempo do ciclo, ou tempo de '''admissão'''.
# Fecha-se nesta altura a válvula de admissão, ficando o cilindro cheio com a mistura gasosa, que é agora comprimida pelo [[pistão]], impulsionado no seu sentido ascendente em direcção à cabeça do motor por meio de manivelas até atingir de novo o PMS. Na animação observa-se que durante este movimento as duas válvulas se encontram fechadas. A este segundo passeio do êmbolo é chamado o segundo tempo do ciclo, ou tempo de '''compressão'''.
# Quando o êmbolo atingiu o PMS, a mistura gasosa que se encontra comprimida no espaço existente entre a face superior do êmbolo e a cabeça do motor, denominado câmara de combustão, é inflamada devido a uma faísca produzida pela vela e "explode". O aumento de pressão devido ao movimento de expansão destes gases empurra o êmbolo até ao PMI, impulsionando desta maneira por meio de manivelas e produzindo a força rotativa necessária ao movimento do eixo do motor que será posteriormente transmitido às rodas motrizes. A este terceiro passeio do êmbolo é chamado o terceiro tempo do ciclo, tempo de '''explosão''', tempo motor ou tempo útil, uma vez que é o único que efectivamente produz trabalho, pois durante os outros tempos, apenas se usa a energia de rotação acumulada no volante ("inércia do movimento"), o que faz com que ele ao rodar permita a continuidade do movimento por meio de manivelas durante os outros três tempos.
# O cilindro encontra-se agora cheio de gases queimados. É nesta altura, em que o êmbolo impulsionado por meio de manivelas retoma o seu movimento ascendente, que a válvula de escape se abre, permitindo a expulsão para a atmosfera dos gases impelidos pelo êmbolo no seu movimento até ao PMS, altura em que se fecha a válvula de escape. A este quarto passeio do êmbolo é chamado o quarto tempo do ciclo, ou tempo de '''exaustão'''(escape).
* Após a expulsão dos gases o motor fica nas condições iniciais permitindo que o ciclo se repita.
 
<math>W=\Delta.Q </math> - Equação (1) Primeira Lei da Termodinâmica
==Análise de Ciclo==
Processos 1-2 e 3-4 efetuam trabalho mas nenhuma transferência de calor ocorre durante a expansão e compressão adiabática. Processos 2-3 e 4-1 são isocóricas; assim, transferência de calor ocorre mas nenhum trabalho é efetuado. Nenhum trabalho é realizado durante uma isocórica (volume constante) porque trabalho necessita movimento; se o volume do pistão não muda nenhum trabalho no eixo é produzido pelo sistema. Quatro equações diferentes podem ser obtidas negligenciando energia cinética e potencial, e considerando a primeira lei da termodinâmica (conservação da energia). Assumindo essas condições a [[Primeira_lei_da_termodinâmica|primeira lei]] é reescrita como:<ref name="Shapiro">Moran, Michael J., and Howard N. Shapiro. Fundamentals of Engineering Thermodynamics. 6th ed. Hoboken, N.J. : Chichester: Wiley ; John Wiley, 2008. Print.</ref>
 
<math>\mu=\frac{W}{Q_1}</math> - Equacão (2) Onde <math>{Q_1}</math> é a quantidade de calor da fonte quente e <math>{W}</math> o trabalho realizado pelo motor
:<math>\Delta{\mathit{E}}=\Delta{\mathit{U}}=\mathit{Q}_{in}-\mathit{W}_{out}</math>
 
Realizando a substituição da eq.1 em 2, tem-se:
Aplicando isto no ciclo de Otto as equações dos quatro processos são obtidas:
 
<math>\mu=\frac{Q_1 - Q_2}{Q_1} = 1 - \frac{Q_2}{Q_1}</math> - Equação (3) - Eficiência Teórica de um motor térmico
:<math>\left(\frac{\mathit{W}_{1-2}}{{m}}\right)=\mathit{u}_2-\mathit{u}_1</math>
 
Onde:
:<math>\left(\frac{\mathit{W}_{3-4}}{{m}}\right)=\mathit{u}_3-\mathit{u}_4</math>
 
<math>{Q_1}</math> é o calor cedido ao sistema para a realização do trabalho
:<math>\left(\frac{\mathit{Q}_{2-3}}{{m}}\right)=\mathit{u}_3-\mathit{u}_2</math>
 
<math>{Q_2}</math> é o calor perdido pelo sistema na realização do trabalho
:<math>\left(\frac{\mathit{Q}_{4-1}}{{m}}\right)=\mathit{u}_4-\mathit{u}_1</math>
 
Para cada ciclo térmico, temos que o calor cedido e perdido pelo sistema vai depender de qual é o processo térmico realizado. No ciclo de Otto, seguindo o diagrama Temperatura-Entropia (segunda figura ao lado direito), o calor entra na etapa 2-3 (transformação isocórica) e sai na etapa 4-1 também isocórica. Mais abaixo no tópico '''Análise do Ciclo''' os cálculos serão detalhados'''.'''
Uma vez que a primeira lei é expressa como calor adicionado no sistema e trabalho expelido do sistema, então (<math>\mathit{W}_{1-2}/{m}</math>) e (<math>\mathit{Q}_{4-1}/{m}</math>) assumirão sempre valores positivos. Entretanto, como trabalho sempre envolve movimento, processos 2-3 e 4-1 serão omitidos porque ocorrem com volume constante. O trabalho líquido pode ser expresso como:
 
Por momento, a eficiência do Ciclo de Otto é dada por:
:<math>\left(\frac{\mathit{W}_{ciclo}}{{m}}\right)=\left(\frac{\mathit{W}_{3-4}}{{m}}\right)-\left(\frac{\mathit{W}_{1-2}}{{m}}\right)=(\mathit{u}_3-\mathit{u}_4)-(\mathit{u}_2-\mathit{u}_1)</math>
 
<math>\mu=1-\frac{1}{\alpha^{\gamma-1}}</math>. Equação (4)
O trabalho liquido também pode ser encontrado estimando o calor adicionado menos o calor perdido ou expelido.
 
Onde <math>\gamma</math> é o [[Coeficiente de expansão adiabática]].
:<math>\left(\frac{\mathit{W}_{ciclo}}{{m}}\right)=\left(\frac{\mathit{Q}_{2-3}}{{m}}\right)-\left(\frac{\mathit{Q}_{4-1}}{{m}}\right)=(\mathit{u}_3-\mathit{u}_2)-(\mathit{u}_4-\mathit{u}_1)</math>
 
== Ciclos reais ==
[[Eficiência_térmica|Eficiência térmica]] é o quociente do trabalho líquido e do calor adicionado no sistema. Após rearranjo, a eficiência térmica pode ser obtida (Trabalho líquido/Calor adicionado):
[[Imagem:4-Stroke-Engine.gif|framed|right|Ciclo a quatro tempos]]
Os ciclos termodinâmicos associados às máquinas reais se diferem sensivelmente da idealização, já que os processos ocorrem apenas de forma aproximada à maneira descrita e que os motores estão suscetíveis a fenômenos não [[reversibilidade|reversíveis]] como o [[atrito]].
 
=== Ciclo mecânico ===
Equação 1:
Se limitando para os motores a combustão interna de duas [[Válvula (motor)|válvulas]], nas quais, são ligadas ao [[Árvore de cames|comando de válvula]]. Uma delas tem a função é classificada como válvula de admissão (à direita na animação), que permite a introdução no cilindro de uma mistura gasosa composta por ar e combustível e outra classificada como válvula de escape (à esquerda na animação), que permite a expulsão para a atmosfera dos gases queimados, o ciclo de funcionamento de um motor de combustão a 4 tempos é o seguinte:
:<math>\eta=\left(\frac{(\mathit{u}_3-\mathit{u}_2)-(\mathit{u}_4-\mathit{u}_1)}{\mathit{u}_3-\mathit{u}_2}\right)=1-\left(\frac{\mathit{u}_{4}-\mathit{u}_{1}}{\mathit{u}_{3}-\mathit{u}_{2}}\right)</math>
 
# Com o êmbolo (também designado por [[Pistão do Motor|pistão]]) no PMS (ponto morto superior) é aberta a válvula de admissão, enquanto se mantém fechada a válvula de escape. A dosagem da mistura gasosa é regulada pelo sistema de alimentação, que pode ser um [[carburador]] ou pela [[injeção eletrônica]], em que se substitui o comando mecânico destes sistemas por um eletrônico e conseguindo-se assim melhores prestações, principalmente quando solicitadas respostas rápidas do motor. O pistão é interligado a biela e esta por sua vez é interligada ao eixo de manivelas (virabrequim) impulsionado-o em um movimento de rotação. O pistão move-se então até ao PMI (ponto morto inferior). A este passeio do êmbolo é chamado o primeiro tempo do ciclo, ou tempo de '''admissão'''.
Como alternativa, eficiência térmica pode ser obtida através do calor adicionado e calor rejeitado.
# Fecha-se nesta altura a válvula de admissão, ficando o cilindro cheio com a mistura gasosa, que é agora comprimida pelo [[pistão]], impulsionado no seu sentido ascendente em direcção à cabeça do motor por meio de manivelas até atingir de novo o PMS. Na animação observa-se que durante este movimento as duas válvulas se encontram fechadas. A este segundo passeio do êmbolo é chamado o segundo tempo do ciclo, ou tempo de '''compressão'''.
# Quando o êmbolo atingiu o PMS, a mistura gasosa que se encontra comprimida no espaço existente entre a face superior do êmbolo e a cabeça do motor, denominado câmara de combustão, é inflamada devido a uma faísca produzida pela vela e "explode". O aumento de pressão devido ao movimento de expansão destes gases empurra o êmbolo até ao PMI, impulsionando desta maneira por meio de manivelas e produzindo a força rotativa necessária ao movimento do eixo do motor que será posteriormente transmitido às rodas motrizes. A este terceiro passeio do êmbolo é chamado o terceiro tempo do ciclo, tempo de '''explosão''', tempo motor ou tempo útil, uma vez que é o único que efectivamente produz trabalho, pois durante os outros tempos, apenas se usa a energia de rotação acumulada no volante ("inércia do movimento"), o que faz com que ele ao rodar permita a continuidade do movimento por meio de manivelas durante os outros três tempos.
# O cilindro encontra-se agora cheio de gases queimados. É nesta altura, em que o êmbolo impulsionado por meio de manivelas retoma o seu movimento ascendente, que a válvula de escape se abre, permitindo a expulsão para a atmosfera dos gases impelidos pelo êmbolo no seu movimento até ao PMS, altura em que se fecha a válvula de escape. A este quarto passeio do êmbolo é chamado o quarto tempo do ciclo, ou tempo de '''exaustão'''(escape).
* Após a expulsão dos gases o motor fica nas condições iniciais permitindo que o ciclo se repita.
 
==Análise de Ciclo==
:<math>\eta=\left(\frac{{Calor}_{aplicado}-{Calor}_{rejeitado}}{{Calor}_{aplicado}}\right)</math>
Nas etapas 1-2 e 3-4 (diagrama TxS) é realizado trabalho mas como processo é [[Transformação adiabática|adiabático]], não ocorre transferência de calor. Durante as etapas 2-3 e 4-1 os processos térmicos são [[Transformação isocórica|isocóricos]], ou seja, a transferência de calor ocorre mas nenhum trabalho é efetuado. O trabalho é realizado durante um processo térmico isocórico é zero porque para ocorrer o trabalho necessita que se tenha uma variação no volume. Partindo da equação do rendimento térmico conforme o demostrado acima:
 
:<math>\etamu= 1 -\left( \frac{{CalorQ_2}_{rejeitadoQ_1}}{{Calor}_{aplicado}}\right)</math> - Equação (5)
:
:Temos que <math>{Q_1}</math> e <math>{Q_2}</math> são dados por:
:
::<math>{Q_1}= c_v(T_3-T_2)</math>
::<math>{Q_2}= c_v(T_4-T_1)</math>
::
::Onde:
::
::<math>{C_v}</math> é o calor específico molar a volume constante
:
No ciclo de Otto, não há transferência de calor durante os processo térmicos das etapas 1-2 e 3-4 porque são processos adiabáticos reversíveis. Sendo assim, temos que o calor cedido e perdido pelo sistema ocorrem respectivamente nas etapas 2-3 e 4-1.<ref name="Fundamentals">Gupta, H. N. Fundamentals of Internal Combustion. New Delhi: Prentice-Hall, 2006. Print.</ref>
 
Inserindo a equação específica de calor na equação de eficiência térmica, temos:
:<math>\eta=1-\left(\frac{\mathit{Q}_{out}}{\mathit{Q}_{in}}\right)</math>
 
No ciclo de Otto, não há transferência de calor durante o processo 1-2 e 3-4 porque são processos adiabáticos reversíveis. Calor é suprido somente durante os processos de volume constante 2-3 e calor é expelido somente durante os processos de volume constante 4-1.<ref name="Fundamentals">Gupta, H. N. Fundamentals of Internal Combustion. New Delhi: Prentice-Hall, 2006. Print.</ref>
 
Equação 1 pode ser agora relacionada com a equação específica de calor para volumes constantes. A [[Capacidade_térmica|capacidade térmica]] são particularmente úteis para cálculos termodinâmicos envolvendo o modelo de [[Gás_ideal|gás ideal]].
 
:<math>{\mathit{c}_{v}}=\left(\frac{\delta{\mathit{u}}}{\delta{T}}\right)_{v}</math>
 
Reorganizando:
 
:<math>\mathit{u}=({\mathit{c}_{v}})({\delta{T}})</math>
 
Inserindo a equação específica de calor na equação de eficiência térmica (Equação 1).
 
:<math>\eta=1-\left(\frac{\mathit{c}_{v}(\mathit{T}_{4}-\mathit{T}_{1})}{\mathit{c}_{v}(\mathit{T}_{3}-\mathit{T}_{2})}\right)</math>
 
:<math>\eta=1-\left(\frac{\mathit{c}_{v}(\mathit{T}_{4}-\mathit{T}_{1})}{\mathit{c}_{v}(\mathit{T}_{3}-\mathit{T}_{2})}\right)</math> - Equação (6)
:
Através de rearranjo:
 
:<math>\eta=1-\left(\frac{\mathit{T}_{1}}{\mathit{T}_{2}}\right)\left(\frac{\mathit{T}_{4}/\mathit{T}_{1}-1}{\mathit{T}_{3}/\mathit{T}_{2}-1}\right)</math> - Equação (7)
:
 
A seguir, analisando os diagramas <math>{T}_{4}/{T}_{1}={T}_{3}/{T}_{2}</math>, assim ambos podem ser omitidos. A equação se reduz para:
 
Equação 2:
:<math>\eta=1-\left(\frac{\mathit{T}_{1}}{\mathit{T}_{2}}\right)</math> - Equação (8)
:
 
Visto que o ciclo de Otto é um processo isentrópico as [[Transformação_isentrópica|equações isentrópicas]] de gases ideais e relações pressão/volume constantes podempodemos serusar usadasa pararelação obter as Equações 3 & 4.abaixo:
 
Equação 3:
:<math>\left(\frac{{T}_{2}}{{T}_{1}}\right)=\left(\frac{{p}_{2}}{{p}_{1}}\right)^{(\gamma-1)/{\gamma}}</math>
 
Equação 4:
:<math>\left(\frac{{T}_{2}}{{T}_{1}}\right)=\left(\frac{{V}_{1}}{{V}_{2}}\right)^{(\gamma-1)}</math>
 
::::A dedução das equações anteriores são encontradas resolvendo estas quatro equações respectivamente (onde <math>R</math> é a [[Constante_universal_dos_gases_perfeitos|constante de gases]]):
 
::::<math>\mathit{{c}_{p}}\mathit{ln}\left(\frac{{V}_{1}}{{V}_{2}}\right)-\mathit{R}\mathit{ln}\left(\frac{{p}_{2}}{{p}_{1}}\right)=0</math>
 
::::<math>\mathit{{c}_{v}}\mathit{ln}\left(\frac{{T}_{2}}{{V}_{1}}\right)-\mathit{R}\mathit{ln}\left(\frac{{V}_{2}}{{V}_{1}}\right)=0</math>
 
::::<math>\mathit{c}_{p}=\left(\frac{\mathit{KR}}{\mathit{{K}-1}}\right)</math>
 
::::<math>\mathit{c}_{v}=\left(\frac{\mathit{K}}{\mathit{{K}-1}}\right)</math>
 
Além disso, simplificando a Equação 4, onde <math>\mathit{r}</math> é a taxa de compressão <math>({V}_{1}/{V}_{2})</math>:
 
Equação 5:
:<math>\left(\frac{{T}_{2}}{{T}_{1}}\right)=\left(\frac{{V}_{1}}{{V}_{2}}\right)^{(\gamma-1)}={r}^{(\gamma-1)}</math>
:
 
Onde:
Também, note que
 
:<math>{\gamma}=\left(\frac{\mathit{c}_{p}}{{c}_{v}}\right)</math>
 
onde :<math>{\gamma}=\left(\frac{\mathit{c}_{p}}{{c}_{v}}\right)</math> é a taxa específica. - Coefiente de expansão adiabátiaca
:<math>r= \left(\frac{\mathit{V}_{1}}{\mathit{V}_{2}}\right)</math> - Taxa de compressão
 
InvertendoAplicando aestas Equaçãorelações 4na eEquação aplicando8, na Equaçãotemos 2que a eficiência térmica final pode ser expressa como:<ref name="Fundamentals" />
 
:<math>\eta=1-\left(\frac{{1}}{{r}^{(\gamma-1)}}\right)</math> - Equação (9)
Equação 6:
:
:<math>\eta=1-\left(\frac{{1}}{{r}^{(\gamma-1)}}\right)</math>
 
Da análise da equação 6 é evidente que a eficiência do ciclo de Otto depende diretamente da taxa de compressão <math>\mathit{r}</math>. Desde que <math>\gamma</math> para o ar é 1.4, um aumento em <math>\mathit{r}</math> irá produzir um aumento em <math>\eta</math>. Entretanto, o <math>\gamma </math> para produtos da combustão da mistura combustível/ar é normalmente assumida como 1.3 aproximadamente.
A argumentação acima implica que é mais eficiente ter uma taxa de [[compressão]] alta. O padrão de compressão é aproximadamente 10:1 para automóveis comuns. Normalmente, não se aumenta muito devido a possibilidade de autoignição, ou por "[[Bater_de_bielas_de_motores|bater bielas]]", a qual impõe valores de compressão acima do limite superior da taxa de compressão.<ref name="Shapiro">Moran, Michael J., and Howard N. Shapiro. Fundamentals of Engineering Thermodynamics. 6th ed. Hoboken, N.J. : Chichester: Wiley ; John Wiley, 2008. Print.</ref> Durante o processo de compressão 1-2 a [[temperatura]] aumenta, assim um aumento da taxa de compressão aumenta a temperatura. Autoignição ocorre quando a temperatura da mistura combustível/ar se torna muito elevada antes de ser inflamada pela ignição. O curso de compressão é destinado para comprimir os produtos antes que a ignição inflame a mistura. Se a taxa de compressão é aumentada, a mistura pode se autoinflamar antes do curso de compressão ser finalizado, levando o motor a "bater biela". Isto pode danificar os componentes do motor e vai diminuir a potência de freio do motor.
 
=== Motores de múltiplas válvulas ===
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O proprietário de um automóvel equipado com um motor 16 V. deve ficar atento ao tipo de óleo lubrificante que está usando, bem como o profissional que presta manutenção. Um motor 16 V. requer um profissional experiente neste tipo de Motor, é comum Mecânicos sem conhecimento alegarem que o motor é problemático, o que não é verdade, a verdade é que o motor devido a sua tecnologia exige conhecimento da parte do profissional. O prazo para troca do '''óleo''' e a troca da '''correia dentada''', estes indicados no manual do proprietário do automóvel, devem ser rigorosamente obedecidos para evitar uma quebra do motor e um gasto muito maior do que se teria realizando a manutenção correta do motor.
 
{{Referências}}3. Desenvolvimento de um Range Extender baseado num motor BMW K75 : transformação de ciclo Otto para ciclo Miller. Dissertação de mestrado. Pedro Joaquim Pereira dos Santos.Universidade de Minho - Escola de Engenharia.
{{Referências}}
 
4. Sistema de Desenvolvimento para controle eletrônico dos motores de combustão interna Ciclo Otto.Dissertação de
 
Mestrado.Carlos Eduardo Milhor. Escola de Engenharia de São Carlos - EESC - USP.
 
5. Fundamentos de Física, volume 2 - 8 edição: gravitação, ondas e termodinâmica/ Halliday,Resnick, Jearl Walker: tradução
 
e revisão técnica Ronaldo Sérgio de Biasi - Rio de Janeiro, LTC,2009
 
=== Sinônimos ===