Maria Pia de Saboia: diferenças entre revisões

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{{Ver desambig|prefixo=Se procura|a pretendente ao trono de Portugal|Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança}}
{{Info/Nobre
| imagem = D. Maria Pia - Carolus Duran.JPG
| imagem = María Pía de Saboya, reina consorte de Portugal (Museo del Prado).jpg
| imagem-tamanho = 245px
| nome = Maria Pia
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== Primeiros anos ==
[[Ficheiro:Children of Vittorio Emmanuele II and Adelaide of Austria.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|''Filhos de [[Vítor Emanuel II da Itália|Vítor Emanuel II]] e [[Adelaide da Áustria]]'', c. 1850. Maria Pia (ao centro) era a mais nova; os três irmãos que nasceram depois dela morreram novos.]]
Maria Pia era a segunda filha do rei [[Vítor Emanuel II da Itália|Vítor Emanuel II]] da [[Reino da Sardenha|Sardenha]] (em 1861, tornou-se o primeiro rei da [[Reino de Itália (1861–1946)|Itália]]) e da arquiduquesa austríaca [[Adelaide da Áustria]]. Seus pais eram primos-irmãos. Teve sete irmãos, entre os quais o rei [[Humberto I da Itália]] e [[Amadeu I de Espanha]]. A irmã mais velha, [[Maria Clotilde de Saboia]], desposou um sobrinho de [[Napoleão Bonaparte]].
 
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== Casamento e vida como rainha ==
[[Ficheiro:Children of Vittorio Emmanuele II and Adelaide of Austria.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|''Filhos de [[Vítor Emanuel II da Itália|Vítor Emanuel II]] e [[Adelaide da Áustria]]'', c. 1850. Maria Pia (ao centro) era a mais nova; os três irmãos que nasceram depois dela morreram novos.]]
[[Ficheiro:Portrait of Maria Pia of Savoy.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|upright=1.0|Maria Pia, em 1862, ano do seu casamento com [[Luís I de Portugal|D. Luís I]]]]
Quando [[Pedro V de Portugal|D. Pedro V de Portugal]] faleceu sem descendência, em [[1861]], sucedeu-lhe ao trono o irmão, o [[Luís I de Portugal|Infante D. Luís]]. D. Luís, com 23 anos, viu-se obrigado a abandonar a carreira na Marinha, para se dedicar aos assuntos do reino. Não tendo o novo Rei herdeiros, houve alguma urgência no seu casamento com uma princesa europeia, tendo a escolha recaído sobre Maria Pia de Saboia.<ref name="SilveiraGodinho"/>
 
D. Luís anunciou publicamente a sua intenção de casar a 29 de abril de 1862, dia do 36.º aniversário da outorga da [[Carta Constitucional portuguesa de 1826]]. O contrato de casamento foi negociado por Luís António de Abreu e Lima, [[Conde da Carreira]] e, pela parte italiana, por Jacques Durando, Ministro dos Estrangeiros, e por Jean Nigra, senador. O contrato foi concluído em Turim, a 9 de agosto de 1862.<ref name="SilveiraGodinho"/>
 
[[Ficheiro:Portrait of Maria Pia of Savoy.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|upright=1.0|Maria Pia, em 1862, ano do seu casamento com [[Luís I de Portugal|D. Luís I]]]]
D. Maria Pia casou-se com o rei [[Luís I de Portugal|D. Luís I]], por procuração, em [[Turim]], em [[27 de setembro]] de [[1862]], contando com quinze anos incompletos. D. Luís foi representado pelo Príncipe de Carignano, [[:it:Eugenio Emanuele di Savoia-Villafranca|Eugénio Manuel de Saboia-Villafranca-Soissons]], e a bênção nupcial foi dada pelo [[Arquidiocese de Génova|Arcebispo de Génova]], Andreas Charvaz.<ref name="SilveiraGodinho"/> Em virtude do falecimento recente da mãe do rei [[Fernando II de Portugal|D. Fernando]], [[Maria Antónia de Koháry]], não se deram, em [[Lisboa]], algumas das celebrações que haviam sido planeadas para o dia do casamento por procuração, iluminando-se apenas algumas habitações.
 
[[Ficheiro:Ratificação do Casamento do Rei D. Luis e D. Maria Pia.png|esquerda|miniaturadaimagem|upright=1.0|Casamento de [[Luís I de Portugal|D. Luís I]] e de D. Maria Pia na [[Igreja de São Domingos (Santa Justa)|Igreja de São Domingos]], em 1862]]
Antes de partir para Portugal, Maria Pia entregou ao síndico de Turim 20 mil francos para distribuir pelos pobres, tendo pedido também a [[Vítor Emanuel II da Itália|Vítor Emanuel II]], seu pai, para decretar uma amnistia para todos os presos políticos. O pedido de D. Maria Pia foi acedido.<ref name="SilveiraGodinho"/>
 
No dia 29 de setembro, a jovem rainha de Portugal embarcou a bordo da corveta [[Corveta portuguesa Bartolomeu Dias|''Bartolomeu Dias'']], partindo para [[Lisboa]], acompanhada pelas corvetas ''Estefânia'' e ''[[Corveta portuguesa Sagres|Sagres]]'', e pelas corvetas italianas ''Maria Adelaide'' (que levava a bordo o seu irmão, o [[Humberto I de Itália|Princípe Humberto]], que a acompanhava), ''Duca di Genova'', ''Italia'', ''Garibaldi'', e o vapor aviso ''Anthion''. Acompanhavam-nos, ainda um iate francês (onde seguiam a princesa [[Maria Clotilde de Saboia|Maria Clotilde]] e o príncipe [[Napoleão José Carlos Paulo Bonaparte]]), e duas fragatas russas. A esquadra chegou à capital portuguesa a 5 de outubro, onde tinha à sua espera fora da barra os vapores de guerra ''Lince'' e ''Argos'', os vapores de comércio ''D. Antónia'', ''D. Luís'', ''Açoriano'' e ''Torre de Belém''.<ref name="SilveiraGodinho"/> A corveta ''Bartolomeu Dias'' fundeou em frente a [[Belém (Lisboa)|Belém]], subindo imediatamente a bordo o rei [[Luís I de Portugal|D. Luís]], o rei [[Fernando II de Portugal|D. Fernando II]], o [[Conselho de Estado (Portugal)|Conselho de Estado]] e o [[Conselho de Ministros (Portugal)|Ministério]].
 
[[Ficheiro:Ratificação do Casamento do Rei D. Luis e D. Maria Pia.png|esquerda|miniaturadaimagem|upright=1.0|Casamento de [[Luís I de Portugal|D. Luís I]] e de D. Maria Pia na [[Igreja de São Domingos (Santa Justa)|Igreja de São Domingos]], em 1862]]
| imagem = [[Ficheiro:María Pía de Saboya, reina consorte de Portugal (Museo del Prado).jpg|miniaturadaimagem|upright=1.0|Rainha D. Maria Pia, em 1871]]
O desembarque da rainha teve lugar no dia seguinte. Construiu-se um vistoso pavilhão na [[Praça do Comércio]], com um friso com inscrições da autoria de [[António Feliciano de Castilho]]: ''DA BELLA ITÁLIA ESTRELLA SOBERANA / SEJAES BEM VINDA À PRAIA LUSITANA'' do lado do norte, e ''FILHA DE REIS HEROES, DE REIS HEROES ORIGEM / EM NOVA ITALIA OS CEUS THRONO D'AMOR TE ERIGEM'' do lado do sul.
 
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Em comemoração do real consórcio realizaram-se festas durante três dias, havendo brilhantes iluminações, tanto nos edifícios públicos, como em muitas casas particulares.
 
[[Ficheiro:María Pía de Saboya, reina consorte de Portugal (Museo del Prado).jpg|miniaturadaimagem|upright=1.0|Rainha D. Maria Pia, em 1871]]
Rainha aos quinze anos, Maria Pia cumpriu rapidamente o seu principal papel, assegurando a sucessão ao trono com o nascimento do príncipe [[Carlos I de Portugal|Carlos]], em [[28 de setembro]] de [[1863]], e do infante [[Afonso de Bragança, Duque do Porto|Afonso Henriques]], em [[31 de julho]] de [[1865]], titulado como [[Duque do Porto]].
 
Mulher de temperamento meridional, foi mãe extremosa dos seus filhos e rainha atenta aos mais necessitados. Durante o rigoroso Inverno de 1876, no qual muitas famílias ficaram na miséria devido às grandes inundações que a chuva provocou, a rainha tomou a iniciativa de organizar uma comissão de angariação de donativos. O sucesso desta comissão fez com que a rainha formasse um fundo especial, com que se foram socorrendo muitas famílias vítimas da dureza dos invernos. Tanto a Câmara dos Deputados como a Câmara dos Pares exaltaram a iniciativa e, inclusivamente, a sociedade francesa ''Société d'Encouragement au Bien'' conferiu-lhe a grande medalha de honra, em 1877.<ref name="SilveiraGodinho"/> Quando, nesse mesmo ano, a fome afligiu os povos do [[Ceará]] em consequência das grandes secas que ali houve, D. Maria Pia propôs, e foi aprovado, que do cofre dos inundados se retirasse uma avultada quantia, destinada a socorrer as vitimas daquela calamidade.<ref name="SilveiraGodinho"/>
 
[[Ficheiro:Familia Real 1876.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|upright=1.0|''A Família Real Portuguesa em Queluz''<br><small>[[Joseph Layraud]], 1876</small>]]
Em março de 1888, quando circulou em Lisboa a noticia do calamitoso incêndio do [[Teatro Baquet]], no [[Porto]], a D. Maria Pia partiu imediatamente de comboio, numa noite de temporal, vestida de luto. Destacou-se pela solidariedade para com os parentes das vítimas, correndo pelas vielas mais sórdidas da cidade portuense, a distribuir esmolas a todos os afectados.<ref name="SilveiraGodinho"/>
 
Benemérita incansável, fundou inúmeros estabelecimentos de solidariedade social, como são exemplos a Creche Victor Manuel, na [[Tapada da Ajuda]], em 1 de novembro de 1878, mandando construir um edifício próprio para esse fim.<ref name="SilveiraGodinho"/>
 
[[Ficheiro:Familia Real 1876.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|upright=1.0|''A Família Real Portuguesa em Queluz''<br><small>[[Joseph Layraud]], 1876</small>]]
Habituada aos luxos da corte de [[Turim]], Maria Pia era amante da alta costura e de festas, como bailes de máscaras. Numa noite de fevereiro de 1865, chegou a usar três trajes diferentes.{{Carece de fontes|geo|si|data=julho de 2011}}