Pós-modernidade: diferenças entre revisões

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Algumas escolas de pensamento situam sua origem no alegado esgotamento do [[Modernidade|projeto moderno]], que dominou a [[estética]] e a [[cultura]] até final do século XX. Em ''A Condição Pós-Moderna'', [[François Lyotard]] caracteriza a pós-modernidade como uma decorrência da morte das "grandes narrativas" totalizantes, fundadas na crença no [[Progresso (filosofia)|progresso]] e nos ideais [[iluminista]]s de igualdade, liberdade e fraternidade.<ref>[http://revistacult.uol.com.br/home/2012/07/filosofia-da-insurreicao/ Filosofia da insurreição]. Por Caio Liudvik. [[Revista Cult]], ed. 170</ref><ref>[http://www.revuedeslivres.fr/le-grand-recit-de-la-postmodernite-thierry-labica/ Le grand récit de la postmodernité – À propos de Fredric Jameson, ''Le Postmodernisme ou la logique culturelle du capitalisme tardif'' et ''La Totalité comme complot'']. Por Thierry Labica. ''Revue des livres''</ref> Outros, porém, afirmam que a pós-modernidade seria apenas uma extensão da modernidade,<ref>HARVEY, David. ''A Condição Pós-Moderna''. São Paulo, Loyola, 1993.</ref> período em que, segundo [[Walter Benjamin|Benjamin]], ocorre a perda da [[aura]] do objeto artístico em razão da sua reprodução técnica, em múltiplas formas: [[cinema]], [[fotografia]], [[vídeo]], etc..<ref>Benjamin, Walter ''[[A Obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica]]''</ref>
 
O conceito de pós-modernidade inclui, portanto, o que se designa como [[pós-modernismo]] em arte - especialmente na arquitetura. O crítico brasileiro [[Mário Pedrosa]] foi um dos primeiros a utilizar este termo, em [[1966]].<ref>COSTARD, Larissa. [http://www.historia.uff.br/stricto/td/1425.pdf ''A "utopia estético-política" da arte: a arte como parte da estratégia revolucionária na obra de Mario Pedrosa'']. Niterói, UFF, 2010.</ref> Em importante artigo sobre a arte de [[Hélio Oiticica]], publicado no ''[[Correio da Manhã (Brasil)|Correio da Manhã]]'' de 26 de junho de 1966, Pedrosa afirmava: {{quote1|''Hoje, em que chegamos ao fim do que se chamou de arte moderna (…), os critérios de juízo para apreciação já não são os mesmos (...) fundados na experiência do [[cubismo]]. Estamos agora em outro ciclo, que não é mais puramente artístico, mas cultural, radicalmente diferente do anterior e iniciado, digamos, pela [[pop art]]. A esse novo ciclo de vocação antiarte, chamaria de '''arte pós-moderna'''.''<ref>PEDROSA, Mário; ARANTES, Otília Beatriz Fiori (org.) [http://books.google.com.br/books?id=Fgo1IcpvissC&pg=PA355&lpg=PA355&dq=A+esse+novo+ciclo+de+voca%C3%A7%C3%A3o+antiarte,+chamaria+de+arte+p%C3%B3s-moderna.%E2%80%9D&source=bl&ots=oiFsyiuCi5&sig=g5mBD6SSGEGSBI-1GO-HQYFnDxw&hl=pt-PT&sa=X&ei=gDQVU4PRKoi3kAeY34HQDQ&ved=0CD8Q6AEwAg#v=onepage&q=A%20esse%20novo%20ciclo%20de%20voca%C3%A7%C3%A3o%20antiarte%2C%20chamaria%20de%20arte%20p%C3%B3s-moderna.%E2%80%9D&f=false "Arte ambiental, arte pós-moderna, Hélio Oiticica"]. ''Acadêmicos e Modernos - Textos Escolhidos'', vol. 3, p. 355</ref>|Mário Pedrosa}}
"A pós-modernidade tem, pois, a ver com a crise de modernidade e com a necessidade de revisão da modernidade", avalia o teórico Eduardo Bittar.<ref>{{citar livro|título=O direito na pós-modernidade|ultimo=BITTAR|primeiro=Eduardo|editora=Forense Universitária|ano=2009|local=Rio de Janeiro|páginas=106|acessodata=04/04/2017}}</ref>
 
O conceito de pós-modernidade inclui, portanto, o que se designa como [[pós-modernismo]] em arte - especialmente na arquitetura. O crítico brasileiro [[Mário Pedrosa]] foi um dos primeiros a utilizar este termo, em [[1966]]. Em importante artigo sobre a arte de [[Hélio Oiticica]], publicado no ''[[Correio da Manhã (Brasil)|Correio da Manhã]]'' de 26 de junho de 1966, Pedrosa afirmava: {{quote1|''Hoje, em que chegamos ao fim do que se chamou de arte moderna (…), os critérios de juízo para apreciação já não são os mesmos (...) fundados na experiência do [[cubismo]]. Estamos agora em outro ciclo, que não é mais puramente artístico, mas cultural, radicalmente diferente do anterior e iniciado, digamos, pela [[pop art]]. A esse novo ciclo de vocação antiarte, chamaria de '''arte pós-moderna'''.''<ref>PEDROSA, Mário; ARANTES, Otília Beatriz Fiori (org.) [http://books.google.com.br/books?id=Fgo1IcpvissC&pg=PA355&lpg=PA355&dq=A+esse+novo+ciclo+de+voca%C3%A7%C3%A3o+antiarte,+chamaria+de+arte+p%C3%B3s-moderna.%E2%80%9D&source=bl&ots=oiFsyiuCi5&sig=g5mBD6SSGEGSBI-1GO-HQYFnDxw&hl=pt-PT&sa=X&ei=gDQVU4PRKoi3kAeY34HQDQ&ved=0CD8Q6AEwAg#v=onepage&q=A%20esse%20novo%20ciclo%20de%20voca%C3%A7%C3%A3o%20antiarte%2C%20chamaria%20de%20arte%20p%C3%B3s-moderna.%E2%80%9D&f=false "Arte ambiental, arte pós-moderna, Hélio Oiticica"]. ''Acadêmicos e Modernos - Textos Escolhidos'', vol. 3, p. 355</ref>|Mário Pedrosa}}
 
== Uso do termo ==
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== Estética pós-moderna ==
A estética pós-moderna apresenta diferenças fundamentais em relação a tudo o que veio antes dela, incluindo todas as estéticas modernistas. Os próprios critérios-chave da estética moderna, do novo, da ruptura e da [[vanguarda]] são desconsiderados pelo Pós-Moderno. Já não é preciso inovar nem ser original, e a repetição de formas passadas é não apenas tolerada como encorajada. Neste ponto, a análise empreendida por Zygmunt Bauman, em ''Ética pós-moderna'', é a mais completa possível, no sentido de apontar que a ética caminha em direção à fragmentação, à divisão e à luta pela diversidade, de onde o conceito de "reconhecimento" começará a emergir com força, no final do século XX. Considerando-se os comentários de autores especializados, vê-se: "A ética do contexto pós-moderno é a da relativização dos universais, enfatizando a diversidade humana. Esta se expressa de inúmeras formas, pois se não há universais absolutos, deve-se garantir a diversidade ideológica, política, cultural, social, de gênero, de sexo etc. e é desta forma que se garante democraticamente o convívio dos muitos com os muitos".<ref>{{citar livro|título=Curso de Ética Jurídica|ultimo=BITTAR|primeiro=Eduardo|editora=Saraiva|ano=2016|local=Sâo Paulo|páginas=96|acessodata=04/04/2017}}</ref>
 
Entretanto, ainda que diversas obras estéticas, de diferentes categorias, apresentem características semelhantes e recorrentes, não parece correto nem possível falar de um “estilo pós-moderno”, muito menos de um “movimento pós-moderno”. Tais conceitos prescindiriam de um certo nível de organização, articulação ou mesmo intercâmbio que simplesmente não existe entre os produtores de [[estética]]. Se foi possível falar em movimento modernista, isso é devido ao fato de haver grupos relativamente próximos e em certa frequência de contato na [[Europa]] do início do [[século XX]]. Na Pós-Modernidade' , entretanto, os artistas até têm maiores possibilidades de se comunicar, mas a quantidade incalculável de tendências e linguagens torna impossível alguma unicidade formal.
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{{Referências|título=|nível=|extra=|col=2|estilo=|colwidth=|grupo=|refs=|scroll=}}
 
== Bibliografia ==
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* BAUMAN, Zygmunt. ''A Modernidade Líquida''. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,2001.
* [[Seyla Benhabib|BENHABIB, Seyla]]. "Feminism and Postmodernism" in BENHABIB, Seyla et al. [http://books.google.com.br/books?id=eFJ8scAT1C4C&printsec=frontcover&hl=pt-PT&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false ''Feminist Contentions: A Philosophical Exchange'']. New York: Routledge, 1995.
* BITTAR, Eduardo C. B. "O direito na pós-moderndiade", 2.ed., Rio de Janeiro, Forense Universitária, 2009.
* BITTAR, Eduardo C. B. "Curso de ética jurídica", 13.ed., São Paulo, Saraiva, 2016.
* BHABHA, Homi K. ''O Local da Cultura'', Belo Horizonte, EdUFMG,1998.
* [[Manuel Castells|CASTELLS, Manuel]]. ''A sociedade em rede''. São Paulo: [[Paz e Terra]],1999.