Batalha de Carras: diferenças entre revisões

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Os partas passaram então a intimidar os romanos. Primeiro soaram tambores e outros instrumentos, e até gritos, a noite inteira. Surena então ordenou seus catafractários a avançar mas os romanos firmaram posição.<ref>Plutarco. ''Vida de Crasso'', 24.3.</ref> Apesar de Surena ter planejado um ataque frontal as linhas romanas, ele não achava que isso os faria sair de formação, então ele limitou-se a cercar o exército romano. Crasso enviou escaramuçadores para afastar os arqueiros a cavalo do inimigo mas eles tiveram de recuar sob pesado ataque. Os arqueiros partas passaram então a lançar uma chuva de flechas sobre as legiões romanas. A densa formação romana garantiu que cada flecha acertasse um alvo já que as pesadas flechas partas atravessavam os escudos romanos porém não matavam, apenas causavam grandes ferimentos.<ref>Goldsworthy, Adrian. ''The Roman Army at War 100 BC-200 AD''.</ref> Os romanos tentaram repetidas vezes avançar sobre os partas mas os arqueiros e cavaleiros sempre fugiam atirando quantidades maciças de flechas enquanto recuavam. Os legionários em [[Formação tartaruga|formação de testudo]], colocavam os escudos sobre o corpo numa formação maciça para protege-los das flechas às custas da sua mobilidade.<ref>Cássio. ''História Romana: Livro 40'', 22.2.</ref> Os partas exploraram essa fraqueza e atacaram as linhas romanas causando pânico e infligindo pesadas baixas. Quando os romanos abandonavam a formação cerrada para revidar, os catafractários recuavam e os arqueiros começavam a atirar suas flechas novamente.
 
Crasso achava que suas legiões poderiam segurar os ataques partas até que estes ficassem sem flechas.<ref>Plutarco. ''Vida de Crasso'', 25.1.</ref> Contudo, Surena trouxe centenas de [[camelo]]s que continhascontinham flechas extras. Após perceber isso, Crasso mandou que seu filho Públio tomasse 1 300 cavaleiros [[Gália|gálicos]] para afastar a cavalaria-arqueira inimiga. Os arqueiros então recuaram mas após sofrer pesadas perdas, a cavalaria de Crasso foi atacada pelos catafractários partas. Os cavaleiros-arqueiros partas flanquearam os gauleses e lhes cortou a retirada. Públio e seus homens acabaram sendo massacrados. Crasso, sem saber da morte do filho mas percebendo o perigo, ordenou que um de seus generais atacassem. Ele depois foi confrontado com a cabeça do filho numa lança. Os partas começaram a cercar a infantaria romana, disparando de todas as direções, enquanto os catafractários atacavam e quebravam a formação inimiga. O ataque parta não cessou até o anoitecer. Crasso, abalado com a morte do filho, ordenou uma retirada até a cidade de Carras, deixando para atrás milhares de feridos, que seriam capturados pelos partas.<ref>Plutarco. ''Vida de Crasso'', 28.1.</ref>
 
No dia seguinte, Surena enviou uma mensagem aos romanos oferecendo uma trégua, permitindo que as legiões romanas recuassem em segurança até a [[Síria (província romana)|Síria]], em troca de todos os territórios em disputa ao leste do [[Rio Eufrates|Eufrates]].<ref>Cássio. ''História Romana: livro 40'', 26.1.</ref> Crasso ficou relutante em se encontrar com os chefes partas para negociar o acordo e isso só aconteceu depois que suas tropas, que estavam esgotadas, ameaçaram se amotinar se ele não o fizesse.<ref>Plutarco. ''Vida de Crasso'', 30.5.</ref> A reunião foi, no entanto, uma emboscada e Crasso foi morto.<ref>Cássio. ''História romano: livro 40'', 26.3.</ref> Os romanos remanescentes em Carras tentaram fugir mas foram surpreendidos pelos partas e poucos escaparam. Os romanos sofreram pelo menos 20 mil baixas e outros 10 mil homens foram capturados ou desapareceram,<ref>Plutarco. ''Vida de Crasso'', 31.7.</ref> fazendo desta batalha uma das mais sangrentas para os romanos no que diz respeito a uma luta com uma nação estrangeira. As perdas entre os partas foram mínimas.