Projeto MKULTRA: diferenças entre revisões

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== Médicos e Outros Profissionais Envolvidos ==
Em Abril de 1953 [[Sidney Gottlieb]] chefiava o super secreto [[Projeto MK-ULTRAMKULTRA]] que foi ativado pelo Diretor da CIA [[Allen Dulles]]. Gottlieb ficou conhecido também por ter desenvolvido meios de administrar [[LSD]] e outras drogas em pessoas sem o conhecimento destas e por autorizar e desenvolver o financiamento de pesquisas psiquiátricas com o objetivo de , segundo suas palavras "criar técnicas de romper a psique humana ao ponto de fazer com que o indivíduo admita que fez qualquer coisa, seja o que for". Ele foi o patrocinador de médicos como [[Ewen Cameron]] e [[Harris Isbell]] em controversos estudos psiquiátricos em que seres humanos foram utilizados como cobaias humanas, sem o consentimento destes e sem o conhecimento de que estavam sendo usados nestas experiências e , em alguns casos, acreditando estarem recebendo tratamento. Inúmeras vítimas tiveram suas vidas destruídas até a morte. Os recursos para tais pesquisas eram injetados de maneira que não pudesse ser feita a relação imediata com a CIA. Um dos meios era, por exemplo, através da [[Fundação Rockefeller]],<ref name=autogenerated1>Instituições Privadas Utilizadas pela CIA em Pesquisas de Lavagem Cerebral [http://www.raven1.net/anat-1.htm#fn1 New York Times artigo de Nicholas Horrock publicado em 2 de Agosto de 1977 .]em Ingles acesso 28 de Agosto de 2009</ref> uma Fundação aparentemente dedicada ao desenvolvimento de pesquisas médicas em beneficio da sociedade.[[Ficheiro:Declassified MKULTRA-2.gif|thumb|right|150px|Documento do MKULTRA.]]
O Ten. Cel [[Fletcher Prouty]] também estaria envolvido no projeto, durante a década de 1950/60. Ele participou do complexo militar-industrial e ficou famoso pois escreveu livros e artigos que oferecem um raro vislumbre da "elite do poder", como descrito por Buckminster Fuller. Suas obras falavam sobre a formação e desenvolvimento da CIA, as origens da Guerra Fria, o [[Incidente com avião U2 em 1960]], a [[Guerra do Vietnã]], e o assassinato de [[John F. Kennedy]] - que ele dizia ser um golpe de estado, organizado pelo complexo militar-industrial americanos. Prouty era especialista em segurança presidencial e ''black operations''.
 
== Experimentos Humanos em [[Universidade Harvard|Harvard]] ==
Do outono de 1959 até a primavera de 1962 , [[Henry Murray]], Diretor da Clínica Psicológica da Harvard na Escola de Artes e Ciências, foi o responsável pelas atividades do projeto [[MK-ULTRAMKULTRA]] na Harvard <ref>{{cite book | last = Chase| first = Alston | title = Harvard and the Unabomber The Education of an American Terrorist | publisher = [[W. W. Norton & Company]] | pages = 18–19 | year = 2003 | isbn = 0393020029 }}</ref>.
 
Patrocinado pela [[CIA]], o projeto ali executado usou vinte e dois estudantes ​como cobaias.<ref>{{cite web | url = http://www.counterpunch.org/ciashrinks.html | title = CIA Shrinks and LSD | accessdate = 2008-10-16 | date = 1999-10-18 | last = Cockburn | first = A |author2=St Clair J | publisher = [[CounterPunch]] }}</ref><ref name = Unabomber>{{cite news | author = Chase A | date = 2000-06-01 | title = Harvard and the Making of the Unabomber | publisher = [[The Atlantic Monthly]] | pages = 41–65 | accessdate = 2008-10-16 | url = http://www.theatlantic.com/issues/2000/06/chase.htm }}</ref> Entre outros fins , as experiências de Murray se concentraram em medir a reação das pessoas sob estresse extremo. Os estudantes, sem seu conhecimento, foram submetidos ao que o próprio Murray chamou de " ataques arrebatadadoramente pessoais e abusivos" , que incluiam ataques aos seus egos, idéias e crenças usados como o veículo para causar altos níveis de estresse e angústia. Entre os estudantes estava o prodígio intelectual de 16 anos de idade e estudante da Harvard [[Ted Kaczynski]] , que mais tarde se tornou conhecido como "O Unabomber"<ref>{{cite book | last = Chase| first = Alston | title = Harvard and the Unabomber The Education of an American Terrorist (Harvard e o Unabomber:A Educação de um terrorista americano) | publisher = [[W. W. Norton & Company]] | pages = 18–19 | year = 2003 | isbn = 0393020029 }}</ref>.
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A Pesquisa ilegal da CIA veio a público pela primeira vez em 1975, quando da realização pelo Congresso americano de investigação das atividades da CIA por uma [[Comissão Parlamentar de Inquérito|comissão de inquérito]] do [[Congresso dos Estados Unidos da América]] e por um Comitê do Senado americano. Foram os inquéritos chamados de [[Church Committee]] e [[Rockefeller Commission]] – Comitê Church e Comissão Parlamentar Rockefeller, em Português.
 
As investigações foram prejudicadas pelo fato de que, em [[1973]],<ref name='Cia'>{{cite news | first= | last= | coauthors= | title=An Interview with Richard Helms | date= | publisher= | url =https://www.cia.gov/library/center-for-the-study-of-intelligence/kent-csi/docs/v44i4a07p_0021.htm | work =[[CIA]] | pages = | accessdate = 19 de maio de 2008 | language = }}</ref> considerando a possibilidade de uma futura investigação, o então diretor do CIA, [[Richard Helms]], ordenou a destruição de todos os dados e arquivos ligados aos experimentos em humanos feitos durante o Projeto MK-ULTRAMKULTRA.
 
As investigações do Comitê e da Comissão se basearam no testemunho sob juramento de participantes diretos na atividade ilegal e em um relativamente pequeno número de documentos que restaram após a destruição de documentação ordenada por Richard Helms.<ref name=autogenerated3>{{cite news | first= | last= | coauthors= | title=An Interview with Richard Helms | date= 2007-05-08 | url=https://www.cia.gov/library/center-for-the-study-of-intelligen ce/kent-csi/docs/v44i4a07p_0021.htm | publisher = [[CIA]] | pages = | accessdate = 2008-03-16 | language = }}</ref>
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A CIA afirma que tais experiências foram abandonadas mas [[Victor Marchetti]], um veterano agente da CIA por 14 anos, tem atestado em várias entrevistas que a CIA jamais interrompeu suas pesquisas em controle da mente humana, tampouco o uso de drogas, mas realiza continuamente sofisticadas campanhas de desinformação seja lançando ela mesma, através dos meios de comunicação, falsas teorias e teorias de conspiração que podem ser ridicularizadas e desacreditadas, o que faz com que o foco de atenção não se volte para a CIA e suas pesquisas clandestinas ou que, caso haja qualquer aparente possibilidade de que suas pesquisas sejam expostas, qualquer revelação possa ser imediatamente desacreditada e/ou ridicularizada.
 
Victor Marchetti, em uma entrevista em 1977, especificamente afirmou que as declarações feitas de que a CIA teria abandonado as atividades ilegais do MK-ULTRAMKULTRA após os inquéritos, são em si mais uma maneira de encobrir os projetos secretos e clandestinos que a CIA continua a operar, sendo a próprias revelações do MK-ULTRA e subsequentes declarações de abandono do projeto seriam em si mais um artifício para deslocar a atenção de outras atividades e operações clandestinas não reveladas pelos Comites.
<ref>{{cite web | url=http://www.skepticfiles.org/socialis/marcheti.htm | accessdate= 2009-08-22| title = Interview with Victor
Marchetti}}</ref><ref>{{cite journal | first = M | last = Cannon | title = Mind Control and the American Government | journal = Lobster Magazine | volume = 23 | year = 1992 }}</ref>
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<blockquote>"O Vice-Diretor da CIA revelou que mais de trinta (30) Universidades e Instituições participaram em "testes e experimentos " em um programa que incluiu a aplicação de drogas em seres humanos sem o conhecimento ou o consentimento destas pessoas, tanto americanos como estrangeiros. Muitos destes testes incluíram a administração de [[LSD]] a indivíduos em situações sociais que não tinham conhecimento de que estavam sendo drogados e posteriormente a aplicação do LSD sem o consentimento destas pessoas, elas não sabiam que estavam sob o efeito da droga. No mínimo uma morte, a de [[Frank Olson|Dr. Olson]], ocorreu como resultado destas atividades. A própria CIA diz reconhecer que tais experimentos faziam pouco sentido científico. Os agentes da CIA que monitoravam tais testes com drogas não eram sequer qualificados como cientistas especializados à observação de experiências"<ref>{{cite web | url=http://www.druglibrary.org/schaffer/history/e1950/mkultra/Hearing01.htm | title = Opening Remarks by Senator Ted Kennedy | date = 1977-08-03 | work = U.S. Senate Select Committee On Intelligence, and Subcommittee On Health And Scientific Research of the Committee On Human Resources}}</ref></blockquote>
 
Até o presente, a grande maioria dade informação mais específica sobre o Projeto MK-ULTRAMKULTRA continua classificada como secreta.
 
== Ação Judicial contra a CIA ==
[[Velma Orlikow]] era uma paciente no [[Instituto Allan Memorial|Allan Memorial Institute]] em [[Montreal]] quando a [[CIA]] dos [[Estados Unidos da América]] estava conduzindo os notórios experimentos de [[Lavagem cerebral|lavagem cerebral]] do MK-ULTRAMKULTRA no Hospital de Montreal afiliado à [[Universidade McGill|McGuill University]], o [[Instituto Allan Memorial|Allan Memorial Institute]]. Ela era casada com o membro do Congresso Canadense [[David Orlikow]]. Velma foi involuntariamente drogada com doses altas de [[LSD]] e submetida a fitas gravadas de lavagem cerebral. Juntamente com outros oito pacientes de [[Ewen Cameron]], ela moveu uma ação contra a CIA na Justiça e ganhou.<ref name=autogenerated2 />
 
Em 1979, Orlokow contactou o escritório de advogacia de Joseph Rauh e [[Jim Turner]] após ler uma notícia publicada no Jornal [[New York Times]] sobre o envolvimento do médico [[Ewen Cameron]] do [[Instituto Allan Memorial|Memorial Hospital]] nos experimentos. O artigo publicado em 2 de Agosto de 1977, escrito por [[Nicholas Horrock]], intitulava-se "Instituições Privadas Utilizadas pela CIA em Pesquisas de Lavagem Cerebral." O artigo de Horrock se referia ao trabalho de [[John Marks]] que coletou documentos das atividades da CIA através de [[Freedom of Information Act|FOIA]] (em português - Lei da Livre Informação). O artigo foi então utilizado para mover a ação que tomou o nome de [[Orlikow, et al. v. United States case]].<ref name=autogenerated1 /> Mais vítimas canadenses se juntaram a causa e ela passou a incluir Jean-Charles Page, Robert Logie, Rita Zimmerman, Louis Weinstein, Janine Huard, Lyvia Stadler, Mary Morrow, e Florence Langleben. A CIA fez um acordo em 1988. Velma faleceu em 1990.