Navio de linha: diferenças entre revisões

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::''Se procura a nau do século XV, veja [[nau redonda]]''.
[[Imagem:Victory Portsmouth um 1900.jpg|thumb|350px|HMS ''Victory''. Lançado em 1765 é o mais antigo navio de guerra do mundo ainda em comissão e o único navio de linha sobrevivente]]
O '''navio de linha''' ou '''nau de linha''' foi uma embarcação a vela, de alto bordo, com três mastros e grande número de bocas de fogo, muito usual entre os [[século XVII]] até meados do [[século XIX]], com a finalidade de [[navio de guerra]] ou embarcação mercante. Era forte e bem armado para compor uma [[linha de batalha]], tática naval na qual duas linhas de navios adversários manobravam de modo a poderem usar o maior número possível dos seus canhões.<ref name=gardiner>{{Referência acitar livro|autor=Gardiner, Robert (editor)|título=The Line of Battle|subtítulo=The Sailing Warship 1650-1840|idioma=inglês|edição=|local=New Jersey|editora=Chartwell Books|ano=1992|páginas=208|página=11|volumes=|volume=|capítulo=1 - The ship of line|isbn=0-7858-1267-9}}</ref>. Como estes combates eram, normalmente, ganhos pelos navios com maior poder de fogo, tanto em número de canhões como no seu calibre, foram construídas naus de linha cada vez maiores, que se tornaram os navios mais poderosos do seu tempo.
 
De observar que este tipo de navio era, normalmente, referido na [[Marinha Portuguesa]], simplesmente como "'''nau'''", que não deve ser confundida com a [[nau]] dos [[Descobrimentos]] e do [[Renascimento]] - esta também conhecida como "[[nau redonda]]". Outras marinhas designavam os navios de linha com termos alternativos como "'''vaso de guerra'''" ou simplesmente "'''vaso'''", "'''navio de linha de batalha'''", "'''navio de batalha'''" ou simplesmente "'''navio'''". Nalgumas marinhas, estes termos passaram a designar, no final do século XIX, os [[couraçado]]s.
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Outra limitação das naus redondas e das carracas era a elevada altura dos seus castelos de proa, caraterística que interferia negativamente com as qualidades náuticas das embarcações. A proa era empurrada para baixo, quando a embarcação navegava contra o vento. No entanto, à medida que o fogo de artilharia substituía a abordagem como a principal forma de combate naval, os castelos de proa e de popa foram deixando de ser necessários. Os galeões do [[século XVI]] já só tinham um castelo de popa e, este, pouco elevado. Ainda na primeira metade do [[século XVII]], até o castelo de popa desapareceu completamente das embarcações.
 
Ainda na primeira metade do século XVI, os Portugueses desenvolveram o [[galeão]], como uma evolução das naus redondas e das carracas. Este tipo de embarcação era mais longo e manobrável, mantendo, no entanto, todas as vantagens das naus redondas e carracas. No confronto que opôs, em [[1588]], a [[Armada Invencível]] à marinha inglesa, ambas as esquadras eram já compostas, maioritariamente, por galeões.
 
Com a crescente importância das explorações ultramarinas, dos territórios coloniais e da necessidade da manutenção de rotas de comércio, cruzando oceanos alterosos, as galés e as galeaças (uma variante de maior bordo de galé, mas inferior ao do galeão, com canhões laterais) foram sendo usadas cada vez menos e, em meados do [[século XVIII]] tinham já pouco impacto nas batalhas navais.
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===A adopção da linha de batalha===
[[FileImagem:PocockBattleOfCopenhagen.jpg|thumb|right|350px|Linhas de batalha britânica e dinamarquesa, na Batalha de Copenhaga, em 1801]]
Na primeira metade do [[século XVII]], novas técnicas de combate começaram a ser adoptadas por várias marinhas, sobretudo as da [[Inglaterra]] e dos [[Países Baixos]]. Anteriormente, as batalhas envolviam grandes esquadras cujos navios se aproximavam dos oponentes, combatendo - normalmente usando a abordagem - sem a adopção de uma formação tática específica. Contudo, o desenvolvimento da artilharia e a adopção da colocação dos canhões em linha de bordada, obrigou a uma mudança de tática. Com as [[bordada]]s como ação decisiva no combate, a tática naval evoluiu no sentido de permitir ao máximo número de navios possível de uma esquadra, disparar o máximo de [[bordada]]s possível. Foi então adoptada a tática da [[linha de batalha]], que requeria que os navios formassem uma longa linha de uma única fila, aproximando-se da esquadra inimiga, cujos navios adoptariam a mesma formação. As duas linhas de navios em paralelo bombardeavam-se uma à outra, até uma delas conseguir dominar a outra pelo fogo, fazendo-a retirar ou render-se. Qualquer manobra realizada pela esquadra, seria feita com o seus navios a manterem a formação em linha, protegendo-se mutuamente.
 
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|align="center"|'''1ª classe'''
|align="center"|100 a 120
|align="center"|3
|align="center"|850 a 875
|-
|align="center"|'''2ª classe'''
Linha 85:
|-
|align="center"|'''6ª classe'''
|align="center"|20 a 28
|align="center"|1
|align="center"|140 a 200
Linha 129:
|align="center"|Fragata
|align="center"|'''Fragata'''
|align="center"|24 a 50
|align="center"|1
|align="center"|300 a 380
|-
|align="center"|[[Bergantim]]
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===Uso em combate===
[[FileImagem:HMS St Lawrence 001.jpg|thumb|300px|Navio de duas cobertas HMS ''Saint Lawrence'']]
[[FileImagem:Valmy watercolour Roux.jpg|thumb|350px|right|Navio de três cobertas francês ''Valmy'']]
[[FileImagem:TheNapoleonAtToulonIn1852ByLauvergne.jpg|thumb|350px|right|Navio a vapor de hélice francês ''Le Napoléon'']]
Apesar da França, Espanha, Países Baixos e outros países terem construído grandes esquadras de navios de linha, acabou por ser o Reino Unido a criar a marinha mais poderosa da transição do século XVIII para o XIX. Inversamente aos países continentais, o Reino Unido deu prioridade ao desenvolvimento das suas forças navais, em detrimento das suas forças terrestres.
 
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==Bibliografia==
*Vasconcellos, J.S. e J.S. Princípios de Defesa Militar Editora da Biblioteca de Marinha e Exército Brasileiro, 1939 (em Inglês, Português e Francês)
*Pereira, José A.R., ''Os Navios da Armada Real Portuguesa em 1807'', Revista da Armada nº 413, novembro de 2007
*Mahan, A.T., ''The Influence of Sea Power Upon History 1660-1783'', Cosimo, Inc., 2007