Carl Schmitt: diferenças entre revisões

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Schmitt muda de universidade em [[1926]], quando se torna professor de Direito na ''Deutsche Hochschule für Politik'', em Berlim, e novamente em [[1932]], quando aceita um cargo na [[Universidade de Colônia]]. Foi em [[Colônia (Alemanha)|Colônia]] que escreveu seu famoso ensaio "''Der Begriff des Politischen''" ('O Conceito do Político'), no qual desenvolve a teoria do interesse específico do domínio denominado "político". Tal conceito daria ao [[Estado]] a sua dimensão de predominância: assim como as igrejas são predominantes na religião, e a [[sociedade]] é predominante na economia, o Estado seria predominante na política.
 
Em ''O Conceito do Político'', <ref>SchmittSCHMITT, Carl. [http://petdireito.ufsc.br/wp-content/uploads/2016/10/Conceito-do-pol%C3%ADtico-Carl-Schmitt.pdf ''O Conceito do Político/ Teoria do 'Partisan''']. Apresentação: [[Jürgen Habermas]]. Tradução: Geraldo de Carvalho. Belo Horizonte: Del Rey, 2008</ref> Schmitt busca definir o objetivo do político. Assim como o domínio da [[moral]] é determinado pelas noções de bem e mal, o [[estético]] pelas noções de belo e feio, o econômico pelas categorias do [[lucro]], o político pode ser definido, segundo o autor, a partir da distinção ''amigo-inimigo'', sendo que o inimigo ao qual se refere será sempre o 'inimigo público' (''hostis'') e não 'inimigo privado' (''inimicus''). Esse critério de definição do político, porém, constitui um "conceito-limite" (no caso de guerra, que é a mais extrema demonstração de inimizade e que nos permitiria conhecer a natureza da forma política).<ref>[http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-512X2008000200010#top1 Carl Schmitt e o conceito limite do político]. Por Washington Luiz Silva. ''Kriterion'', vol. 49 nº 118. Belo Horizonte, dezembro de 2008.</ref>
 
Apesar de haver interpretações divergentes da sua proposta, ''O Conceito do Político'' é geralmente aceito como uma tentativa de alcançar a unidade estatal, definindo o conteúdo do político como oposição ao estrangeiro, e também pela preeminência do Estado, o qual permanece como uma força neutra, acima de uma [[sociedade civil]] potencialmente turbulenta e cujos vários antagonismos não devem alcançar o nível do político, para que não ocorra uma [[guerra civil]].