Escravidão por dívida: diferenças entre revisões

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/* Na prostituição forçada
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Desde [[2004]], o [[Ministério do Trabalho e Emprego]] divulga o chamado Cadastro de Empregadores, mais conhecido como [[Lista Suja do Trabalho Escravo|Lista Suja]]. Atualizada semestralmente<ref>[http://www.mte.gov.br/trab_escravo/cadastro_trab_escravo.asp Portaria do MTE cria cadastro de empresas e pessoas autuadas por exploração do trabalho escravo], Ministério do Trabalho e Emprego</ref>, a lista contém os nomes de proprietários de terras e empresas que se valem dessa forma de exploração. Devido a decisões judiciais<ref>[http://www.observatoriosocial.org.br/portal/index.php?option=content&task=view&id=2256&Itemid=89 Entra-e-sai da "lista suja" é um alerta para risco das liminares], Instituto Observatório Social</ref>, no entanto, alguns dos nomes vêm sendo retirados da lista.
 
== Escravidão na prostituição forçada ==
 
Entre os mais ou menos 20 milhões de [[prostituta|prostitutas]] aproximadamente a metade é forçada por outros através de endividamento compulsório, [[surra]]s, [[torturas]], ameaças contra ela e a família, [[magia negra]] e outros recursos. A estes algozes elas têm que entregar seus [[Ganho|ganhos]]; às vezes elas podem ficar com uma parte, mas muitas vezes têm que entregar tudo, porque o "dono" alega que a garota teria dívidas com ele, e assim ela torna-se escrava em todos os sentidos.
 
O endividamento compulsório é um meio comum para prender garotas na [[prostituição forçada]]. O crime de tráfico envolve engano, coação, fraude, endividamento compulsório ou qualquer outra forma de vulnerabilidade.<ref>[http://www.opovo.com.br/jornal/cotidiano/2017/02/trafico-de-pessoas-independe-da-prostituicao.html Tráfico de pessoas independe da prostituição (O povo, 16.02.2017)]</ref> Sobretudo depois de serem traficadas para outra região seus chefes apresentam-lhe uma conta caríssima, que deixa a garota com dívidas entre 10 mil e 90 mil dólares.
 
Muitas prostitutas forçadas recebem, de fato, por anos dinheiro nenhum, porque os cafetões ou [[Crime organizado|organizações criminosas]] que se arvoram em seus chefes e donos criam lhes contas com muitas dívidas por causa de transporte, [[documentos]] e muitas [[taxa|taxas]] abusivas, assim que elas precisarem de anos para pagá-las e saem muitas vezes sem centavo nenhum da prostituição, virando [[Mendiga|mendigas]] ou vivendo da [[assistência social]], enquanto o lucro de seus "donos" pode chegar a milhões de dólares. E isso depois de anos sem feriados e jornadas pesadas de 10 até 18 horas de escravas sexuais submissas e exploradas sem dó.<ref>Petala Parreira alega em seu livro Puta casos, em que mulheres ganharam 10 milhões de dólares para a [[máfia russa]], ficando elas mesmas com nada.[https://portugues.free-ebooks.net/ebook/Puta Petala Parreira: Puta]. 2015, p. 444.</ref>
 
Ao contrário de outros escravos do século XXI prostitutas escravizadas são tratadas como escravas abertamente e com muita brutalidade para otimizar o lucro. [[Prostituição forçada|Prostitutas forçadas]] e [[Escravidão|escravizadas]] são muitas vezes até marcadas por branding com [[ferrete]] em brasa ou [[tattoos]], assim como forma de punição como forma de marcar propriedade. A marca pode ser o nome do [[cafetão]] ou da [[Crime organizado|organisação criminosa]] que se considera proprietário da vítima. Sobretudo no leste da Europa a marcação das mulheres e meninas prostituídas como propriedade é muito comum, sobretudo nas diversas [[Máfia|máfias]]. Alguns usam o [[logotipo]] conhecido, outros um sinal secreto, geralmente só conhecido a outras pessoas envolvidas no [[tráfico humano]], e outros escrevem seu nome ou apelido. Muitas vezes a vítima é a ainda por cima obrigada a pagar a quem a marcou, com dinheiro e serviço de sexo gratuito.<ref>[http://edition.cnn.com/2015/08/31/us/sex-trafficking-branding/ CNN: Old mark of slavery is being used on sex trafficking victims (A antiga marca da escravidão volta a ser usada nas vítimas do tráfico humano)]</ref>
 
Branding e tattoo é muito doloroso e [[Humilhação|humilhante]] para uma menina ou mulher, e serve por isso também como punição e como forma de [[submissão]] [[Psicologia|psicológica]] que pode aumentar a dependência da vítima de seu [[torturador]] e quebrantá-la.<ref>Petala Parreira descreve em seu livro Puta o efeito psicológico da marcação com ferrete em brasa sobre as prostitutas na [[máfia russa]].[https://portugues.free-ebooks.net/ebook/Puta Petala Parreira: Puta]. 2015, p. 152 - 169, 228, 253 - 260 e 425.</ref>
 
== Ver também ==