Tiradentes: diferenças entre revisões

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|ocupação = [[Dentista]], [[militar]] e [[ativista político]]
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'''Joaquim José da Silva Xavier''', o '''Tiradentes''' (Fazenda do Pombal,<ref>A Fazenda do Pombal está localizada em terras pertencentes hoje ao município de [[Ritápolis]] e que na época eram disputadas por [[São João del-Rei]] e [[Tiradentes (Minas Gerais)|São José do Rio das Mortes]]. Esta disputa foi resolvida somente em 1755 em favor da Vila de São José. Há ainda hoje, todavia, uma disputa por esses três municípios (Ritápolis, São João del-Rei e Tiradentes) sobre qual seria considerada a cidade natal de Tiradentes.</ref>, batizado em [[12 de novembro]] de [[1746]] — [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], {{dtlink|lang=br|21|4|1792}}), foi um [[dentista]], [[tropeiro]], [[minerador]], [[comércio|comerciante]], [[militar]] e [[ativista]] político]] que atuou no [[Estado do Brasil|Brasil]], mais especificamente nas [[Capitanias do Brasil|capitanias]] de [[Capitania de Minas Gerais|Minas Gerais]] e [[Capitania do Rio de Janeiro|Rio de Janeiro]]. NoPersonagem [[Brasil]],símbolo éda reconhecidoconspiração como [[mártir]] dadenominada [[Inconfidência Mineira]], é patrono cívico do Brasil, patronoalém de tambémpatrono das [[Polícias militares estaduais brasileiras|Polícias Militares]] e [[Polícia Civil do Brasil|Polícias Civis]] dos Estados,.<ref sendoname="Tiradentes">{{citar consideradoweb|url=https://novaescola.org.br/conteudo/4914/9-mitos-e-uma-verdade-sobre-tiradentes-e-a-inconfidencia-mineira|título=9 [[Panteãomitos dae Pátriauma everdade dasobre LiberdadeTiradentes Tancredoe Nevesa Inconfidência Mineira|heróipublicado=Nova nacional]].Escola|acessodata=1-5-2017}}</ref>
 
Desde o [[Proclamação da República do Brasil|advento da República no Brasil]] (1889), Tiradentes é considerado herói nacional: o [[mártir]] foi criado pelos republicanos com a intenção de ressignificar a identidade brasileira.<ref>{{citar web|url=http://www.jb.com.br/pais/noticias/2017/04/21/tiradentes-da-inconfidencia-do-seculo-xviii-a-crise-politica-do-seculo-xxi/|título=Tiradentes: da inconfidência do século XVIII à crise política do século XXI|publicado=Jornal do Brasil|acessodata=1-5-2017}}</ref>
O dia de sua execução, 21 de abril, é [[Tiradentes (feriado nacional)|feriado nacional]]. A cidade [[Minas Gerais|mineira]] de [[Tiradentes (Minas Gerais)|Tiradentes]], antiga Vila de São José do [[Rio das Mortes (Minas Gerais)|Rio das Mortes]], foi renomeada em sua homenagem. Seu nome está inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, desde 21 de abril de 1992.
 
O dia de sua execução, 21 de abril, é [[Tiradentes (feriado nacional)|feriado nacional]]. A cidade [[Minas Gerais|mineira]] de [[Tiradentes (Minas Gerais)|Tiradentes]], antiga Vila de São José do [[Rio das Mortes (Minas Gerais)|Rio das Mortes]], foi renomeada em sua homenagem. Seu nome está inscrito no [[Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves|Livro dos Heróis da Pátria,]] desde 21 de abril de 1992.
 
== Biografia ==
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Na [[Crônica (gênero)#Crônica Histórica|crônica]] ''Memórias da Rua do Ouvidor'', capítulo 7, o escritor e médico {{dic|fluminense}} [[Joaquim Manuel de Macedo]] relata que, neste mesmo ano de 1787, Tiradentes conhece uma certa "Perpétua Mineira", dona de uma [[casa de pasto]] na [[Rua do Ouvidor (Rio de Janeiro)|rua do Ouvidor]], na cidade do [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]] e apaixonam-se, mantendo um romance por pouco mais de dois anos. Em 1790, o [[José Luís de Castro|Conde de Resende]] é nomeado [[Lista dos Vice-Reis do Brasil|Vice-Rei do Brasil]], com a missão de acabar com a conspiração mineira. Perpétua também passou a ser espionada, sua casa de pasto foi por vezes invadida e já não se encontrava mais com Tiradentes, que já havia sido preso. Segundo a crônica, Perpétua foi vista pela última vez em 21 de abril de 1792 nas proximidades da forca onde havia sido executado seu amante.<ref>{{Citar livro|título = Memórias da Rua do Ouvidor|url = https://books.google.com.br/books?id=PYpcAAAAQBAJ&pg=PT71&lpg=PT71&dq=%22Cap%C3%ADtulo+7+Como+o+vice-reinado+do+Conde%22&source=bl&ots=4sLhdgVPzG&sig=V_699jP-fnLBhYfxXvW8XSmc1SM&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjG6qKPtu7KAhUBi5AKHXuxC1wQ6AEIHTAA#v=onepage&q=%22Cap%C3%ADtulo%207%20Como%20o%20vice-reinado%20do%20Conde%22&f=false|autor = Joaquim Manuel de Macedo|isbn = 8523001107|ano = 1878|páginas = 227|capítulo = 7|id = Digitalizado por Google Livros}}</ref>
 
Após a licença da cavalaria, Tiradentes morou por volta de um ano na cidade carioca, período em que idealizou projetos de vulto, como a canalização dos rios [[Rio Andaraí|Andaraí]] e [[Rio Maracanã|Maracanã]] para a melhoria do abastecimento de água no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]]; porém, não obteve aprovação para a execução das obras.{{carece de fontes}} Esse desprezo fez com que aumentasse sua indignação perante o domínio português. De volta às [[Capitania de Minas Gerais|Minas Gerais]], começou a pregar em Vila Rica e arredores, a favor da independência daquela capitania. Fez parte de um movimento aliado a integrantes do clero e da elite mineira, como [[Cláudio Manuel da Costa]], antigo secretário de governo, [[Tomás Antônio Gonzaga]], ex-ouvidor da comarca, e [[Inácio José de Alvarenga Peixoto]], minerador e grande proprietário de terras na [[Comarca do Rio das Mortes]]. O movimento ganhou reforço ideológico com a [[Revolução Americana de 1776|independência das colônias estadunidenses]] e a formação dos [[Estados Unidos]]. Ressalta-se que, à época, oito de cada dez alunos brasileiros em [[Coimbra]] eram oriundos das Minas Gerais, o que permitiu à elite regional acesso aos ideais liberais que circulavam na [[Europa]].{{carece de fontes}}
 
=== Participação na Inconfidência Mineira ===
{{Artigo principal|Inconfidência Mineira}}
 
[[Imagem:Resposta de Tiradentes.jpg|thumb|Óleo sobre tela de [[Leopoldino de Faria]] (1836-1911) retratando a ''Resposta de Tiradentes à comutação da [[pena de morte]] dos [[Inconfidência Mineira|Inconfidentes]]''.]]
 
[[Imagem:Antônio Parreiras - Prisão de Tiradentes, 1914.jpg|thumb|Prisão de Tiradentes, por [[Antônio Diogo da Silva Parreiras]].]]
 
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{{Wikisource|Categoria:Inconfidência Mineira|Autos da Devassa e Sentença de Tiradentes}}
 
Negando a princípio sua participação, Tiradentes foi o único a, posteriormente, assumir toda a responsabilidade pela "[[Inconfidência Mineira|inconfidência]]"{{Carece de fontes|biografia=sim|Brasil=sim|data=novembro de 2016}}, inocentando seus companheiros. Presos, todos os [[inconfidentes]] aguardaram durante três anos pela finalização do processo. Alguns foram condenados à morte e outros ao [[degredo]]; algumas horas depois, por carta de clemência de [[D. Maria I]], todas as sentenças foram alteradas para degredo, à exceção apenas para Tiradentes, que continuou condenado à pena capital, porém não por morte cruel como previam as Ordenações do Reino: Tiradentes foi enforcado.
Em parte por ter sido o único a assumir a responsabilidade{{Carece de fontes|biografia=sim|Brasil=sim|data=novembro de 2016}}, e em parte, provavelmente, por ser o inconfidente de posição social mais baixa, haja vista que todos os outros ou eram mais ricos, ou detinham patente militar superior. Por esse mesmo motivo é que se cogita que Tiradentes seria um dos poucos inconfidentes que não era tido como [[Maçonaria|maçom]].[[Imagem:Execução de Joaquim José da Silva Xavier - o Tiradentes, no dia 21 de Abril de 1792 (Reconstrucção historica feita sob apontamentos do Sr. Barão Homem de Mello).jpg|thumb|esquerda|300px|Execução de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, no dia [[21 de abril]] de [[1792]] (Reconstrução histórica feita sob apontamentos do [[Barão Homem de Mello]], publicada na ''[[Revista Illustrada]]'').]]
 
Os réus foram sentenciados pelo [[crime]] de "[[Crime de lesa-majestade|lesa-majestade]]", definida, pelas [[ordenações afonsinas]] e as [[Ordenações Filipinas]], como ''[[Traição|traição contra o rei]]''. Tiradentes foi o único conspirador punido com a morte por ser o inconfidente de posição social mais baixa, haja vista que todos os outros ou eram mais ricos, ou detinham patente militar superior.<ref name="Tiradentes"/><ref>[http://books.google.com.br/books?id=KH9ilwvHp9AC&pg=PA69&lpg=PA69&dq=lesa+majestade+ordena%C3%A7%C3%B5es+filipinas&source=bl&ots=scvE_HLCDa&sig=53-WLXaYzlz5TXGcX8rkL0vskeA&hl=pt-BR&ei=TtCLS5-yO4aHuAeOpInwCw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=4&ved=0CBcQ6AEwAw#v=onepage&q=&f=false Ordenações filipinas - Crime de Lesa-majestade]</ref>
[[Imagem:Tiradentes escuartejado (Tiradentes supliciado) by Pedro Américo 1893.jpg|thumb|''Tiradentes Esquartejado'', obra de [[Pedro Américo]] (1893; [[Museu Mariano Procópio]]).]]
 
====Execução====
Os réus foram sentenciados pelo [[crime]] de "lesa-majestade", definida, pelas [[ordenações afonsinas]] e as [[Ordenações Filipinas]], como ''[[Traição|traição contra o rei]]''. Crime este comparado à [[hanseníase]] pelas Ordenações Filipinas:
 
-“''Lesa-majestade quer dizer traição cometida contra a pessoa do Rei, ou seu Real Estado, que é tão grave e abominável crime, e que os antigos Sabedores tanto estranharam, que o comparavam à lepra; porque assim como esta enfermidade enche todo o corpo, sem nunca mais se poder curar, e empece ainda aos descendentes de quem a tem, e aos que ele conversam, pelo que é apartado da comunicação da gente: assim o erro de traição condena o que a comete, e empece e infama os que de sua linha descendem, posto que não tenham culpa''.”<ref>[http://books.google.com.br/books?id=KH9ilwvHp9AC&pg=PA69&lpg=PA69&dq=lesa+majestade+ordena%C3%A7%C3%B5es+filipinas&source=bl&ots=scvE_HLCDa&sig=53-WLXaYzlz5TXGcX8rkL0vskeA&hl=pt-BR&ei=TtCLS5-yO4aHuAeOpInwCw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=4&ved=0CBcQ6AEwAw#v=onepage&q=&f=false Ordenações filipinas - Crime de Lesa-majestade]</ref>
 
Por igual crime de lesa-majestade, em 1759, no reinado de [[D. José I]] de Portugal, a [[família Távora]], no [[processo dos Távora]], havia padecido de morte cruel: tiveram os membros quebrados e foram queimados vivos, mesmo sendo os nobres mais importantes de Portugal. A Rainha [[Dona Maria I]] sofria pesadelos devido à cruel execução dos Távoras ordenado por seu pai D. José I e terminou por enlouquecer.
 
Em parte por ter sido o único a assumir a responsabilidade{{Carece de fontes|biografia=sim|Brasil=sim|data=novembro de 2016}}, e em parte, provavelmente, por ser o inconfidente de posição social mais baixa, haja vista que todos os outros ou eram mais ricos, ou detinham patente militar superior. Por esse mesmo motivo é que se cogita que Tiradentes seria um dos poucos inconfidentes que não era tido como [[Maçonaria|maçom]].[[Imagem:Execução de Joaquim José da Silva Xavier - o Tiradentes, no dia 21 de Abril de 1792 (Reconstrucção historica feita sob apontamentos do Sr. Barão Homem de Mello).jpg|thumb|esquerda|300px|Execução de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, no dia [[21 de abril]] de [[1792]] (Reconstrução histórica feita sob apontamentos do [[Barão Homem de Mello]], publicada na ''[[Revista Illustrada]]'').]]
 
E assim, numa manhã de [[sábado]], 21 de abril de 1792, Tiradentes percorreu em procissão as ruas do centro da cidade do Rio de Janeiro, no trajeto entre a cadeia pública e onde fora armado o patíbulo. O governo geral tratou de transformar aquela numa demonstração de força da coroa portuguesa, fazendo verdadeira encenação. A leitura da sentença estendeu-se por dezoito horas, após a qual houve discursos de aclamação à rainha, e o cortejo munido de verdadeira fanfarra e composta por toda a tropa local. [[Bóris Fausto]] aponta essa como uma das possíveis causas para a preservação da memória de Tiradentes, argumentando que todo esse espetáculo acabou por despertar a ira da população que presenciou o evento, quando a intenção era, ao contrário, intimidar a população para que não houvesse novas revoltas.
[[Imagem:Tiradentes escuartejado (Tiradentes supliciado) by Pedro Américo 1893.jpg|thumb|''Tiradentes Esquartejado'', obra de [[Pedro Américo]] (1893; [[Museu Mariano Procópio]]).]]
 
Executado e esquartejado, com seu sangue se lavrou a certidão de que estava cumprida a sentença, tendo sido declarados infames a sua memória e os seus descendentes. Sua cabeça foi erguida em um poste em [[Vila Rica]], tendo sido rapidamente cooptada e nunca mais localizada; os demais restos mortais foram distribuídos ao longo do Caminho Novo: Santana de Cebolas (atual Inconfidência, distrito de [[Paraíba do Sul]]), [[Varginha do Lourenço]], [[Barbacena (Minas Gerais)|Barbacena]] e [[Conselheiro Lafaiete|Queluz]] (antiga Carijós, atual Conselheiro Lafaiete), lugares onde fizera seus discursos revolucionários. Arrasaram a casa em que morava, jogando-se sal ao terreno para que nada lá germinasse.
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== Ver também ==
{{commonscat|Tiradentes}}
* [[Inconfidência Mineira]]
* [[Filipe dos Santos Freire]]
* [[Alberto Delpino]], autor do retrato oficial de Tiradentes
 
{{Referências|col=2}}