Fernão Lopes: diferenças entre revisões

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Sobre a vida de Fernão Lopes sabe-se muito pouco, e com poucas certezas. Pensa-se que teria nascido na cidade de Lisboa entre os anos de 1380 e 1390, e frequentado o Estudo Geral, apesar de uma provável origem familiar [[vilão|vilã]] e mesteiral. O registro mais antigo sobre sua vida é um documento datado de 1418 que informa ser Fernão Lopes escrivão do [[Duarte I de Portugal|Infante Dom Duarte]] e guarda-mor da [[Torre do Tombo]], cargo de alta confiança em que era encarregado de guardar e conservar os arquivos do Estado. Em 1419 foi citado como "escrivão dos livros" de [[D. João I]], e neste ano deve ter sido incumbido por D. Duarte de colocar os feitos dos reis portugueses na forma de crônica. Num alvará de 1422 aparece com a função de [[escrivão da puridade]] do [[Fernando, o Infante Santo|Infante D. Fernando]].<ref name="Gianez">Gianez, Bruno. ''Fernão Lopes (c.1389/90-1459): Crônica e História em Portugal (Séc. XIV e XV)''. Dissertação de Mestrado. UFF, 2009, pp. 95-97</ref><ref name="Campos"/><ref name="Apresentação"/>
 
Pouco depois de D. Duarte subir ao trono em 1433, o rei concedeu-lhe uma [[tença]] vitalícia de 14 mil réis anuais, como recompensa pelos serviços que já prestara e pelos que ainda prestaria, quais sejam: escrever a crônica de Portugal desde os primeiros reis até a época de D. João. D. Duarte concedeu-lhe também uma carta de nobreza e o título de ''[[vassalo]] d'el-rei''.<ref name="Campos">Campos, Agostinho de. [https://archive.org/stream/fernolopesobra01lopeuoft#page/n8/mode/1up "Introdução"]. In: ''Antologia Portuguesa: Fernão Lopes: Crónicas de Dom Pedro e Dom Fernando''. Aillaud & Bertrand, 1921, pp. ix-xix</ref><ref name="Apresentação"/> Em 1437 aparece como tabelião-geral do Reino, mas diz Teresa Amado que provavelmente antes de entrar para o serviço da Corte já tinha esta função.<ref name="Apresentação">Amado, Teresa. "Apresentação Crítica". In: Lopes, Fernão. ''Crónica de D. João I''. Seara Nova Editorial Comunicação, 1980, pp. 21-74</ref> Continuou como cronista oficial durante a regência do [[Pedro de Portugal, 1.º Duque de Coimbra|Infante Dom Pedro]] e o governo de [[Dom Afonso V]].<ref name="Gianez"/> Em 1443 é atestado a terminar a primeira parte da ''Crônica de D. João I'', e em 1448 D. Afonso nomeia [[Gomes Eanes de Zurara]] cronista oficial do Reino em seu lugar, mas ao que parece Lopes continuou por algum tempo trabalhando com seu sucessor. Permanecia, porém, como guarda-mor do Tombo, como prova uma tença outorgada pelo rei neste ano.<ref name="Apresentação"/>
 
Em 1454, em virtude da idade avançada, foi aposentado das funções de guarda-mor da Torre do Tombo, sendo substituído por Zurara.<ref name="Gianez"/> A última informação conhecida sobre Fernão Lopes dá conta de que ainda vivia em 1459, quando contestou os direitos de um neto ilegítimo à sua herança.<ref name="Araujo">Araujo, Valdei Lopes de; Gianez, Bruno. [http://www.revistafenix.pro.br/PDF7/08%20ARTIGO%20VALDEI%20ARAUJO.pdf "A emergência do discurso histórico na crônica de Fernão Lopes"]. In: ''Revista de História e Estudos Culturais'', 2006; 3, III (2):2</ref><ref name="Apresentação"/> A data de sua morte é incerta. Segundo informações no prefácio da ''Chronica de El-Rei D. Pedro I'', escrito por Luciano Cordeiro, após deixar a função de guarda-mor, Fernão Lopes teria ainda vivido por mais cinco anos, falecendo próximo aos 80 anos de idade.<ref>Cordeiro, Luciano. [http://purl.pt/422 "Prefácio"]. In: Lopes, Fernão. ''Chronica de el-rei D. Pedro I'', acesso em 09/12/2011</ref>