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== Ceticismo científico ==
{{Artigo principal|Ceticismo científico}}
O chamado "ceticismo científico" é um fenômeno social recente, não se tratando de uma categoria interna de atuação das próprias ciências. Ao contrário do que o termo possa sucitar, não nasceu de preocupações das academias de ciencias, mas de uma forma ingenua de filosofia popular. Esse é o motivo de não existirem discussões nas universidades sobre o tema, ou trabalhos seminais, ou quaisquer publicações sérias que versem sobre tal idéia de “ceticismo científico”. O simples fato, é que não existe nada de sério ou novo que mereça ser incluido numa agenda erudita pelos estudiosos das ciências.  
Um cientista cético (ou [[empírico]]) questiona crenças com base na compreensão científica. A maioria dos cientistas, sendo cientistas céticos, testam a confiabilidade de certos tipos de afirmações, submetendo-as a uma investigação sistemática usando alguma forma de [[método científico]].<ref>[http://skeptoid.com/skeptic.php Skeptoid.com]: ''What is skepticism?'' {{en}}</ref> O ceticismo científico é uma defesa do público crédulo contra o charlatanismo e explicações sobrenaturais para fenômenos naturais.<ref name="Zechmeister">{{citar livro|autor =John J. Shaughnessy; Eugene B. Zechmeister; Jeanne S. Zechmeister|título=Metodologia de Pesquisa em Psicologia|url=http://books.google.com/books?id=NVjzjRq1VYUC&pg=PA33|publicado=McGraw Hill Brasil|isbn=978-85-8055-101-3|página=33}}</ref>
 
Apesar de não nascido nas universidades, só se tornou possivel graças a queda de qualidade do ensino universitário que foi restruturado para atender ao mercado, e ganhou corpo nas últimas décadas graças a baixa qualidade da era da informação digital que gerou pobres entendimentos sobre a história, filosofia e sociologia das ciencias. Assim, dentro e fora das universidades, com o crescente interesse mercadológico nas ciencias tecnológicas, uma geração de tecnólogos de diversas áreas cresceu consumindo informações superficiais sobre a ciencia sem entretanto ser formalmente apresentados à profundidade dos debates internos das ciências, aos entendimentos epistemológicos sobre natureza do conhecimento, ou a simples questões sobre a propria demarcação da ciência.
Apesar de o ceticismo envolver o uso do [[método científico]] e do pensamento crítico, isto não necessariamente significa que os céticos usem estas ferramentas constantemente.
 
Este território foi prontamente explorado por uma minoria de autores reacionários da chamada divulgação científica positivista, naturalistas defensores de uma utopia tecnocratica da humanidade. Esses especialistas em ciencias naturais começaram a perceber que podiam falar impunimente sobre “tudo o que existe” com a falsa autoridade que seus títulos impunham no imaginário popular, armados com nada mais do que a confiança de que seu próprio reducionismo fisicalista, que havia sido rejeitado nas universidades a mais de um século, seria engolido pela sociedade atraves da propaganda e da caricatura da ciência.
Os céticos são freqüentemente confundidos com, ou até mesmo apontados como, [[cinismo|cínicos]].<ref>[http://scientium.com/diagon_alley/commentary/editorial_concourse/mcnamara/cynical.htm McNamara, Michael ''Skepticism vs. Cynicism'']</ref> Porém, o [[criticismo]] cético válido (em oposição a dúvidas arbitrárias ou subjetivas sobre uma ideia) origina-se de um exame objetivo e metodológico que geralmente é consenso entre os céticos. Note também que o [[cinismo]] é geralmente tido como um ponto de vista que mantém uma atitude negativa desnecessária acerca dos motivos humanos e da sinceridade. Apesar de as duas posições não serem mutuamente exclusivas, céticos também podem ser cínicos, cada um deles representa uma afirmação fundamentalmente diferente sobre a natureza do mundo.
 
Sujeitos como Carl Sagan e Richard Dawkins, proclamados icones pelas mídias Norte americanas, pintaram uma ciencia de facil compreenção, com regras simples e diretas de resultados garantidos e acessiveis a qualquer um. Utilizaram a superada e irreal descrição da ciencia profetizada por epistemólogos há muito ultrapassados como Karl Popper e Mario Bunge, para assim, com essa caricatura de fácil assimilação, fascinar e coaptar a opinião principalmente daqueles cujo sonho de fazer ciencia não havia vingado, estes que agora poderiam fazer finalmente parte da ciencia, defendendo seus principios universalmente e democraticamente. Estabeleceu-se, assim, o “ceticismo científico”, como a filosofia de mesa de um movimento leigo, sustentado por pequenos grupos que atuam na internet e que afirmam encabeçar uma luta épica “pró-ciencia” e contra a “escuridão da ignorancia humana”, qualquer semelhança com religiões messianicas não é mera coincidencia.
Os céticos científicos constantemente recebem também, acusações de terem a "mente fechada" <ref name="victorzammit.com">[http://www.victorzammit.com/book/chapter26.html Zammit, Victor ''Answering the closed-minded skeptics'']</ref> ou de inibirem o progresso científico devido às suas exigências de [[evidência]]s [[método científico|cientificamente]] válidas. Eles se defendem argumentando que tais críticas são, em sua maioria, provenientes de adeptos de [[pseudociência]]s como [[homeopatia]], [[reiki]], [[paranormal]]idade e [[espiritualismo]],<ref name="victorzammit.com"/><ref>Seavey, Todd ''Energy, homeopathy, and hypnosis in Santa Fe: skeptics get called closed-minded. As an experiment, why not immerse oneself in the mindset and environs of the believers? Santa Fe, New Mexico, is an easy place to do it'' [http://findarticles.com/p/articles/mi_m2843/is_5_27/ai_108114814]</ref><ref>[http://www.ufoevidence.org/topics/SkepticsAnalysis.htm UFO Evidence ''Skeptics and Their Arguments'']</ref><ref>[http://www.bbc.co.uk/science/horizon/2002/homeopathy.shtml BBC ''Homeopathy: The Test'']</ref> cujas visões não são adotadas ou suportadas pela [[ciência]]. Segundo [[Carl Sagan]], cético e [[astronomia|astrônomo]], "você deve manter sua mente aberta, mas não tão aberta que o cérebro caia", e ele também afirmava que "o primeiro [[vicio]] da humanidade foi a [[fé]] e a primeira [[virtude]] foi o ceticismo".
 
Como parte dos muitos processos históricos complexos, essas reações do positivismo científico tentando coaptar forças populares atraves das midias incultas tinha seus reais motivos no crescente debate Norte americano sobre a restruturação da educação ocorridos no final do século XX naquele pais - do desinteresse sistemático pela ciencia e o pela queda nos recursos destinados a pesquisa tecnológica, mas que ecoaram sem contexto e sem critica por todo o mundo inclusive no Brasil, graças a influencia corporativa interessada na manutenção dessa caricatura da ciencia como única salvadora possivel da humanidade, dessa postura ideológica caricata que desde o iluminismo insiste no erro crasso de afirmar ser a ciencia a unica fonte possivel para qualquer tipo de conhecimento e entendimento do mundo.
A necessidade de evidências cientificamente adequadas como suporte a teorias é mais evidente na área da [[saúde]], onde utilizar uma técnica sem a avaliação científica dos seus riscos e benefícios pode levar a piora da [[doença]], gastos financeiros desnecessários e abandono de técnicas comprovadamente eficazes. Por esse motivo, no [[Brasil]] é vedado aos [[médico]]s a utilização de práticas terapêuticas não reconhecidas pela comunidade científica.<ref>[http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/1998/1499_1998.htm Resolução CFM nº 1.499/98]</ref>
 
No mundo real das ciencias academicas, não existe, é claro, um cientista cético (ou empírico), que questiona crenças com base apenas numa compreensão científica objetiva, pois a maioria dos cientistas, sendo céticos sob certos temas ou não, se utilizam de uma variedade de ferramentas metodológicas e validam a confiabilidade de certos tipos de afirmações, submetendo-as a muitos e variados tipos investigação sistemática que usam diferentes formas de métodos científicos. Assim, a crença de que a ciencia é um processo unico, que pode ser descrito por um único método e que este metodo cientifico é nada mais do que o racionalismo critico popperiano é a base da caricatura em que se sustenta o "ceticismo científico". Para as fileiras de defensores de uma única verdade cientifica, suas ações são "uma defesa do público crédulo contra o charlatanismo e explicações sobrenaturais para fenômenos naturais.[[Ceticismo#cite note-Zechmeister-16|[2]]], mas no final, tudo é fruto de um sistema religioso leigo que criou uma imagem irreal e utópica da ciencia e de seu poder explicativo.
 
A falta de entendimentos minimos sobre a estrutura filosófica das ciências é uma condição rotineira enre os ceticos científicos. Costuma dizer-se que "o crente religioso de hoje, sabe que crê, o cetico científico de hoje não sabe que tem uma crença."
 
Com, razão, os "céticos científicos" são freqüentemente taxados de, ou até mesmo apontados como, [[Cinismo|cínicos]].[[Ceticismo#cite note-17|[3]]] Apesar de as duas posições não serem mutuamente exclusivas, céticos também podem ser cínicos, cada um deles representa uma afirmação fundamentalmente diferente sobre a natureza do mundo.
 
Os céticos científicos constantemente recebem também, acusações de terem a "mente fechada" [[Ceticismo#cite note-victorzammit.com-18|[4]]] ou de inibirem o progresso científico devido às suas exigências utópicas de [[Evidência|evidências]] [[Método científico|cientificamente]] válidas. Eles se defendem utilizando mais caricaturras que não existem nas ciencias, e classificando tudo que não conseguem digerir em sua metodologia inventada como pseudo-isto pseudo-aquilo, argumentando que tais críticas são, em sua maioria, provenientes de adeptos de [[Pseudociência|pseudociências]] como [[homeopatia]], [[reiki]], [[Paranormal|paranormalidade]] e [[espiritualismo]],[[Ceticismo#cite note-victorzammit.com-18|[4]]][[Ceticismo#cite note-19|[5]]][[Ceticismo#cite note-20|[6]]][[Ceticismo#cite note-21|[7]]] cujas visões não são adotadas ou suportadas pelas [[ciência]]<nowiki/>s, tudo retórica sem base nenhuma nas discussões sérias sobre demarcação científica. Ou então, citando jargões que fariam rir os participantes de qualquer seminario de epistemologia cientifica como as frazes de [[Carl Sagan]], cético e [[Astronomia|astrônomo]]: "você deve manter sua mente aberta, mas não tão aberta que o cérebro caia", e ele também afirmava que "o primeiro [[vicio]] da humanidade foi a [[fé]] e a primeira [[virtude]] foi o ceticismo", nada academico. A pergunta interessate fica no ar: O que de acadenico sobre a demarcação das ciências escreveram os mestres do ceticismo científico?
 
Os territórios de maior interesse dos chamados “ceticos científicos” são sempre também, “por coincidencia” áreas onde hoje onde ocorrem grandes questionamentos publicos sobre sua validade e lisura, gerando conflitos mercadológicos das grandes industrias e corporações. Eles, por exemplo, pregam a necessidade de evidências “cientificamente adequadas” como suporte à quaisquer mudanças na área da [[saúde]]. Curioso é o fato de que muitas das “terapias alternativas” condenadas por estes grupos como “pseudo-coisa”, são ativamente reconhecidas nas universidades globalmente, inclusive com programas de pesquisa bem estabelecidos, como o caso da tradição de pesquisa em Homeopatia pela Universidade de São Paulo.  
 
== Desenganadores ==