Escultura do gótico: diferenças entre revisões

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=== Península Ibérica ===
[[Ficheiro:Jacente do túmulo de D. Inês de Castro.png|thumb|Estátua jacente de Inês de Castro no Mosteiro de Alcobaça.]]
 
Na [[Espanha]], a transição do Românico para o Gótico apareceu no ''[[Pórtico da Glória]]'' da [[Catedral de Santiago de Compostela]], que é sobremaneira interessante porque ainda preserva traços de sua [[policromia]]. Ao longo de toda evolução inicial do Gótico espanhol, a influência francesa permaneceu predominante e, embora em geral menos rico que na França, adquiriu uma feição muito original, visível na assimilação de influências [[mourisco|mouriscas]], numa tendência recorrente ao arcaísmo e no gosto pela ornamentação floral luxuriante. Exemplos significativos de um Gótico pleno estão na [[Catedral de León]] e na [[Catedral de Burgos]], que estavam nas rotas de peregrinação da época e que foram decoradas com importante estatuária. Ao longo de todo o século XIII, as outras regiões da Espanha permaneceram mais ou menos alheias ao Gótico e as igrejas continuaram sendo erguidas à moda românica. Entretanto, a importação de peças góticas francesas de pequenas dimensões para devoção privada foi grande, e diversos artistas franceses trabalharam em vários locais nesse gênero de obra. No século XIV enfim, o estilo francês triunfou na maior parte das regiões, com a exceção da [[Galiza]] e da [[Estremadura]], e os principais centros de escultura monumental passaram a ser [[Navarra]], [[Catalunha]] e [[Aragão]]. Dessa fase são bons exemplos a [[Catedral de Barcelona]] e a [[Catedral de Saragoça]], e ao mesmo tempo a escultura passou a ser aplicada em uma variedade de outros espaços, como em tumbas, salas capitulares e coros.<ref name="Britannica"/><ref>[http://books.google.com/books?id=NUsa2MUMiwgC&pg=PA203&dq=%22gothic+sculpture%22&lr=&as_drrb_is=b&as_minm_is=0&as_miny_is=1980&as_maxm_is=0&as_maxy_is=2009&as_brr=0&hl=pt-BR#v=onepage&q=%22gothic%20sculpture%22&f=false Fowler, pp. 245-254]</ref><ref name="Post2">[http://books.google.com/books?id=FCTKluG33BoC&pg=PA127&dq=%22gothic+sculpture%22&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&hl=pt-BR#v=onepage&q=%22gothic%20sculpture%22&f=false Post, pp. 127-136]</ref>
 
A partir do século XV, a influência francesa deu lugar à flamenga e alemã, que predominariam até a infusão do classicismo renascentista no reinado de [[Carlos I de Espanha|Carlos V]], no século XVI. Nessa fase o interesse pela decoração monumental declinou, como em outros lugares da Europa, e se transferiu para obras portáteis e [[peças de altar]]. Os últimos grandes exemplos de estatuária de fachada em um Gótico puro estão na [[Catedral de Oviedo]], na [[Catedral de Sevilha]] e em partes da ainda incompleta [[Catedral de Toledo]]. Na transição para o século XVI, os elementos clássicos italianos já estavam bastante disseminados, fazendo nascer uma escola eclética maneirista chamada ''[[plateresco|plateresca]]'', que desenvolveu um estilo de decoração de fachada com estatuária emoldurada por uma enorme complexidade de motivos geométricos e vegetais. O mesmo ''plateresco'' se aplicou aos [[retábulo]]s, cuja sofisticação e riqueza ultrapassam os do norte da Europa da mesma fase, mas cujo aspecto é claramente distinto. Um dos mais notáveis autores de retábulos foi [[Gil de Siloé]], e na estatuária independente um grande representante foi [[Juan de Juni]].<ref name="Post2"/>
 
[[Portugal]] teve seu ciclo iniciando em torno de 1250, mas a escultura nunca foi especialmente favorecida. Seus principais exemplos são algumas tumbas da nobreza, entre elasdestacando-se os sofisticados [[Túmulos de D. Pedro I e de Inês de Castro]] no [[Mosteiro de Alcobaça]],. e osOs maiores centros de produção foram [[Coimbra]], [[Lisboa]], [[Santarém (Portugal)|Santarém]] e [[Évora]]. Entre o fim do século XV e o século XVI, floresceu o [[Estilo Manuelino]], uma derivação maneirista do Gótico que incorporava elementos clássicos. Seu principal monumento é o [[Mosteiro dos Jerónimos]], em Lisboa, com um portal projetado por [[João de Castilho]], ricamente decorado com estatuária e ornatos diversos.<ref name="Post2"/><ref>Gerli, E. Michael & Armistead, Samuel G. [http://books.google.com/books?id=ra9BtjLRNMsC&pg=PA745&dq=%22gothic+sculpture%22&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&hl=pt-BR#v=onepage&q=%22gothic%20sculpture%22&f=false ''Medieval Iberia: an encyclopedia'']. Volume 8 de ''Routledge encyclopedias of the Middle Ages''. Taylor & Francis, 2003. pp. 745-746</ref>
 
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