Rafael Bluteau: diferenças entre revisões

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[[File:Padre Rafael Bluteau.png|thumb|right|250px|Padre Raphael Bluteau.]]
'''Rafael Bluteau''' ([[Londres]], [[4 de dezembro]] de [[1638]] — [[Lisboa]], [[14 de fevereiro]] de [[1734]]) foi um religioso [[teatino]] (ou seja, da [[Ordem dos Clérigosclérigo Regularesregular]]), hoje lembrado principalmente como grande [[Lexicografia|lexicógrafoteatino]] daou [[língua portuguesa]] e autor do monumental ''Vocabulário Português e Latino'' (8 tomosseja, Coimbraclérigo eregular Lisboa:da [[1712]]-[[1721]] e 2 tomosOrdem de ''Suplemento'',São Lisboa: [[1727]]-[[1728]]), que mais tarde [[António de Morais Silva]] modernizou e ampliou, dando assim origem ao seu ''Dicionário da Língua Portuguesa'' ([[1789]])Caetano.
 
Filho de pais franceses, chegou a Portugal em [[1668]] a mando do Geral da Ordem. Tinha deixado Londres por [[Paris]] com a mãe, fugindo das agitações quando da morte do rei [[Carlos I da Inglaterra]]. Estudou humanidades no Colégio real Henri IV (La Flèche, Sarthe) e depois no Colégio de Clermont (hoje lycée Louis-le-Grand, Paris). Frequentou quando jovem as Universidades de Verona, Roma, Paris. Doutourou-se em Roma em ciências teológicas e professou na Ordem a [[29 de agosto]] de [[1661]]. Criou na França renome como pregador. Teria aprendido depressa a língua portuguesa e começado a se distinguir como orador sagrado, com grande aceitação na corte.
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Em Portugal fez parte dos padres «estrangeirados», no conceito de [[António Sérgio]], pois uniu-se ao movimento acadêmico patrocinado pelo [[conde da Ericeira]], D. [[Francisco Xavier de Meneses|Francisco Xavier de Menezes]]. Teve a proteção da Rainha Dona Maria Francisca de Saboia, esposa do rei [[Afonso VI de Portugal]] e depois de D. [[Pedro II de Portugal]], de quem se tornou partidário. Em [[1680]] foi o encarregado de acompanhar à corte de Turim o Doutor [[Duarte Ribeiro de Macedo]], que ia tratar do casamento da Infanta Isabel com o duque de Sabóia, [[Vítor Amadeu]]. Falecendo o Doutor Macedo na viagem, o padre Bluteau o substituiu na missão até chegar de Lisboa em 1682 o novo ministro, que foi o [[duque de Cadaval]], para concluir as negociações que por fim não se completaram, pela grave enfermidade que assaltou o duque de Sabóia.
 
A morte da Rainha em [[27 de dezembro]] de [[1683]] causou muitos dissabores ao padre, que se retirou para a França. Regressou a Portugal apenas em [[1704]] mas sem ter o acolhimento que esperava, pois se tornara suspeito ao Governo em razão da guerra declarada entre as duas coroas. Mal entrou em Lisboa, recebeu ordem de se recolher ao convento de Alcobaça, onde reviu o ''Vocabulário Português e Latino'' e váriasmuitas outras obras. Em [[1713]] obteve licença para residir em Lisboa, pois estava concluída a paz. D. [[João V de Portugal]] ordenou que fossem impressas todas as suas obras e o nomeou académicoacadêmico do número quando em [[17201710]] foi fundada a [[Academia Real dade História Portuguesa]]. Já pertencia, então, à Academia dos Generosos e à Academia dos Aplicados.
 
Destacou-se nas Conferências Discretas e Eruditas que se celebravam na casa do [[conde da Ericeira]] e na Academia dos Generosos, como divulgador da atividade científica das grandes academias europeias. Discorreu ali, por exemplo, sobre Astronomia moderna e seus diversos sistemas, preocupando-se ainda com as questões relativas à "duração da terra", na ocasião intenso foco de polêmica. Não poupa a lógica da Escolástica, acusando-a de especulativa, formalista e inútil, em nome de uma orientação vincadamente nominalista.
 
No campo das atividades literárias, foi uma espécie de intermediário entre Portugal e a cultura francesa, sobretudo «na difusão do magistério de Boileau. Tampouco permaneceu insensível às preocupações de caráter econômico, voltadas para a reforma da vida do homem em sociedade.
 
Foi prepósito do convento de São Caetano e faleceu já muito idoso, aos 95 anos. Mereciam-lhe especial predileção os estudos de línguas mortas e vivas, especialmente as que falava com desembaraço: a língua inglesa, francesa, italiana, portuguesa, espanhola e grega.
 
==Obras==
#''«Primicias Evangélicas, ou sermões panegyricos do P. D. Raphael Bluteau, etc.» oferecido à serenissima alteza de Cosmo Terceiro, gran-duque de Toscana'', Lisboa, 1676; Parte segunda, oferecida a uma doutissima, poderosissima e virtuosíssima princeza, Lisboa, 1685. (estaEsta "''princeza"'' era a livraria de D. Luís de Sousa, arcebispo de Lisboa, a quem dedicava uma oração dedicatória muito extensa);. Parte terceira, oferecida ao Marquez de Cascaes, etc., Paris, 1698.
#''«[[Vocabulario Portuguez e Latino]]''»… em 8 volumes, Coimbra, ([[1712]]-[[1721]]). eOs 2oito volumes terminaram de ''Suplemento''se imprimir em ([[17271721]]-[[1728]]). ONa títuloverdade completose eraintitula ''«Vocabulario Portuguez, e Latino, Aulico, Anatomico, Architectonico, Bellico, Botanico, Brasilico, Comico, Critico, Chimico, Dogmatico, Dialectico, Dendrologico, Ecclesiastico, Etymologico, Economico, Florifero, Forense, Fructifero, Geographico, Geometrico, Gnomonico, Hydrographico, Homonymico, Hierologico, Ichtuologico, Indico, Ifagogico, Laconico, Liturgico, Lithologico, Medico, Musico, Meteorologico, Nautico, Numerico, Neoterico, Ortographico, Optico, Ornithologico, Poetico, Philologico, Pharmaceutico, Quidditativo, Qualitativo, Quantitativo, Rethorico, Rustico, Romano; Symbolico, Synonimico, Syllabico, Theologico, Terapeutico, Technologico, Uranologico, Xenophonico, Zoologico,etc. Autorizadoautorizado com exemplos dos melhores escritoresescriptores portuguezes, e latinos, e offerecidooferecido a ElReyel-rey de Portugual,Portugal D. JoaõJoão V, pelo Padre D. Raphael Bluteau''». Descrito como obra de grande merecimento, que na época foi de enorme utilidade, verdadeiro serviço prestado ao país, ainda consultado por quem se interessa por estudos de literatura.
#''«Prosas Portuguesas, recitadas em diferentes congressos académicos''», Parte I e II, Lisboa, ([[1728]]);
#''»Instrucção sobre a cultura das amoreiras e criação dos bichos de seda, dirigida à conservação e augmento das manufacturas de seda e dedicada a el-rei D. Pedro II, quando principe regente, que as estabeleceu e com os novos privilegios concedidos por el-rei D. José I, nosso senhor, autor D. R. B.''» Coimbra, [[1769]]. A 1ª edição pode ter sido publicada em 1679 mas depois foi publicada nas ''Prosas Academicas'', tomo II.
#''«Diccionario castellano y portuguez impresso em Lisboa por orden de el-rey de Portugal D. Juan V, etc.''», Rio de Janeiro, em [[1841]].
#''Sermões panegyricos e doutrinaes, que a diversas festividades e assumptos pregou, etc.'' 2 tomos, Lisboa, [[1732]] e [[1733]].
 
=== Bibliografia sobre ele ===