Georges Bizet: diferenças entre revisões

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====Conservatório====
[[File:Theatre du Conservatoire Paris CNSAD.jpg|thumb|left|Part of the Paris Conservatoire, where Bizet studied from 1848 to 1857 (photographed in 2009)]]
Bizet foi admitido para o Conservatório dia 9 de outubro de 1848, duas semanas antes de completar 10 anos<ref name= D2/> . Ele fez uma boa primeira impressão: em apenas seis meses ele venceu um concurso de solfejo, um fato que impressionou Pierre-Joseph-Guillaume Zimmermann, o professor de piano do Conservatório. Zimmermann deu a Bizet aulas particulares de [[Contraponto (música)|Contraponto]] e fuga, continuando as aulas até a morte do velho professor em 1853<ref name= OMO>{{cite web|last= Macdonald|first= Hugh|url= http://www.oxfordmusiconline.com/subscriber/article/grove/music/51829?q=Georges+Bizet&search=quick&pos=1&_start=1|title= Bizet, Georges (Alexandre-César-Léopold)|publisher= Oxford Music Online|accessdate= 18 September 2011|subscription=yes}}</ref> . Através das aulas, Bizet conheceu o enteado de Zimmermann, o compositor [[Charles Gounod]], que tornou-se uma influência para o jovem aluno de estilo musical<ref>Dean (1965), p. 6</ref> . Sob a tutela de Antoine François Marmontel, o professor de piano do Conservatório, o pianismo de Bizet desenvolveu rapidamente: ele venceu o segundo prêmio para piano do Conservatório em 1851 e o primeiro prêmio no ano seguinte. Bizet posteriormentposteriormente escreveu sobre Marmontel: "em suas aulas um aprende algo sobre piano, um se torna um músico"<ref name="Curtiss, p. 21">Curtiss, p. 21</ref><ref name="Curtiss, p. 21"/>.
 
As primeiras composições de Bizet mantiveram-se preservadas: duas canções para [[soprano]] datadas de 1850. Em 1853 ele ingressou na aula de composição de [[Jacques Fromental Halévy]] e começou a produzir trabalhos, aumentando a sofisticação e qualidade<ref>Dean (1965), pp. 7–8</ref>. Duas de suas cançções "Petite Marguerite" e "La Rose et l'abeille" foram publicadas em 1854<ref>Dean (1965), p. 153 and pp. 266–67</ref>. Em 1855 ele escreveu uma ambiciosa [[ouverture]] para uma grande orquestra<ref name="Dean 1965 pp. 138">Dean (1965), pp. 138–39 and pp. 262–63</ref><ref name="Dean 1965 pp. 138"/> e preparou versões para quatro mãos para piano de dois trabalhos de Gounod: a ópera La nonne sanglante e a Sinfônica em Ré. O trabalho de Bizet sobre os de Gounod o inspiraram, logo após seu décimo sétimo aniversário, ele escreveu sua própria sinfonia, que lembra o trabalho de Gounod - nota por nota em algumas passagens. A [[Sinfonia em Dó (Bizet)|sinfonia de Bizet]] foi perdida, redescoberta em 1933 e interpretada finalmente em 1935<ref>Curtiss, pp. 38–39</ref>.
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===Roma, 1858-60===
[[File:Villa Medicis.jpg|thumb|A Villa Medici]]
Em 27 de janeiro de 1858, Bizet chegou a Villa Medici, um castelo do século XVI que desde 1803 servia como casa para a Academia Francesa em Roma e que descreveu em carta como um "paraíso"<ref>Curtiss, p. 53</ref>. Sob o diretor, o pintor Jean-victor Schnetz, a Villa forneceu um ambiente ideal onde Bizet e seus alunos laureados poderiam prosseguir seus estudos. Bizet aproveitar uma atmosfera de convívio e rapidamente se envolver nas distrações de sua vida social. Em seus primeiros seis meses em Roma, sua única composição foi um ''[[Te Deum]]'' escrito para o Prêmio Rodrigues, uma competição para novos trabalhos religiosos abertos para os ganhadores do Prix de Rome. Essa peça falhou ao impressionar os jurados, que deram o prêmio para Adrien Barthe, o único outro participante<ref>Dean (1965), pp. 15 and 21</ref>. Bizet foi desencorojadodesencorajado a escrever mais músicas religiosas. Seu ''Te Deum'' permaneceu esquecido e inédito até 1971<ref>{{cite journal|authorlink= Edward Greenfield|last= Greenfield|first= Edward|title= Bizet&nbsp;– Clovis et Clotilde. Te Deum|url= http://www.gramophone.co.uk/review/bizet-clovis-et-clotilde-te-deum|journal= Gramophone|date= February 2011}}</ref>.
 
Durante o inverno de 1858/1859, Bizet trabalhou no seu primeiro "envio", uma [[Ópera-bura|ópera buffa]] com um libretto de Carlo Cambiaggio: Don ProcpioProcopio. Sob os termos do seu prêmio, o primeiro envio deveria ser uma missa, mas seguindo seu fracasso com sua experiência do Te Deum, ele compôs algo inverso a música sacra. Ele estava apreensivo sobre esta sua violação e como seria recebido na Academia, mas a resposta da academia para Don Procopio foi inicialmente positiva, com elogios para o compositor: "toque fácil e brilhante" e "estilo jovem e arrojado"<ref name= OMO/><ref>Dean (1965), p. 24</ref>.
[[File:Young Georges Bizet.png|thumb|left|upright|Georges Bizet fotografado em 1860]]
 
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===Compositor emergente===
====Paris, 1860-63====
Voltando a Paris após dois anos fora, Bizet estava temporariamente seguro financeiramente e pode ignorar por um momento as dificuldades que outros compositores jovens tinham na cidade. As duas casas de ópera, [[Ópera Nacional de Paris]] e [[Opéra-Comique]], cada uma apresentando repertórios tradicionais que sufocavam e frustravam o novo talento que chegava a cidade<ref name= D41>Dean (1965), pp. 41–42</ref>; apenas 8 dos 54 ganhadores do Prix de Rome entre 1830 e 1860 tiveram obras apresentadas no Opéra<ref name= Steen586>Steen, p. 586</ref>. Apesar dos compositores franceses tivessem sido mais bem representados na Opéra, o estilo e o caráter das produções haviam permanecido praticamente inalterados desde a década de 1830<ref name= Steen586/>. Um número de pequenos teatros servirem [[opereta]]s, um campo em que Offenbach fosse fundamental<ref name= Dean36>Dean (1980), pp. 36</ref>, enquanto o Théâtre Italien era especializado em óperas italianas. A melhor perspectiva para aspirantes a compositores de ópera foi a companhia Théâtre Lyrique, que apesar de crises financeiras, operaram intermitantementeintermitentemente em várias áreas sob o comando de Léon Carvalho<ref name= Steen586/>. Essa companhia tinha encenado a primeira performance de [[Faust (ópera)|Faust]] de Gounod e sua ópera [[Roméo et Juliette]] e uma versão abreviada de Les Troyens de [[Hector Berlioz]]<ref name= Dean36/><ref>Neef (ed.), pp. 184, 190 and 48</ref>.
 
Em 13 de março de 1861, Bizet estava presente na première parisiense da ópera [[Tannhäuser]] de [[Richard Wagner]], uma performance recebida com tumúltostumultos que foram inventados pelo influente Jockey-Club de Paris. Apesar dessa distração, Bizet revistou suas opiniões sobre a música de Wagner, a qual ele já havia considerado exêntricoexcêntrico. Ele declarou que Wagner "estava acima de todos os compositores vivos"<ref name= C106/>. Posteriormente, as acusações de "wagnerismo" eram feitas contra Bizet, ao longo de sua carreira como compositor<ref>Curtiss, p. 112</ref>. Como pianista, Bizet mostrou uma habilidade considerável desde seus primeiros anos. Um contemporâneo afirmou que ele poderia ter uma carreira como pianista de concerto, mas optou por esconder seu talento "como se fosse um vício"<ref>Curtiss, p. 109</ref>. Em maio de 1861, Bizet deu uma rara demonstração de suas habilidades como virtuoso, em um jantar em que [[Franz Liszt]] estava presente e ele surpreendeu a todos ao tocar, sem falhas, uma das peças mais difíceis do maestro. Liszt comentou: "Pensei que havia apenas dois homens capazes de superar as dificuldades da obra, mas há três e o mais novo é talvez o mais ousado e mais brilhante"<ref>Dean (1965), p. 45</ref>.
 
O terceiro envio de Bizet foi adiado por um ano por causa de uma doença prolongada e a morte, em setembro de 1861, de sua mãe<ref name= D41/>. Ele eventualmente enviou um trio de trabalhos orquestrais: uma ouverture chamada ''La Chasse d'Ossian'', um scherzo e uma marcha fúnebre. A ouverture foi perdida, o scherzo foi absorvido posteriormente para a sinfonia Roma e a marcha fúnebre foi adaptada e usada em ''[[Les pêcheurs de perles]]''<ref name= OMO/><ref name= D754>Dean (1980), pp. 754–55</ref>. Em 1862 Bizet teve um filho com a empregada doméstica de sua família, Marie Reiter. O garoto foi feito acreditar que era filho de Adolphe Bizet; apenas no seu leito de morte em 1913, Reiter revelou quem era seu verdadeiro pai<ref>Curtiss, p. 122</ref>.
 
O quarto e último envio de Bizet, que o manteve ocupado por grande parte de 1862, foi uma ópera de um ato, ''La guzla de l'émir''. Como um teatro estatal, a Opéra-Comique foi obrigado a interpretar os trabalhos laureados do Prix de Rome de tempos em tempos e ''La guzla '' foi começado a ser ensaiada em 1863. Entretanto, em abril, Bizet recebeu uma oferta de Conde Walewski para escrever uma ópera em três atos, Les pêcheurs de perles, usando um libretto de Michel Carré e Eugène Cormon. Mas por causa de uma condição, que era que a ópera deveria ser o primeiro trabalho a ser interpretado em público, Bizet apressadamente retirou ''La guzla'' da temporada do Opéra e incorporou algumas partes para sua nova produçãovprodução. A primeira performance de ''Les pêcheurs de perles'', no Théâtro Lyrique, foi no dia 30 de setembro. A crítica foi geralmente hostil, embora Hector Berlioz tenha elogiado o trabalho, escrevendo que "Bizet merecia grande honra"<ref>Curtiss, pp. 140–41</ref> . A reação pública foi morna e a ópera terminou após 18 performances. Não foi interpretada novamente até 1886<ref name= D755>Dean (1980), pp. 755–56</ref>.
 
====Anos de luta====
Quando a ajuda financeira do [[Prix de Rome]] expirou, Bizet logo notou que não poderia viver compondo música. Ele aceitou alunos de piano e alguns alunos de composição, dois deles eram Edmon Galabert e Paul Lacombe, que tornaram-se amigos íntimos.<ref name= OMO/> Ele também trabalhou como acompanhista em ensaios e audições para várias óperas, incluindo L'Enfance du Christ de Berlioz e Mireille<ref>Curtiss, p. 146</ref> de [[Charles Gounod]]. Entretanto, seu trabalho principal nesse período foi um arranjo de outros trabalhos. Ele fez transcrições para piano de centenas de óperas e outras peças e preparou partituras para foz e arranjos orquestrais para todos os tipos de música<ref name= OMO/><ref>Dean (1965), pp. 54–55</ref>. Ele também, brevemente, foi um crítico musical para ''La Revue Nationale et Étrangère'', sob o nome de Gaston de Betzi, fazendo uma única contribuição, que apareceu dia 3 de agosto de 1867<ref>Steen, p. 589</ref>.
 
Desde 1862 Bizet trabalhou intermitantementeintermitentemente em ''Ivan IV'', uma ópera baseada na vida de [[Ivan IV da Rússia|Ivan, O Terrível]]. Carvalho falhou ao cumprir sua promessa de produzíproduzi-la,; então, em dezembro de 1865 Bizet ofereceu para a Opéra, que rejeitou, o trabalho permaneceu sem ser apresentado até 1946<ref name= D755/><ref>Dean (1965), p. 261</ref> . Em julho de 1866, Bizet assinou outro contrato com Carvelho, para ''La jolie fille de Perth'', com libretto de J.H. Vernoy de Saint-Georges. Sir [[Walter Scott]] descreveu que esse "foi o pior nome que Bizet levou aos palcos"<ref>Dean (1965), p. 62</ref> . Problemas com o palco e outras questões atrasaram sua estreia por um ano e foi finalmente encenada pelo Théâtre Lyrique em 26 de dezembro de 1867<ref name= D755/>. A recepção pela imprensa foi mais favorável do que qualquer outra ópera de Bizet, o crítico do ''Le Ménestral'' saudou o segundo ato como sendo "uma obra-prima do começo ao fim"<ref>Dean (1965), pp. 71–72</ref>. Mesmo com o sucesso da ópera, apenas foram feitas 18 performances, pos dificuldades financeiras do Carvalho<ref name= D755/>.
 
Enquanto ''La jolie fille'' estava sendo ensaiada, Bizet trabalhou com três outros compositores, cada um contribuíucontribuiu com um simples atosato para uma operetta em quatro atos chamada ''Marlborough s'en va-t-en guerre''. Quando o trabalho foi interpretado no Théâtre de l'Athénée'' no dia 13 de dezembro de 1867 foi logo um grande sucesso e o crítico do ''Revue et Gazette Musicale'' deu atenção particular para o ato de Bizet dizendo que "nada poderia ser mais estiloso, pequeno e ao mesmo tempo notável"<ref>Curtiss, pp, 206–09</ref>. Bizet também arranjou tempo para terminar sua sinfonia Roma e escreveu alguns trabalhos para teclados e canções. No entanto esse período foi marcado compor grandes decepções para o compositor e pelo menos duas óperas foram abandonadas antes de serem concluídas<ref>Curtiss, pp. 194–98</ref>. Entrou em diversas competições, incluindo uma cantata e um hino compostos para a [[Exposição Universal de Paris (1867)|Exposição de Paris de 1867]] e ambas foram um fracasso<ref>Dean (1965), pp. 77–79</ref><ref name= D757>Dean (1980), p. 757</ref>. Em 28 de fevereiro de 1869, a Sinfonia Roma foi apresentada no Cirque Napoléon, sob Jules Pasdeloup<ref>Curtiss, p. 232</ref>.
 
===Casamento===
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====Carmen====
Adolphe de Leuven, o co-diretorcodiretor da Opéra-Comique foi o maior opositor ao projeto de [[Carmen]], resignado no início de 1874, removendo a maior barreira da produção do trabalho<ref name= OMO/>. Bizet terminou as partituras durante o verão e ficou satisfeito com o resultado: "Eu tenho escrito uma obra que é toda clara e viva, cheia de cor e melodia"<ref>Dean (1965), p. 108</ref>. A renomada [[mezzo-soprano]] Célestine Galli-Marié (conhecida profissionalmente como "Galli-Marié") estava engajada com o papel-título. De acordo com Dean, ela ficou encantada com a sua parte. Havia rumores de que o compositor e a mezzo tiveram um breve caso amoroso; sua relação com Genieviève estavamestava tensastensa naquele momento e os dois viveram separados durante vários meses<ref>Dean (1965), pp. 110–111</ref>.
 
Quando os ensaios começaram em outubro de 1874, a orquestra teve dificuldades com a partitura, encontrando partes que eram impossíveis de serem tocadas<ref name= D758>Dean (1980), pp. 758–60</ref>. O coro declarou que algumas músicas também eram impossíveis e ficaram consternados ao ter que agir individualmente no palco, fumando e lutando, ao invés de ficarem em linha, como eram acostumados. Bizet também teve que combater com as tentaticastentativas da companhia de modificar algumas partes da ópera, pois consideravam-asnas impróprias. Somente quando os cantores líderes ameaçaram retirar-se da produção, que a gestão começou a ceder<ref>Dean (1965), pp. 112–14</ref><ref>McClary, p. 23</ref>. Resolvendo as questões, a primeira noite atrasou um pouco, sendo feita em 3 de março de 1875 (coincidentemente na manhã em que Bizet foi apontado como um [[Legião de Honra (França)|Cavaleiro da Legião de Honra]])<ref name= C387/>.
 
Entre as principais figuras do meio musical que estavam na estreia estão [[Jules Massenet]], [[Camille Saint-Saëns]] e [[Charles Gounod]]. Geneviève, sofrendo de um abscesso em seu olho direito, não pode estar presente<ref name= C387>Curtiss, p. 387</ref>. O desempenho da ópera no primeiro dia foi de quatro horas e meiomeia, o último ato não começou antes da meia noite<ref name= S604>Sheen, pp. 604–05</ref>. Em seguida, Massenet e Saint-Saëms foram parabenizados, Gounod em menor escala. DE acordo com uma fonte, ele acusou Bizet de plágio: "Georges me roubou!"<ref>Curtiss, p. 391</ref>. A maior parte da imprensa criticou a ópera, dizendo que a heroína era uma sedutora amoral, invés de uma mulher de virtude. Outros queixaram-se da falta de melodia e fizeram comparações desfavoráveis. Houve, no entanto, elogios do poeta [[Théodore de Banville]], que aplaudiu Bizet<ref>Dean (1965), p. 118</ref>. A reação do público foi morna<ref>Curtiss, pp. 408–09</ref> e Bizet logo se convenceu do fracasso , "Eu prevejo um fracasso definitivo e sem esperanças"<ref>Dean (1965), p. 116</ref>.
 
===Vida e morte===
Na maior parte de sua vida, Bizet sofreu de uma dor de garganta recorrente<ref>Curtiss, p. 61</ref> . Um fumante pesado, ele pôde ter comprometido mais a sua saúde em seu período de trabalho intenso na metade da década de 1860, quando ele trabalhou nas transcrições para as editores, trabalhando até 16 horas por dia<ref>Steen, p. 588</ref>. Em 1868 ele informou Galabert que ele tinha uma doença na traquéia: "Eu sofri como um cachorro"<ref>Curtiss, p. 221</ref>. Em 1871 e novamente em 1874, enquanto completava Carmen, ele teve que se afastar do trabalho por ataques severos, que ele descreveu como "angina na garganta" e sofreu mais um ataque no final de março de 1875<ref>Curtiss, pp. 310 and 367</ref><ref>Dean (1965), p. 122</ref>. Naquele tempo, deprimido pelo fracasso evidente de Carmen, Bizet estava em uma lenta recuperação e adoeceu novamente em maio. No fim daquele mês ele foi para Bougival em um feriado e, sentindo-se um pouco melhor, foi nadar no Rio Sena. No dia seguinte, 1 de junho, ele começou a sofrer de febre alta e dor, que foi seguido de um aparente ataque cardíaco. Ele parecia estar se recuperando, mas no dia 3 de junho ele sofreu um segundo ataque fatal<ref name= D124>Dean (1965), pp. 124–26</ref>.
 
A rapidez da morte de Bizet e a consciência de seu estado depressivo mental, alimentou rumores de suicídio. Embora a causa exata da sua morte nunca foitenha sido descoberta, os médicos descontavam teorias de suicídio e eventualmente determinaram a morte como "uma complicação cardíaca de reumatismo articular agudo". A notícia da morte surpreendeu todo o círculo musical de Paris; como Galli-Marié ficou muito surpresa e triste, a ópera Carmen não foi interpretada naquela noite, sendo substituída por La Dame Blanche de [[François-Adrien Boieldieu]]<ref name= D124/>.
 
No funeral, no dia 5 de junho, na igreja Église de la Sainte-Trinité, mais de 4,000{{fmtn|4000}} pessoas estavam presentes. Adolphe Bizet conduziu os enlutados, que incluíram Thomas, Gounod, Ludovic e Léon Halévy e Massenet. Uma orquestra, sob Pasdeloup interpretaram ''Patrie'' e o organista improvisou alguns temas de Carmen. No enterro, que se seguiu no Cemitério Père Lachaise, Gounod o elogiou. Ele disse que Bizet foi derrubado exatamente por estar se tornando reconhecido como um verdadeiro artista. Ao fim, Gounod se emocionou e não conseguiu concluir<ref>Curtiss, pp. 422–23</ref>. Depois de uma apresentação especial de Carmen no Opéra, naquela mesma noite, a imprensa que tinha condenado universalmente, declarou Bizet como um mestre<ref>Dean (1965), p. 128</ref>.
 
== Obra ==