Dialeto da costa norte: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Etiquetas: Edição via dispositivo móvel Edição feita através do sítio móvel
Etiquetas: Edição via dispositivo móvel Edição feita através do sítio móvel
Linha 50:
* '''Apagamento/ iotização de "lh" [ʎ] e "nh" [ɲ]:''' O "nh" e o "lh" são frequentemente iotizados em sílabas mediais e finais, juntamente com o apagamento da última vogal, geralmente [ʊ] ("tamanho" > [tɐ̃mɐ̃j̃] - "tamãe" - ou [tɐ̃mɐ̃j̃ʊ]; paninho > [pɐ̃'nĩ] ou [pɐ̃nĩʊ̃ ]; "filho" > [fij]; "velho" > ([vɛj]). Antes da vogal i, o "nh" é, em vez disso, apagado ("rainha" > [ha'ĩɐ]). Os casos em que esses fonemas não são apagados ou iotizados parecem ser influenciados pela presença de vogais abertas ([a] [ɛ] [ɔ]) posteriores a esses fonemas.<ref>{{Citar periódico|ultimo=|primeiro=|url=http://www.profala.ufc.br/Trabalho1.pdf|título=A despalatalização e consequente iotização no falar de Fortaleza|acessadoem=23 de abril de 2012}}</ref>
 
* '''Glotalização do "r":''' Assim como na maior parte do Nordeste, os cearenses tendem a usar a letra "r" de uma maneira bem forte ([ɦ]), o qual é dado o nome de "r" sonoro, em qualquer situação, até mesmo no dígrafo "rr", como em "carro" ['kaɦu], "verso" ['vɛɦsu] e "ramo" ['ɦɐmu], porém, iniciando sílabas e formando encontros consonantais se usa [ɾ], como em boa parte dos falantes da língua portuguesa: "grito" ['gɾitu] e "aranha" [a'ɾɐɲɐ]. Outra característica marcante de vários dialetos nordestinos, em particular o cearense, é o desuso do som da letra "r" em palavras que terminam com "r", ou seja, o "r" é semprecomumente mudo no fim de palavras, como em "andar" [ɐ̃ 'da] e "caviar" [kavi'a].No entanto,assim como em outros dialetos brasileiros,é comum a sua pronúncia como [ɾ] quando precedendo uma vogal.
 
 
* '''Neutralização de [v], [ʒ] e [z]:''' Um fenômeno típico do falar cearense, muito usado em imitações humorísticas do dialeto, é a neutralização dos fonemas [v], [ʒ] e [z] como [ɦ], variante do fonema /r/ típico do Nordeste brasileiro, em várias situações, por exemplo: "estava" ([iʃ'tahɐ]); "mesmo" ([meɦmu] ou até ['meɦum]); e "gente" ([ɦẽt(ʃ)i]). De início, via-se esse fenômeno como típico da fala plebéia e rural, gerando estigmatização do falante. Mais tarde, segundo alguns autores, essa transformação passa a ser vista como ocorrendo principalmente na linguagem rápida e descontraída, para fins de facilitar a articulação, representando assim uma variante dialetal usada em situações de familiaridade e relaxamento. Outros, contudo, consideram que ela é causada principalmente por fatores lexicais e interacionais. Assim, as causas que influenciaram essa mudança seriam a natureza da consoante ou da vogal seguinte e a presença do morfema do pretérito imperfeito "ava".<ref>{{Citar periódico|ultimo=Aragão|primeiro=Maria do Socorro Silva de|url=http://www.profala.ufc.br/Trabalho3.pdf|título=A neutralização dos fonemas / v – z - Z / no falar de Fortaleza|acessadoem=23 de abril de 2012}}</ref>