História do Rio Grande do Sul: diferenças entre revisões

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→‎Anos 30 a 60: Aliança Nacional LIbertadora*
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Em 1928 Getúlio Vargas sucedeu a Borges de Medeiros, e foi mais um castilhista no poder. Buscou o apoio dos estancieiros representando a classe junto ao governo federal, e protegendo os sindicatos que eles estavam organizando. Descobrindo nos custos de transporte o maior problema, ampliou as ferrovias e incentivou a primeira companhia aérea do estado, a futura [[VARIG]]. Para facilitar o [[crédito]], fundou o [[Banco do Estado do Rio Grande do Sul]]. Sua maior proeza, contudo, foi a dissipação de antigas rivalidades políticas que afligiam o Rio Grande do Sul desde muito tempo. O fruto disso foi a construção da [[Aliança Liberal]], da qual foi o candidato às eleições nacionais em 1930, vencendo a competição, contudo, [[Júlio Prestes]]. Mas este não chegaria a tomar posse, sendo deposto pela [[Revolução de 1930|Revolução de 30]], que guindou Getúlio à Presidência com decisiva participação dos gaúchos.<ref name="COSTA"/>
 
Getúlio Vargas assumiu o governo levando sua herança política castilhista e a experiência que tivera com os sindicatos gaúchos, e diz-se que foi uma fase de "gauchização" da política do Brasil, mas temperada com os ideais tenentistas. Decretou a intervenção nos estados e através da [[Constituição de 1934]] introduziu reformas importantes como o voto secreto e obrigatório para maiores de 18 anos; o voto feminino; previu a criação da [[Justiça do Trabalho]] e da [[Justiça Eleitoral]], entre outras coisas. Seu governo instituiu uma versão do castilhismo conhecida como [[populismo]], pois buscou atrair as classes populares na construção de uma nova sociedade. Tinha bons propósitos, mas eles não bastaram para que a oposição se calasse, e em pouco tempo movimentos se organizaram em vários pontos do país para removê-lo do [[Palácio do Catete|Catete]]. No Rio Grande do Sul a oposição encontrou forças em [[José Antônio Flores da Cunha]], o interventor indicado pelo próprio Vargas, e em intelectuais como Dyonélio Machado, um dos líderes locais da [[Aliança Libertadora Nacional Libertadora]], de esquerda. A reação de Vargas foi dura - Flores da Cunha teve de se exilar e os membros da ALN foram reprimidos violentamente, sendo usada até a tortura.<ref name="COSTA"/>
 
Por outro lado, diversas reformas impostas pelo governo federal não estavam sendo cumpridas no estado, pois a elite industrial e comercial resistia a abrir mão de direitos tradicionais. Novas greves foram organizadas, as entidades operárias romperam relações com o [[Ministério do Trabalho e Emprego|Ministério do Trabalho]], e o clima se tornou tenso novamente nos círculos da produção..<ref name="COSTA"/> Também a política estadual continuava convulsionada, pois nesse momento o Brasil, amedrontado com a "ameaça bolchevique", se encontrava largamente influenciado pelos regimes totalitários europeus como o [[Nazismo]] e o [[Fascismo]]. A repercussão disso no estado foi especialmente intensa pois os descendentes dos imigrantes italianos e alemães se haviam identificado com o que se passava em seus países ancestrais, e nessa altura esses grupos já constituíam grandes e fortes colônias, respondendo por 50% da população e da renda totais do estado, e alguns de seus representantes atingiam posições de eminência no empresariado e na política, como o [[Intendente]] de Porto Alegre, [[Alberto Bins]], de origem alemã, que em declarações públicas expressou sua simpatia pelo Nazismo. Os alemães logo passaram a ostentar suas preferências políticas em passeatas vestidos de trajes militares e carregando bandeiras com a [[suástica]], enquanto que os italianos se ufanavam de sua etnia e conquistas incentivados pelo próprio [[Mussolini]]. Outros ainda aderiam ao [[Integralismo]], de caráter similar<ref name="QUEVEDO"/><ref name="MAESTRI">Maestri, Mário. [http://www.espacoacademico.com.br/025/25hmaestri.htm ''Os Gringos Também Amam'']. Revista Espaço Acadêmico, nº 88, setembro de 2008</ref>.