Videocassete: diferenças entre revisões

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==História==
===Primeiros aparelhos===
O primeiro videocassete com sucesso comercial foi o [[U-matic]] da Sony, introduzido no mercado em 1971. Até então, a gravação de imagens em meio magnético era feita com os videotapes (videoteipes), fitas magnéticas de 1/2, 1 ou 2 polegadas de largura acondicionadas em carretéis (ou rolos). Os equipamentos eram caros e pesados e seu uso para o mercado amador era pequeno. Usou-se então para o vídeo o conceito de "cassete" desenvolvido pela Philips nos anos 60 para as fitas de áudio, onde os carretéis com as fitas de áudio foram colocados em uma caixinha plástica. Do mesmo modo as fitas de vídeo foram montadas em uma caixa plástica que permitiria sua colocação no gravador de maneira mais rápida e prática (sem precisar passar a fita ao redor da cabeça de leitura ou por polias) além de ser , um aperfeiçoamento em relação à fita cassete de áudio foi a colocação de uma tampa retrátil na caixa plástica no lado em que esta é introduzida no aparelho para protegê-la do contato com as mãos.
O [[U-matic]] usava uma fita de 3/4 de polegada de largura.
 
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====Os formatos Betamax e VHS====
[[Ficheiro:Sony Betamax SL-HF150 1.jpg|left|thumb|354x354px|Vídeocassete Betamax da [[Sony]], este modelo foi lançado em 1985.]]
Após o U-matic, a Sony criou um formato dirigido especificamente para o consumo de massa amador, conhecido como '''[[Betamax]],''' lançado no mercado dos [[EUA]] em Novembro de 1975. A novidade estava em usar uma fita de 1/2 polegada de largura (que resultava em uma caixa menor), que ao ser extraída do cassete envolvia completamente o cilindro onde estavam as cabeças de gravação e leitura de uma maneira que a troca de informação fosse maior, com consequente reflexo na qualidade da imagem. O Betamax possuía originalmente um tempo de gravação de 1 hora por fita (que após a chegada de concorrentes passou a 2 horas por fita).
Por causa de uma estratégia mercadológica da Sony o Betamax foi franqueado para poucas empresas entre elas a [[Sanyo]] e a [[NEC]].
 
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Existem várias suposições lógicas para o fracasso do formato Betamax:
 
*Suposição I: O VHS prevaleceu porque, desde sua introdução contava com o dobro de tempo de gravação, dado que o formato Betamax no início estava limitado a uma hora de gravação; logo este foi aperfeiçoado com uma velocidade (Beta II) que permitia duas horas de gravação.
*Suposição II: O êxito do VHS é deu-se pela sua rápida adoção pelo mercado pornográfico. A grande disponibilidade de [[pornografia]] neste formato impulsionou sua difusão, através da venda e locação das fitas, demonstrando que a pornografia em busca de novos mercados e de formas de difusão e comercialização é também um combustível para a consolidação de novos formatos audiovisuais (a [[Internet]] é um exemplo disso).
*Suposição III: A JVC e a Sony usaram diferentes estratégias para a difusão de suas tecnologias, a JVC licenciou rapidamente sua tecnologia VHS a outras companhias que inundaram o mercado com dezenas de marcas diferentes (Zenith, RCA, SHARP, Philco, GE, Sears,Thomson etc.) criando uma massa crítica de publicidade+marketing+revendas que em muito superou a Sony, que quis manter o Betamax apenas para sí e para 2 ou 3 companhias que foram licenciadas por ela para produzir seus equipamentos.
*Difusão no Brasil: Os primeiros gravadores de videocassete eram no padrão de cor americano [[NTSC]], o que não permitia a gravação em cores das transmissões brasileiras (em PAL-M). Os técnicos de televisão brasileiros descobriram uma forma de trocar o cristal que determinava a frequência do sinal de cor dos aparelhos VHS para um padrão intermediário entre o NTSC e o PAL-M, sem a linha de retardo do PAL-M, criou-se o chamado de N-linha. Esta adaptação permitia a gravação e reprodução das cores dos programas de televisão através de aparelhos originalmente em NTSC, assim ao se comprar um gravador de videocassete a preferência pendeu para os VHS que podiam ser adaptados facilmente.
 
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====AKAI====
Formato proposto pela japonesa Akai.
[[Ficheiro:Akai-videotape-format.jpg|left|thumb|Um videotape Akai, lançado antes do VHS e do Betamax.]]
 
====LVR====
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====Sony U-Matic====
[[Ficheiro:SONY U-MATIC.jpg|left|thumb|212x212px|Sony U-matic, com a entrada da fita aberta, pronto para se introduzir a fita.]]
O '''Sony U-matic''', introduzido em [[Tóquio]] em Setembro de 1971, foi o primeiro formato comercial de videocassete do mundo. Como citado acima seus cassetes, usavam fitas de 3/4 de polegada (1,9 cm) e tinham um tempo de reprodução de 60 minutos (depois estendido a 90 minutos com uso de fitas mais finas). A Sony foi a impulsionadora deste formato também licenciado para a JVC e Panasonic. Diversas máquinas foram lançadas neste formato, tanto para uso doméstico (com sintonizador de TV e timer) quanto para uso profissional, o primeiro país a usar o U-Matic domesticamente em larga escala foi a [[África do Sul]] que por conta do [[apartheid]] não tinha emissoras de TV. {{Carece de fontes|data=junho de 2017}}
 
O U-matic, com sua fácil utilização e boa qualidade permitiu sua difusão no meio profissional especialmente na área do jornalismo televisivo. Com a introdução de gravadores portáteis (os primeiros pesavam quase 10 quilos) que usavam fitas menores (com 20 minutos de duração) o U-Matic tornou-se o principal impulsionador do '''jornalismo eletrônico''' quando as câmeras de vídeo passaram a substituir as de cinema 16mm na captação de notícias para televisão e a edição eletrônica das imagens (montagem feita com dois ou mais aparelhos U-matic) passou a ser utilizada.
[[Ficheiro:U-matic.jpg|thumb|221x221px|Fita U-matic tradicional.]]
Com o aperfeiçoamento do U-Matic como formato profissional houve uma consequente redução de custos dos equipamentos, logo os VCRs U-matic passaram a ser largamente usados por escolas, empresas e instituições, desenvolvendo-se então um mercado até então incipiente da "produção independente" em vídeo tanto com fins empresariais e educacionais como para fins televisivos. Seu uso continuou até início dos anos 90, quando outro formato da Sony, o formato Betacam (derivado do amador Betamax), com qualidade equivalente ao videoteipe profissional de uma polegada, passou a ser o equipamento padrão pelas emissoras de televisão e por produtoras.
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====Betacam====
Formato profissional da SONY derivado do Betamax, também com fita de 1/2 polegada e caixa de tamanho similar, onde um sistema eletrônico altamente sofisticado e fitas de grande coercitividade permitiam a captação e reprodução de imagens de alta qualidade.
O grande salto foi a introdução de "camcorders" (câmeras com gravadores de vídeo acoplados)com fitas neste formato que deram, um salto de qualidade e mobilidade para o jornalismo eletrônico.
 
===Videocassete no Brasil===
O mercado de VCRs no Brasil começa no início da [[década de 1980]]. Os primeiros aparelhos eram trazidos do exterior e, por se tratarem de equipamentos feitos para o mercado americano, funcionavam no padrão de cores [[NTSC]], o que no Brasil resultava na gravação e reprodução de imagens apenas preto e branco.
 
Pensando nisto, a Sony passou então a importar do Panamá aparelhos no formato Betamax, já adaptados para o sistema brasileiro, o [[PAL-M]], para atender o mercado que começava. No entanto, por conta das taxas de importação, os aparelhos eram caros.
 
O primeiro aparelho de VCR fabricado no Brasil foi lançado em 1982 pela [[Política Nacional de Informática#Grupo brasileiro Sharp|Sharp]] no formato VHS. Cerca de um ano depois a [[Philco]] lançou o produto em VHS e logo outros fabricantes entraram no mercado com este formato. A exceção foi a Sony que começou a produzir em [[Manaus]] seu Betamax. Porém, o Betamax foi superado pelo VHS, que se tornou o formato padrão de vídeo do mercado brasileiro até meados de 2002 quando foi superado pelo DVD.
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Em outubro de 2008 a Distribution Video & Audio, última grande distribuidora de fitas VHS dos Estados Unidos, anunciou que entregou o último lote do seu produto. O último filme de Hollywood lançado em VHS foi "[[A History of Violence]]" em 2006.<ref>{{citar web|URL=http://articles.latimes.com/2008/dec/22/entertainment/et-vhs-tapes22?pg=1|título=VHS era is winding down|autor=Geoff Boucher|data=22/12/2008|website=Los Angeles Times|acessodata=acessado em 22 de julho de 2016}}</ref>
 
A [[Funai Electric]] foi a última empresa a suspender a produção dos videocassetes em [[VHS]], ocorrido em julho de 2016. Esta decisão não partiu da empresa e sim dos fornecedores de peças para o equipamento, que interromperam suas produções e obrigaram a Funai a cancelar a linha de montagem do aparelho. A empresa contabilizou a venda de 750.000 unidades no ano de 2015.<ref>{{citar web|URL=http://oglobo.globo.com/economia/ultimo-fabricante-de-videocassetes-anuncia-fim-da-producao-19763949|título=Último fabricante de videocassetes anuncia fim da produção|autor=AFP|data=21/07/2016|website=O Globo|acessodata=acessado em 22 de julho de 2016}}</ref>.
 
==Ver também==