Grécia romana: diferenças entre revisões

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{{História da Grécia}}
 
'''Grécia romana''' é o período da [[História da Grécia]] após a vitória romana sobre os [[Corinto|coríntios]], na [[Batalha de Corinto (146 a.C.)|Batalha de Corinto]], em {{AC|146 a.C|x}}, até o restabelecimento da cidade de [[Bizâncio]] e sua nomeação pelo imperador [[Constantino]] como a capital do Império Romano (nomeada ''Nova Roma'', posteriormente [[Constantinopla]]) em {{DC|330 d.C.|x}}<ref name="Paul Cartledge, 2009">Paul Cartledge, 2009</ref>
 
== A Conquista ==
A [[Península Grega]] ficou sob domínio romano a partir de [[{{AC|146 a.C.]]|x}}, com o sul da Grécia sob a vigilância da província Macedônica, anexada por Roma desde {{AC|167 a. C.|x}}<ref name="Paul Cartledge, 2009"/> No entanto, algumas [[polis|pólis]] gregas conseguiram manter uma independência parcial e evitar a tributação.<ref name="Alcock, 1993">Alcock, 1993</ref> As ilhas do [[Mar Egeu]] foram adicionadas a este território em 133 a.C. [[Atenas]] e outras cidades gregas se rebelaram em {{AC|88 a.C.|x}}, e a península foi esmagada pelo general romano [[Lúcio Cornélio Sula|Sila]]. As [[guerras civis romanas]] devastaram ainda mais a região, até [[Augusto]] organizar a península como a [[Acaia (província romana)|Província de Acaia]] em 27 a.C.<ref name="Paul Cartledge, 2009"/>
[[FicheiroImagem:RomanEmpire 117-pt.svg|thumb|200px|esquerda|Mapa da maior extensão do Império Romano 117 d.C., sob [[Trajano]]]]
 
== Cultura Greco-Romana ==
[[FicheiroImagem:Tower of the Winds.jpg|200px|thumb|esquerda|A Torre dos Ventos]]
A Grécia foi fundamental como província oriental do [[Império Romano]], principalmente por sua influência na cultura romana, que passou a ser conhecida como [[Cultura greco-romana|Cultura Greco-Romana]].<ref>[http://www.fflch.usp.br/dh/leir/marenostrum/marenostrum-ano1-vol1-p-113-127.pdf Guarinello, Norberto Luiz. Ordem, Integração e Fronteiras no Império Romano. Um Ensaio. Mare Nostrum, v. 1, p. 113-127, 2010]</ref> A [[Grego antigo|língua grega]] serviu como língua franca no Leste e na Itália, e muitos intelectuais gregos, como [[Galeno]], iriam realizar a maior parte do seu trabalho em Roma. A ambição romana pela região grega estava relacionada com a sua admiração pela cultura, literatura e arte, o que levou a um processo de [[aculturação]].<ref>História da vida privada, vol. 1. ''Do Império Romano ao ano mil''. Organização: Paul Veyne. São Paulo, Companhias das Letras, 1989.</ref>
 
O mais interessante é o fato de que a cultura [[Período helenístico|helenística]], mesmo tendo sido preservada sob o domínio do Império Romano, foi modificando-se e desenvolvendo-se, tornando-se mais rica. O legado que acreditamos ser grego na [[Renascimento|Renascença]] cultural da Europa, na verdade é da civilização da [[Roma Antiga]], pois deriva dessa mescla da cultura helenística original e seu desenvolvimento no período romano.<ref name="Paul Cartledge, 2009"/>
 
Os imperadores romanos mantiveram uma admiração por coisas gregas.<ref name="Paul Cartledge, 2009"/> O Imperador [[Nero]] visitou a Grécia em {{DC|66 d.C.|x}} e se apresentou nos [[Jogos Olímpicos da Antiguidade|Jogos Olímpicos Antigos]], apesar das regras contra a participação de não-gregos. Naturalmente, ele foi homenageado com uma vitória em cada concurso, e em 67 d.C., proclamou a liberdade dos gregos nos [[Jogos Ístmicos]] em Corinto.<ref>[[Dião Cássio|Díon Cássio]], ''História de Roma'', livro 63.</ref> [[Adriano]] foi um dos imperadores que mais propagou o helenismo, tendo construídou seu [[Arco de Adriano]] na Grécia.<ref>{{citar web|url=http://www.ufg.br/this2/uploads/files/112/04_AmericoCouto_AConstrucaoDeImagens.pdf|título= A Construção de Imagens Imperiais Romanas: Imaginário e Representação dos Governos de Trajano e Adriano(SÉCULO II d.C)|autor=Couto, Américo Henrique Marquez do.|data=2008|local=Goiás}}</ref>
 
[[Ficheiro:Hadrian's Arch.jpg|thumb|direita|200px|Arco de Adriano em Atenas, com a [[Acrópole de Atenas]] vista por trás.]]
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== A Questão social ==
O historiador [[Géza Alfödy]] explica que a integração entre as províncias e Roma levou a um surto de desenvolvimento econômico e à integração das populações provinciais, no sentido de que foram progressivamente adquirindo o status de [[cidadania romana]], até a integração jurídica total com o decreto de [[Caracala]], em 212 d. C.<ref name="Alfody, 1989">Alfody, 1989</ref> No quesito econômico, o desenvolvimento obtido não atingiu somente Roma, mas sim todo o Império, o que levou à perda do predomínio econômico da Itália para outras partes do Império. O alargamento do sistema econômico, somado ao da organização social romana disseminada pelo Império, proporcionou a ascensão de famílias dominantes das províncias e mesmo de habitantes de extratos mais baixos na classe dirigente do Império.<ref name="Alfody, 1989">Alfody, 1989</ref>
 
O primeiro imperador das províncias a subir ao trono foi [[Trajano]].<ref>Alfody, p.119, 1989</ref> Este fato explica-se porque alguns dos imperadores posteriores a Trajano tinham grande interesse por outras culturas, além da romana. Além disso, famílias ricas gregas passaram a ascender politicamente no próprio Senado romano, como é o caso do historiador e senador [[Dião Cássio|Díon Cássio]], no século {{séc|II d. C.}}
 
== Império Romano tardio ==
Durante o segundo e terceiro século, a Grécia foi dividida em províncias, e, logo após, a [[Macedônia (província romana)|Macedônia]] sofreu o mesmo processo. Além disso enfrentaram diversas invasões de povos, como os [[Visigodos]].
 
A Grécia permaneceu parte da, relativamente unificada, [[Império Bizantino|metade oriental do Império]], que eventualmente se tornou o [[Império Bizantino]]. Contrariamente às desatualizadas visões da [[Antiguidade tardia]], a península grega foi provavelmente uma das regiões melhor desenvolvidas do Império Romano.<ref name="Alcock, 1993"/> Cenários mais antigos da pobreza, desertificação, destruição de bárbaros e decadência civil foram revistos em luz de descobertas arqueológicas recentes. Na verdade, a pólis, como instituição, parece ter permanecido próspera até, pelo menos o século {{séc|VI d.C.}}, devido à tradição de desenvolvimento urbano do Oriente grego.<ref name="Alfody, 1989"/> Textos contemporâneos, como o do filósofo [[estoicismo|estoico]] [[Hiérocles (estoico)|Hiérocles]], afirmam que a Grécia da Antiguidade tardia foi altamente urbanizada e continha aproximadamente 80 cidades. Esta visão de extrema prosperidade é amplamente aceita hoje, e presume-se, entre os séculos IV e VII d.C., que a Grécia pode ter sido uma das regiões economicamente mais ativas do [[Mediterrâneo Oriental]].
 
Ao mesmo tempo, a Grécia e o resto da Roma Oriental ficaram sob a influência do [[Cristianismo primitivo]]. O Apóstolo [[Paulo de Tarso]] pregou na Macedônia e em Atenas, e seu status de cidadão romano lhe dava ampla margem para se movimentar por diversas regiões no Império.<ref name="Paul Cartledge, 2009"/> Devido às suas pregações, a Grécia logo se tornou uma das mais altamente cristianizadas áreas do Império.
 
== {{Ver também}} ==
* [[Grécia Antiga]]
* [[Império Romano]]