História da Federação Russa: diferenças entre revisões

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=== Depressão econômica e decadência social ===
[[Imagem:Russian economy since fall of Soviet Union-pt.PNG|thumb|esquerda|Economia russa desde a queda da União Soviética.]]
A economia russa afundou em uma profunda depressão em meados dos [[anos 1990]], que se tornou maior, devido ao colapso de [[1998]], e começou a se recuperar entre [[1999]]-[[2000]]. O declínio da economia russa foi mais grave que a [[Grande Depressão]] nos Estados Unidos em termos de [[Produto Interno Bruto]].,<ref>{{citecitar web|url=http://lcweb2.loc.gov/cgi-bin/query/r?frd/cstdy:@field(DOCID+ru0119) |titletítulo=Russia |publisherpublicado=Lcweb2.loc.gov |datedata= |accessdateacessodata=2008-11-26}}</ref>, que quase paralisou o capitalismo mundial depois de [[1929]]. Isso é quase metade da grave queda catastrófica após a [[Primeira Guerra Mundial]], a queda do [[czarismo]] e a [[Guerra Civil Russa]]<ref>Ainda se debate acaloradamente entre os economistas ocidentais, os sociólogos e os políticos, se o respaldo do FMI, do Banco Mundial e do Departamento de Tesouraria dos Estados Unidos a reformas políticas adotadas pela Rússia, como a "terapia de choque", foi o responsável pela situação de pobreza da Rússia nos anos 90. Um programa de reforma similar havia sido adotado na Polônia em janeiro de 1990, com resultados em geral favoráveis. Em qualquer caso, os críticos ocidentais da reforma de Iéltsin, como Marshall Goldman, Stephen Cohen e [[Joseph E. Stiglitz|Joseph Stiglitz]] (que havia estado a favor de una transição mais "gradual" para o capitalismo), consideram que as políticas adotadas pela Polônia como inapropriadas para a Rússia, dado que o impacto do comunismo na economia e cultura política polonesas foi muito mais suave.</ref>
 
A consequência mais importante da reforma econômica foi o aumento acentuado nas taxas de [[pobreza]] e [[desigualdade econômica]], que cresceram consideravelmente desde o fim da era soviética .<ref>A linha de pobreza se colocou em 1993 no equivalente a 25$ por mês. A diferença de estimação se deve à diferença na metodologia de cálculo. A taxa maior de pobreza se baseia no cálculo da renda de uma família. A mais baixa se baseia no consumo de una família, já que as familias tendiam a não informar algumas de suas rendas mensais.</ref> Estimativas do [[Banco Mundial]] com base em dados macroeconômicos e levantamentos de rendimentos e despesas familiares indicaram que, embora em [[1988]] apenas 1,5% da população vivia em situação de pobreza (definida com rendimentos abaixo do equivalente a US$ 25 por mês), em meados de [[1993]], se situava entre 39% e 49% da população vivendo na pobreza..<ref>Branko Milanovic, ''Income, Inequality, and Poverty During the Transformation from Planned to Market Economy'' (Washington DC: The [[World Bank]], 1998), pp.186–90.</ref> O rendimento médio mensal domiciliar ''per capita'' caiu de $72 a $32. A renda ''per capita'' caiu mais 15% em 1998, segundo dados do governo.
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Embora a escassez da oferta de bens de consumo característico da [[década de 1980]] deixou de existir, não só devido à abertura do mercado russo às importações no início dos anos 1990, mas também devido ao empobrecimento da população russa na década de 1990. Os russos em rendas fixas (a grande maioria dos trabalhadores), viram seu poder aquisitivo reduzido drasticamente, de modo que não podiam comprar quase nada.
 
Em [[2008]], a renda média subiu para mais de US$ 600 por mês, em evidência da ligeira recuperação nos últimos anos graças principalmente aos altos preços do petróleo. Mas o aumento da renda não está sendo distribuído uniformemente. As desigualdades sociais aumentaram fortemente durante a década de 1990 com o [[Coeficiente de Gini]], por exemplo, que atingiu 40%.<ref>{{citecitar web|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/rs.html |titletítulo=CIA&nbsp;— The World Factbook&nbsp;— Russia |publisherpublicado=Cia.gov |datedata= |accessdateacessodata=2008-11-26}}</ref>. As diferenças de renda na Rússia são quase tão grandes como as do [[Brasil]], que têm sido o líder mundial em termos de desigualdades, e essas disparidades econômicas regionais no nível de pobreza ainda seguem crescendo consideravelmente.
 
=== Reação contra a reforma ===
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A política do governo neste período de luta contra a [[corrupção]] tem levado a várias investigações criminais de alguns oligarcas muito influentes ([[Vladimir Gusinsky]], [[Boris Berezovsky]] e [[Mikhail Khodorkovski]], em particular) que obtiveram grandes valores do Estado, de forma totalmente ilegal, durante o processo de privatização. Gusinsky e Berezovsky foram forçados a abandonar a Rússia, deixando parte dos seus recursos. Khodorkovski foi condenado por [[evasão fiscal]] e preso com a conseqüente perda de seus bens, incluindo a empresa [[YUKOS]], a maior produtora de petróleo da Rússia. Ninguém pode afirmar que a posição de Putin é geralmente avessa aos oligarcas, pois também trabalha em estreita colaboração com outros oligarcas, como é o caso de [[Roman Abramovich]].
 
Esses confrontos também levaram Putin a estabelecer o controle sobre os meios de comunicação, antes de possuído pelos oligarcas. Em [[2001]] e 2002, o canal de televisão [[NTV (Rússia)|NTV]] (anteriormente pertecente a Gusinsky), [[TV6]] e [[TVS]] (pertencentes a Berezovsky) foram tomadas por grupos de comunicações leais a Putin. Contratos semelhantes aconteceram com a mídia impressa..<ref>{{citecitar newsjornal|lastúltimo =Andrew |firstprimeiro =By |url=http://www.nytimes.com/2007/04/22/world/europe/22russia.html?ex=1334980800&en=e78329317e370553&ei=5124&partner=permalink&exprod=permalink |titletítulo=50% Good News Is the Bad News in Russian Radio&nbsp;— New York Times |publisherpublicado=Nytimes.com |datedata=April 22, de abril de 2007 |accessdateacessodata=2008-11-26}}</ref>
 
O governo Putin exerce um controle significativo sobre os meios de comunicação sociais russos. Muitos editores e diretores estão dispostos a remover um artigo ou despedir um jornalista a um pedido informal da administração presidencial. Embora muitos dos problemas da era Iéltsin (como a guerra na Chechênia e as greves de pagamento de salários) ainda existem, agora os repórteres são "convidados" a ignorar ou minimizar, produzindo assim uma imagem positiva da Rússia.
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No segundo mandato do Presidente Putin, a Rússia aumentou consideravelmente o seu prestígio internacional e da sua economia, retornando ao seu ''status'' tradicional de potência mundial abandonado na última década, apesar do potencial bélico desastroso se manter praticamente inalterado. Muitos oligarcas que tinham tomado posse dos imensos recursos nas mãos da ex-república soviética foram eliminados do cenário econômico, recuperando o capital do estado, especialmente no gigante setor de energia. Várias empresas de petróleo e gás foram nacionalizadas, racionalizada como a [[Gazprom]] e posto uma grande confiança no serviço da política ambiciosa do Presidente.
 
Alguns pesquisadores afirmam que a maioria dos russos lamentam hoje a [[dissolução da União Soviética]] em [[1991]].<ref>{{citecitar web|url=http://jamestown.org/publications_details.php?volume_id=2&&issue_id=21 |titletítulo=The Jamestown Foundation |publisherpublicado=Jamestown.org |datedata= |accessdateacessodata=2008-11-26 |archiveurl arquivourl= http://web.archive.org/web/20071101100123/http://jamestown.org/publications_details.php?volume_id=2&&issue_id=21 |archivedate arquivodata=1 Novemberde 1,novembro de 2007}}</ref> Em várias ocasiões, incluindo Vladimir Putin - o sucessor nomeado por Boris Yeltsin - disse que a queda do governo soviético levou a poucos ganhos e muitos problemas para muitos cidadãos russos. Em um comício em fevereiro de 2004, por exemplo, Putin chamou o desmantelamento da União Soviética de uma "tragédia nacional em grande escala" que "apenas as [[elites]] e os nacionalistas aproveitaram". E acrescentou: "Acho que os cidadãos comuns da antiga União Soviética e o espaço pós-soviético não ganharam nada com isso. Ao contrário, as pessoas tiveram que enfrentar muitos problemas."<ref>{{citecitar web|url=http://www.theglobeandmail.com/servlet/story/RTGAM.20040212.wsovi0212/BNPrint/Front |titletítulo=globeandmail.com: Front |publisherpublicado=Theglobeandmail.com |datedata= |accessdateacessodata=2008-11-26 |archiveurl arquivourl= http://web.archive.org/web/20070930035330/http://www.theglobeandmail.com/servlet/story/RTGAM.20040212.wsovi0212/BNPrint/Front |archivedate arquivodata=30 Septemberde 30,setembro de 2007}}</ref>
 
O prestígio internacional de Putin sofreu um duro golpe para o Ocidente durante a disputada eleição presidencial ucraniana de 2004. Putin visitou a [[Ucrânia]] duas vezes antes das eleições para mostrar seu apoio ao candidato pró-russo [[Viktor Yanukovych]] contra o líder da oposição, [[Viktor Yushchenko]], um economista liberal pró-ocidental. Putin também parabenizou Yanukovich, seguido logo depois pelo presidente bielorrusso [[Alexander Lukashenko]], pela sua vitória antes que os resultados da eleição fossem oficiais<ref>{{citecitar web|url=http://www.kvali.com/kvali/index.asp?obiektivi=show&n=195 |titletítulo=Kvali Online Magazine |publisherpublicado=Kvali.com |datedata= |accessdateacessodata=2008-11-26}}</ref> e fez declarações se opondo a uma segunda volta da disputada eleição, Yanukovich venceu, em meio a denúncias de fraude em grande escala. A segunda rodada foi finalmente repetida; Yushchenko venceu a etapa e acabou por ser declarado o vencedor em [[10 de janeiro]] de [[2005]]. No Ocidente, a reação à movimentação da Rússia, ou talvez interferência, na eleição ucraniana evocaram ecos da [[Guerra Fria]], mas as relações com os EUA mantiveram-se estáveis.
 
Em 2005, o governo russo substituiu as grandes benefícios em espécie era soviética, tais como transporte gratuito e subsídios para os grupos socialmente vulneráveis, através de pagamentos em dinheiro. A reforma, conhecida como [[monetização]], tem sido impopulares e causaram uma onda de manifestações em várias cidades russas, com milhares de pessoas em protesto contra a perda de seus benefícios. Esta foi a primeira vez que uma onda de protestos ocorreram durante o governo Putin. A reforma enfraqueceu a popularidade do governo russo, mas Putin ainda é popular, pessoalmente, com índice de aprovação de 77%..<ref>Levada Center poll of Sept. 2006</ref>