Primeira República Brasileira: diferenças entre revisões

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"Com sua influência ampla e profunda na sociedade brasileira, principalmente na elite militar e política, o Positivismo foi a base fundamental da compilação do texto da Constituição de 1891 e também da implantação da República pelos militares em 1889. VALENTIM 2010. p. 41.<ref name="autogenerated1">VALENTIM, Oséias Faustino. O Brasil e o Positivismo. Rio de Janeiro: Publit, 2010. ISBN 9788577733316</ref>
 
Também, segundo o mesmo autor: "Uma das maiores e mais complexas transformações políticas e sociais que essa corrente filosófica proporcionou [por ser a mentalidade norteadora da cúpula militar na pessoa de Benjamim Constant principalmente] foi a separação entre o Estado e a Igreja no Brasil." VALENTIM 2010. p. &nbsp;41.<ref name="autogenerated1"/>
 
Somente em 21 de abril de 1993<ref name="lei8624">[http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8624.htm Presidência da República. Lei 8.624 de 4 de fevereiro de 1993]</ref> o povo brasileiro pode livremente escolher, através de um [[Plebiscito sobre a forma e o sistema de governo do Brasil (1993)|plebiscito nacional]], o sistema de governo ([[presidencialismo]] ou [[parlamentarismo]]). A escolha popular por ampla maioria de 84% dos votos válidos foi pela [[república]] presidencialista.
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O presidente, buscando solucionar os problemas econômicos do Brasil e industrializar realmente o país, optou pela continuidade do processo de liberalização da economia, apelidado de [[encilhamento]], iniciado ainda durante a monarquia, sob o último ministro da fazenda imperial, o [[Visconde de Ouro Preto]], e continuada por [[Ruy Barbosa]], que consistia em permitir crédito livre a indústrias que desejassem instalar-se em território nacional. Essa política econômica permitia que os bancos emitissem moeda sem qualquer exigência de lastro em ouro. Essa política econômica deveria fazer com que as empresas pudessem pagar seus operários e, aumentando o mercado consumidor, estimular a indústria. O que aconteceu, porém, foi que a [[inflação]] elevou-se de modo exagerado. Os [[Oferta pública inicial|lançamentos de ações]] na [[Bolsa de Valores do Rio de Janeiro]] se davam livremente, até por empresas fantasmas, agravando ainda os efeitos negativos e a credibilidade do processo.
 
Em [[22 de agosto]] de [[1891]], o Congresso Nacional exibiu um conjunto de leis que visava à redução de poder do presidente da república Deodoro da Fonseca, que, então, aplicou um [[golpe de estado]] com o [[Golpe de Três de Novembro]], no dia [[3 de novembro]] de [[1891]].<ref>[{{citar web | url=http://www.gazetadopovo.com.br/cadernog/conteudo.phtml?tl=1&id=1443933&tit=Os-120-anos-do-Cerco-da-Lapa-e-o-preco-da-consolidacao-da-Republica | título=- Os 120 anos do Cerco da Lapa e o preço da consolidação da República Floriano Peixoto implantou uma ditadura militar no início da República e com isso gerou uma série de rebeliões. O Cerco da Lapa faz parte desse cenário de luta pelo poder e de debilidade política] }} Jornal Paranaense - [[Gazeta do Povo]]</ref> Seus decretos assinados neste dia (dissolução do legislativo e estado de sítio) foram frustrados por resistências espalhadas por todo o país. Após a pressão dos militares, que apontaram canhões para o Rio de Janeiro, Deodoro da Fonseca renunciou ao cargo, em [[23 de novembro]] de 1891, deixando [[Floriano Peixoto]], vice-presidente, em seu lugar.
 
Porém, o governo de Floriano Peixoto foi considerado inconstitucional porque entendia que Deodoro da Fonseca não cumprira ainda dois anos de mandato, como dizia artigo 42 da [[Constituição de 1891]],<ref>[http://www2.camara.gov.br/legin/fed/consti/1824-1899/constituicao-35081-24-fevereiro-1891-532699-publicacaooriginal-15017-pl.html]</ref> devendo se pois proceder-se a nova eleição para presidente e vice-presidente:
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[[Imagem:Campos Sales.jpg|thumb|direita|[[Campos Sales]]. Foi com esse presidente que teve o início formal da política do café-com-leite]]
 
A política do café com leite foi um acordo firmado entre as oligarquias estaduais e o governo federal para que houvesse uma alternância de poder entre os políticos de [[São Paulo]] e [[Minas Gerais]]. Foi formalmente instituída no governo de [[Campos Sales]].<ref name="UOL" /> O nome desse acordo era porque São Paulo era produtor de café e Minas Gerais de [[leite]].Assim, a escolha do presidente ficava com o [[Partido Republicano Paulista]] (PRP) e o [[Partido Republicano Mineiro]] (PRM).<ref name="UOL">{{citar web|url=http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/politica-do-cafe-com-leite.jhtm|título=Política do café-com-leite:Acordo marcou a República Velha|autor=Vitor Amorim de Angelo|data=|publicado=UOL|acessodata=7 de junho de 2011}}</ref> Essa política era muito criticada pelos [[empresário]]s ligados à [[indústria]], que, naquele período, estavam em expansão.<ref name="Portal">{{citar web|url=http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/republica-velha/republica-velha-2.php|título=REPÚBLICA VELHA|autor=|data=|publicado=Portal São Francisco|acessodata=8 de junho de 2011}}</ref>
 
Para garantir que o resultado da votação seja de maneira desejada pelos articuladores da política do café-com-leite, utilizavam-se de diversas ferramentas, entre elas o [[coronelismo]], o voto de cabresto e a [[política dos governadores]].<ref name="HB">{{citar web|url=http://www.historiabrasileira.com/brasil-republica/politica-do-cafe-com-leite/|título=Política do Café com Leite|autor=Antonio Gasparetto Junior|data=20 de janeiro de 2010|publicado=História Brasileira|acessodata=8 de junho de 2011}}</ref>
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A política de um lado, fortaleceu a [[agricultura]] e a [[pecuária]] na [[região Sudeste do Brasil]].Por outro lado, a [[Região Centro-Oeste do Brasil|região Centro-Oeste]], a [[Região Norte (Brasil)|região Norte]] e a [[Região Nordeste do Brasil|região Nordeste]] ganharam pouca atenção dos políticos e os problemas dessas regiões foram agravados.<ref name="Portal" />
 
A ''Política do Café com Leite'' que inicialmente foi o arranjo político no qual se lançava um paulista candidato a presidente e um mineiro a vice -presidente, surgiu com a preocupação de Campos Sales com a estabilidade política do Brasil que não contava com partidos políticos organizados a nível nacional, assim se expressando Campos Sales em relação à necessidade de ele próprio conduzir sua sucessão presidencial que se daria em 1902, para a qual Campos Sales indicou o paulista Rodrigues Alves como candidato à presidência:
 
{{quote2|''Se nos achássemos em condições normais de vida política, com partidos políticos bem assinalados entre si, obedecendo cada um à autoridade de seus chefes legítimos...conservar-me-ia em posição neutra para oferecer aos contendores todas as garantias eleitorais, mas bem diversa é a situação da república... e é preciso evitar, com decidido empenho, as agitações sem base no interesse nacional que não serviriam senão para levar à arena política as ambições perturbadoras que tem sido e serão sempre os eternos embaraços a proficuidade da ação administrativa''....(e explica a necessidade de um vice mineiro para Rodrigues Alves)..''Tenho motivos para acreditar que Minas só aceitará a combinação que também entrar um mineiro e para evitar embaraços julgo conveniente indicar [[Silviano Brandão]] para vice-presidente''!|Campos Sales}}<ref>CAMPOS SALES, Manuel Ferraz de, ''Da Propaganda à Presidência'', Editora Senado Federal, Edição Fac Similar, Brasília, 1998</ref>
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Nesse período, havia a "Comissão de Verificação de Poderes" do [[Congresso Nacional do Brasil|Congresso Nacional]], que era um órgão encarregado de fiscalizar o sistema eleitoral brasileiro, que não ratificava parlamentares eleitos que não apoiassem a "Política dos Estados".
 
O único momento em que a "Política dos Estados" falhou, foi quando [[Afonso Pena]] morreu durante a sua presidência e o controle da sucessão presidencial caiu nas mãos de Nilo Peçanha. Este apoiou o candidato militar Hermes da Fonseca, que derrotou, em 011 de março de 1910, nas urnas, o candidato Rui Barbosa apoiado por São Paulo, que lançou seu governador [[Albuquerque Lins]] como candidato a vice-presidente na chapa de Rui Barbosa, na chamada [[Campanha Civilista]].
[[Imagem:Hermescivil1910.jpg|thumb|Presidente Hermes da Fonseca.]]
 
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Quem organizava a vida política, diretamente no contato com a [[população]], nos [[município]]s, era a figura "carismática" do "[[Coronelismo|coronel]]". Sempre [[fazendeiro]], sendo geralmente o líder da maçonaria local, o coronel, apesar do nome, era um líder essencialmente civil, em um país com 80% de sua população rural, onde tinha que se caminhar muito para fazer política. Era, o coronel, o elo entre a população e o poder estatal.
 
Durante a República Velha, os coronéis tinham um domínio sobre suas terras e uma influência sobre algumas regiões. O domínio dos coronéis sobre suas terras permitiu que eles controlassem os eleitores em seus [[curral eleitoral|currais eleitorais]],<ref name="IF">{{citar web|url=http://www.infoescola.com/historia/coronelismo/|título=Coronelismo|autor=Miriam Ilza Santana|data=12 de setembro de 2007|publicado=Info Escola|acessodata=11 de junho de 2011}}</ref> que eram regiões controladas politicamente pelos coronéis,<ref name="Sua Pesquisa 2">{{citar web|url=http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/coronelismo.htm|título=O Coronelismo|autor=|data=|publicado=Sua Pesquisa|acessodata=11 de junho de 2011}}</ref> para que esses eleitores sempre votassem nos candidatos impostos pelo coronel.<ref name="IF" /> Esse tipo de voto era conhecido como voto de cabresto.<ref name="IF" />
 
O poder dos fazendeiros chegou a ser tão grande, que o [[Geografia|geógrafo]] [[França|francês]] [[Pierre Monbeig]] chamou, em seu estudo "''Pioneiros e fazendeiros de São Paulo''", o governo estadual paulista da república velha de "''O governo dos fazendeiros''". O poder e autonomia do Coronel eram muito grandes, a ponto de um irmão do Presidente [[Rodrigues Alves]] dizer:
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Foram várias revoltas de carácter popular, ocorridos na República Velha.<ref>Luiz Toledo Machado "Formação do Brasil e unidade nacional" IBRASA Ed. 1980, págs 164-65 [http://books.google.com.br/books?id=PESd9poXiEQC&pg=PA164&dq=republica+velha+revoltas+revolu%C3%A7%C3%B5es&hl=pt-BR&sa=X&ei=4MjhUamoBZGx4AOUvoH4CA&ved=0CF0Q6AEwCQ#v=onepage&q=republica%20velha%20revoltas%20revolu%C3%A7%C3%B5es&f=false Visualização Google Books]</ref> Durante o período militar (1889-1894) ocorreu a [[Revolta da Armada]] séria ameaça ao governo Floriano Peixoto, e uma revolução de carácter regional, a [[Revolução Federalista]].
 
Durante o período civil (1894-1930), além da questão externa da [[Revolução Acriana|anexação do Acre]], ocorreram grandes revoltas internas no país de caráter localizado: a [[Guerra de Canudos]], a [[Revolta da Vacina]], a [[Revolta da Chibata]], a [[Sedição de Juazeiro]] e a [[Guerra do Contestado]].<ref name="Ibidem Machado 1980">Ibidem Machado 1980</ref>
Outras revoltas de caráter estadual, além da citada Revolução Federalista, foram: a [[Revolução de 1923]] e a República de Princesa ocorrida na Paraíba em 1930. Nenhuma delas porém, se constituiu numa tentativa de se derrubar o governo federal.
 
Já, o [[Tenentismo|movimento tenentista]], que gerou a [[Revolta dos 18 do Forte de Copacabana|revolta do Forte de Copacabana]] em 1922, e a [[Coluna Prestes]] a partir da [[Revolta Paulista de 1924]], se constituiu em séria ameaça ao governo federal. Apesar de debelados, o descontentamento geral em relação ao regime da República Velha, tanto por parte de setores da sociedade civil alijados dos processos de decisão, quanto da baixa oficialidade do exército, levaram em outubro de 1930, ao [[Revolução de 1930|movimento]] que pôs um fim a este período da história brasileira.<ref name="Ibidem Machado 1980"/><ref>Vários autores "Mundo rural IV: configurações rural-urbanas: poderes e políticas" Mauad Ed. 2007, pág.27 ISBN 9788574782416</ref><ref>Ibidem Machado 1980</ref>
 
Durante este período, ocorreram também as primeiras [[greves operárias]] em 1907 e 1917, (chamadas, na época, de movimentos paredistas, ou paredes) e o crescimento de movimentos [[Anarquismo#Anarquismo no Brasil|anarquistas]] e [[Comunismo|comunistas]] nos grandes centros urbanos do país, sobretudo entre os imigrantes espanhóis e italianos.
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| Portos || 1 || 8
|-
| Estradas || 360km360&nbsp;km || 53.248km248&nbsp;km
|-
| Linhas teleféricas || 18.022km022&nbsp;km || 82.213km213&nbsp;km
|-
| Estradas de ferro || 9.322km322&nbsp;km || 31.330km330&nbsp;km
|-
| Usinas hidrelétricas || 1 || 426
Linha 476:
{{Começa caixa}}
*[http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/sombrafrank.html À sombra de Júlio Frank]
 
 
{{Caixa de sucessão
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[[Categoria:República Velha| ]]
[[Categoria:Fundações no Brasil em 1889]]