Maria de Lourdes Pintasilgo: diferenças entre revisões

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Em 01.05.1975, retomou a presidência da Comissão da Condição Feminina, permanecendo em funções até à tomada de posse como embaixadora junto da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, em 08.08.1975, onde realizou um trabalho notável durante quatro anos. Permaneceu como embaixadora delegada de Portugal junto da UNESCO (Paris) até 1979, embora administrativamente tenha conservado o cargo até 27.05.1981. Foi eleita, por quatro anos, membro do Conselho Executivo da UNESCO, por proposta dos países ocidentais, durante a Conferência Geral de 1976, realizada em Nairobi, pelo reconhecimento das suas capacidades na resolução de problemas difíceis e pelo seu conhecimento profundo em matérias como ciência, educação e cultura.
 
Em [[19 de julho]] de [[1979]], foi indigitada pelo presidente da República, general [[Ramalho Eanes]], para chefiar o [[V Governo Constitucional de Portugal|V Governo Constitucional]] (01.08.1979 – 03.01.1980), um governo de gestão incumbido de preparar as eleições legislativas intercalares marcadas para 2 de Dezembro desse ano. Ao aceitar desempenhar aquelas funções, Maria de Lourdes Pintasilgo tornou-se a primeira mulher portuguesa a assumir o cargo de chefe do Governo. Foram características da sua acção governativa, nas palavras de um historiador, uma liderança dialogante, bem como a manifesta preocupação de justiça social que trespassou a produção legislativa daquele período<ref>«O poder central» in Portugal 20 Anos de Democracia, coord. de António Reis, Temas e Debates, 1996, p. 80</ref>.
 
Em 1980, apoiou a candidatura do general Ramalho Eanes à Presidência da República. Entre 01.10.1981 e 01.02.1985, exerceu funções como consultora do presidente da República, António Ramalho Eanes, gerindo durante essa época o dossier Timor-Leste. Dotada de um estilo carismático foi dinamizadora de importantes movimentos sociais e cívicos, resultantes da sua preocupação com o aprofundamento da democracia. De nomear entre outros: a Rede de Mulheres (1980-1986), a Plataforma Inter-Grupos, o Movimento para o Aprofundamento da Democracia (MAD), surgido entre 1982 e 1985, e a Plataforma Europeia para o Ambiente.
 
Foi candidata independente às [[Eleições presidenciais portuguesas de 1986|eleições presidenciais de 1986]], as mais competitivas e polarizadas do regime democrático português, onde pela primeira vez os candidatos eram civis e não já militares. Sem o apoio de qualquer máquina partidária e gozando do prestígio que recolhera enquanto primeira-ministra, Maria de Lourdes Pintasilgo formalizou a sua candidatura em 09.12.1985 com cerca de 15 000 assinaturas e surgia como a candidata mais bem posicionada nas sondagens, recolhendo elevadas percentagens das intenções de voto. Todavia, na primeira volta foi preterida em face dos candidatos de esquerda dotados de apoios dos partidos políticos. Os resultados eleitorais traduziam o triunfo dos aparelhos partidários sobre as apostas singularizadas, penalizando fortemente aquela que havia sido a candidatura mais personalizada, a de Maria de Lourdes Pintasilgo, com 7,4% dos votos.<ref name="ptjornal.com"/>
 
Entre 1987 e 1989 foi deputada no [[Parlamento Europeu]], na qualidade de independente integrada no Grupo Socialista.
 
=== Projecção internacional ===