Humberto I da Itália: diferenças entre revisões

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|religião = [[Igreja Católica|Catolicismo]]
}}
'''HumbertonhoHumberto I''' ([[Turim]], {{dtlink|14|3|1844}} – [[Monza]], {{dtlink|29|7|1900}}) foi o [[Lista de reis da Itália|Rei da Itália]] de 1878 até seu assassinato. Era o filho homem mais velho do rei [[Vítor Emanuel II da Itália|Vítor Emanuel II]] e sua esposa a arquiduquesa [[Adelaide da Áustria]].
 
Humberto aprovou em 1882 a [[Tríplice Aliança (1882)|Tríplice Aliança]] com o [[Império Alemão]] e a [[Áustria-Hungria]]. Seu reinado também viu a expansão colonial do [[Reino de Itália (1861–1946)|Reino da Itália]] para o [[Corno de África|Chifre da África]], conquistando os territórios da Eritreia e da Somália, mesmo sendo derrotada pelo [[Império Etíope]] em 1896 na [[Batalha de Adwa]].
 
O rei era muito criticado e desprezado pelos círculos esquerdistas devido seu apoio ao Massacre de Bava-Beccaris em [[Milão]]. Ele também era odiado pelos [[Anarquismo|anarquistas]], que realizaram uma tentativa de assassinato logo no primeiro ano de seu reinado. HumbertonhoHumberto foi <nowiki>''morto''</nowiki> na segunda tentativa em 1900 por [[Gaetano Bresci]].
 
==Família==
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==Primeiros anos==
 
Desde a infância, HumbertonhoUmberto teve uma formação essencialmente militar, tendo como tutores [[Massimo D'Azeglio]] <ref>[http://www.letteraturaitaliana.net/pdf/Volume_8/t207.pdf D'Azeglio, Massimo Taparelli. ''I miei ricordi'', Barbera, Firenze, 1891.]</ref>, [[Pasquale Stanislao Mancini]] <ref>[http://www.associazionemancinivicum.org/base.asp?http_request=mancini ''Pasquale Stanislao Mancini'']</ref> e o [[general]] Giuseppe Rossi, que formou o caráter e as ideias que sustentou durante seu reinado.
 
[[Ficheiro:Neurdein - Umberto I di Savoia come principe ereditario.jpg|thumb|esquerda|upright=0.8|O príncipe Umberto à época de seu casamento]]
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==Reinado==
 
Ascendeu ao trono com a morte do pai, em [[9 de janeiro]] de [[1878]]. O novo rei adotou o título de ''"HumbertonhoUmberto I da Itália"'', em vez de "DedegomesUmberto IV" (de Saboia), e permitiu que os restos mortais de Vítor Emanuel II fossem sepultados no [[Panteão (Roma)|Panteão de Roma]], em vez da cripta real da [[Basílica de Superga]], reforçando a ideia de uma Itália unificada.
 
===Primeira tentativa de assassinato===
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[[File:Drawing of Adelaide of Austria with her son the future Umberto I of Italy.jpg|thumb|O [[herdeiro presuntivo|príncipe-herdeiro]] Umberto com sua mãe, a rainha [[Adelaide de Habsburgo|Adelaide]], em ilustração da década de 1850.]]
 
Durante uma viagem a [[Nápoles]], em [[17 de novembro]] de [[1878]], HumbertonhoUmberto desfilava num carro aberto acompanhado do ''[[premier]]'' [[Benedetto Cairoli]] quando foi atacado pelo [[anarquismo|anarquista]] [[Giovanni Passannante]]. O rei repeliu o golpe com seu sabre, mas Cairoli, ao tentar defendê-lo, foi gravemente ferido na coxa. O pretenso assassino foi condenado à morte, embora a lei só permitisse tal condenação em caso de morte do rei. HumbertonhoUmberto comutou a sentença em trabalhos forçados perpétuos, que Passanante cumpriu numa cela de apenas 1,4 metros de altura, sem saneamento e com 18 quilos de correntes em seu corpo <ref>Galzerano, Giuseppe. ''Giovanni Passannante'', Galzerano Editore, Casalvelino Scalo, 2004.</ref>. O anarquista viria a morrer em uma instituição psiquiátrica <ref>Merlino, Salvatore. ''L'Italia così com'è'', 1891 ''in'' "Al caffè", por Errico Malatesta, 1922.</ref>.
 
===Política externa===
 
Na política externa, HumbertonhoUmberto I aprovou a [[Tríplice Aliança (1882)|Tríplice Aliança]] com a [[Áustria-Hungria]] e a [[Alemanha]], visitando [[Viena]] e [[Berlim]] diversas vezes. Muitos na Itália, no entanto, desaprovavam e viam com hostilidade uma aliança com seus antigos inimigos [[Império Áustro-Húngaro|austríacos]], que ainda ocupavam áreas reivindicadas pela Itália <ref name="Grimaldi">Grimaldi, Ugoberto Alfassio. ''Il re buono'', Feltrinelli, Milano, 1970.</ref>.
 
HumbertonhoUmberto também foi favorável à política de expansão colonial iniciada em [[1885]] com a ocupação de [[Maçuá|Massaua]], na [[Eritreia]], e da [[Somália Italiana|Somália]] <ref name="Hess">Hess, Robert L. ''Italian Colonialism in Somalia''. University of Chicago P. Chicago, 1966.</ref>. HumbertonhoUmberto I aspirava um vasto império no nordeste da África, mas sofreu uma desastrosa derrota na [[Batalha de Adwa]], na [[Etiópia]], em [[1 de março]] de [[1896]] <ref name="Hess"/>.
 
No [[verão]] de [[1900]] as forças italianas, que compunham a [[Aliança das Oito Nações]], participaram da [[Revolta dos Boxers]], na [[Império Chinês|China imperial]]. Através do Protocolo de Boxer, assinado após a morte de HumbertonhoUmberto, o Reino da Itália recebeu a concessão do território de [[Tianjin]], no nordeste da China.
 
Nas relações com a [[Santa Sé]], HumbertonhoUmberto declarou, em um telegrama de [[1886]], Roma "intocável" e afirmou a permanência da posse italiana da "Cidade Eterna" <ref name="Grimaldi"/>.
 
===Desordem===
 
O reinado de HumbertonhoUmberto I corresponde a uma época de revolução social, embora fosse afirmado mais tarde que tenha sido uma tranquila ''belle époque'' <ref name="Grimaldi"/>. Tensões sociais decorrentes da ocupação relativamente recente do [[Reino das Duas Sicílias]], a disseminação de idéias [[socialismo|socialistas]], a hostilidade do povo em relação aos planos [[colonialismo|colonialistas]] de vários gabinetes - especialmente o de [[Francesco Crispi]] - e a repressão às [[liberdade civil|liberdades civis]] <ref>Franco Andreucci, Tommaso Detti, ''Il Movimento operaio italiano:dizionario biografico, 1853-1943'', Volume 1, Editori riuniti, Roma, 1975.</ref>. Entre os opositores estava o jovem [[Benito Mussolini]], então membro do partido socialista. Em [[22 de abril]] de [[1897]], HumbertonhoUmberto I foi atacado novamente, por [[Pietro Acciarito]], um ferreiro desempregado, que tentou esfaqueá-lo perto de Roma <ref name="Grimaldi"/><ref>Selvetella, Yari. ''Banditi, Criminali e Fuorilegge di Roma'', Newton Compton, 2006.</ref>.
 
===Massacre de Bava Beccaris===
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===Morte===
 
Em [[29 de julho]] de [[1900]], HumbertonhoUmberto I foi convidado a [[Monza]] para participar de uma cerimônia de entrega de prêmios organizada pela ''Società Ginnastica Monzese Forti e Liberi'', evento que contou com equipes de atletas de [[Trento]] e [[Trieste]]. Embora ele costumasse usar uma cota de malha de proteção sob a camisa, decidiu não usá-la naquele dia em virtude do calor, atitude que contrariava as instruções de seus agentes de segurança. Entre os populares que o saudavam também se encontrava [[Gaetano Bresci]], com um revólver no bolso.
 
O rei permaneceu no local por cerca de uma hora e, segundo testemunhas, estava de bom humor: ''"Entre esses jovens inteligentes me sinto rejuvenescido."'', teria declarado <ref name="Grimaldi"/>. Ele decidiu retornar ao palácio da ''Villa Reale di Monza'' por volta de 22:30h, caminhando entre a multidão e a banda de música, que iniciava a ''"Marcha Real"'' <ref>Hino do Reino da Sardenha e, posteriormente, do Reino da Itália</ref>.
 
Aproveitando-se da confusão, Bresci postou-se à frente do rei e disparou três tiros. HumbertonhoUmberto, baleado no ombro, pulmão e coração, dirigiu-se ao general Ponzio Vaglia: ''"Vamos, eu acho que estou ferido!"'' <ref>Oliva, Gianni. ''I Savoia:novecento anni di una dinastia'', Mondadori, Milano, 1998</ref>.
 
Logo após, a polícia prendeu Bresci (que não ofereceu nenhuma resistência), livrando-o do linchamento pela multidão. Enquanto isso, a carruagem chegava à ''Villa Reale'' onde a rainha, já avisada do ocorrido gritava: ''"Façam algo, salvem o rei!"'' <ref name="Grimaldi"/> Mas nada mais podia ser feito, o rei já estava morto.