Catarismo: diferenças entre revisões

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No dia 13 de maio de 1239, uma sexta-feira, 183 cátaros, homens e mulheres, foram entregues às chamas de uma fogueira acesa nos flancos do Monte Aimé, na [[Champanhe (província)|Champanhe]], perto dos [[Batalha dos Campos Cataláunicos|Campos Cataláunicos]], e tiveram sua história esquecida pelos homens. Nessa época, o monte ainda tinha o nome de Moymer, e a inquisição se reuniu por oito dias sob o comando de Robert le Bougre, que havia sido enviado pelos [[dominicanos]] com a presença de muitas autoridades eclesiásticas. Le Bougre, um ex-cátaro, presidia o tribunal da inquisição encarregado de julgar os cátaros do norte por heresia. A narrativa da execução dos cátaros no monte Aimé é conhecida graças ao cronista Albéric de Trois Fontaines. Ele registrou que o catarismo já havia se estabelecido há muito tempo na Champanha devido à presença de Fortunat, que havia sido expulso da África por [[Santo Agostinho]] e que havia se refugiado na região, onde se dedicou a propagar ideias maniqueístas. A heresia, então, se espalhou por toda a região, desde Catalaunum ([[Châlons-en-Champagne]]) até Augustobona ([[Troyes]]). Pouco resta desta história. Se em Montségur uma [[estela]] lembra a perseguição aos cátaros, aqui nada resta que lembre o fato.<ref>Albert Mathieu. ''Ce lieu est terrible, le Mont-Aimé en Champagne''. Bibliothèque Nationale de France.</ref>
 
De maio de 1243 a março de 1244, a [[Castelo de Montségur|fortaleza cátara de Montségur]] foi [[cerco|sitiada]] pelas tropas do [[senescal]] de Carcassonne e do arcebispo de Narbonne.<ref>Sumption, Jonathan (1999) [1978]. ''The Albigensian Crusade'' (New ed.). London: Faber and Faber. pp. 238–40.</ref> Em 16 de março de 1244, aconteceu um grande e simbolicamente importante massacre, no qual mais de duzentos "perfeitos" cátaros foram queimados em uma enorme [[pira]] no Campo dos Queimados, perto do castelo.<ref>Sumption, Jonathan (1999) [1978]. ''The Albigensian Crusade'' (New ed.). London: Faber and Faber. pp. 238–40.</ref> Além disso, a Igreja decretou castigos menores contra [[Leigo (cristianismo)|leigos]] suspeitos de simpatia para com os cátaros no [[concílio de Narbona]] de 1235.<ref>Inocêncio IV (1252), ''Ad extirpanda'' (bula).</ref> Durante o concílio, o [[Papa Gregório IX]] fez decretar a aplicação de [[Pena (direito)|penas]] muito duras a todos os simpatizantes e colaboradores do catarismo, que incluíam perda sumária de [[Bem (direito)|bens patrimoniais]] e humilhantes [[espancamento]]s em público.<ref name="SOUSA">Alex Amorim Souza. ''[http://books.google.com/books?id=GJN8ugps6j8C&pg=PA168 O Segundo Deus]''. Redes Editora; ISBN 978-85-61638-05-4. pp. 238–40.</ref>
 
Uma crença popular porém com pouco fundamento sustenta que um pequeno número de perfeitos cátaros escapou da fortaleza antes do massacre.
Durante o [[concílio de Narbona]], o [[Papa Gregório IX]] fez decretar a aplicação de penas muito duras a todos os simpatizantes e colaboradores do catarismo, que incluíam perda sumária de bens patrimoniais e humilhantes [[espancamento]]s em público.<ref name="SOUSA">Alex Amorim Souza. ''[http://books.google.com/books?id=GJN8ugps6j8C&pg=PA168 O Segundo Deus]''. Redes Editora; ISBN 978-85-61638-05-4. p. 168.</ref>
 
===Aniquilação===