Kimigayo: diferenças entre revisões

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{{japonês|'''"Kimigayo"'''|君が代|}} é o [[hino nacional]] do [[Japão]] e a letra mais antiga do mundo em um [[hino nacional]]. De 1868 a 1945, ele serviu como hino nacional do [[Império do Japão]]. Com uma duração de 11 medidas e 32 caracteres, "Kimigayo" é também um dos hinos mais curtos do mundo atualmente em uso.<ref name="japantimes">{{vcite news |author=Hongo, Jun |title=Hinomaru, 'Kimigayo' express conflicts both past and future |date=17 de julho de 2007|url=http://search.japantimes.co.jp/cgi-bin/nn20070717i1.html |work=The Japan Times Online |publisher=[[The Japan Times]] |accessdate=11 de janeiro de 2008}}</ref><ref>{{citar web
|url=http://www.news-digest.co.uk/news/content/view/2457/161/
|titletítulo=イギリス生活情報週刊誌-英国ニュースダイジェスト
|accessdateacessodata=16 de outubro de 2008
}}</ref><ref>{{citar web
|authorautor =NAITO, T.
|datedata=Outubro de 1999
|url=http://www.ongen-music.com/kimigayo/kokka.html
|titletítulo=「歌唱(ウタ)」を忘れた「君が代」論争
|publisherpublicado=[[Bungeishunjū]]
|accessdateacessodata=16 de outubro de 2008
}}</ref> Sua [[letra (música)|letra]] é baseada no poema [[waka (poesia)|''waka'']] escrito no [[período Heian]] (794-1185), cantado em uma melodia escrita no período imperial (1868-1945).<ref>{{citar web | url=http://nationalanthems.me/japan-kimigayo | titletítulo=Japan – Kimigayo | publisherpublicado=NationalAnthems.me | accessdateacessodata=2011-11-28 }}</ref> A melodia atual foi escolhida em 1880, substituindo uma melodia impopular composta onze anos antes. Embora o título "Kimigayo" seja normalmente traduzido como ''Reino de sua Majestade'', nenhuma tradução oficial do título ou da letra foi estabelecida em lei.<ref>{{citar notícia | title título= Elementary schools face new mandate: Patriotism, 'Kimigayo' | date data= 29 de março de 2008| publisher publicado= Kyodo News | url = http://search.japantimes.co.jp/cgi-bin/nn20080329a3.html | work obra= The Japan Times Online | accessdate acessodata= 20 de agosto de 2011}}</ref>
 
Até 1945, "Kimigayo" serviu como um hino nacional para o Império do Japão, no entanto, quando o Império foi dissolvido após a [[Rendição do Japão|sua rendição]] no final da [[Segunda Guerra Mundial]], a sua [[parlamentarismo|democracia parlamentarista]], o Estado do Japão, substituiu-o em 1945, tendo em vista a mudança de um sistema baseado na [[soberania]] imperial para uma [[soberania popular]]. No entanto, O [[Hirohito|Imperador Hirohito]] não foi destronado e "Kimigayo" continuou a ser o hino nacional ''de facto'', somente se tornando legalmente reconhecido como hino nacional oficial em 1999, com a aprovação da ''[[Lei sobre a Bandeira e o Hino Nacionais (Japão)|Lei sobre a Bandeira e o Hino Nacionais]]''.
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== Etimologia ==
Desde o [[período Heian]], a palavra "''kimi''" foi usada tanto como um nome para indicar um imperador ou o mestre de alguém,<ref name="Kōjien">新村出記念財団(1998). A dictionary of Japanese 『広辞苑』 ("''Kōjien''"), 5th edition. Published by [http://www.iwanami.co.jp/ Iwanami Shoten, Publishers].</ref><ref name="Furuta">{{citar web|url=http://www.furutasigaku.jp/jfuruta/jwagakim/jwagaki1.html|titletítulo=君が代の源流 (em japonês)}} {{citar web|url=http://www.furutasigaku.jp/efuruta/ewagakim/ewagaki.html|titletítulo=Inside "Kimigayo" (em inglês)|accessdateacessodata=10 de maio de 2008|publisherpublicado=Furuta's Historical Science Association}}</ref> como um nome honorífico ou um sufixo para indicar uma pessoa <ref name="Kōjien" /> ou, com mais frequência, como uma palavra informal e amistosa para "você".<ref>{{Cite journalcitar periódico| url = http://books.google.com/?id=g8-BGRKwWXoC&pg=PA144&dq=Kimi+informal#v=onepage&q=Kimi%20informal&f=false | title título= Japanese culture and behavior: Selected readings | isbn = 978-0-8248-1055-9 | author1autor1 = Lebra | first1primeiro1 = Takie Sugiyama | year ano= 1986}}</ref> Por exemplo, o protagonista {{Japonês||光源氏|[[Hikaru Genji]]}}, de ''[[Genji Monogatari]]'', é também chamado de {{Japonês||光の君 ou 光君|"Hikaru no Kimi" ou "Hikaru-gimi"}}. Mas antes do [[período Nara]], o Imperador era geralmente chamado de "''ōkimi''" (grande lorde), então há controvérsias se a palavra "''kimi''" em "''kimigayo''" significava imperador ou não.
 
No [[período Kamakura]], o "Kimigayo" era usado em músicas festivas entre os samurais e posteriormente se tornou popular entre o povo do período Edo. No final do período Edo, "Kimigayo" foi usado no Ōoku (harém do Castelo de Edo) e no [[domínio de Satsuma]] (atualmente província de [[Kagoshima]]) como uma canção comum e festiva de ano novo. Nesses contextos, "''kimi''" nunca significou o imperador, mas apenas o xogum Tokugawa, o [[clã Shimazu]], como dominadores do Satsuma-han, convidados de honra ou todos os membros de uma comemoração festiva com bebidas. Após a [[Restauração Meiji]], os samurais do Satsuma-han controlaram o governo imperial japonês e eles adotaram o "Kimigayo" como o hino nacional do Japão. Desde esta época até a derrota japonesa na [[Segunda Guerra Mundial]], entendia-se que "Kimigayo" significava o longo reinado do Imperador. Com a adoção da [[Constituição do Japão]], em 1947, o Imperador não era mais um [[soberano]] que governava por [[Mandato do céu|direito divino]], mas um ser humano que é um símbolo do estado e da união entre as pessoas.<ref name='Williams'>{{citar livro | last1último1 = Michael | title título= Citizenship Education and Lifelong Learning: Power and Place | editors editores= Graham Humphrys | publisher publicado= Nova Biomedical Books | year ano= 2003 | page página= 126 | url = http://books.google.com/?id=FrwMHKDPUzQC&pg=PA126&dq=kimigayo#v=onepage&q=kimigayo&f=false | accessdate acessodata= 13 de outubro de 2010| isbn = 978-1-59033-863-6 }}</ref> O Ministério da Educação não deu qualquer novo significado para "Kimigayo" após a guerra, o que significou que a canção representava o povo japonês. O Ministério também não rejeitou formalmente o significado pré-guerra de "Kimigayo".<ref>{{Cite journalcitar periódico| url = http://books.google.com/?id=gUjNKxTrju4C&pg=PA1905&dq=kimigayo#v=onepage&q=kimigayo&f=false | title título= Nationalism: Critical concepts in political science | isbn = 978-0-415-21756-9 | author1autor1 = Hutchinson | first1primeiro1 = John | last2último2 = Smith | first2primeiro2 = Anthony D | year ano= 2000}}</ref>
 
Em 1999, durante as deliberações da ''[[Lei sobre a Bandeira e o Hino Nacional (Japão)|Lei sobre a Bandeira e o Hino Nacional]]'', a definição oficial de ''Kimi'' ou ''Kimi-ga-yo'' foi questionada repetidas vezes. A primeira sugestão foi dada pelo Secretário-Chefe de Gabinete [[Hiromu Nonaka]] que, devido ao novo status do Imperador como estabelecido no artigo 1º da Constituição do Japão, ''kimi'' significava o "Imperador como símbolo do Japão" e a letra inteira pregava a paz e a prosperidade do país.<ref name='JPRI79'>{{cite journalcitar periódico| title título= Japan's Neo-Nationalism: The Role of the Hinomaru and Kimigayo Legislation | journal periódico= Japan Policy Research Institute Working Paper | date data= Julho de 2001 | firstprimeiro = Mayumi | lastúltimo = Itoh | volume = 79| url = http://www.jpri.org/publications/workingpapers/wp79.html | accessdate acessodata= 13 de outubro de 2010}}</ref> O então [[Primeiro-Ministro do Japão|Primeiro-Ministro]] [[Keizō Obuchi]] confirmou o seu significado com a declaração em 29 de junho de 1999:
 
<blockquote>
 
"''Kimi''" significa o Imperador, que é o símbolo do Estado de da união do povo, e cuja posição deriva da vontade dos cidadãos japoneses, nos quais o poder da soberania reside. A frase "Kimigayo" significa nosso Estado, Japão, que tem o Imperador no trono como símbolo do Estado e da união do povo pela vontade dos cidadãos japoneses. E é razoável tomar a letra de "Kimigayo" como um desejo pela prosperidade e paz deste nosso país.<ref name="JPRI79"/><ref name="Diet145HoR">{{citar web|authorautor =The House of Representatives
|datedata=29 de junho de 1999
|url=http://kokkai.ndl.go.jp/SENTAKU/syugiin/145/0001/14506290001041c.html
|titletítulo=Info of the minutes (in Japanese) of the plenary session No.41 of the House of Representatives in the 145th Diet term
|publisherpublicado=Database run by National Diet Library|accessdateacessodata=10 de maio de 2008
}}</ref>
 
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Em 1869, [[John William Fenton]], um líder de banda militar irlandês que estava visitando o Japão, percebeu que não existia um hino nacional no país e sugeriu a [[Ōyama Iwao]], um oficial do [[clã Satsuma]], que fosse criado um. Ōyama concordou e escolheu a letra.<ref name="Scotsman">{{citar web
|authorautor =Aura Sabadus
|datedata=14 de março de 2006
|url=http://thescotsman.scotsman.com/index.cfm?id=379822006
|titletítulo=Japan searches for Scot who modernised nation
|workobra=The Scotsman|publisherpublicado=Published by Johnston Press Digital Publishing
|accessdateacessodata=10 de dezembro de 2007
}}</ref> A letra pode ter sido escolhida pela semelhança com o [[God Save the Queen|hino nacional britânico]], devido à influência de Fenton.<ref name="Telegraph">{{citar web
|authorautor =Colin Joyce
|datedata=30 de agosto de 2005
|url=http://www.telegraph.co.uk/news/main.jhtml?xml=/news/2005/08/30/wjapan30.xml
|titletítulo=Briton who gave Japan its anthem
|obra=Telegraph.co.uk|publisherpublicado=Published by Telegraph Media Group Limited
|accessdateacessodata=10 de dezembro de 2007
}}</ref> Após selecionar a letra do hino, Ōyama então pediu a Fenton para criar a melodia. Após serem dadas apenas duas ou três semanas para compor a melodia e apenas alguns dias para ensaiar, Fenton estreou o hino para o Imperador Japonês em 1870.<ref name="Telegraph"/> Esta foi a primeira versão de "Kimigayo", que foi descartada porque a melodia "carecia de solenidade".<ref name="MOFA">{{citar web |url=http://web-japan.org/factsheet/en/pdf/11NFlagAnthem.pdf |titletítulo=National Flag and Anthem |workobra=Web Japan |publisherpublicado=Japanese Ministry of Foreign Affairs |yearano=2000 |accessdateacessodata=11 de dezembro de 2009 }}</ref> No entanto, esta versão ainda é apresentada anualmente no Santuário ''Myōkōji'', em [[Yokohama]], onde Fenton serviu como um líder de banda militar. O ''Myōkōji'' serve como um memorial para ele.<ref name="Scotsman"/>
 
Em 1880, o [[Ministério da Casa Imperial]] adotou a nova melodia composta por Yoshiisa Oku e Akimori Hayashi. Geralmente, [[Hiromori Hayashi]], que foi o supervisor deles e era pai de Akimori, é considerado o compositor. Akimori foi também um dos discípulos de Fenton.<ref name="Telegraph"/> Embora a melodia seja baseada em um modo tradicional de música da corte japonesa, ela é composta em um estilo influenciado por hinos ocidentais e usa alguns elementos do arranjo de Fenton.<ref name="Gottschewski">Hermann Gottschewski: "''Hoiku shōka'' and the melody of the Japanese national anthem ''Kimi ga yo''", in: ''Journal of the Society for Research in Asiatic Music'' (東洋音楽研究), No. 68 (2003), pp. (1)-(17). Publicado por [http://wwwsoc.nii.ac.jp/tog/ The society for Research in Asiatic Music].</ref> O músico alemão [[Franz Eckert]] usou a melodia com uma harmonia com estilo ocidental, criando a segunda e atual versão de "Kimigayo". O governo formalmente adotou o "Kimigayo" como hino nacional em 1888 e enviou cópias da música e letra para o exterior para cerimônias diplomáticas.<ref name="State Making in Asia">{{citar livro | last1último1 = Boyd | first1primeiro1 = Richard | last2último2 = Ngo | first2primeiro2 = Tak-Wing | title título= State Making in Asia | publisher publicado= Routledge | year ano= 2006 | page página= 36 | url = http://books.google.com/?id=r8IDxzZ4SQIC&pg=PA36&dq=kimigayo#v=onepage&q=kimigayo&f=false | accessdate acessodata= 14 de outubro de 2010| isbn = 978-0-415-34611-5}}</ref> Em 1893, o "Kimigayo" foi incluído em cerimônias de escolas públicas devido aos esforços do [[Ministério da Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia do Japão|Ministério da Educação]].<ref name="JPRI79"/>
 
Na virada do século XX, o "Kimigayo" estava começando a ser intimamente associado com a ideia de honra ao Imperador. Ele também foi considerado parte da educação japonesa. No entanto, opiniões expressas em um jornal de Osaka em 1904 chamavam o "Kimigayo" de uma canção para a família imperial e não para o estado como um todo.<ref name='Goodman79'>{{harvnb|Goodman, Neary|1996|pp=79.}}</ref> [[Uchimura Kanzo]], um líder cristão no Japão, alegou que na virada do século XX o "Kimigayo" não era um hino do Japão, dizendo que o propósito da canção era de venerar o Imperador. De acordo com Kanzo, um hino nacional deveria expressar os sentimentos do povo.<ref>{{citar livro | last1último1 = Shields Jr. | first1primeiro1 = James J. | title título= Japanese Schooling: Patterns of Socialization, Equality, and Political Control | publisher publicado= Penn State University Press | year ano= 1989 | page página= 241 | url = http://books.google.com/?id=ssHlZQvhOA4C&pg=PA241&dq=kimigayo+Kakuei#v=onepage&q&f=false | accessdate acessodata= 14 de outubro de 2010| isbn = 978-0-271-02340-3}}</ref> Os japoneses não eram familiares com o "Kimigayo" como hino nacional até haver várias celebrações após as vitórias na [[Primeira Guerra Sino-Japonesa]] e na [[Guerra Russo-Japonesa]]. Anteriormente, os jornais criticavam os japoneses que não conseguiam cantar o "Kimigayo" corretamente em cerimônias no exterior.<ref name="State Making in Asia"/>
 
=== Japão pós-guerra (após 1945) ===
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O [[Primeiro-Ministro do Japão|Primeiro-Ministro]] [[Keizō Obuchi]], do [[Partido Liberal Democrata (Japão)|Partido Liberal Democrata]] (PLD), decidiu elaborar a legislação para tornar o ''Hinomaru'' e o "Kimigayo" símbolos oficiais do Japão em 2000. Seu [[Secretário Geral do Gabinete]], [[Hiromu Nonaka]], desejava que a legislação estivesse concluída no 10º aniversário da coroação de [[Akihito]] como Imperador.<ref name="Itoh 2003 209–210">{{Harvnb|Itoh|2003|pp=209–210}}</ref> Esta não foi a primeira vez que se considerou elaborar uma legislação para estabelecer os símbolos como oficiais. Em 1974, com o retorno de [[Okinawa]] para o Japão dois anos antes e a [[crise do petróleo]] de 1973, o Primeiro-Ministro [[Tanaka Kakuei]] sugeriu uma lei para legalizar os símbolos.<ref name='Goodman82-83'>{{harvnb|Goodman, Neary|1996|pp=82–83.}}</ref>
 
Os principais apoiadores do pleito eram o PLD e o [[Komeito]] (CGP), enquanto a oposição contava com o [[Partido Social Democrata (Japão)|Partido Social Democrata]] (PSDJ) e o [[Partido Comunista Japonês|Partido Comunista]] (PCJ), que citavam a conotação que os símbolos tinham com o período da guerra. O PCJ opunha-se ainda mais por não se permitir que o assunto fosse decidido pelo público. Enquanto isso, o [[Partido Democrata do Japão]] (PDJ) não conseguia desenvolver um consenso sobre o tema. O Presidente do PDJ, [[Naoto Kan]], afirmou que o PDJ deveria apoiar o projeto de lei porque o partido já reconhecia os símbolos como símbolos do Japão.<ref>{{vcite web|url=http://www.dpj.or.jp/news/?num=11044 |title=国旗国歌法制化についての民主党の考え方 |accessdate=17 de janeiro de 2010|date=21 de julho de 1999|publisher=Partido Democrata do Japão |trans_title=The DPJ Asks For A Talk About the Flag and Anthem Law|language={{ja}} }} {{ligação inativa|datedata=abril de 2012|bot=H3llBot}}</ref> O Secretário-Geral Adjunto e futuro Primeiro-Ministro [[Yukio Hatoyama]] afirmou que essa lei causaria mais divisões na sociedade e nas escolas públicas.<ref name="Itoh 2003 209–210"/>
 
Antes da votação, houve pedidos para as leis serem separadas na Dieta. O professor da [[Universidade de Waseda]] Norihiro Kato afirmou que o "Kimigayo" é um assunto separado mais complexo que a bandeira ''Hinomaru''.<ref>{{citar livro | last1último1 = Calichman | first1primeiro1 = Richard | title título= Contemporary Japanese Thought | publisher publicado= Columbia University Press | year ano= 2005 | page página= 211 | url = http://books.google.com/?id=Y8Paxm86ONwC&pg=PA211&dq=kimigayo#v=onepage&q=kimigayo&f=false | accessdate acessodata=14 de outubro de 2010| isbn = 978-0-231-13620-4}}</ref> As tentativas do PDJ e outros partidos de nomear apenas o ''Hinomaru'' como a bandeira nacional durante a votação da lei foram rejeitadas pela Dieta.<ref>{{vcite web|url=http://www.dpj.or.jp/news/?num=8506 |title=国旗・国歌法案、衆院で可決 民主党は自主投票 |accessdate=18/01/2010|trans_title=Flag and Anthem Law Passed by the House, DPJ Free Vote |date=22/07/1999|publisher=Partido Democrata do Japão |language={{ja}} }} {{ligação inativa|datedata=abril de 2012|bot=H3llBot}}</ref> A Câmara dos Representantes aprovou a lei em 22 de julho de 1999, por 403 votos contra 86.<ref>{{vcite web|url=http://kokkai.ndl.go.jp/SENTAKU/syugiin/145/0001/14507220001047c.html |title=第145回国会 本会議 第47号 |accessdate=17 de janeiro de 2010|date=22 de julho de 1999|publisher=Biblioteca da Dieta Nacional |language={{ja}} }}</ref> O projeto de lei foi enviado para a Câmara dos Conselheiros em 28 de julho e foi aprovado em 9 de agosto. Ele foi promulgado em 13 de agosto.<ref>{{vcite web|url=http://www.shugiin.go.jp/itdb_gian.nsf/html/gian/keika/1CE3AB6.htm |title=議案審議経過情報: 国旗及び国歌に関する法律案 |accessdate=17 de janeiro de 2010|date=13 de agosto de 1999|publisher=Câmara dos Representantes |language={{ja}} }}</ref>
 
== Protocolo ==
[[Imagem:Kimi ga Yo at volleyball tournament.jpg|thumb|"Kimigayo" sendo tocado em um torneio de vôlei em [[Osaka]].]]
 
A letra e a [[notação musical]] do hino aparecem no segundo apêndice da Lei da Bandeira e Hino Nacionais. A partitura mostra um arranjo vocal com nenhuma menção ao tempo, sendo todo escrito em [[hiragana]]. O hino é composto em 4/4 ([[Tempo (música)|tempo]]) no [[modo dórico]].<ref name="japantimes"/><ref name="law"/> A Lei da Bandeira e Hino Nacionais não detalha como alguém deveria mostrar respeito durante a apresentação do "Kimigayo". Em uma afirmação feita pelo Primeiro-Ministro Obuchi, ele disse que a legislação não imporia novas regulações sobre o povo japonês no que diz respeito ao respeito à bandeira ou ao hino.<ref>{{citar web | url = http://www.mofa.go.jp/announce/announce/1999/8/809.html | title título= Statement of Prime Minister Keizo Obuchi | accessdate acessodata= 17 de maio de 2010| date data= 9 de agosto de 1999| publisher publicado= Ministério das Relações Exteriores do Japão}}</ref> No entanto, órgãos governamentais locais e organizações privadas algumas vezes sugerem ou exigem que certos protocolos sejam seguidos. Por exemplo, em outubro de 2003, uma diretriz do Governo Metropolitano de Tóquio exigiu que os professores permanecessem de pé durante o hino nacional em cerimônias de formatura. Enquanto de pé, exigia-se que os professores cantassem o "Kimigayo" com o rosto voltado para a [[Bandeira do Japão|''Hinomaru'']].<ref>{{citar web
|authorautor =Editorial staff
|datedata=7 de abril de 2004
|url=http://search.japantimes.co.jp/cgi-bin/ed20040407a1.html
|titletítulo=EDITORIAL: Coercion can't foster respect
|workobra=The Japan Times Online
|publisherpublicado=[[The Japan Times]]
|accessdateacessodata=19 de dezembro de 2007
}}</ref> Há regulamentos que obrigam os militares dos Estados Unidos a prestar honras com uma saudação de mão, ou quando em trajes civis, a colocar a mão direita sobre o coração quando o "Kimigayo", ''[[The Star-Spangled Banner]]'', ou qualquer outro hino nacional é tocado.<ref>{{citar web
|authorautor =Trevor M. Carlee
|datedata=18 de fevereiro de 2005
|url=http://www.okinawa.usmc.mil/public%20affairs%20info/Archive%20News%20Pages/2005/050218-heart.html
|archiveurlarquivourl=http://web.archive.org/web/20080411211730/http://www.okinawa.usmc.mil/public+affairs+info/Archive+News+Pages/2005/050218-heart.html
|archivedatearquivodata=11 de abril de 2008
|titletítulo=Corps places hand over heart for national anthem
|workobra=Okinawa Marine|publisherpublicado=From United States Marine Corps
|accessdateacessodata=19 de dezembro de 2007
}}</ref> A Lei sobre a Bandeira e Hino Nacionais também não dita quando ou onde o "Kimigayo" deve ser tocado. O hino, no entanto, é normalmente tocado em eventos de esporte dentro do Japão, ou em eventos internacionais nos quais o Japão possui um time competindo. Em torneios de [[sumô]], o "Kimigayo" é tocado antes da cerimônia de premiação.<ref name="MOFA"/>
 
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A [[diretriz do currículo]] de 1999 emitida pelo Ministério da Educação após a aprovação da ''Lei sobre a Bandeira e Hino Nacionais'' decreta que "nas cerimônias de ingresso e formatura, as escolas devem levantar a bandeira do Japão e instruir os estudantes para cantar o "Kimigayo" (hino nacional), dada a importância da bandeira e da canção."<ref>{{vcite web|url=http://www.pref.hiroshima.lg.jp/kyouiku/hotline/02zesei/sankou/kokkikokka.htm |title=学習指導要領における国旗及び国歌の取扱い |trans_title= Handling of the flag and anthem in the National Curriculum |accessdate=8 de dezembro de 2009|date=11 de setembro de 2001|publisher=Hiroshima Prefectural Board of Education Secretariat |language={{ja}} }}</ref> Adicionalmente, o comentário do Ministério na diretriz do currículo de 1999 para as escolas fundamentais aponta que, "dado o avanço da internacionalização, além da promoção do patriotismo e a consciência de ser japonês, é importante nutrir nas crianças das escolas uma atitude respeitosa pela bandeira do Japão e o "Kimigayo", para que elas cresçam como cidadãos japoneses respeitosos em uma sociedade internacionalizada".<ref name="mext2">{{vcite web |url=https://web.archive.org/web/20060319210723/http://cebc.jp/data/education/gov/jp/tsuuchi/19990917hatauta/data-02.htm|title=小学校学習指導要領解説社会編,音楽編,特別活動編 |trans_title= National Curriculum Guide: Elementary social notes, Chapter music Chapter Special Activities |publisher=Ministry of Education |language={{ja}} |year=1999}}</ref> O Ministério também afirmou que, se os estudantes japoneses não podem respeitar seus próprios símbolos, então eles não podem ser capazes de respeitar os símbolos de outras nações.<ref>{{Harvnb|Aspinall|2001|pp=125.}}</ref>
 
As [[Educação no Japão|escolas]] foram o centro da controvérsia sobre o hino e a bandeira nacionais.<ref name='Wesiman'>{{vcite news |author=Weisman, Steven R. |author.= | title=For Japanese, Flag and Anthem Sometimes Divide | date=29 de abril de 1990| url =http://www.nytimes.com/1990/04/29/world/for-japanese-flag-and-anthem-sometimes-divide.html#end_copy | work =The New York Times | accessdate =2 de janeiro de 2010| language = inglês}}</ref> O Conselho de Educação de Tóquio exige o uso do hino e da bandeira em eventos sob sua jurisdição. A ordem exige que os professores das escolas respeitem os dois símbolos ou eles correm o risco de perder seus empregos.<ref name="guardian060605">{{vcite news |url=http://www.guardian.co.uk/world/2006/jun/05/worlddispatch.japan |title=A touchy subject |work=Guardian Unlimited |publisher=The Guardian |author=McCurry, Justin |date=5 de junho de 2006|accessdate=14 de janeiro de 2008}}</ref> Alguns protestaram afirmando que tais regras violam a [[Declaração Universal dos Direitos Humanos]] das [[Nações Unidas]] e a cláusula de "liberdade de pensamento, crença e consciência" da [[Constituição do Japão]],<ref name='Grossman'>{{citar livro | last1último1 = Grossman | last2último2 = Lee | first2primeiro2 = Wing On | last3último3 = Kennedy | first3primeiro3 = Kerry | title título= Citizenship Curriculum in Asia and the Pacific | publisher publicado= Springer | year ano= 2008 | page página= 85 | url = http://books.google.com/?id=btkuYUgXLRIC&pg=PA85&dq=kimigayo#v=onepage&q=kimigayo&f=false | accessdate acessodata= 12 de outubro de 2010| isbn = 978-1-4020-8744-8}}</ref> mas o Conselho argumentou que, como as escolas são agências do governo, seus empregados têm uma obrigação de ensinar seus estudantes como serem bons cidadãos japoneses.<ref name="japantimes"/> Os professores não tiveram sucesso em propor ações judiciais contra o Governador de Tóquio [[Shintarō Ishihara]] e oficiais do governo por exigir que os professores honrassem o ''Hinomaru'' e o "Kimigayo".<ref name="ishihara">{{vcite web |url=http://search.japantimes.co.jp/cgi-bin/nn20060105b2.html |title=Ishihara's Hinomaru order called legit |work=The Japan Times Online |publisher=[[The Japan Times]] |date=05/01/2006|accessdate=4 de dezembro de 2007}}</ref> Após a oposição inicial, a [[União dos Professores do Japão]] aceitou o uso da bandeira e do hino. A União dos Empregados e Professores de Todo o Japão, menor que a primeira, ainda se opõe aos símbolos e seu uso dentro do sistema escolar.<ref>{{Harvnb|Heenan|1998|pp=206.}}</ref>
Em 2006, Katsuhisa Fujita, um professor aposentado de Tóquio, foi ameaçado de prisão e multado em 200 mil [[iene]]s após ser acusado de distúrbio em uma cerimônia de formatura no Colégio [[Itabashi]] ao exortar os participantes a permanecerem sentados durante a apresentação do hino.<ref>{{citar web
|authorautor =Kyodo News
|datedata=24/05/2006
|url=http://home.kyodo.co.jp/modules/fstStory/index.php?storyid=248658
|titletítulo=FEATURE: Upcoming verdict on retired teacher draws attention
|workobra=KYODO NEWS ON THE WEB|publisherpublicado=Published by Kyodo News
|accessdateacessodata=29 de julho de 2006
}}</ref> Na época da sentença de Fujita, 345 professores foram punidos por se recusarem a participar de eventos relacionados ao hino, embora Fujita fosse o único homem a ser condenado por isto.<ref>{{citar notícia | title título= Japanese teacher fined for anthem protest | date data= 31 de maio de 2006| publisher publicado= AFP | url = http://www.taipeitimes.com/News/world/archives/2006/05/31/2003310932| work obra= [[The Taipei Times]]|accessdate acessodata= 14 de outubro de 2010}}</ref> Em 21 de setembro de 2006, a Corte do Distrito de Tóquio ordenou o Governo Metropolitano de Tóquio a pagar uma compensação aos professores que haviam recebido punições sob a diretriz do Conselho de Educação de Tóquio. O então [[Primeiro-Ministro do Japão|Primeiro-Ministro]] [[Junichiro Koizumi]] comentou que "é uma ideia natural tratar o hino nacional como algo importante". A decisão foi recorrida pelo Governo Metropolitano.<ref>{{citar web
|datedata=23 de setembro de 2006
|url=http://search.japantimes.co.jp/cgi-bin/nn20060923a2.html
|titletítulo=City Hall to appeal 'Kimigayo' ruling
|workobra=The Japan Times Online
|publisherpublicado=[[The Japan Times]]
|accessdateacessodata=25 de outubro de 2007
}}</ref> Desde 23 de outubro de 2003, 410 professores e empregados de escolas foram punidos por se recusarem a ficar de pé e cantar o hino como foi exigido pelos diretos das escolas.<ref>{{citar notícia | title título= 2 teachers punished for refusing to stand up, recite 'Kimigayo' | date data= 24 de maio de 2008| url = http://www.japantoday.com/category/national/view/2-teachers-punished-for-refusing-to-stand-up-recite-kimigayo | work obra= Kyodo News | publisher publicado= Japan Today | accessdate acessodata= 14/10/2010}} {{ligação inativa|datedatali=Abril de 2012|bot=H3llBot}}</ref> Os professores também podem ser punidos se seus estudantes não ficarem de pé enquanto o "Kimigayo" é tocado durante as cerimônias escolares.<ref name="Grossman"/>
Em 30 de maio de 2011 e 6 de junho de 2011, dois painéis da [[Suprema Corte do Japão]] definiram que era constitucional exigir dos professores que ficassem de pé em frente do [[Hinomaru]] e cantassem o "Kimigayo" durante as cerimônias escolares. Ao tomar a decisão, os painéis ratificaram a decisão da [[Alta Corte de Tóquio]] contra 13 professores que haviam solicitado à corte a absolvição depois de serem condenados em 2003 e 2005 por se recusarem a ficarem de pé e cantarem o hino.<ref>{{citar web|authorautor =Kyodo News|titletítulo=Top court again backs 'Kimigayo' orders|url=http://search.japantimes.co.jp/cgi-bin/nn20110608b1.html|workobra=The Japan Times Online|publisherpublicado=[[The Japan Times]]|accessdateacessodata=15 de outubro de 2011}}</ref>
 
== Percepção nos dias de hoje ==
De acordo com pesquisas conduzidas por veículos da mídia, a maioria dos japoneses consideravam o "Kimigayo" como o hino nacional mesmo antes da aprovação da Lei sobre a Bandeira e o Hino Nacionais em 1999.<ref name="asahi990718">{{vcite web |url=http://www.tv-asahi.co.jp/n-station/research/990717/index.html |archiveurl=http://web.archive.org/web/20080523125535/http://www.tv-asahi.co.jp/n-station/research/990717/index.html |archivedate=23 de maio de 2008|title=国旗・国歌法制化について |trans_title=About the Law of the Flag and Anthem |home=Asahi Research |publisher=TV Asahi |language={{ja}} |date=18 de julho de 1999|accessdate=11 de março de 2008}}</ref> Apesar disso, ainda permanecem controvérsias sobre o uso do hino em eventos escolares.
Fora do sistema escolar, havia uma controvérsia em relação ao "Kimigayo" logo após a aprovação da lei em 1999. Um mês depois da aprovação de lei, uma gravação contendo uma apresentação do "Kimigayo" pelo roqueiro japonês [[Kiyoshiro Imawano]] foi removida pela Polydor records de seu próximo álbum, Fuyu no Jujika. A Polydor não desejava gerar controvérsias no Japão. Em resposta, Imawano relançou seu álbum por um selo independente com a faixa em questão.<ref name='billboard'>{{citar notícia |primeiro first=Steve |último last=McClure | titletítulo=Polydor Censors Japanese Rocker | datedata=25 de setembro de 1999 | publisherpublicado=Billboard | url =http://books.google.com/books?id=cAgEAAAAMBAJ&pg=PA73&dq=Kimigayo&lr=&as_brr=1&client=firefox-a#v=onepage&q=Kimigayo&f=false | work obra=Billboard Magazine | page página=73 | accessdate acessodata= 25 de agosto de 2009 | language língua=inglês }}</ref>
 
== Letra ==