História da física: diferenças entre revisões

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== Antiguidade ==
As pessoas desde a [[Antiguidade]] sempre prestaram atenção nas regularidades da [[Natureza]];<ref name="mtt">{{citar web|url=http://pgfa.ufmt.br/pagina/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=132&Itemid=37|titulo=Estudo microclimático e topográfico no Parque Mãe Bonifácia na cidade de Cuiabá - MT|ultimo=Barros|primeiro=Marcelo Paes de|data=02/fevereiro de 2009|publicado=Universidade Federal do Mato Grosso|acessodata=23/12/2010}}</ref> o [[Sol]] nasce todo dia; um [[fase lunar|ciclo lunar]] é completado em aproximadamente 28 dias, praticamente o mesmo período de um [[ciclo menstrual]]; as estrelas ocupam a mesma posição no céu em um determinado momento a cada ano, um objeto sempre cai quando não é apoiado; as quatro [[estações do ano]] sempre estão ordenadas e se repetem anualmente.<ref name="txt">{{Citar jornal|ultimo=Sônia Elisa Marchi Gonzatti Maria de Fátima O. Saraiva Trieste Freire Ricci|titulo=Um curso introdutório à astronomia para a formação inicial de professores de ensino fundamental, em nível médio|jornal=Textos de apoio ao professor de Física|editora=Universidade Federal do Rio Grande do Sul|volume=19|issn=18072763|accessadoemacessadoem=23/12/2010}}</ref>
 
Esta ordenação da Natureza precisava de explicações satisfatórias. Inicialmente, os povos antigos atribuíam tais fatos à [[mitologia]] e à [[metafísica]]; deuses e deusas que controlavam o mundo. Na [[Grécia Antiga]], Gaia era a deusa Terra e [[Zeus]] controlava o poder dos [[relâmpago]]s. [[Apolo]], com a sua carruagem flamejante do Sol, cruzava os céus uma vez por dia.
 
Basicamente, "Física" é uma tentativa de se obter explicações racionais sobre o mundo real, em contraste com explicações metafísicas, mitológicas, religiosas ou mágicas.<ref name="hist">{{citar web|url=http://www.fisica.net/historia/historia_da_fisica_resumo.php|titulo=História da Física|acessodata=23/12/2010}}</ref> Tomando Física com base nesta definição, os povos antigos começaram a construí-la em diferentes partes do mundo em diferentes épocas, com propósitos e ênfases diferentes.<ref name="hist" /> O [[povo maia]], no século I a.C, já havia desenvolvido um [[calendário]]; conheciam a duração de um ano com uma precisão de seis segundos. Também conheciam com bastante precisão os movimentos do Sol e dos planetas<ref name="trent"/> e desenvolveram a noção de [[zero]] antes dos europeus.<ref name="zero">{{citar web|url=http://www.pucsp.br/pos/edmat/mp/dissertacao/darice_lascala_padrao.pdf|titulo=A origem do zero|ultimo=Padrão|primeiro=Darice Lascala|publicado=Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP)|acessodata=23/12/2010}}</ref> Os indianos também haviam desenvolvido a noção de zero, que foi transmitido ao mundo árabe. Também refletiam sobre questões físicas desde o III milênio antes de Cristo.<ref name="hist2">{{citar web|url=http://www.experiment-resources.com/ancient-physics.html|titulo=Ancient Physics - History of Physics|lingua=Inglês|acessodata=23/12/2010}}</ref> Entre o IX e o VI século a.C. os filósofos indianos já defendiam o [[heliocentrismo]] e o [[atomismo]].<ref name="hist2" /> Na [[Grécia Antiga]], [[Tales de Mileto]] foi historicamente o primeiro filósofo ocidental a recusar explicações sobrenaturais, religiosas ou mitológicas para os [[fenômeno natural|fenômenos naturais]], defendendo que todo evento tem uma causa natural.<ref name="mileto">{{citar web|url=http://www.mundofisico.joinville.udesc.br/index.php?idSecao=101&idSubSecao=&idTexto=72|titulo=Tales de Mileto|ultimo=Martins|primeiro=Luciano Camargo|acessodata=23/12/2010}}</ref> No século IV a.C., os chineses já haviam enunciado o que é conhecido hoje como a [[Primeira Lei de Newton]].<ref name="trent">{{citar web|url=http://trentu.ca/academic/physics/history_895.html|titulo=A Brief History and Philosophy of Physics|ultimo=Slavin|primeiro=Alan J.|data=08/agosto de 1994|publicado=Universidade de Trento|lingua=Inglês|acessodata=23/12/2010}}</ref>
 
== Grécia Antiga ==
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Entretanto, o conhecimento grego não foi totalmente perdido. Todo esse conhecimento, que havia migrado para o [[Oriente Médio]] e [[Egito]], foi traduzido para o [[língua árabe|árabe]] pelas pessoas que viviam nestas regiões. Os árabes não somente mantiveram o conhecimento grego vivo, como o enriqueceram.<ref name="arab">{{citar web|url=http://www.wamy.org.br/1429/html/cultura%2520islamica/A%2520Casa%2520da%2520Ci%25C3%25AAncia%2520em%2520Bagd%25C3%25A1.pdf|titulo=A casa da ciência em Bagdá|acessodata=23/12/2010}}</ref> As leis da refração já haviam sido enunciadas pelos persas. Os árabes também traduziram trabalhos indianos e começaram a usar numerais e a [[álgebra]].<ref name="algeb">{{citar web|url=http://www.somatematica.com.br/algebra.php|titulo=História da Álgebra|ultimo=Baumgart|primeiro=John K.|acessodata=23/12/2010}}</ref> A noção de zero foi levada para a Europa pelos árabes. [[Al-Battani]] calculou a [[precessão dos equinócios]] com maior precisão do que o grego [[Ptolomeu]]. [[Mohammed al-Fazari]] desenvolveu o [[astrolábio]],<ref name="astr">{{citar web|url=http://www.ccvalg.pt/astronomia/historia/idade_media.htm|titulo=A Astronomia na Idade Média|ultimo=Montes, Miguel; Costa, Alexandre|publicado=Centro Ciência Viva do Algarve|acessodata=23/12/2010}}</ref> enquanto que [[al-Khwarizmi]] emprestou seu nome para que conhecemos atualmente como [[algarismo]].<ref name="algarismo">{{citar web|url=http://educar.sc.usp.br/licenciatura/2003/hm/page03.htm|titulo=A História da Matemática|publicado=Universidade de São Paulo|acessodata=17/01/2011}}</ref>
 
No século XII, com a [[reconquista]] dos territórios árabes na Europa, teve início a tradução da literatura árabe e grega para o [[latim]],<ref name="traduc">{{citar web|url=http://www.educ.fc.ul.pt/hyper/enc/cap2p2/encmed.htm|titulo=O enciclopedismo medieval|publicado=Universidade de Lisboa, Faculdade de Educação|acessodata=23/12/2010}}</ref> e a Europa Medieval redescobriu, assim, o conhecimento grego juntamente com novos conhecimentos árabes.<ref name="traduc" /> A intelectualidade na Europa durante a "Idade das Trevas" manteve-se preocupada com a cópia manuscrita de livros sagrados.<ref name="manacorda">{{Citar livro|título=A História da Educação: da antiguidade aos nossos dias|isbn=8524901632|sobrenome=Manacorda|nome=Mario Alighiero|capítulo=4}}</ref> Em outras palavras, a educação estava em torno da [[Igreja Católica]].<ref name="manacorda" /> Com o passar dos séculos e com a "avalanche" de conhecimentos redescobertos, escolas começaram a se formar adjacentes às igrejas e catedrais. Tais escolas evoluíram para as primeiras [[universidade medieval|universidades medievais]] por volta do [[século XIII]].<ref name="unimedieval">{{citar web|url=http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/abelardo/universidademedieval.html|titulo=A Universidade Medieval|publicado=Universidade de Lisboa, Faculdade de Educação|acessodata=23/12/2010}}</ref> As universidades inglesas de [[Universidade de Cambridge|Cambridge]] e de [[Universidade de Oxford|Oxford]] surgiram nesta época.<ref name="camoxf">{{citar web|url=http://www.josenorberto.com.br/Universidade%2520em%2520Perspectiva_HELGIO_TRINDADE.pdf|titulo=Universidade em perspectiva: sociedade, conhecimento e poder|ultimo=Trindade|primeiro=Hélgio|data=09/setembro de 1998|publicado=Universidade do Rio Grande do Sul|acessodata=23/12/2010}}</ref> Com o advento de universidades associadas à Igreja, outras universidades foram fundadas por governos de cidades e Estados.<ref name="trent" /> O trabalho realizado dentro destas universidades medievais contribuiu muito para a evolução do conhecimento científico que se seguiria séculos depois.<ref name="inicie">{{citar web|url=http://www.iea.usp.br/tematicas/educacao/superior/autonomiafinanciamento/durhamautonomia.pdf|titulo=A autonomia universitária: extensão e limites|ultimo=Durham|primeiro=Eunice R.|acessodata=23/12/2010}}</ref>
 
Na primeira metade do [[século XIV]], ressurge a [[teoria do ímpeto]], que já havia sido iniciada por [[Hiparco]] e impulsionada por [[João Filopono]], radicalmente modificada pelo persa [[Avicena]] e consagrada pelo francês [[Jean Buridan]].<ref name="mora2">{{Citar livro|sobrenome=Ferrater-Mora|nome=José|título=Dicionário de filosofia (vol. 2 - E - J)|editor=Ariel|página=130|isbn=8434405024}}</ref> Um [[projétil]] após ter sido lançado tem seu movimento continuado devido a algo interno, chamado "ímpeto", doado pelo lançador no momento do tiro. O "ímpeto" se perpetuaria se não houvesse a "tendência natural de cair ao chão" e se não houvesse contato com outros objetos. Um objeto com mais peso teria mais "ímpeto" do que um objeto mais leve, considerando-se a mesma [[velocidade]]. Esta maneira de pensar, ainda similar à "Física" de Aristóteles, tornou-se um antecessor às concepções de [[inércia]], [[momento linear]] e [[aceleração]].<ref name="impeto">{{citar web|url=http://www.searadaciencia.ufc.br/folclore/folclore260.htm|titulo=O Movimento no Começo da Era Cristã e na Idade Média|obra=Seara da Ciência|publicado=Universidade Federal do Ceará|acessodata=17/01/2011}}</ref>
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===Índia e China===
[[FileImagem:Hindu-arabic1.jpg|thumb|150px| O sistema de numeração hindu-arábico]]
Tradições físicas e matemáticas importantes também existiam nas antigas ciências chinesas e indianas.
Na filosofia indiana, Kanada foi o primeiro a desenvolver sistematicamente uma teoria do atomismo no século VI aC,<ref name="ReferenceA">(Stcherbatsky 1962 (1930). Vol. 1. P. 19)</ref> e foi mais elaborada pelos budistas e atomistas Dharmakirti e Dignaga durante o primeiro milênio dC.<ref name="ReferenceA"/> Pakudha Kaccayana, um filósofo indiano e contemporâneo de [[Gautama Buda]] do século VI a.C., também havia proposto ideias sobre a constituição atômica do mundo material. Estes filósofos acreditavam que outros elementos (excepto o éter) eram fisicamente palpáveis e, portanto, constituídos de minúsculas partículas de matéria. A última minúscula partícula de matéria que não pode ser subdividida, foi denominado ''Parmanu''. O conceito indiano do átomo foi desenvolvido de forma independente e antes do desenvolvimento da ideia no mundo greco-romano. Estes filósofos consideraram o átomo ser indestrutível e, portanto, eterno. Os budistas pensara nos átomos como sendo objetos minúsculos incapazes de serem vistos a olho nu, que vem a ser e desaparecer em um instante. A escola Vaisheshika de filósofos acreditavam que um átomo era um mero ponto no espaço. Teorias indianas sobre o átomo são extremamente abstratas e enredadas em filosofia, pois foram baseadas na lógica e não na experiência pessoal ou experimentação. Na astronomia indiana, [[Aryabhatiya de Aryabhata]] ({{DC|499|x}} propôs a rotação da Terra, enquanto [[Nilakantha Somayaji]] (1444-1544) da escola Kerala de astronomia e matemática propôs um modelo semi-heliocêntrico que se assemelha ao sistema atual.
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[[File:Johannes Kepler 1610.jpg|thumb|150px|[[Johannes Kepler]]]]
Johannes Kepler publicou suas duas primeiras leis em 1609, tendo-as encontrado através da análise das observações astronômicas de [[Tycho Brahe]].<ref name=Holton>{{citar livro
|titletítulo=Physics, the Human Adventure: From Copernicus to Einstein and Beyond
|authorautor =Holton, Gerald James |coauthorcoautor=Brush, Stephen G. |pagespáginas=40–41
|url=http://books.google.com/?id=czaGZzR0XOUC&pg=PA40
|editionedição=3rd paperback |isbn=0-8135-2908-5 |publisherpublicado=Rutgers University Press
|locationlocal=Piscataway, NJ |accessdateacessodata=27 de dezembro de 2009 |yearano=2001}}</ref> Kepler descobriu sua terceira lei, muitos anos depois, e foi publicada em 1619. Na época, as leis de Kepler foram reivindicações radicais. As crenças prevalecente eram (particularmente nas teorias baseadas em [[epiciclo]]s) em que as [[órbita]]s eram [[círculo]]s perfeitos. A maioria das órbitas planetárias pode ser aproximada quase como círculos, de modo que não é imediatamente evidente que as órbitas são [[Elipse|elípticas]]. Cálculos detalhados para a órbita do planeta [[Marte (planeta)|Marte]] indicaram que Kepler estava correto, e ele deduziu que os outros corpos celestes, incluindo aqueles mais longe do Sol, têm órbitas elípticas também. As [[leis de Kepler]] e sua análise das observações em que foram baseados desafiaram o modelo geocêntrico longo aceito de [[Aristóteles]] e [[Ptolomeu]] e, também, apoiou a [[Heliocentrismo|teoria heliocêntrica]] de [[Nicolau Copérnico]] (embora as elipses de Kepler também suprimiram com as órbitas e epiciclos circulares de Copérnico, tornando a teoria mais correta), por afirmar que a Terra orbitava o Sol, provando que as velocidades dos planetas variavam, e usando órbitas elípticas em vez de órbitas circulares com epiciclos.<ref name="Holton"/>
 
'''René Descartes'''
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== Mecânica Clássica ==
[[Ficheiro:GodfreyKneller-IsaacNewton-1689.jpg|thumb|150px|[[Isaac Newton]]]]
Não foi até o desenvolvimento do telescópio de [[Galileo Galilei]] e as suas observações, que se tornou claro que os céus não foram feitos a partir de uma substância perfeita e imutável. Adotando hipótese heliocêntrica de Copérnico, Galileu acreditava que a Terra era o mesmo que outros planetas. Galileu pode ter realizado o famoso experimento de deixar cair duas balas de canhão da [[torre de Pisa]]. A teoria e a prática mostrou que ambos bateram no chão ao mesmo tempo) Embora a realidade desta experiência é disputada, dela se realizaram experimentos quantitativos de balas rolando em um plano inclinado, com sua teoria correta do movimento acelerado, aparentemente derivada a partir dos resultados das experiências. Galileu também descobriu que um corpo caído na vertical atinge o solo ao mesmo tempo como um corpo projetado horizontalmente, portanto, uma Terra em rotação uniforme ainda terá objetos que caem no chão pela gravidade. Mais significativamente, afirmou que o movimento uniforme é indistinguível do resto, e assim formou os fundamentos da [[teoria da relatividade]].<ref name="ReferenceB">{{citation
| last1último1 = Błaszczyk | first1primeiro1 = Piotr
| author1-linkautorlink1 =
| last2último2 = Katz | first2primeiro2 = Mikhail
| author2-linkautorlink2 = Mikhail Katz
| last3último3 = Sherry | first3primeiro3 = David
| author3-linkautorlink3 =
| arxiv = 1202.4153
| doi = 10.1007/s10699-012-9285-8
|journal periódico= [[Foundations of Science]]
| title título= Ten misconceptions from the history of analysis and their debunking
| year ano= 2012}}</ref>
 
[[Isaac Newton]] foi o primeiro a unificar as três [[Leis de Newton|leis do movimento]] ([[a lei da inércia]], a sua segunda lei mencionada acima, e a [[lei da ação e reação]]), provando que essas leis regem tanto objetos terrestres e celestes. Newton e a maioria de seus contemporâneos, com a notável exceção de [[Christiaan Huygens]], esperaram que a mecânica clássica seria capaz de explicar todas as entidades, incluindo (na forma de óptica geométrica) a luz. Para chegar a seus resultados, Newton inventou uma forma de um ramo inteiramente novo da matemática: [[cálculo infinitesimal]] (também inventado independentemente por [[Gottfried Wilhelm Leibniz]]), que viria a se tornar uma ferramenta essencial em grande parte do desenvolvimento posterior na maioria dos ramos da física. As descobertas de Newton foram estabelecidas em seu ''[[Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica]]'' (Princípios Matemáticos da Filosofia Natural), a publicação de que em 1687 marcou o início do período moderno da mecânica e astronomia.<ref name="ReferenceB"/>
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[[Ficheiro:Leonhard Euler 2.jpg|thumb|left|160px|[[Leonhard Euler]]]]
[[Leonard Euler]] estendeu as leis do movimento de corpos celestes rígidos com duas leis adicionais. Euler ajudou a desenvolver a equação de feixe de [[Euler-Bernoulli]], que se tornou um marco da engenharia. Além de aplicar com sucesso as suas ferramentas analíticas para problemas na [[mecânica clássica]], Euler também aplicou essas técnicas para problemas celestes. Seu trabalho em astronomia foi reconhecido por uma série de prêmios na academia de Paris ao longo de sua carreira. Suas realizações incluem determinar com grande precisão as órbitas de cometas e outros corpos celestes, compreender a natureza dos cometas, e calcular a [[paralaxe]] do sol. Os cálculos também contribuíram para o desenvolvimento de tabelas de longitude precisas.<ref name="Youschkevitch, A P 1990">Youschkevitch, A P; Biography in ''Dictionary of Scientific Biography'' (New York 1970–1990).</ref>
Além disso, Euler fez importantes contribuições na óptica. Ele discordou da teoria corpuscular de Newton da luz no ''Opticks'', que era então a teoria prevalecente. Seus trabalhos sobre óptica em 1740 ajudaram a garantir que a teoria ondulatória da luz proposta por Christian Huygens se tornaria o modo dominante de pensamento, pelo menos até o desenvolvimento da teoria quântica da luz<ref name="optics">{{citecitar journalperiódico
| authorautor = Home, R. W.
| year ano= 1988
| title título= Leonhard Euler's 'Anti-Newtonian' Theory of Light
| journal periódico= Annals of Science
| volume = 45
| issue número= 5
| pages páginas= 521–533 | doi = 10.1080/00033798800200371
}}</ref>
Depois de Newton, houve reformulações progressivas em sua matemática permitindo soluções para um muito maior número de problemas. O primeiro foi construído em 1788 por [[Joseph Louis Lagrange]], matemático italiano-francês. Na mecânica de Lagrange a solução utiliza o caminho de menor acção e segue o cálculo das variações. [[William Rowan Hamilton]] reformulou mecânica de Lagrange em 1833. A vantagem da [[mecânica hamiltoniana]] era que sua estrutura permitiu um olhar mais profundo para os princípios subjacentes. A maior parte do quadro da mecânica de Hamilton pode ser vista na mecânica quântica no entanto os significados dos termos exactos variam devido a [[efeitos quânticos]].<ref name="Youschkevitch, A P 1990"/>
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A humanidade conhece as forças [[magnetismo|magnética]] e [[eletricidade|elétrica]] desde a antiguidade, mas apenas os gregos antigos a partir do quarto século a.C. começaram a refletir racionalmente sobre suas propriedades.<ref name="hmhn"/><ref name="magn">{{citar web|url=http://www.feiradeciencias.com.br/sala13/13_T04_1.asp|titulo=Interações Magnéticas|ultimo=Netto, Luiz Ferraz|publicado=feiradeciencias.com.br|acessodata=25/12/2010}}</ref>
 
Entretanto, as investigações sistemáticas não começaram até a [[Idade Média]]; os fenômenos magnéticos começaram a ser explorados primeiramente.<ref name="idmed">{{citar web|url=http://www.if.ufrgs.br/fis/EMVirtual/crono/crono.htm|titulo=Eletricidade e Magnetismo Uma pequena cronologia|publicado=Universidade do Rio Grande do Sul|acessodata=30/01/2011}}</ref> No século XII, a [[bússola]] já era conhecida na Inglaterra.<ref name="bussula">{{citar web|url=http://www.miguelneta.com/8i/g1.htm|titulo=Barcos e navegação: evolução|data=08/agosto de 1998|acessodata=30/01/2011}}</ref> O francês [[Petrus Peregrinus de Maricourt]] concluiu que uma agulha magnetizada alinha-se longitudinalmente a um [[ímã]] esférico, alinhando-se a dois pontos que Maricourt chamou de polos magnéticos.<ref name="maricourt">{{citar web|url=http://www.searadaciencia.ufc.br/folclore/folclore113.htm|titulo=O monopolo magnético de Dirac|publicado=Seara da Ciência|acessodata=30/01/2011}}</ref>
 
Entretanto, um dos primeiros cientistas a realizar estudos sistemáticos sobre eletricidade e magnetismo foi o inglês [[William Gilbert]], no século XVI.<ref name="gilbert" /> Gilbert confirmou os trabalhos de Maricourt e especulou corretamente que a Terra é um gigantesco ímã.<ref name="gilbert" /> No seu livro, ''[[De magnete]]'', Gilbert descreveu também que a [[força elétrica]] pode ser observada em vários materiais friccionados. Ele atribuiu este fenômeno à remoção de um "fluido elétrico" devido à fricção e chamou esta propriedade como fenômeno "elétrico", termo derivado do grego ''elektrum'', que significa [[âmbar]].<ref name="gilbert">{{citar web|url=http://www.iki.rssi.ru/mirrors/stern/earthmag/demagint.htm|titulo=400 years of "De Magnete"|ultimo=Stern, David P.|data=20/11/2003|lingua=Inglês|acessodata=25/12/2010}}</ref>
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[[Otto von Guericke]] construiu o primeiro gerador eletrostático utilizando a fricção de uma esfera de [[enxofre]].<ref name="eletr">{{citar web|url=http://www.if.ufrgs.br/fis/EMVirtual/crono/crono.htm|titulo=Pequena Cronologia do Eletromagnetismo|publicado=Universidade Federal do RIo Grande do Sul|acessodata=25/12/2010}}</ref> [[Pieter van Musschenbroek]] é o primeiro a publicar trabalhos sobre a "[[garrafa de Leiden]]", um dos primeiros acumuladores de carga, antecessor do [[capacitor]].<ref name="eletr" /> [[Benjamin Franklin]] foi um dos primeiros a propor que um corpo contém quantidades iguais de cargas negativas e positivas, que sob circunstâncias normais, são neutralizadas uma pela outra.<ref name="franklin">{{citar web|url=http://www.brasilescola.com/fisica/eletricidade.htm|titulo=Eletricidade|publicado=Brasil Escola|acessodata=30/01/2011}}</ref> O ato de eletrificar seria a separação das duas "formas" de eletricidade, a negativa e a positiva. Franklin demonstrou seus argumentos e propôs que os [[raio]]s de [[tempestade]]s não passariam de gigantescas centelhas que neutralizariam as cargas elétricas presentes no solo e nas nuvens. No famoso experimento da pipa, Franklin conseguiu com sucesso armazenar cargas elétricas de uma nuvem de tempestade em uma garrafa de Leiden.<ref name="franklin" />
 
As primeiras tentativas de quantificação da eletricidade e do magnetismo se iniciaram no século XVIII.<ref name="eletrscp">{{Citar jornal|ultimo=Alexandre Medeiros |data=09/setembro de 2002|titulo=As Origens Históricas do Eletroscópio|jornal=Revista Brasileira de Ensino de Física|volume=24|issn= 18061117|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-47442002000300013&lng=es&nrm=iso&tlng=es}}</ref> [[Charles Augustin de Coulomb]] inventou a [[balança de torção]] para medir com precisão as forças envolvidas em corpos carregados eletricamente.<ref name="coulomb">{{citar web|url=http://www.algosobre.com.br/fisica/coulomb.html|titulo=Coulomb|publicado=algosobre.com.br|acessodata=30/01/2011}}</ref> Coulomb concluiu que a força elétrica é inversamente proporcional ao quadrado da distância, o que ficou conhecido como a [[lei de Coulomb]].<ref name="coulomb" /> No final do século XVIII e no início do século XIX, vários grandes físico-matemáticos conceberam vários formalismos matemáticos para os fenômenos elétricos e magnéticos, como [[Siméon-Denis Poisson]], [[Pierre-Simon Laplace]] e [[Carl Friedrich Gauss]].<ref name="idmed" /> [[Alessandro Volta]] descobriu que dois metais diferentes em contato produziam um [[potencial elétrico]].<ref name="volta">{{citar web|url=http://efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/pilha/pilha_volta/|titulo=Pilha de Volta|publicado=Universidade de São Paulo|acessodata=30/01/2011}}</ref> Usando isso, Volta construiu a primeira "[[pilha voltaica]]". Tal pilha poderia produzir uma [[corrente elétrica]] com ordens de magnitude maior do que já se tinha feito até então com geradores eletrostáticos.<ref name="volta" />
 
[[Ficheiro:James-clerk-maxwell3.jpg|thumb|left|150px|[[James Clerk Maxwell]]]]
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Em 1738, o físico e matemático suíço [[Daniel Bernoulli]] publicou ''Hydrodynamica'' que lançou as bases para a teoria cinética dos gases. Neste trabalho, Bernoulli postulou o argumento, ainda usado até hoje, que os gases consistem em um grande número de moléculas que se movem em todas as direções, o seu impacto sobre a superfície faz com que a pressão do gás que sentimos, e que o que experimentamos como o calor é simplesmente a [[energia cinética]] do seu movimento.
 
Em 1859, depois de ler um artigo sobre a difusão de moléculas por [[Rudolf Clausius]],o físico escocês [[James Clerk Maxwell]] formulou a [[distribuição de Maxwell]] das velocidades moleculares, o que deu a proporção de moléculas com uma certa velocidade em um intervalo específico. Esta foi uma lei de estatística primeira vez usada na física.<ref>{{citar livro|authorautor =Mahon, Basil |titletítulo=The Man Who Changed Everything – the Life of James Clerk Maxwell|locationlocal=Hoboken, NJ | publisherpublicado=Wiley|yearano=2003|isbn=0-470-86171-1|oclc=52358254|id= 62045217}}</ref> Cinco anos depois, em 1864, [[Ludwig Boltzmann]], um jovem estudante de [[Viena]], através do papel de Maxwell na física estatística ,estava tão inspirado, por ela que ele passou boa parte de sua vida desenvolvendo o assunto adiante.
 
Assim, os fundamentos da termodinâmica estatística foram estabelecidas no final de 1800 por aqueles como: Maxwell, Boltzmann, [[Max Planck]], Clausius, e [[Josiah Willard Gibbs]], que começaram a aplicar a teoria atômica estatística e quântica aos órgãos de gases ideais. Predominantemente, no entanto, foi Maxwell e Boltzmann, trabalhando de forma independente, que chegaram a conclusões semelhantes quanto à natureza estatística dos corpos gasosos. No entanto, é preciso considerar Boltzmann como sendo o "pai" da termodinâmica estatística com o seu trabalho ,em 1875, sobre derivação da relação entre a entropia S e multiplicidade Ω, o número de arranjos microscópicos (microestados) que produzem o mesmo estado macroscópico (macroestado) para um determinado sistema.<ref>{{citar livro |autor author=Perrot, Pierre | titletítulo=A to Z of Thermodynamics | publisherpublicado=Oxford University Press | yearano=1998 | isbn=0-19-856552-6 | oclc=123283342| id= 38073404}}</ref>
 
== Teoria atômica ==
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[[John Dalton]] estudou e expandiu este trabalho anterior e desenvolveu a [[lei de Dalton]]: se dois elementos se juntam para formar mais do que um composto, então a razão entre as massas do segundo elemento que se combina com uma massa fixa do primeiro elemento vai em razões de inteiros pequenos. Por exemplo, estudou Proust e sua teoria dos óxidos de estanho e verificou que as suas massas eram de estanho 88,1% e 11,9% de oxigénio ou 78,7% de estanho e 21,3% de oxigénio (estes eram de estanho (II) e óxido de dióxido de estanho, respectivamente). Dalton observou a partir desses percentuais que 100g de estanho vai combinar tanto com 13,5 g ou 27 g de oxigênio, 13,5 e 27 formam uma proporção de 1:2.
 
Dalton encontrou uma teoria atômica da matéria poderia elegantemente explicar esse padrão comum na química - no caso dos óxidos de estanho de Proust, um átomo de estanho vai combinar com um ou dois átomos de oxigênio.<ref name="From AtomosToAtom">{{citar livro|authorautor =Andrew G. van Melsen |yearano=1952 |titletítulo=From Atomos to Atom |isbn= 0-486-49584-1 |publisherpublicado=Dover Publications |locationlocal=Mineola, N.Y.}}</ref>
[[Ficheiro:Daltons symbols.gif|thumb|200px|right|Vários átomos e moléculas conforme ilustrado no ''Um novo sistema de Química Filosofia'' (1808) de [[John Dalton]]]]
Dalton também acreditava teoria atômica poderia explicar por que a água era absorvida por diferentes gases em diferentes proporções: Por exemplo, ele descobriu que a água absorvida por [[dióxido de carbono]] era muito melhor absorvida do que por [[nitrogênio]]. A Hipótese de Dalton foi devido às diferenças de massa e da complexidade das respectivas partículas de gases. Com efeito, as moléculas de dióxido de carbono (CO2) são mais pesadas e maiores do que as moléculas de nitrogênio (N2). Dalton propôs que cada elemento químico é composto por átomos de um único tipo único, e que eles não podem ser alterados ou destruídos por meios químicos, eles podem se combinar para formar uma estrutura mais complexa (compostos químicos). Isto marcou a primeira teoria verdadeiramente científica do átomo, Dalton chegou a suas conclusões através de experimentação e análise dos resultados de uma forma empírica.
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Em 1803 Dalton apresentadou oralmente a sua primeira lista de pesos atômicos relativos para uma série de substâncias. Este artigo foi publicado em 1805, mas ele não discutiu exatamente como ele obteve estes resultados.
 
O método foi revelado pela primeira vez em 1807 por [[Thomas Thomson]], na terceira edição do livro de Thomson, um sistema de Química. Finalmente, Dalton publicou um relato completo em seu próprio livro, ''A New System of Chemical Philosophy'', entre 1808 e 1810. Dalton estimou os pesos atómicos de acordo com as razões de massa em que se combinavam com o átomo de hidrogénio tomado como unidade. No entanto, Dalton não concebeu que com alguns elementos átomos existem em moléculas puras - existe oxigênio puro como O2. Ele também acreditou ,equivocadamente, que o composto mais simples entre dois elementos é sempre um átomo de cada um (então ele pensou água como HO, não H<sub>2</sub>O).<ref>{{citar notícia|authorautor =Johnson, Chris|url=http://www.bulldog.u-net.com/avogadro/avoga.html|titletítulo=Avogadro - his contribution to chemistry|accessdateacessodata=2009-08-01| archiveurlarquivourl= http://web.archive.org/web/20090627064055/http://www.bulldog.u-net.com/avogadro/avoga.html| archivedatearquivodata= 27 de junho de 2009 <!--DASHBot-->| deadurl= no}}</ref>
A falha na teoria de Dalton foi corrigida, em princípio, em 1811 por [[Amedeo Avogadro]]. Avogadro propôs que os volumes iguais de quaisquer dois gases, a mesma temperatura e pressão, contêm quantidades iguais de moléculas (por outras palavras, a massa de partículas de um gás não afecta o volume de gás que ocupa, o que, por sua vez, é muito maior do que o volume da própria molécula). [[Constante de Avogadro|A lei de Avogadro]] permitiu-lhe deduzir a natureza diatómica de numerosos gases, estudando os volumes em que eles reagiam.<ref name="avogadro">{{citecitar journalperiódico|authorautor =Avogadro, Amedeo|url=http://web.lemoyne.edu/~giunta/avogadro.html |titletítulo=Essay on a Manner of Determining the Relative Masses of the Elementary Molecules of Bodies, and the Proportions in Which They Enter into These Compounds|yearano=1811. |journalperiódico=Journal de Physique|volume=73|pagespáginas=58–76}}</ref>
 
== Física moderna ==
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Logo após a publicação da teoria da [[relatividade especial]], em 1905, Einstein começou a pensar em como incorporar a gravidade em seu novo quadro relativista. Em 1907, começando com uma experiência de pensamento simples, envolvendo um observador em queda livre, ele embarcou no que seria uma pesquisa de oito anos para uma teoria relativística da gravidade. Depois de inúmeros desvios e falsos começos, seu trabalho culminou com a apresentação da Academia Prussiana de Ciências em novembro de 1915 do que agora são conhecidos como as equações de campo de Einstein. Essas equações podem especificar como a geometria do espaço e do tempo é influenciada por qualquer matéria e radiação estão presentes, e formam o núcleo da teoria geral da relatividade de Einstein<ref>{{Harvnb|Pais|1982|loc=ch. 9 to 15}}, {{Harvnb|Janssen|2005}}; an up-to-date collection of current research, including reprints of many of the original articles, is {{Harvnb|Renn|2007}}; an accessible overview can be found in {{Harvnb|Renn|2005|pp=110ff}}. An early key article is {{Harvnb|Einstein|1907}}, cf. {{Harvnb|Pais|1982|loc=ch. 9}}. The publication featuring the field equations is {{Harvnb|Einstein|1915}}, cf. {{Harvnb|Pais|1982|loc=ch. 11–15}}</ref>
 
As equações de campo de Einstein são não-lineares e muito difíceis de se resolver. Einstein usou métodos de aproximação na elaboração de previsões iniciais da teoria. Mas, como em 1916, o astrofísico [[Karl Schwarzschild]] encontrou a primeira solução exacta não trivial com as equações de campo de Einstein, a chamada métrica de Schwarzschild . Esta solução lançou as bases para a descrição das fases finais do colapso gravitacional, e os objetos conhecidos hoje como [[buracos negros]]. No mesmo ano, foram dados os primeiros passos no sentido de generalizar a solução de Schwarzschild para objetos carregados eletricamente, o que acabou resultando na solução de Reissner-Nordström, agora associada a buracos negros carregados eletricamente.<ref>{{Harvnb|Schwarzschild|1916a}}, {{Harvnb|Schwarzschild|1916b}} and {{Harvnb|Reissner|1916}} (later complemented in {{Harvnb|Nordström|1918}})</ref>
[[Ficheiro:Hilbert.jpg|thumb|150px|right|[[David Hilbert]]]]
Em 1917, Einstein aplicou sua teoria para o universo como um todo, iniciando o campo da cosmologia relativista. Em sintonia com o pensamento contemporâneo, ele assumiu um universo estático, adicionando um novo parâmetro para o seu campo original de equações-da constante cosmológica que reproduziram essa "observação".<ref>{{Harvnb|Einstein|1917}}, cf. {{Harvnb|Pais|1982|loc=ch. 15e}}</ref> Em 1929, no entanto, o trabalho de [[Edwin Hubble]] e outros haviam mostrado que nosso universo está se expandindo. [[Georges Lemaître]] usou essas soluções para formular a versão mais recente dos modelos de [[Big Bang]], no qual nosso universo evoluiu a partir de um estado anterior, extremamente quente e denso. Einstein mais tarde declarou a constante cosmológica o maior erro de sua vida.<ref>As reported in {{Harvnb|Gamow|1970}}. Einstein's condemnation would prove to be premature, cf. the section [[General relativity#Cosmology|Cosmology]], below</ref>
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A investigação científica sobre a natureza ondulatória da luz volta aos séculos 17 e 18, quando cientistas como [[Robert Hooke]], [[Christian Huygens]] e [[Leonhard Euler]] propuseram uma teoria ondulatória da luz com base em observações experimentais.<ref name ="Born & Wolf">[[Max Born]] & Emil Wolf, Principles of Optics, 1999, Cambridge University Press</ref> Em 1803, [[Thomas Young]], um [[polímata]] inglês, realizou o famoso [[experimento da dupla fenda]] que ele descreveu mais tarde em um artigo intitulado "Sobre a natureza da luz e das cores." Este experimento teve um papel importante na aceitação geral da teoria ondulatória da luz. Em 1838, com a descoberta dos [[raios catódicos]] por [[Michael Faraday]], acompanhado pela declaração de 1859 do problema da [[radiação do corpo negro]] por [[Gustav Kirchhoff]],veio a sugestão ,em 1877, por Ludwig Boltzmann que os estados de energia de um sistema físico podem ser discretos, e a hipótese 1900 quantum de Max Planck ganhou base. A hipótese de Planck que a energia é irradiada e absorvida em discretas "quanta" (ou "elementos de energia"), combinado com precisão os padrões observados da radiação de corpo negro.
 
Em 1896, [[Wilhelm Wien]] determinou empiricamente uma lei de distribuição de radiação do corpo negro, conhecida como '''lei de Wien''' em sua honra. [[Ludwig Boltzmann]] chegou de forma independente a esse resultado por considerações das [[equações de Maxwell]]. No entanto, essa lei válida apenas em altas freqüências, e subestimou a radiação em baixas frequências. Mais tarde, [[Max Planck]] corrigiu este modelo usando interpretação estatística de Boltzmann da termodinâmica e propôs o que agora é chamado de [[lei de Planck]], o que levou ao desenvolvimento da [[Mecânica Quântica]]. De acordo com Planck, a energia de cada elemento E é proporcional à sua frequência ν:<math> E = h \nu\ </math> em que h é a constante de Planck. Planck, com cautela, insistiu que isso era simplesmente um aspecto dos processos de absorção e emissão de radiação e não tinha nada a ver com a realidade física da própria radiação.<ref>{{citar livro |authorlinkautorlink =Thomas Samuel Kuhn |firstprimeiro =T. S. |lastúltimo =Kuhn |titletítulo=Black-body theory and the quantum discontinuity 1894-1912 |publisherpublicado=Clarendon Press |locationlocal=Oxford |yearano=1978 |isbn=0195023838 }}</ref> Na verdade, ele considerou a sua hipótese quântica de um truque matemático para obter a resposta certa, em vez de uma descoberta considerável. No entanto, em 1905, Albert Einstein interpretou essa hipótese quântica de Planck realista e é usado para explicar o [[efeito fotoelétrico]], em que um raio de luz em certos materiais pode ejetar elétrons do material.
 
'''O modelo quântico do átomo'''
 
[[Ficheiro:Niels Bohr.jpg|thumb|150px|right|[[Niels Bohr]]]]
No início do século XX, os experimentos de [[Ernest Rutherford]] estabeleceu que os átomos consistiam de uma nuvem difusa de elétrons carregados negativamente em torno de um pequeno, denso, núcleo de carga positiva.<ref>{{cite journalcitar periódico|autor author=Niels Bohr | titletítulo=On the Constitution of Atoms and Molecules, Part I | journalperiódico=Philosophical Magazine | yearano=1913 | volume=26 | pagespáginas=1–24 | doi= 10.1080/14786441308634955| url=http://web.ihep.su/dbserv/compas/src/bohr13/eng.pdf | issuenúmero=151}}</ref> Em posse desses dados experimentais, Rutherford naturalmente considerou um modelo-planetário do átomo , o modelo de Rutherford de 1911. - elétrons que orbitam o núcleo solar - no entanto,tinhauma dificuldade técnica. As leis da mecânica clássica (ou seja, a fórmula de Larmor), prevêem que o elétron vai liberar radiação eletromagnética, enquanto em órbita de um núcleo. Porque o elétron perderia energia, seria movido gradualmente para o interior da espiral, entrando em colapso no núcleo. Este modelo do átomo é desastroso, pois prevê que todos os átomos são instáveis. Para superar esta dificuldade, [[Niels Bohr]] propôs, em 1913, o que hoje é chamado de modelo de Bohr do átomo. Ele sugeriu que os elétrons só poderia ter certos movimentos clássicos:
 
1.Elétrons nos átomos orbitam o núcleo.
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Além disso foram propostos vários aprimoramentos no modelo de Bohr, mais notavelmente o modelo de [[Arnold Sommerfeld]] ou modelo de '''Bohr-Sommerfeld''', que sugeriu que os elétrons viajam em órbitas elípticas ao redor de um núcleo, em vez de órbitas circulares do modelo de Bohr. Este modelo complementou a condição de momento angular quantizado do modelo de Bohr com uma condição radial quantização adicional, a condição de quantização Sommerfeld-Wilson.<ref>
{{citar periódico
{{cite journal
|authorautor =A. Sommerfeld
|yearano=1916
|titletítulo=Zur Quantentheorie der Spektrallinien
|journalperiódico=[[Annalen der Physik]]
|volume=51 |issuenúmero= 17|pagespáginas=1
|bibcode=1916AnP...356....1S
|doi=10.1002/andp.19163561702
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Heisenberg mostrou que a relação de comutação implica uma incerteza, ou, na linguagem de Bohr - a complementaridade.
 
Quaisquer das duas variáveis que não fazem trajeto não podem ser medidos em simultâneo, mais precisamente é conhecido, menos precisamente o outro pode ser conhecido. Heisenberg escreveu:
{{Citação2|bq=s|cinza=s|Ela pode ser expressa na sua forma mais simples, como se segue: Nunca se pode saber com precisão perfeita ambos destes dois factores importantes que determinam o movimento de uma das menores partículas à sua posição e a sua velocidade. É impossível determinar com precisão a posição e a direção e velocidade de uma partícula no mesmo instante.<ref>Heisenberg, W., ''Die Physik der Atomkerne'', Taylor & Francis, 1952, p. 30.</ref>}}
[[Werner Heisenberg]] formulou o [[Princípio da Incerteza]] no Instituto Niels Bohr, em [[Copenhague]], durante o trabalho sobre os fundamentos matemáticos da mecânica quântica.<ref>
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Após a quantização da luz (ver [[Corpo negro|radiação do corpo negro]]) de Max Planck, [[Albert Einstein]] interpretou o ''quanta'' de Planck sendo fótons, partículas de luz, e propôs que a energia de um fóton é proporcional à sua frequência, um dos primeiros sinais de [[dualidade onda-partícula]]. Como a energia e impulso estão relacionadas, da mesma forma como a freqüência e número de onda na relatividade especial, seguia-se que o impulso p de um fóton é proporcional ao seu número de onda k.
:<math>p = \frac{h}{\lambda} = \hbar k</math>
Em 1924, [[Louis de Broglie]] formulou a hipótese de Broglie, alegando que toda a matéria, não apenas a [[luz]], tem uma natureza ondulatória,<ref>Donald H Menzel, "''Fundamental formulas of Physics''", volume 1, page 153; Gives the de Broglie wavelengths for composite particles such as protons and neutrons.</ref><ref>[[Brian Greene]], [[The Elegant Universe]], page 104 "all matter has a wave-like character"</ref> , ele relatou comprimento de onda (denotado como λ) e impulso (denotado como p):
<math>\lambda = \frac{h}{p}</math>
De acordo com Broglie o electron é descrito por uma onda e um número inteiro de comprimentos de onda deve caber ao longo da circunferência da órbita do mesmo. Esta abordagem, essencialmente limita a onda de electrões numa dimensão, ao longo de uma órbita circular.
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A Teoria da [[Eletrodinâmica Quântica]] teve seu início com Paul Dirac na década de 1920.<ref name=dirac>
{{citar periódico
{{cite journal
|autor author=P.A.M. Dirac
|autorlink authorlink= Paul Adrien Maurice Dirac
| yearano=1927
| titletítulo=The Quantum Theory of the Emission and Absorption of Radiation
| journalperiódico=[[Proceedings of the Royal Society of London A]]
| volume=114 | pagespáginas=243–265
| doi=10.1098/rspa.1927.0039
|bibcode = 1927RSPSA.114..243D
| issuenúmero=767 }}</ref>
Nos anos seguintes, com contribuições de [[Wolfgang Pauli]], [[Eugene Wigner]], [[Pascual Jordan]], [[Werner Heisenberg]] e uma formulação elegante da eletrodinâmica quântica devido a [[Enrico Fermi]],<ref name=fermi>
{{citar periódico
{{cite journal
|autor author=E. Fermi
|autorlink authorlink= Enrico Fermi
| yearano=1932
| titletítulo=Quantum Theory of Radiation
| journalperiódico=[[Reviews of Modern Physics]]
| volume=4 | pagespáginas=87–132
| doi=10.1103/RevModPhys.4.87
|bibcode = 1932RvMP....4...87F }}</ref> os físicos passaram a acreditar que, em princípio, seria possível a realização de qualquer cálculo para qualquer processo físico envolvendo fótons e partículas carregadas. Dificuldades com a Teoria aumentaram até o último de 1940. Com Melhorias na Tecnologia de micro-ondas, foram possíveis fazer mais medições precisas da mudanca dos níveis de um [[átomo]] de [[hidrogênio]]. Mesmo assim ainda a QED inicial apresentava problemas , até que [[Sin-Itiro Tomonaga]],[[Julian Schwinger]], [[Richard Feynman]] e [[Freeman Dyson]] criaram a definitiva teoria da eletrodinâmica quântica pela qual apenas Sin-Itiro Tomonaga, Feynman e Schwinger foram laureados com o nobel em 1965 , Freeman Dyson não foi reconhecido.<ref name=nobel65>{{citar web | title título= The Nobel Prize in Physics 1965 | publisher publicado= Nobel Foundation | url = http://nobelprize.org/nobel_prizes/physics/laureates/1965/index.html|accessdateacessodata=2008-10-09}}</ref>
QED serviu de modelo para todas as teorias quânticas de campo subseqüentes. Tal como teoria a [[cromodinâmica quântica]], que começou na década de 1960 e atingiu sua forma atual em 1975 o trabalho de [[H. David Politzer]], [[David Gross]] e , principalmente, de [[Frank Wilczek]].
 
'''A cromodinâmica quântica'''
 
Em física teórica, [[cromodinâmica quântica]] (QCD) é uma teoria da interação forte (força de cor), a força fundamental que descreve as interações entre [[quarks]] e [[glúons]] que formam [[hádrons]] (como o [[próton]], [[nêutron]] ou [[pion]]). É o estudo da [[teoria de Yang-Mills]] de férmions de cor carregada (os quarks).
Com a invenção das câmaras de bolha e câmaras de ignição na década de 1950, a Física Experimental de Partículas descobriu um número grande e crescente de partículas chamadas hádrons. Pareciam ser um número tão grande de partículas que não poderiam ser fundamentais. Em primeiro lugar, as partículas foram classificados por carga e spin por [[Werner Heisenberg]], então, em 1953, de acordo com estranheza por [[Murray Gell-Mann]] e [[Kazuhiko Nishijima]]. Para obter um maior conhecimento, os hádrons foram classificados em grupos com propriedades e massas semelhantes usando o caminho óctuplo, inventado em 1961 por Gell-Mann e [[Yuval Ne'eman]]. Gell-Mann e [[George Zweig]], corrigindo uma abordagem anterior do [[Shoichi Sakata]], passaram a propor em 1963 que a estrutura dos grupos pode ser explicada pela existência de três tipos de pequenas partículas no interior dos hádrons: os [[quarks]].
 
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A história da unificação dessas duas forças começa com trabalhos de um jovem físico paquistanês chamado [[Abdus Salam]]. Salam trabalhou na teoria do [[neutrino]], uma partícula elusiva que foi postulada pela primeira vez por [[Wolfgang Pauli]] em 1930. Salam apresentou a simetria quiral na teoria dos neutrinos.<ref name="Riazuddin 2005 31">{{harv|Riazuddin|2005|pp=31}}</ref> A introdução da simetria quiral desempenhou papel crucial no desenvolvimento posterior da teoria da interação eletrofraca.<ref name="Riazuddin 2005 31"/> Salam mais tarde passou a trabalhar para [[Riazuddin]], que fez contribuições pioneiras sobre neutrinos. Em 1960, Salam realizou um trabalho de [[física nuclear]], onde foi pioneiro no trabalho de decaimento do próton. Salam introduziu a indução dos maciços bósons de Higgs na teoria do Modelo Padrão, onde ele previu a forma hipotética de decaimento radioativo emitido por prótons, portanto, ele teorizou a existência de decaimento do próton. Em 1963, Salam publicou seu trabalho teórico sobre o vetor méson.<ref>{{harv|uddin|1994|pp=124–127}}</ref> O jornal apresentou a interação do vetor [[méson]], [[fóton]] (vetor eletrodinâmico), e a renormalização de [[massa]] conhecida do vetor méson depois da interação. Em 1961, Salam começou a trabalhar com [[John Clive Ward]] em simetrias e unificação da força eletrofraca.<ref>{{Citar periódico|titulo = On a gauge theory of elementary interactions|url = http://link.springer.com/article/10.1007/BF02812723|jornal = Il Nuovo Cimento (1955-1965)|data = 2008-01-19|issn = 1827-6121|paginas = 165-170|volume = 19|numero = 1|doi = 10.1007/BF02812723|idioma = inglês|primeiro = A.|ultimo = Salam|coautores = J. C.}}</ref><ref>{{Citar periódico|titulo = Electromagnetic and weak interactions|url = http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/0031916364907115|jornal = Physics Letters|paginas = 168-171|volume = 13|numero = 2|doi = 10.1016/0031-9163(64)90711-5|primeiro = A.|ultimo = Salam|coautores = J.C.}}</ref> Em 1964, Salam e Ward trabalharam em uma teoria de gauge (calibre) para a interação fraca e eletromagnética. O trabalho foi interrompido e, em seguida, continuou em 1959, Salam estava profundamente convencido de que todas as interações das partículas elementares são realmente as interações calibres.
Em 1968, em conjunto com [[Steven Weinberg]] e [[Sheldon Glashow]], Salam formulou o conceito matemático do seu trabalho. Em 1960, Salam e Weinberg incorporaram o [[mecanismo de Higgs]], a descoberta de Glashow, dando a ele uma forma moderna na teoria eletrofraca, assim, a teoria do Modelo Padrão de Partículas.<ref>{{citar conferência |authorautor =A. Salam |editor=N. Svartholm |yearano=1968 |booktitletítulolivro=Elementary Particle Physics: Relativistic Groups and Analyticity |pagespáginas=367 |conferenceconferencia=[[Nobel Symposium|Eighth Nobel Symposium]] |publisherpublicado=[[Almquvist and Wiksell]] |locationlocal=Stockholm}}</ref>.
[[Ficheiro:GerardtHooft.jpg|thumb|150px|left|[[Gerard 't Hooft]]]]
Em 1969 um jovem físico graduando em [[Den Helder]] na [[Holanda]] chamado [[Gerard 't Hooft]] deu continuidade ao trabalho de Salam sobre as interações electrofracas. Junto com seu professor de doutorado [[Martinus Veltman]] começou em seu doutorado. Ele iria trabalhar sobre o mesmo assunto que Veltman estava trabalhando, a renormalização das teorias de Yang-Mills. Em 1971, seu primeiro trabalho foi publicado.<ref>{{Citar periódico|titulo = Renormalization of massless Yang-Mills fields|url = http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/0550321371903956|jornal = Nuclear Physics B|data = 1971-10-01|paginas = 173-199|volume = 33|numero = 1|doi = 10.1016/0550-3213(71)90395-6|primeiro = G.|ultimo = 'tHooft}}</ref> Nele, ele mostrou como renormalizar campos de Yang-Mills sem massa, e foi capaz de derivar relações entre amplitudes. O mundo deu pouca atenção, mas Veltman ficou animado, porque ele viu que o problema que ele estava trabalhando fora resolvido. Um período de intensa colaboração seguindo do desenvolvimento da técnica de [[regularização dimensional]]. Logo em seguida o segundo trabalho de t'Hooft estava pronto para ser publicado,<ref>{{Citar periódico|titulo = Renormalizable Lagrangians for massive Yang-Mills fields|url = http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/0550321371901398|jornal = Nuclear Physics B|data = 1971-12-01|paginas = 167-188|volume = 35|numero = 1|doi = 10.1016/0550-3213(71)90139-8|primeiro = G. 't|ultimo = Hooft}}</ref> em que ele mostrou que as teorias de Yang-Mills com campos enormes, poderiam ser renormalizados devido à quebra espontânea de [[simetria]]. Esse trabalho lhe valeu o reconhecimento mundial, e acabaria por ganhar o par do Prêmio Nobel de Física de 1999 junto com [[Martinus Veltman|Veltman]].
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[[Ficheiro:Henri Becquerel 1903.jpg|thumb|150px|right|[[Henri Becquerel]]]]
A história da [[física nuclear]] como uma disciplina distinta da [[física atômica]] começa com a descoberta da [[radioatividade]] por [[Henri Becquerel]] em 1896.<ref name=brm>{{citar livro
|titletítulo=Nuclear and Particle Physics
|authorautor =B. R. Martin
|publisherpublicado=John Wiley & Sons, Ltd.
|yearano=2006
|isbn=0-470-01999-9
}}</ref><ref>{{citecitar journalperiódico
|authorautor =Henri Becquerel
|title título=Sur les radiations émises par phosphorescence
|journalperiódico=Comptes Rendus
|volume = 122
|pages páginas= 420–421
|yearano=1896
|url=http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k30780/f422.chemindefer
}}</ref>
A descoberta do electron por [[J.J. Thomson]] um ano mais tarde, foi uma indicação de que o átomo tinha estrutura interna. Na virada do século XX, o modelo aceito do átomo era [[Modelo atômico de Thomson|modelo pudim de ameixa]] de JJ Thomson em que o átomo era uma grande bola carregada positivamente com pequenos elétrons carregados negativamente embutidos dentro dele. Na virada do século, os físicos também tinha descoberto três tipos de radiação que emanavam de átomos, que deram o nome de alfa, beta e radiação gama. Experimentos em 1911 por [[Otto Hahn]], e por [[James Chadwick]], em 1914, demonstraram que o espectro de decaimento beta era contínuo ao invés de discreto. Isto é, os electrões foram expulsos do átomo com uma gama de energias, em vez das quantidades discretas de energias que foram observados nos decaimentos gama e alfa. Este foi um problema para a física nuclear, no momento, porque indicava que a energia não foi conservada nesses decaimentos.
 
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'''A descoberta do núcleo'''
 
Em 1907, [[Ernest Rutherford]] publicou "A radiação da partícula α do Radium de passagem através da matéria".<ref>''Philosophical Magazine'' ('''12''', p 134-46)</ref> [[Hans Geiger]] ampliou esse trabalho em uma comunicação à [[Royal Society]],<ref>''Proc. Roy. Soc.'' July 17, 1908</ref>, experimentos com ele e Rutherford tinham feito passar partículas α (alfa) através do ar, papel alumínio e folha de ouro. Mais um trabalho foi publicado em 1909 por Geiger e Marsden e mais outro trabalho expandido foi publicado em 1910 por Geiger. Em 1911 Rutherford foi a Royal Society para explicar as experiências e propor a nova teoria do atômico núcleo.<ref>''Proc. Roy. Soc.'' Feb. 1, 1910</ref>
O experimento-chave por trás deste anúncio aconteceu em 1910, na [[Universidade de Manchester]], com a equipe de Ernest Rutherford realizando um experimento notável em que Hans Geiger e Ernest Marsden sob sua supervisão tinham emitido partículas alfa (núcleos de hélio) em uma fina película de folha de ouro. O modelo de pudim de ameixa previu que as partículas alfa deveriam sair da folha com suas trajetórias sendo, no máximo, levemente dobradas. Rutherford teve a ideia de instruir sua equipe a olhar para algo que chocou observar: algumas partículas foram espalhadas através de ângulos grandes, mesmo completamente para trás, em alguns casos. Ele comparou a disparar uma bala em papel de seda e tê-la saltar fora. A descoberta, a começar com a análise dos dados de Rutherford, em 1911, levou ao [[Modelo atômico de Rutherford]] do átomo, em que o átomo tem uma muito pequeno mas muito denso núcleo contendo a maior parte da sua massa, e que consiste em pesadas partículas carregadas positivamente com elétrons incorporados ao seu redor, a fim de equilibrar a carga (desde que o nêutron era desconhecido). Por exemplo, neste modelo (que não é a moderno) consistiu do azoto-14 de um núcleo com 14 [[prótons]] e 7 electrões no total de 21 partículas totais , e o núcleo estava rodeado por mais 7 electrões em órbita.
 
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'''As equações de Proca'''
 
[[Alexandru Proca]] foi o primeiro a desenvolver e relatar as grandes equações de campo de vetores bosônicos e uma teoria do campo mesônica das forças nucleares. [[As Equações de proca]] eram conhecidas por [[Wolfgang Pauli]].<ref>W. Pauli,'' Nobel lecture'', December 13, 1946.</ref> que mencionou as equações em seu discurso do Nobel, e elas também eram conhecidos por [[Hideki Yukawa]], Wentzel, Taketani, Sakata, Kemmer, Heitler e Fröhlich, que apreciaram o conteúdo das equações de proca para o desenvolvimento de uma teoria do núcleo atômico na Física Nuclear.<ref>{{cite journalcitar periódico|url=http://www.europhysicsnews.org |workobra=dx.doi.org/10.1051/epn:2006504 |titletítulo=Alexandru Proca (1897-1955) and his equation of the massive vector boson field by Dorin N. Poenaru 1, 2 and Alexandru Calboreanu |publisherpublicado=Europhysics News |pagepágina= 37 (5): 25–27 }}</ref><ref>''G. A. Proca, Alexandre Proca.Oeuvre Scientifique Publiée'', S.I.A.G., Rome, 1988.</ref><ref>C. Vuille, J. Ipser, J. Gallagher, “Einstein-Proca model, micro black holes, and naked singularities”, ''General Relativity and Gravitation'', '''34''' (2002), 689.</ref><ref>R. Scipioni, “Isomorphism between non-Riemannian gravity and Einstein-Proca-Weyl theories extended to a class of scalar gravity theories”, ''Class. Quantum Gravity''., '''16''' (1999), 2471.</ref><ref>R. W. Tucker and C. Wang, C., “An Einstein-Proca-fluid model for dark matter gravitational interactions”, ''Nucl. Phys. B'' - ''Proc. suppl''., '''57''' (1997) 259.</ref>
 
'''Mésons de Yukawa'''
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Enquanto isso, a possibilidade de combinar os núcleos de fusão nuclear, tinham sido estudada em relação com a compreensão dos processos das estrelas de energia. A primeira reação de fusão artificial tinha sido conseguido por [[Mark Oliphant]] em 1932, usando núcleos de deutério acelerados (cada um composto por um único próton vinculado a um único nêutron) para criar um núcleo de hélio.
 
Após o físico inglês [[James Chadwick]] descobrir o nêutron em 1932, [[Enrico Fermi]] e seus colegas em Roma estudaram os resultados do urânio bombardiado com nêutrons em 1934.<ref>E. Fermi, E. Amaldi, O. D'Agostino, F. Rasetti, and E. Segrè (1934) "Radioattività provocata da bombardamento di neutroni III," ''La Ricerca Scientifica'', vol.&nbsp;5, no.&nbsp;1, pages&nbsp;452–453.</ref> Fermi concluiu que seus experimentos haviam criado novos elementos com 93 e 94 prótons, qual o grupo apelidado ausonium e hesperium. Após a publicação de Fermi, [[Otto Hahn]], e [[Fritz Strassmann]] começaram a realizar experimentos semelhantes em Berlim. Em 22 de dezembro de 1938, Hahn e Strassmann enviaram um manuscrito a revista científica '''Naturwissenschaften''' que tinham descoberto o elemento [[bário]] após bombardearem o urânio com nêutrons.<ref>{{citecitar journalperiódico|doi=10.1007/BF01488241|authorautor =O. Hahn and F. Strassmann|titletítulo=Über den Nachweis und das Verhalten der bei der Bestrahlung des Urans mittels Neutronen entstehenden Erdalkalimetalle ("On the detection and characteristics of the alkaline earth metals formed by irradiation of uranium with neutrons")|journalperiódico=Naturwissenschaften|volume=27|issuenúmero=1|pagespáginas=11–15|yearano=1939|bibcode = 1939NW.....27...11H }}. The authors were identified as being at the Kaiser-Wilhelm-Institut für Chemie, Berlin-Dahlem. Received 22 December 1938.</ref> Ao mesmo tempo, eles comunicavam esses resultados para [[Lise Meitner]], na Suécia. Ela interpretou corretamente os resultados como prova de fissão nuclear. Para provar que o bário resultou de seu bombardeamento de urânio com nêutrons foi o produto da [[fissão nuclear]] , Hahn recebeu o Prêmio Nobel de Química em 1944 "pela descoberta da fissão de núcleos pesados".<ref>{{citar web | title título= The Nobel Prize in Chemistry 1944 | publisher publicado= Nobelprize.org | url = http://nobelprize.org/nobel_prizes/chemistry/laureates/1944/index.html|accessdateacessodata=2008-10-06}}</ref>
 
== Física da matéria condensada ==
[[Ficheiro:Johannes Diderik van der Waals.jpg|thumb|150px|left|[[Johannes Diderik van der Waals]]]]
Um dos primeiros estudos dos estados condensados da matéria foi do químico inglês [[Humphry Davy]], quando observou que dos quarenta elementos químicos conhecidos na época, vinte e seis tinham propriedades metálicas, como brilho, maleabilidade e alta [[condutividade elétrica]] e térmica. Isto indica que os átomosn na teoria atômica de Dalton não eram indivisíveis como Dalton alegou, mas não tinham estrutura interna. Davy alegou ainda que os elementos como gases, como o nitrogênio e o hidrogênio poderiam ser liquefeitos sob certas condições e, então, se comportarem como metais.<ref name=davy-1839>{{citar livro|lastúltimo =Davy|firstprimeiro =John (ed.)|titletítulo=The collected works of Sir Humphry Davy: Vol. II|yearano=1839|publisherpublicado=Smith Elder & Co., Cornhill|url=http://books.google.com/books?id=6WNKAAAAYAAJ&pg=PA22&lpg=PA22&dq=davy+nitrogen+hydrogen+solid+metals&source=bl&ots=_wSKzWHzsW&sig=8lmRuXu8HbaPsUXeC4IS8D64pAM&hl=en&sa=X&ei=arSAT_ydN6mkiQLm7aihAw&ved=0CB8Q6AEwAA#v=onepage&q&f=false}}</ref> Em 1823, [[Michael Faraday]], em seguida, um assistente no laboratório de Davy, liquefez o cloro com sucesso e passou a se liquefazer todos os elementos gasosos conhecidos, com excepção do azoto, hidrogénio e oxigénio. Pouco tempo depois, em 1869, o químico irlandês [[Thomas Andrews]] estudava a transição de fase de líquido para gás e cunhou o termo ponto crítico para descrever o instante em que um gás e um líquido eram indistinguíveis como fases.<ref name=thomasandrews>{{citecitar journalperiódico|lastúltimo =Rowlinson|firstprimeiro =J. S.|titletítulo=Thomas Andrews and the Critical Point|journalperiódico=Nature|yearano=1969|volume=224|issuenúmero=8|url=http://www.nature.com/nature/journal/v224/n5219/pdf/224541a0.pdf|accessdateacessodata=7 Aprilde abril de 2012}}</ref>
O físico holandês [[Johannes van der Waals]] forneceu o início teórico que permitiu a previsão do comportamento crítico com base em medições em temperaturas muito mais elevadas. Em 1908, James Dewar e [[Heike Kamerlingh Onnes]] foram capazes de liquefazer o hidrogênio e então o recém-descoberto hélio, respectivamente.<ref name=atkins>{{citar livro|lastúltimo =Atkins|firstprimeiro =Peter|last2último2 =de Paula|first2primeiro2 =Julio|titletítulo=Elements of Physical Chemistry|yearano=2009|publisherpublicado=Oxford University Press|isbn=978-1-4292-1813-9|url=http://www.oup.com/uk/orc/bin/9780199226726/ch01.pdf}}</ref>
 
Em 1911, apenas três anos após o hélio ter sido liquefeito, Onnes trabalhando na [[Universidade de Leiden]] descobriu a [[supercondutividade]] no mercúrio, quando ele observou a resistividade elétrican o mercúrio a desaparecer quando a temperatura foi reduzida abaixo de um determinado valor. O fenômeno era completamente desconhecido dos melhores físicos teóricos da época, e permaneceu inexplicável por várias décadas.<ref name=Slichter-AIP-supercond>{{citar web|lastúltimo =Slichter|firstprimeiro =Charles|titletítulo=Introduction to the History of Superconductivity|url=http://www.aip.org/history/mod/superconductivity/01.html|workobra=Moments of Discovery|publisherpublicado=American Institute of Physics|accessdateacessodata=13 de junho de 2012}}</ref>
 
'''Supercondutividade'''
 
[[Ficheiro:Stickstoff gekühlter Supraleiter schwebt über Dauermagneten 2009-06-21.jpg|thumb|170px|right|Um supercondutor de alta temperatura levitando acima de um [[ímã]]]]
Em meados da década de 1950 viu-se um rápido progresso na compreensão da supercondutividade. Começou no trabalho de 1948, "sobre o problema da Teoria Molecular da supercondutividade", onde [[Fritz London]] propôs que as equações fenomenológicas London poderiam ser consequências da coerência de um [[estado quântico]]. Em 1953, [[Brian Pippard]], motivado por experimentos de penetração, propôs que esta seria modificar as equações de London através de um novo parâmetro de escala chamada comprimento de coerência. [[John Bardeen]], em seguida, argumentou no documento de 1955, "Teoria do Efeito Meissner nos supercondutores"<ref>{{citecitar journalperiódico|lastúltimo =Bardeen|firstprimeiro =J.|titletítulo=Theory of the Meissner Effect in Superconductors|journalperiódico=Physical Review|data=Marchmarço de 1955|volume=97|issuenúmero=6|pagespáginas=1724–1725|doi=10.1103/PhysRev.97.1724|accessdateacessodata=3 de maio de 2012|bibcode = 1955PhRv...97.1724B }}</ref> que tal modificação ocorre naturalmente. O ingrediente chave é o cálculo dos estados ligados de elétrons sujeitos a uma força atrativa em seu artigo 1956 de Leon Neil Cooper, "Limite pares de elétrons em um Gas degenerado ".<ref>{{citecitar journalperiódico|lastúltimo =Cooper|firstprimeiro =Leon|titletítulo=Bound Electron Pairs in a Degenerate Fermi Gas|journalperiódico=Physical Review|data=Novembernovembro de 1956|volume=104|issuenúmero=4|pagespáginas=1189–1190|doi=10.1103/PhysRev.104.1189|accessdateacessodata=3 de maio de 2012|issn=0031899X|bibcode = 1956PhRv..104.1189C }}</ref>
Em 1957 Bardeen e Cooper montaran esses ingredientes e construíram como uma teoria, a teoria BCS, com [[Robert Schrieffer]]. A teoria foi publicada pela primeira vez em abril de 1957 na carta, "a teoria microscópica da supercondutividade".<ref>{{citecitar journalperiódico|lastúltimo =Bardeen|firstprimeiro =J.|coauthorscoautor=Cooper, L. N., Schrieffer, J. R.|titletítulo=Microscopic Theory of Superconductivity|journalperiódico=Physical Review|data=Aprilabril de 1957|volume=106|issuenúmero=1|pagespáginas=162–164|doi=10.1103/PhysRev.106.162|url=http://prola.aps.org/pdf/PR/v106/i1/p162_1|accessdateacessodata=3 de maio de 2012|bibcode = 1957PhRv..106..162B }}</ref>
A demonstração de que a transição de fase é , que reproduz o [[efeito Meissner]] e os cálculos de calores específicos e profundidades de penetração apareceram no artigo de dezembro de 1957, "Teoria da supercondutividade".<ref>{{citecitar journalperiódico|lastúltimo =Bardeen|firstprimeiro =J.|coauthorscoautor=Cooper, L. N.; Schrieffer, J. R.|titletítulo=Theory of Superconductivity|journalperiódico=Physical Review|data=Decemberdezembro de 1957|volume=108|issuenúmero=5|pagespáginas=1175–1204|doi=10.1103/PhysRev.108.1175|url=http://prola.aps.org/pdf/PR/v108/i5/p1175_1|accessdateacessodata=3 de maio de 2012|bibcode = 1957PhRv..108.1175B }}</ref> Eles receberam o [[Prêmio Nobel de Física]] em 1972 para esta teoria.
 
== Cosmologia ==
 
[[Ficheiro:Edwin-hubble.jpg|thumb|150px|left|[[Edwin Powell Hubble]]]]
A cosmologia moderna se desenvolveu ao longo das trilhas entre teoria e observação. Em 1916, Albert Einstein publicou a teoria da [[relatividade geral]], que forneceu uma descrição unificada da gravidade como uma propriedade geométrica do espaço e do tempo.<ref>{{citar web|titletítulo=Nobel Prize Biography|url=http://nobelprize.org/nobel_prizes/physics/laureates/1921/einstein-bio.html|workobra=Nobel Prize Biography|publisherpublicado=Nobel Prize|accessdateacessodata=25 de fevereiro de 2011}}</ref> Na época, Einstein acreditava em um universo estático, mas descobriu que sua formulação original do teoria não permitia.<ref name="Liddle, A. 51">{{citar livro | authorautor = Liddle, A. | title título= An Introduction to Modern Cosmology | publisher publicado= Wiley | pagepágina=51 | isbn =0-470-84835-9 }}</ref> Isto é porque as massas distribuídas por todo o Universo se atraíam gravitacionalmente, nos movendo em direção ao outro ao longo do tempo. No entanto, ele percebeu que suas equações permitiram a introdução de uma constante que poderia neutralizar a força da gravidade na escala cósmica. Einstein publicou seu primeiro artigo sobre cosmologia relativista, em 1917, no qual ele acrescentou esta [[constante cosmológica]] de suas equações de campo, a fim de forçá-las a modelar um universo estático.<ref>{{citar livro | lastúltimo = Vilenkin | firstprimeiro = Alex | title título= Many worlds in one : the search for other universes | publisher publicado= Hill and Wang, A division of Farrar, Straus and Giroux | location local= New York | year ano= 2007 | isbn = 978-0-8090-6722-0 | pagepágina=19}}</ref>
 
No entanto, o assim chamado modelo de Einstein era instável para pequenas perturbações que o fariam eventualmente começar a expandir ou contrair. O modelo de Einstein descreve um universo estático. Foi mais tarde que se percebeu que o modelo de Einstein era apenas parte de um conjunto maior de possibilidades, todos os quais foram consistentes com a relatividade geral e o princípio cosmológico. As soluções cosmológicas da relatividade geral foram encontrados por três cientistas no início de 1920.<ref name="ReferenceC">{{citar livro |last1último1 =Jones |first1primeiro1 =Mark |last2último2 =Lambourne |first2primeiro2 =Robert | title título= An introduction to galaxies and cosmology | publisher publicado= Open University Cambridge University Press | location local= Milton Keynes Cambridge, UK New York | year ano= 2004 | isbn = 0-521-54623-0 |pagepágina=232 }}</ref> Suas equações descrevem o universo de Friedmann-Lemaître-Robertson-Walker, que pode se expandir ou contrair, e cuja geometria pode ser aberta, plana, ou fechada.<ref name="ReferenceC"/>
[[Ficheiro:Lemaitre.jpg|thumb|150px|left|[[Georges Lemaître]]]]
Em 1927, o padre católico belga [[Georges Lemaître]] deriva independentemente as equações de Friedmann-Lemaître-Robertson-Walker e propôs, a partir da recessão de [[nebulosas espirais]], que o Universo começou com a "explosão" de um "átomo primordial" - que mais tarde foi chamado de [[Big Bang]]. Em 1929, [[Edwin Hubble]] forneceu uma base observacional para a teoria de Lemaître. Hubble mostrou que as nebulosas espirais eram galáxias por determinação de suas distâncias usando medições do brilho de estrelas variáveis ​. Ele descobriu uma relação entre o ''redshift'' [[Desvio para o vermelho]] de uma galáxia e sua distância. Ele interpretou isso como evidência de que as galáxias estão se afastando da Terra em todas as direções em velocidades proporcionais às suas distâncias. Este fato é agora conhecido como a [[lei de Hubble]].