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[[FileImagem:Analfabetismo2013unesco.png|thumb|400px|Mapa mundial da alfabetização em 2013. Os países em azul-escuro são os que apresentam os melhores índices.]]
A '''alfabetização''' ou '''literacia'''<ref>http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/liter%C3%A1cia</ref>''' '''consiste no aprendizado do [[alfabeto]] e de sua utilização como [[código]] de [[comunicação]]. De um modo mais abrangente, a alfabetização é definida como um processo no qual o indivíduo constrói a gramática e em suas variações, sendo chamada de alfabetismo a capacidade de ler, compreender, e escrever textos, e operar números .<ref name=UNE/>. Esse processo não se resume apenas na aquisição dessas habilidades mecânicas ([[codificação]] e [[decodificação]]) do ato de ler, mas na capacidade de interpretar, compreender, criticar, ressignificar e produzir conhecimento.<ref>Letramento: um tema em três gêneros. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.</ref> Todas essas capacidades citadas anteriormente só serão concretizadas se os [[aluno]]s tiverem acesso a todos os tipos de portadores de textos. O aluno precisa encontrar os usos sociais da leitura e da escrita.<ref> SENNA, Luiz Antonio Gomes (Org.) Letramento - princípios e processos. Curitiba: IBPEX, 2007.</ref> A alfabetização envolve também o desenvolvimento de novas formas de compreensão e uso da linguagem de uma maneira geral.<ref>[http://michaelis.uol.com.br/ LETRADO. In: MICHAELIS Moderno Dicionário da Língua Portuguesa]. Acesso em: 07 março de 2008</ref>
 
A alfabetização de um indivíduo promove sua [[socialização]], já que possibilita o estabelecimento de novos tipos de trocas simbólicas com outros indivíduos, acesso a bens culturais e a facilidades oferecidas pelas instituições sociais. A alfabetização é um fator propulsor do exercício consciente da cidadania e do desenvolvimento da sociedade como um todo.<ref>SILVA, Almira Sampaio Brasil da (Org.) Método Misto de Ensino da Leitura e da Escrita e História da Abelhinha – Guia do Mestre. 7. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1973.</ref>
 
A incapacidade de ler e escrever é denominada '''analfabetismo '''ou '''iliteracia''',<ref>http://www.infopedia.pt/pesquisa-global/iliteracia</ref> enquanto que a incapacidade de interpretar textos simples é chamada '''[[analfabetismo funcional]]''' ou '''semianalfabetismo'''.<ref>[http://www.grupoescolar.com/pesquisa/o-analfabetismo.html O Analfabetismo], 6 de outubro de 2008 - Francesca Silva</ref>
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== Letramento ==
Segundo Soares (2003), o termo [[letramento]] surgiu em 1980, como verdadeira condição para [[sobrevivência]] e a conquista da [[cidadania]], no contexto das transformações culturais, sociais, políticas, econômicas e tecnológicas. Ampliando, assim o sentido do que tradicionalmente se conhecia por alfabetização.<ref>FEITELSON, Dina (1988). ''Facts and Fads in Beginning Reading: A Cross-Language Perspective''. Norwood, New Jersey, United States: Ablex.</ref>
Letramento não é necessariamente o resultado de ensinar a [[Leitura|ler]] e a [[Escrita|escrever]]. É o estado ou a [[condição]] que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita.<ref>SOARES, 2003</ref> Surge, então, um novo sentido para o adjetivo "letrado", que significava apenas "que, ou o que é versado em letras ou literatura; literato",<ref>MICHAELIS</ref> e que, agora, passa a caracterizar o indivíduo que, sabendo ler ou não, convive com as práticas de leitura e escrita. Por exemplo: quando um pai lê uma história para seu filho dormir, a criança está em um processo de letramento, está convivendo com as práticas de leitura e escrita. Não se deve, portanto, restringir a caracterização de um indivíduo letrado ao que domina apenas a técnica de escrever (ser alfabetizado), mas sim àquele que utiliza a escrita e sabe "responder às exigências de leitura e escrita que a sociedade faz continuamente".<ref>{{citecitar booklivro|authorautor =Soares, Magda|titletítulo=Alfabetização e letramento|editor=São Paulo: Contexto|yearano=2003}}</ref>
 
O que entende-se, hoje, como letramento, é dominar a leitura e a escrita. Neste sentido, uma pessoa letrada é aquela que as domina e utiliza com [[competência]] em seu [[Sociedade|meio social]], pois só assim o indivíduo se tornará alfabetizado e letrado. De acordo com a autora Soares, há a necessidade de diferenciá-los, pois pode-se confundir os dois processos, gerando, assim, um conflito na compreensão dos mesmos; e, ao aproximá-los, percebemos que a alfabetização pode modificar o entendimento de letramento, como ao mesmo tempo depende dele.
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=== Métodos predominantemente sintéticos ===
São métodos que partem das partes para se chegar ao todo.
 
=== Métodos alfabéticos ===
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O método fônico é um método de alfabetização que dá ênfase ao ensino dos sons das letras, partindo das correspondências sons-letras mais simples para as mais complexas para, depois, combiná-las. O que permitirá que se consiga ler toda e qualquer palavra. Nasceu como uma crítica ao método da soletração ou alfabético, sendo indicado para crianças mais jovens e recomendado ser introduzido logo no início da alfabetização.<ref>FEITELSON, 1988</ref>
 
Por exemplo: ao se ensinar os [[fonemas]] /u/, /a/, /o/, /t/ e /p/ usando um alfabeto móvel, as crianças podem formar [[palavras]] como: pata, pato, tato, tatu, tapa, topo etc.; depois disso, elas são incentivadas a pronunciar o som de cada letra uma por uma e, em seguida, combiná-los para gerar a pronúncia da palavra.
 
Assim, a criança [[construção|constrói]] a [[pronúncia]] por si própria. Muitas das correspondências [[som]]-[[letra]], incluindo [[consoante]]s, [[Vogal|vogais]] e [[dígrafo]]s, podem ser ensinados num espaço de poucos meses (de quatro a seis meses), logo no início do seu primeiro [[ano letivo]]. Isso significa que as crianças poderão ler muitas das palavras desconhecidas que elas mesmas encontram nos textos, sem o auxilio do professor para tal.
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=== Método global (ou analítico) ===
Opunha-se ao método sintético, questionando dois argumentos dessa teoria. Um que diz respeito à maneira como o sentido é deixado de lado e outro que supunha que a criança não reconheceria uma palavra sem antes reconhecer sua unidade mínima.
 
A principal característica que diferencia o método sintético do analítico é o ponto de partida. Enquanto o primeiro parte do menor componente para o maior, o segundo parte de um dado maior para unidades menores.<ref>http://matematica-leitura.planetaclix.pt/indice_do_metodo_global.htm</ref>