Holocausto Canibal: diferenças entre revisões

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Etiqueta: Possível mudança indevida de nacionalidade
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| imagem = 215px-Cannibal Holocaust movie.jpg
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| país = {{ITA}}
| ano = [[1980]]
| cor-pb = Cor
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| diretor de fotografia =Sergio D'Offizi
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| género = [[Filme de terror|Terror]]<br>[[Splatter|''Gore'']]
| idioma = [[Língua inglesa|Inglês]]<br />[[Língua espanhola|Espanhol]]
| lançamento = 7 de fevereiro de 1980
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| código-IMDB = 0078935
}}
'''''Cannibal Holocaust''''' ('''''Holocausto Canibal''''', no [[Brasil]]) é um filme [[Cinema da Itália|italiano]] de [[1980 no cinema|1980]] dirigido por [[Ruggero Deodato]] e escrito por Gianfranco Clerici. É estrelado por [[Robert Kerman]], [[Carl Gabriel Yorke]], [[Francesca Ciardi]], [[Perry Pirkanen]] e [[Luca Barbareschi]]. Influenciado pelas obras [[Shockumentary|Mondo]] do diretor [[Gualtiero Jacopetti]],<ref name=":0" /><ref name=":6">[[Riz Ortolani|Ortolani, Riz]] (interviewee) (2003). ''In the Jungle: The Making of Cannibal Holocaust'' (Documentary). Italy: Alan Young Pictures.</ref> o filme foi inspirado pela mídia italiana em relação a cobertura dos terrorismos das [[Brigadas Vermelhas]], cuja reportagens incluíam notícias que Deodato acreditava serem encenadas, uma ideia que se tornou um aspecto integral da história do filme.<ref name=":1">[[Ruggero Deodato|Deodato, Ruggero]] (12 de novembro de 2000). "Cult-Con 2000". ''Cannibal Holocaust DVD Commentary''(Interview). Interview with [[Sage Stallone]], [[Bob Murawski]]. Tarrytown, New York.</ref> ''Cannibal Holocaust'' foi filmado principalmente na [[Amazônia|floresta amazônica]] (no território [[Colômbia|Colômbiano]]no) com tribos indígenas interagindo com atores americanos e italianos.<ref>''Cinema Inferno: Celluloid Explosions from the Cultural Margins''. Weiner, Robert G.; Cline, John (Editors). Scarecrow Press, Inc., 2010. {{ISBN|978-0-8108-7656-9}}.</ref>
 
O enredo gira em torno de uma equipe de quatro [[Documentário|documentaristas]] de tribos desaparecidos que haviam ido à Amazônia para filmar tribos [[Canibalismo|canibais]]. Uma missão de resgate, liderada pelo antropólogo da [[Universidade de Nova Iorque]] Harold Monroe recupera as fitas de gravações perdidas feitas pelos documentaristas, que uma emissora de televisão americana deseja transmitir. Ao assistir as filmagens, Monroe fica desgostoso com as ações da equipe, e depois de descobrir seus destinos, ele opõe-se à intenção da emissora de transmiti-la. A forma como foram apresentas as filmagens perdidas da equipe, funcionando de forma semelhante a um ''[[Analepse|flashback]]'', revolucionou o estilo de filmagem [[Found footage|Filmes Perdidos]], mais tarde popularizado por filmes como ''[[The Blair Witch Project]]'' (1999).
 
''Cannibal Holocaust'' é conhecido pela controvérsia e polêmica que causou logo após sua estreia. Depois de estrear na [[Itália]], o filme foi apreendido por um [[magistrado]] local, e Deodato foi preso por acusações de [[obscenidade]]. Posteriormente, ele foi acusado de ter feito um [[filme snuff|filme ''snuff'']], devido aos rumores que afirmavam que certos atores foram realmente mortos. Apesar de o diretor ter sido mais tarde inocentado dessas acusações, o filme foi proibido na Itália, [[Reino Unido]], [[Austrália]] e em vários outros países devido à sua representação gráfica de ''[[Splatter|gore]]'', [[violência sexual]] e a inclusão de seis mortes e [[Crueldade para com os animais|violência real de animais.]] Muitos países já revogaram a proibição, mas ele ainda é barrado em várias nações. Essa notoriedade, não obstante, fez com que alguns críticos vissem-no como um comentário social sobre a sociedade civilizada.<ref name="David Carter">{{citecitar web|url=http://www.savagecinema.com/cannibalholocaust.html|titletítulo=Savage Cinema|data=|acessodata=3 de julho de 2017|publicado=Savage Cinema|ultimo=Carter|primeiro=David}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web/20141110233913/http://www.littlewhitelies.co.uk/features/articles/cannibal-holocaust-16541|titulo=Cannibal Holocaust – Articles {{!}} Little White Lies|data=10 de novembro de 2014|acessodata=1 de julho de 2017|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref name="Goodall">{{cite bookcitar livro|lastúltimo =Goodall |firstprimeiro =Mark |titletítulo=Sweet and Savage: The World Through the Shockumentary Film Lens |yearano=2006 |publisherpublicado=Headpress |locationlocal=[[London]], UK |isbn=1-900486-49-0}}</ref> No [[Brasil]], o filme foi classificado para maiores de 18 anos.
 
== Sinopse ==
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O roteiro foi escrito pelo italiano Gianfranco Clerici sob o título ''Green Inferno''. Ele havia trabalhado com Deodato em seus filmes anteriores ''Ultimo mondo canibale'' e ''The House on the Edge of the Park'', que foram filmados antes de ''Cannibal Holocaust'', porém lançados depois. Os nomes de certos personagens do filme foram alterados do roteiro por Clerici: o nome "Mark Williams" foi mudado para "Mark Tomaso" e "Shanda Tommaso" para "Faye Daniels".<ref name=":3">Clerici, Gianfranco. ''Cannibal Holocaust''. Screenplay.</ref><ref name=":16">"The Last Road to Hell: Alternate Version" (supplementary material on DVD release of ''Cannibal Holocaust''). DVD. Grindhouse Releasing, 2005.</ref>
 
Clerici também escreveu várias cenas que não foram incluídas no filme; a mais famosa era a de um grupo de Yanomami cortando a perna de uma Shamatari e alimentando um grupo de [[Piranha|piranhaspiranha]]s no rio. Se aparecesse no filme, seria logo após a equipe de Monroe resgatar um grupo de Yanomami das mãos dos Shamatari.<ref name=":3" /> Tentativas foram feitas para gravar esta cena, mas a [[Fotografia subaquática|câmera subaquática]] não funcionou corretamente e era difícil de controlar as piranhas. Como resultado, Deodato abandonou esta ideia. Foram tiradas algumas fotos desta cena, que são sua única descrição conhecida.<ref name=":1" />
 
===Elenco===
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Deodato teve como influência as obras dos cineastas italianos Paolo Cavara, [[Gualtiero Jacopetti]] e Franco Prosperi, por quem ele tinha grande admiração.<ref name=":6" /><ref name=":1" /> Prosperi e Jacopetti produziram vários [[Shockumentary|filmes Mondo]], que são documentários semelhantes aos feitos em ''Cannibal Holocaust''. Estes documentários focaram em temas e conteúdos sensacionalistas incluindo costumes locais bizarros, mortes e crueldades em geral. O diretor seguiu o exemplo, como a violência gráfica e assassinatos de animais. Embora fictícia, Deodato criou uma exposição semelhante de violência mundana, igualmente as vistas em ''[[Mondo Cane]]'' (1962), dirigido por Cavara, Prosperi e Jacopetti.<ref name=":6" />
[[Ficheiro:Ruggero Deodato 2008.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|241x241px|[[Ruggero Deodato]], o diretor do filme.]]
Deodato filmou ''Cannibal Holocaust'' usando a técnica ''[[Cinema Verite|cinéma vérité]]'' que aprendeu com seu mentor [[Roberto Rossellini]], estilo que o ''designer'' de produção Massimo Antonello Gelend chamou de "hiper-realista".<ref name=":2" /> O historiador de cinema David Kerekes afirma que o senso de realidade do filme é baseado na direção e abordagem das filmagens recuperadas da equipe dos cineastas desaparecidos, notando que a "câmera de mão tremia e tremia com certo realismo, e ''The Green Inferno'', o desastroso filme do grupo "[[filme dentro do filme]]", não é exceção", e que "esta mesma instabilidade dá ao filme ''Green Inferno'' a sua autêntica qualidade".<ref name="killing for culture">{{citecitar booklivro|lastúltimo =Kerekes|firstprimeiro =David|author2autor2 =Slater, David|titletítulo=Killing for Culture: Death Film from Mondo to Snuff|datedata=Janeiro de 1996|publisherpublicado=Creation Books|locationlocal=UK|isbn=1-871592-20-8}}</ref> David Carter, do ''site'' de terror ''Savage Cinema'', disse que os métodos de Deodato acrescentaram uma qualidade em [[Narrativa em primeira pessoa|primeira pessoa]] às filmagens da equipe de documentaristas, afirmando: "O espectador sente como se estivesse lá, experimentando os horrores com eles." Deodato estava orgulhoso de outros aspectos da [[cinematografia]], nomeadamente as numerosas tomadas feitas em movimento usando uma câmera padrão, sobreposta no ombro do operador, que antecede o uso do ''[[steadicam]]''.<ref name=":1" />
 
Kerekes notou que o abate de animais e a inclusão do documentário feito pela equipe desaparecida foram uma adição ao sentido de realidade do filme.<ref name="killing for culture" /> [[Lloyd Kaufman]], da Troma Entertainment, comparou essas cenas com o estilo de montagem de Vsevolod Pudovkin, dizendo: "Em ''Cannibal Holocaust'', vemos os atores matarem e rasgarem uma tartaruga gigante e outros animais. [...] O cérebro foi condicionado a aceitar essa mistura de violência real e encenada, combinada com o trabalho de uma câmera portátil com uma qualidade chula e sem edição a partir da segunda metade do filme, é certamente o suficiente para convencer alguém de que o que eles estão assistindo é real."<ref name=":10">Kaufman, Lloyd (2002). "''Cannibal Holocaust'': Review by Lloyd Kaufman". In Slater, Jay. ''Eaten Alive!: Italian Cannibal and Zombie Movies''. London: Plexus Publishing. pp. 104–106.</ref>
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=== Trilha sonora ===
A [[trilha sonora]] do filme foi composta pelo italiano [[Riz Ortolani]], o qual o próprio diretor escolheu por apreciar seu trabalho em ''Mondo Cane''. A trilha tem uma variedade de estilos, desde uma melodia suave no "Tema Principal", a uma [melodia] mais triste e harmônica em "Crucified Women," e chegando a um andamento mais rápido e animado em "Cameraman's Recreation", "Relaxing in the Savannah" e "Drinking Coco". Os instrumentos também são variados, que vão desde [[Orquestra|orquestrasorquestra]]s a [[Sintetizador|sintetizadoressintetizador]]es.<ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web/20080613160548/http://www.moviegrooves.com/shop/cannibalholocaustsoundtrack.htm|titulo=Cannibal Holocaust soundtrack - Riz Ortolani|data=2008-06-13|acessodata=3 de julho de 2017|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
O álbum foi lançado na [[Alemanha]] em 1995 pela gravadora Lucertola Media, com um número limitado de mil cópias, e por isso tornou-se difícil de encontrá-lo.<ref name=":8">{{Citar web|url=https://www.discogs.com/Riz-Ortolani-Cannibal-Holocaust/master/61282|titulo=Riz Ortolani - Cannibal Holocaust|data=|acessodata=3 de julho de 2017|obra=Discogs|publicado=|ultimo=|primeiro=|lingua=en}}</ref> Foi relançado em agosto de 2005, desta vez no Estados Unidos, pela Coffin Records.<ref>{{Citar web|url=http://www.soundtrack.net/album/cannibal-holocaust-2005/|titulo=Cannibal Holocaust Soundtrack (1980)|data=|acessodata=3 de julho de 2017|obra=www.soundtrack.net|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> Lançamentos posteriores ocorreram em 2014 e 2015.<ref name=":8" /> Faixas compostas por Ortolani:<ref>{{Citar web|url=https://www.discogs.com/Riz-Ortolani-Cannibal-Holocaust/release/389143|titulo=Riz Ortolani - Cannibal Holocaust|acessodata=2017-07-04|obra=Discogs|lingua=en}}</ref>
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''Cannibal Holocaust'' estreou em 7 de fevereiro de 1980 na cidade italiana de [[Milão]]. Embora os tribunais confiscassem o filme por uma queixa de um cidadão, a reação inicial do público foi positiva.<ref name=":0" /><ref name=":1" /> Depois de assisti-lo, o diretor [[Sergio Leone]] escreveu uma carta para Deodato afirmando: "Querido Ruggero, que filme! A segunda parte é uma obra-prima do realismo cinematográfico, mas tudo parece tão real que acho que você enfrentará problemas com todo o mundo".<ref name=":11">Slater, Jay (2002). "''Cannibal Holocaust'': Review by Jay Slater". In Slater, Jay. ''Eaten Alive!: Italian Cannibal and Zombie Movies''. London: Plexus Publishing. p. 108.</ref> Nos dez dias antes da confiscação, o filme havia arrecadado cerca de 2 milhões de dólares. No [[Japão]], arrecadou 21 milhões, tornando-se o segundo filme de maior bilheteria da época no país, após ''[[E.T. the Extra-Terrestrial|E.T. - o Extra Terrestre]]''.<ref name=":0" /> O filme arrecadou um total mundial de 200 milhões de dólares.<ref name=":0" />
 
Uma das jogadas de ''marketing'' foi a inserção explicativa nos letreiros finais de que os rolos de filme foram vendidos a uma pequena produtora cinematográfica, o que originou ''Cannibal Holocaust'', fazendo com que muitos acreditassem.<ref name=":17">{{Citar periódico|ultimo=M. Guerra|primeiro=Felipe|data=30 de junho de 2014|titulo=Cannibal Holocaust (1980)|jornal=Boca do Inferno|doi=|url=http://bocadoinferno.com.br/criticas/2014/06/cannibal-holocaust-1980/|acessadoem=4 de julho de 2017|idioma=pt-BR}}</ref>
 
== Recepção crítica ==
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No entanto, os contrários criticaram as cenas de mortes dos animais, as performances e a [[hipocrisia]] que é mostrada no filme. Nick Schager criticou a brutalidade, afirmando que "como visto nas cenas chocantes — como a imagem [[Racismo|racista]] que as pessoas têm dos índios — os selvagens de ''Cannibal Holocaust'' são aqueles que estão por de trás das câmeras." Os argumentos de Schager relacionados ao racismo foram baseados nas tribos reais venezuelanas e brasileiras, respectivamente, cujos nomes foram utilizados no filme — os [[Ianomâmis|Yanomami]] e os Shamatari – que não são inimigas, nem praticam canibalismo (embora os Yanomami participem de uma espécie de ritual canibal pós-morte).<ref>Chagnon, Napoleon A. (15 November 1996) [1968]. George and Louise Spindler, ed. ''Yanomamö'' (5th ed.). Fort Worth, Texas: Wadsworth Publishing.</ref><ref name=":12">{{Citar web|url=http://www.nickschager.com/nsfp/2005/08/cannibal_holoca.html|titulo=Lessons of Darkness: Cannibal Holocaust (1979): D|data=|acessodata=3 de julho de 2017|obra=www.nickschager.com|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> Robert Firsching, do Allmovie, fez críticas semelhantes ao conteúdo do filme, escrevendo: "Embora o filme seja, sem dúvida alguma, terrível o suficiente para satisfazer os fãs, sua mistura de matança de animais monótona, repulsiva e as tentativas de dar uma mensagem social acabou se tornando um desastre moral."<ref name=":13">{{Citar web|url=http://www.allmovie.com/movie/v132995|titulo=Cannibal Holocaust (1979) - Ruggero Deodato {{!}} Synopsis, Characteristics, Moods, Themes and Related {{!}} AllMovie|data=|acessodata=3 de julho de 2017|obra=AllMovie|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> Eric Henderson, da revista ''[[Slant Magazine|Slant]]'', disse que é "inteligente o bastante para gerar sérias críticas, mas sujo o suficiente para considerar [que] você [que está assistindo, seja] um pervertido, mesmo estando incomodado."<ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web/20070930181453/http://www.slantmagazine.com/film/film_review.asp?ID=1848|titulo=Slant Magazine - Film Review: Cannibal Holocaust|data=2007-09-30|acessodata=3 de julho de 2017|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
Felipe M. Guerra, escrevendo para o ''site'' Boca do Inferno, afirmou que: "Do começo ao fim, ''Cannibal Holocaust'' é violentíssimo, e certamente não é um filme para todos os tipos de público. Mas é um clássico, um dos melhores filmes de horror já feitos, com uma música espetacular de Ortolani, que passa toda a dramaticidade das situações."<ref name=":17" /> ''Cannibal Holocaust'' atualmente detém uma classificação de aprovação de 65% no agregador de resenhas ''[[Rotten Tomatoes|]]''Rotten Tomatoes'']] e uma nota média de 5,1/10 baseado em 17 críticas.<ref>{{Citation|titletítulo=Cannibal Holocaust|url=http://www.rottentomatoes.com/m/cannibal_holocaust/?critic=columns|languagelíngua=en|accessdateacessodata=3 de julho de 2017}}</ref>
 
Nos últimos anos, o filme recebeu elogios em várias publicações, e é reconhecido atualmente como um [[Cult|clássico ''cult'']].<ref>{{Citar web|url=http://www.filmsite.org/controversialfilms13.html|titulo=100 Most Controversial Films of All Time|data=|acessodata=3 de julho de 2017|obra=www.filmsite.org|publicado=|ultimo=|primeiro=|lingua=en}}</ref> A revista britânica ''[[Total Film]]'' classificou-o como o décimo maior filme de terror de todos os tempos,<ref>{{Citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=|titulo=Shock Horror!|jornal=gamesradar|doi=|url=http://www.totalfilm.com/news/shock-horror-1|acessadoem=3 de julho de 2017|idioma=en}}</ref> foi incluído em uma lista semelhante dos 25 melhores filmes de terror compilada pela ''[[Wired]]''<ref>{{Citar web|url=https://www.wired.com/2010/10/25-best-horror-films/|titulo=The 25 Best Horror Films of All Time (NSFW)|data=|acessodata=3 de julho de 2017|obra=WIRED|publicado=|ultimo=Culture|primeiro=Author: Wired Staff Wired Staff}}</ref> e também ficou na oitava classificação na lista da ''[[IGN]]'' dos dez maiores filmes ''[[exploitation]]''.<ref>{{Citar web|url=http://www.ign.com/articles/2007/04/04/top-10-grind-house-films|titulo=Top 10 Grind House Films|data=2007-04-04|acessodata=3 de julho de 2017|obra=IGN|publicado=|ultimo=Staff|primeiro=I. G. N.|lingua=en-US}}</ref>
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* Um [[Saimiri|macaco esquilo]], decapitado com machete;
* Um [[porco]], morto com um tiro na cabeça com uma [[espingarda]].
O historiador de cinema Andrew DeVos argumentou que as mortes de animais foram duramente condenadas por causa da classificação do filme como exploração, enquanto, as mutilações de animais em filmes que os críticos consideram clássicos ou [[Cinema de arte|filmes de arte]] são muitas vezes ignoradas. DeVos cita vários exemplos, como ''[[A Regra do Jogo (filme)|A Regra do Jogo]]'', ''[[El Topo]]'' e ''[[Apocalypse Now]]''.<ref>{{citecitar booklivro|lastúltimo =DeVos|firstprimeiro =Andrew|editor-lastsobrenome =Weiner|editor-firstnome =Robert G.|editor-last2=Cline|editor-first2=John|titletítulo=Cinema Inferno: Celluloid Explosions from the Cultural Margins|chaptercapítulo=The More You Rape Their Senses, the Happier They Are: A History of ''Cannibal Holocaust''|yearano=2010|publisherpublicado=The Scarecrow Press, Inc.|pagepágina=93}}</ref> O BBFC fez uma conclusão semelhante a respeito da censura de cenas em que as mortes foram rápidas e indolores, observando: "A remoção dessas sequências seria injustas se [nós] aprovássemos, já que foi permitida a matança rápida e limpa em vários outros filmes, como ''Apocalypse Now''".<ref name=":14" />
 
== Legado ==
A estrutura do filme significou uma inovação na época, especificamente o conceito "''[[Found footage|]]''Found footage'']]", em que gravações feitas anteriormente por um grupo de pessoas que desaparece misteriosamente são encontradas e trazidas de volta à civilização para ver qual foi o destino delas. Posteriormente, outros filmes foram produzidos usando a mesma estrutura, como ''[[The Last Broadcast]]'' e ''[[The Blair Witch Project]]''. Além disso, da mesma forma como ''Cannibal Holocaust'', as propagandas de ''Blair Witch Project'' promoveram também a ideia que as gravações eram reais.<ref>{{Citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=22 de julho de 1999|titulo=The Blair Witch Project|jornal=|doi=|url=http://www.avclub.com/articles/the-blair-witch-project,13607/|acessadoem=3 de julho de 2017}}</ref> Deodato reconheceu semelhanças entre seu filme e ''Blair'', embora sem ressentimentos para com os produtores, estava frustrado com a publicidade que o filme promoveu dizendo ser uma gravação original. Os produtores de ''The Last Broadcast'' negaram que ''Cannibal Holocaust'' foi uma influência importante para a obra.<ref>Weiler, Lance (9 December 1999). "The Facts About The Last Broadcast" (Interview). Interview with Guido Henkel.</ref> No entanto, o filme foi citado pelo diretor Paco Plaza como uma fonte de inspiração para as produções ''[[REC (filme)|REC]]'' e ''[[REC 2]]''.<ref>{{citar livro|título=Found Footage Horror Films: Fear and the Appearance of Reality|ultimo=Heller-Nicholas|primeiro=Alexandra|editora=McFarland|ano=2014|local=|páginas=187|acessodata=}}</ref>
[[Ficheiro:Deodato - Roth.jpg|miniaturadaimagem|Deodato (na esquerda) ao lado de [[Eli Roth]] durante as gravações de ''[[Hostel: Part II]]'' (2007).]]
''Cannibal Holocaust'' tem sido considerado como o ápice do gênero canibal,<ref name="killing for culture" /><ref>{{citecitar booklivro|lastúltimo =Slater|firstprimeiro =Jay|editor-lastsobrenome =Slater|editor-firstnome =Jay|titletítulo=Eaten Alive!: Italian Cannibal and Zombie Movies|chaptercapítulo="The Cannibal/The Zombie"|yearano=2002|publisherpublicado=Plexus Publishing|locationlocal=London|pagespáginas=14–15}}</ref><ref>{{citecitar booklivro|lastúltimo =Harper|firstprimeiro =Jim|titletítulo=Italian Horror|yearano=2002|publisherpublicado=Midnight Marquee Press, Inc.|locationlocal=Baltimore|pagespáginas=63–65}}</ref> e tem semelhanças com outros filmes canibais feitos no mesmo período, com destaque ''[[Cannibal ferox|Cannibal Ferox]]'', que é estrelado por Kerman, Pirkanen e Giovanni Lombardo Radice, este dizendo que "o filme foi feito com base no sucesso de ''Cannibal Holocaust''",<ref>Radice, Giovanni Lombardo. "[[Cannibal ferox]] DVD Commentary". ''Cannibal ferox DVD special features''(Interview). Interview with Sage Stallone, Bob Murawski.</ref> embora o diretor Umberto Lenzi não reconhecesse tal influência. Um dos temas semelhantes observados em ''Cannibal Ferox'' foi a comparação da violência ocidental com culturas não civilizadas e o [[anti-imperialismo]]. Em uma revisão mediana, o jornalista de cinema Jay Slater afirma: "Certamente como um aluno difícil, ''Cannibal Ferox'' ainda falha onde Deodato prospera. [...] Lenzi tenta combater a corrupção cultural e questões raciais, mas ''Cannibal Ferox'' não é nada mais do que um exercício de má qualidade no sadismo e na crueldade animal".<ref>{{citecitar booklivro|lastúltimo =Slater|firstprimeiro =Jay|editor-lastsobrenome =Slater|editor-firstnome =Jay|titletítulo=Eaten Alive!: Italian Cannibal and Zombie Movies|chaptercapítulo="''Cannibal Ferox'': Review by Jay Slater"|yearano=2002|publisherpublicado=Plexus Publishing|locationlocal=London|pagepágina=159}}</ref> O comentarista Andrew Parkinson também observa: "No final, há uma tentativa básica de validar ''Cannibal Ferox'', colocando a velha questão de saber se o homem civilizado é realmente mais selvagem do que os não civilizados".<ref>{{citecitar booklivro|lastúltimo =Parkinson|firstprimeiro =Andrew|editor-lastsobrenome =Slater|editor-firstnome =Jay|titletítulo=Eaten Alive!: Italian Cannibal and Zombie Movies|chaptercapítulo="''Cannibal Ferox'': Review by Andrew Parkinson"|yearano=2002|publisherpublicado=Plexus Publishing|locationlocal=London|pagepágina=163}}</ref>
 
''Cannibal Holocaust'' também gerou inúmeras continuações não oficiais, algumas das quais tinha copiado algumas das cenas originais. Esses filmes foram originalmente lançados sob diferentes títulos que foram alterados conforme os lançamentos, embora nenhum tenha sido direcionado ou co-produzido por Deodato. O primeiro dos referidos filmes foi lançado em 1985, intitulado ''Schiave bianche: violenza in Amazzonia'', conhecido em inglês como ''Amazonia: The Catherine Miles Story'', também foi lançado como ''Cannibal Holocaust 2: The Catherine Miles Story''.<ref>{{citecitar booklivro|lastúltimo =Harper|firstprimeiro =Jim|titletítulo=Italian Horror|yearano=2002|publisherpublicado=Midnight Marquee Press, Inc.|locationlocal=Baltimore|pagespáginas=34–35}}</ref> Slater também observa semelhanças entre a trilha sonora de ''The Catherine Miles Story'' com a de ''Cannibal Holocaust''.<ref>Slater, Jay (2002). ""''Amazonia: The Catherine Miles Story'': Review by Jay Slater"". In Slater, Jay. ''Eaten Alive!: Italian Cannibal and Zombie Movies''. London: Plexus Publishing. p. 190.</ref> Em 1988, o diretor Antonio Climati produziu o filme ''Natura contro'', que foi lançado como ''Cannibal Holocaust II'' na [[Tailândia]] e no Reino Unido. O cineasta italiano [[Bruno Mattei]] também produziu dois filmes lançados [[diretamente em vídeo]] em 2003, que foram divulgados no [[Japão]] como sequências de ''Cannibal Holocaust''.<ref>{{Citar web|url=http://www.statemaster.com/encyclopedia/Cannibal-Holocaust|titulo=StateMaster: Cannibal Holocaust|data=|acessodata=3 de julho de 2017|obra=www.statemaster.com|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
Em 2005, Deodato anunciou oficialmente que planejou uma sequência intitulada ''Cannibals''.<ref>{{Citar web|url=https://www.reddit.com/r/idleshite/comments/3p6aaa/watch_cannibal_holocaust_full_movie_hd_1280p/?st=j4o47qe2&sh=e5fd4955|titulo=Watch Cannibal Holocaust Full Movie {{!}} HD 1280p hindi dubbed streaming online • r/idleshite|data=|acessodata=3 de julho de 2017|obra=reddit|publicado=|ultimo=|primeiro=|lingua=pt}}</ref> Inicialmente, ele teve receio de dirigir o novo filme, pois pensava que iria ser muito violento para o público estadunidense. Enquanto estava filmando sua [[Cameo|aparição]] para ''[[Hostel: Part II]]'', teve a oportunidade de assistir ao [[Hostel (filme)|primeiro filme]]. Percebendo que ''Hostel'' fez sucesso nos Estados Unidos mesmo com conteúdo muito violento, finalmente decidiu dirigir a sequência.<ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web/20070226232652/http://www.bloody-disgusting.com/news/7578/|titulo=Ruggero Deodato Talks 'Cannibal Holocaust 2'!! - BLOODY-DISGUSTING.COM|data=26 de fevereiro de 2007|acessodata=3 de julho de 2017|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> Porém, devido a motivos financeiro entre Deodato e o produtor, o projeto foi cancelado.<ref>{{Citar web|url=http://www.bloody-disgusting.com/news/12685|titulo=Deodate Holds New 'Holocaust' Hostage? - Bloody Disgusting!|data=|acessodata=3 de julho de 2017|obra=www.bloody-disgusting.com|publicado=|ultimo=|primeiro=|lingua=en-US}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.bloody-disgusting.com/news/15150|titulo='Cannibal Holocaust' Companion Piece D-E-A-D - Bloody Disgusting!|data=|acessodata=3 de julho de 2017|obra=www.bloody-disgusting.com|publicado=|ultimo=|primeiro=|lingua=en-US}}</ref> O filme ''[[The Green Inferno]]'' (2013), dirigido por [[Eli Roth]], tem seu título em referência ao documentário feito pelos cineastas em ''Cannibal Holocaust'' e é uma homenagem a este e a outros filmes canibais da época.<ref>{{Citar web|url=http://www.ign.com/articles/2013/03/01/eli-roth-on-the-horrors-of-the-green-inferno|titulo=Eli Roth on the Horrors of The Green Inferno|data=1 de março de 2013|acessodata=3 de julho de 2017|obra=IGN|publicado=|ultimo=Tilly|primeiro=Chris|lingua=en-US}}</ref> A influência do filme estendeu-se a outros meios de mídia. Em 2001, a banda [[Death metal]] [[Necrophagia]] lançou uma canção intitulada "Cannibal Holocaust".<ref>{{Citar web|url=http://web.archive.org/web/20160502122743/http://housecorehorrorfilmfestival.com/hhff-welcomes-controversial-italian-gore-mesiter-ruggero-deodato/|titulo=HHFF Welcomes Controversial Italian Gore-Mesiter Ruggero Deodato {{!}} HOUSECORE™ HORROR FESTIVAL|data=|acessodata=3 de julho de 2017|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> O autor britânico Saurav Dutt também publicou ''Cannibal Metropolis'', um romance ambientado em zona urbana. Assim, inspirado no filme, o romance apresenta cenas explícitas de violência, horror e [[estupro]].<ref>{{Citar web|url=http://www.horror-asylum.com/news/article.asp?item=11459|titulo=Saurav Dutt's 'Cannibal Metropolis' Now Available to Buy!, Horror Movie Entertainment News and Reviews|data=|acessodata=3 de julho de 2017|obra=www.horror-asylum.com|publicado=|ultimo=Davies|primeiro=Steven}}</ref>
 
== Versões alternativas ==
Linha 219:
{{Referências|col=2}}
 
== {{Ligações externas}} ==
* {{Oficial|http://www.cannibalholocaust.net|en}}
* {{imdb title|0078935|Cannibal Holocaust}}