Platão: diferenças entre revisões
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m peq. ajustes, replaced: |last= → |último=, |author1= → |autor1= (42), |year= → |ano= (25), |accessdate= → |acessodata=, {{cite book|autor1=W. K. C. Guthrie|autor2=William Keith Chambers Guthrie|title=A History utilizando AWB |
m ajustando datas, traduzindo nome/parâmetro nas citações, outros ajustes usando script |
||
Linha 22:
|interesses = [[Retórica]], [[Arte]], [[Literatura]], [[Epistemologia]], [[Justiça]], [[Virtude]], [[Política]], [[Educação]], [[Militarismo]], [[Filosofia]]
| rodapé-estilo = background:#fff;font-family:arial;padding:10px;font-variant:small-caps;font-weight:bold;font-size:15px;border-top:1px solid #ccc;;border-bottom:1px solid #ccc
| rodapé =
}}
'''Platão''' ({{lang-grc|Πλάτων}}, [[Transliteração|transl.]] ''Plátōn'', "amplo",<ref>[[Diógenes Laércio]] 3.4; p. 21, David Sedley, [http://assets.cambridge.org/052158/4922/sample/0521584922ws.pdf ''Plato's Cratylus''], Cambridge University Press 2003. {{en}}</ref> [[Atenas]],{{Nota de rodapé|[[Diógenes Laércio]] menciona que Platão "nasceu, segundo alguns escritores, em [[Egina]], na casa de Fidíades, filho de Tales". Diógenes menciona como uma de suas fontes a ''História Universal'' de [[Favorino]]. De acordo com Favorino, Aristão, pai de Platão, e sua família, foram enviados por Atenas para fixarem-se como [[clerúquio]]s (colonos mantendo sua cidadania ateniense) na ilha de Egina, de onde foram expulsos pelos [[esparta]]nos após Platão nascer lá.<ref name="LaIII">Diógenes Laércio , ''Vida de Platão'', III</ref> Nails indica, no entanto, que não há registro de qualquer expulsão de atenienses de Aegina por parte dos espartanos entre 431 e 411 a.C.<ref name="NA54">D. Nails, "Ariston", 54 {{en}}</ref> Por outro lado, no Tratado de Nicias, Egina foi silenciosamente deixada sob o controle de Atenas, e não foi até o verão de 411 a.C. que os espartanos invadiram a ilha. Egina é considerada como o local de nascimento de Platão também segunda a ''Suda''.<ref name="Suda" />}} [[428 a.C.|428]]/[[427 a.C.|427]]{{Nota de rodapé|O [[gramático]] [[Apolodoro de Atenas]] argumenta, nas suas ''Crônicas'', que Platão nasceu no primeiro ano da 88ª [[Jogos Olímpicos da Antiguidade|Olimpíada]] ([[427 a.C.]]), no sétimo dia do mês de Targélion; de acordo com esta tradição, o [[Deuses gregos|deus]] [[Apolo]] teria nascido neste dia.<ref name="LaII">Diógenes Laércio, ''Vida de Platão'', II</ref> De acordo com outro biógrafo seu, [[Neantes de Cízico|Neantes]], Platão teria 84 anos de idade ao morrer.<ref name="LaII" /> De acordo com a versão de Neantes, Platão era seis anos mais novo que [[Isócrates]], e teria portanto nascido no segundo ano da 87ª Olimpíada, ano da morte de [[Péricles]] ([[429 a.C.]]).<ref>F.W. Nietzsche, ''Werke'', 32 {{de}}</ref> De acordo com a ''[[Suda]],'' Platão teria nascido em [[Egina]], na 88ª Olimpíada, em meio à fase preliminar da [[Guerra do Peloponeso]], e teria vivido 82 anos.<ref name="Suda">{{
Platão era um [[Racionalismo|racionalista]], [[Realismo platônico|realista]], [[Idealismo|idealista]] e [[Dualismo|dualista]] e a ele tem sido associadas muitas das ideias que inspiraram essas filosofias mais tarde.<ref name="Sharma">{{citar livro|autor=Sharma, R. N.|titulo=Plato: An Interdisciplinary Perspective |editora=Atlantic Publishers & Distri |data=1991 |paginas=163-164 | url=http://books.google.fi/books?id=5tSOV8W1aCUC&pg=PA163}}</ref>
Linha 32:
{{Platonismo}}
===Origem===
A mãe de Platão era [[Perictíone]], cuja família gabava-se de um relacionamento com o famoso legislador e poeta lírico ateniense [[Sólon]].<ref name="LaI">Diógenes Laércio, ''Vida de Platãoo'', I</ref>
Aristão<ref name="Burton2013">Neel Burton. ''[http://books.google.com/books?id=2BlVAgAAQBAJ&pg=PT38 O Mundo de Platão]''. Pensamento; 2013. ISBN 978-85-316-1250-3. p. 38.</ref> parece ter morrido na infância de Platão, embora a data exata de sua morte seja desconhecida<ref name="TN">D. Nails, "Ariston", 53 {{en}}<br>* A.E. Taylor, ''Plato'', xiv {{en}}</ref>. Perictíone então casou-se com Perilampes, irmão de sua mãe<ref name="NA229">Platãoo, ''Cármides'', [http://www.perseus.tufts.edu/cgi-bin/ptext?doc=Perseus%3Atext%3A1999.01.0176&query=section%3D%23376&layout=&loc=Charm.%20157e 158a]<br>* D. Nails, "Perictione", 53 {{en}}</ref> que tinha servido muitas vezes como embaixador para a [[Império Aquemênida|corte persa]] e era um amigo de [[Péricles]], líder da facção democrática em Atenas.<ref name="P13">Plato, ''Cármides'', [http://www.perseus.tufts.edu/cgi-bin/ptext?doc=Perseus%3Atext%3A1999.01.0176&query=section%3D%23376&layout=&loc=Charm.%20157e 158a]<br>* Plutarch, ''Pericles'', [[s:Lives/Pericles#13|IV]]</ref>
Linha 39:
===Infância e juventude===
Platão nasceu em [[Atenas]],<ref name="diogenes.laertius.3.1">Diógenes Laércio, ''Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres'', Livro III, ''Vida de Platão'', 1</ref>
A data tradicional do nascimento de Platão (428/427) é baseada em uma interpretação dúbia de [[Diógenes Laércio]], que afirma: "Quando Sócrates foi embora, Platão se juntou a Crátilo e Hermógenes, que filosofou à maneira de Parmênides. Então, aos vinte e oito anos, segundo Hermodoro, Platão foi para Euclides, em Megara."<ref name="Nails2002">{{citar livro|autor=Debra Nails|titulo=The people of Plato: a prosopography of Plato and other Socratics|url=http://books.google.com/books?id=y3YRwNsnu54C|ano=2002|editora=Hackett Publishing|isbn=978-1-60384-403-1|página=247}} {{en}}</ref> Em sua ''Sétima Carta'', Platão observa que a sua idade coincidiu com a tomada do poder pelos Trinta Tiranos, comentando: "Mas um jovem com idade inferior a vinte seria motivo de chacota se tentasse entrar na arena política". Assim, a data de nascimento de Platão seria 424/423.<ref name="Nails2002" />
De acordo com [[Diógenes Laércio]], o filósofo foi nomeado ''Arístocles,'' como seu avô, mas seu treinador de [[luta]], Aristão de Argos, o apelidou de ''Platon'', que significa "grande", por conta de sua figura robusta.<ref name="LaIV">Diógenes Laércio, ''Vida de Platão'', IV</ref> De acordo com as fontes mencionadas por Diógenes (todas datam do [[Alexandre, o Grande|período alexandrino]]), Platão derivou seu nome a partir da "amplitude" (''platytês'') de sua eloquência, ou então, porque possuía a fronte (''platýs'') larga.<ref name="LaN">Diógenes Laércio, ''Vida de Platão'', IV<br>* A. Notopoulos, ''The Name of Plato'', 135</ref> Estudiosos recentes têm argumentado que a lenda sobre seu nome ser ''Aristocles'' originou-se no [[Helenismo|período helenístico]].<ref name="Taran2001">{{citar livro|autor=Leonardo Taran|titulo=Collected Papers, 1962-1999|url=http://books.google.com/books?id=G7qO2OtdnskC&pg=PA60|ano=2001|editora=BRILL|isbn=978-90-04-12304-5|páginas=60 – 61}}</ref>''Platão'' era um nome comum, dos quais 31 casos são conhecidos apenas em Atenas.<ref name="GuthrieGuthrie1986">{{citar livro|autor1=W. K. C. Guthrie|autor2=William Keith Chambers Guthrie|titulo=A History of Greek Philosophy: Volume 4, Plato: The Man and His Dialogues: Earlier Period|url=http://books.google.com/books?id=sLxO5QSGoHcC|data=24 de abril de 1986|editora=Cambridge University Press|isbn=978-0-521-31101-4|página=12}} {{en}}</ref>
Linha 55:
=== Primeira viagem à Sicília ===
Por volta de 388 a.C, Platão empreendeu sua primeira viagem a [[Sicília]].<ref name="PAVIANI20083">{{citar livro|autor=JAYME PAVIANI|titulo=Platão & a Educação|url=http://books.google.com/books?id=k7WCGWNNGXMC&pg=PA87|ano=2008|editora=Distribuidora Autentica LTDA|isbn=978-85-65381-95-6|página=87}}</ref> Em [[Taranto]], Platão conheceu os [[Escola pitagórica|pitagóricos]], e o mais proeminente e politicamente bem sucedido entre eles, o estadista [[Arquitas]], que o hospedou e protegeu. A mais famosa fonte da história do resgate de Platão por Arquitas está na ''Sétima Carta'', onde Platão descreve seu envolvimento nos incidentes de seu amigo Dion de Siracusa e [[Dionísio I de Siracusa|Dionísio I,]] o tirano de Siracusa,<ref name="Huffman2005">{{citar livro|autor=Carl Huffman|titulo=Archytas of Tarentum: Pythagorean, Philosopher and Mathematician King|url=http://books.google.com/books?id=2ietQ7tX8TEC&pg=PA3|data=23 de maio de 2005|editora=Cambridge University Press|isbn=978-1-139-44407-1|página=3}} {{en}}</ref> Platão esperava influenciar o tirano sobre o ideal do rei-filósofo (exposto em ''[[Górgias]]'', anterior à sua viagem), mas logo entrou em conflito com o tirano e sua corte; mas mesmo assim cultivou grande amizade com Díon,<ref name="Diniz">"O espetáculo da luxúria e da desordem que reinava nas cidades gregas reforça suas convicções, que ele consguiu comparilhar com um jovem importante, Dion, cunhado de Dionísio II, o tirano de Siracusa."{{citar livro|autor=PEIXOTO, Miriam Campolina Diniz|titulo=Filosofia e política|url=http://books.google.com/books?id=Oi0ETCQhljMC&pg=PA31|editora=LOYOLA|isbn=978-85-15-02935-8|página=31}}</ref>
Este relatos sobre a primeira estadia em [[Siracusa]] são, em grande parte, controversos: os historiadores tradicionais consideram assim os detalhes do encontro entre Platão e o tirano, e a posterior ruptura com ceticismo.<ref>Karl Friedrich Stroheker, ''Dionysios I. Gestalt und Geschichte des Tyrannen von Syrakus'', Wiesbaden 1958, S. 100–105 {{de}}; Helmut Berve, ''Dion'', Wiesbaden 1957, S. 19 f. {{de}}; Kai Trampedach, ''Platon, die Akademie und die zeitgenössische Politik'', Stuttgart 1994, S. 105. {{de}}</ref><ref name="Fine2008"/> Em todo caso, Platão teve contato com Dionísio e o resultado foi desfavorável para o filósofo já que sua sinceridade parece ter irritado o governante.<ref>Kai Trampedach: ''Platon, die Akademie und die zeitgenössische Politik'', Stuttgart 1994, S. 106; Michael Erler: ''Platon'', Basel 2007, S. 50; Alice Swift Riginos: ''Platonica'', Leiden 1976, S. 74–85. {{de}}</ref>
===Fundação da escola e ensino===
[[Imagem:Plato's Academy mosaic from Pompeii.jpg|thumb|250px|right|''A [[Academia de Platão]]'' em Atenas<br>Mosaico em Pompéia, ca. século I]]
{{Principal|[[Academia de Platão]]}}
Depois de sua primeira viagem à Sicília, por volta de 388 a.C, aos 40 anos, decepcionado com o luxo e os costumes da corte de Dionísio I de Siracusa e de lá é expulso, Platão compra um ginásio perto de Colona, a nordeste de Atenas, nas vizinhanças de um bosque de oliveiras em homenagem ao herói [[Academo]]. Ele amplia a propriedade e constrói alojamentos para os estudantes.<ref name="PAVIANI20083"/>
Linha 91:
O ''Corpus platonicum'' é constituído de diálogos (incluindo ''[[Crítias]],'' de final inacabado), a ''[[Apologia de Sócrates]]'', uma coleção de 13 cartas<ref name="Williams2000"/> e uma coleção de definições, o ''Horoi''. Fora do ''corpus,'' há uma coleção de ''dieresis'', mais duas cartas, 32 epigramas e um fragmento de poema (7 hexâmetros) que, com exceção de uma parte desses poemas, não são obras de Platão.<ref>Der Neue Pauly Bd. 9, Stuttgart 2000, Sp. 1097–1100. {{de}}</ref>
É importante notar que na Antiguidade, vários diálogos considerados como falsamente atribuídos a Platão eram considerados genuínos, e alguns desses fazem parte do ''Canon'' de [[Trasilo|Trásilo]], um filósofo e astrólogo alexandrino que serviu na corte de Tibério. Trásilo organizou os Diálogos de modo sistemático em nove grupos, chamados de Tetralogias,<ref>Diógenes Laércio, "A vida dos filósofos", 3,56,7</ref>
{| class="plainlist" cellpadding="0" cellspacing="0" style="font-style:italic;width:100%"
|-
Linha 99:
# [[Críton]]
# [[Fédon]]
| style="width:10.3%;border-right:1px solid #ccc;padding:0 10px" |
# [[Crátilo (diálogo)|Crátilo]]
# [[Teeteto]]
# [[Sofista (diálogo)|Sofista]]
# [[Político (diálogo)|Político]]
| style="width:10.3%;border-right:1px solid #ccc;padding:0 10px" |
#[[Parmênides (diálogo)|Parmênides]]
#[[Filebo]]
#[[O Banquete]]
#[[Fedro]]
| style="width:10.3%;border-right:1px solid #ccc;padding:0 10px" |
#[[Primeiro Alcibíades|Alcibíades I]]
#[[Segundo Alcibíades|Alcibíades II]]
#[[Hiparco (diálogo)|Hiparco]]
#[[Amantes Rivais]]
| style="width:10.3%;border-right:1px solid #ccc;padding:0 10px" |
#[[Teages]]
#[[Cármides]]
#[[Laques]]
#[[Lísis]]
| style="width:10.3%;border-right:1px solid #ccc;padding:0 10px" |
#[[Eutidemo]]
#[[Protágoras (diálogo)|Protágoras]]
#[[Górgias (diálogo)|Górgias]]
#[[Mênon]]
| style="width:10.3%;border-right:1px solid #ccc;padding:0 10px" |
#[[Hípias menor]]
#[[Hípias maior]]
#[[Íon (diálogo)|Íon]]
#[[Menexêno]]
| style="width:10.3%;border-right:1px solid #ccc;padding:0 10px" |
#[[Clitofon]]
#[[A República]]
#[[Timeu]]
#[[Crítias (diálogo)|Crítias]]
| style="width:10.3%;padding-left:10px" |
#[[Minos (diálogo)|Minos]]
#[[Leis (diálogo)|Leis]]
Linha 144:
Com a exceção das ''Epístolas'' e da ''Apologia,'' todas as outras obras não foram escritas em forma de poemas didáticos ou tratados - como eram escritos a maioria dos escritos filosóficos, - mas em forma de diálogos. A ''Apologia'' contém passagens ocasionais de diálogos, onde há um personagem principal, Sócrates, e diferentes interlocutores em debates filosóficos separados por inserções e discursos indiretos, digressões ou passagens mitológicas. Além disso, outros alunos de Sócrates como [[Xenofonte]], [[Ésquines]], [[Antístenes]], [[Euclides de Megara]] e [[Fédon de Élis|Fédon de Elis]] têm obras escritas na forma de [[diálogo socrático]] (Σωκρατικοὶ λόγοι ''Sokratikoì logoi'').<ref name="Giannantoni1990">{{citar livro|autor=Gabriele Giannantoni|titulo=Socratis et Socraticorum reliquiae|url=http://books.google.com/books?id=OMPWAAAAMAAJ|ano=1990|editora=Bibliopolis|isbn=978-88-7088-215-5|língua=it}}</ref>
Platão foi certamente o representante máximo desse gênero literário, superior a todos os outros e, mesmo, o único representante, pois apenas em seus escritos é que se pode reconhecer a natureza autêntica do filosofar socrático, que nos outros escritores, degenerou em maneirismos
Nem todos os trabalhos no ''Corpus'' de Platão são diálogos. A ''Apologia'' parece ser o relato da defesa de [[Sócrates]] e seu julgamento, e ''[[Menexêno|Menêxeno]]'' é um pronunciamento para funeral. As treze cartas são ditas serem de Platão, mas a maioria são rejeitadas pelos pesquisadores modernos como sendo ilegítimas. A ''Sétima Carta'' ou ''Carta VII'' é uma das mais importantes cuja disputa permanece por dois motivos: (a) oferece detalhes biográficos de Platão e (b) coloca afirmações filosóficas sem paralelos em outros diálogos. Provavelmente a ''Sétima Carta'' é uma obra ilegítima e portanto não é uma fonte confiável para conhecer a biografia e filosofia de Platão.<ref name="Fine2008">{{citar livro|autor=Gail Fine|titulo=The Oxford Handbook of Plato|url=http://books.google.com/books?id=kixcDyHwFKMC&pg=PA64|data=13 de agosto de 2008|editora=Oxford University Press, USA|isbn=978-0-19-518290-3|página=64|lingua=en}}</ref>
Linha 183:
====''Anima mundi''====
{{Artigo principal| prefixo=Ver |Anima mundi}}
Considerada por Platão como o princípio do [[cosmo]]s e fonte de todas as [[alma]]s individuais,<ref name="Campion2012">{{citar livro|autor=Nicholas Campion|titulo=Astrology and Cosmology in the World's Religions|url=http://books.google.com/books?id=MxSr1NT3BLoC&pg=PA152|ano=2012|editora=NYU Press|isbn=978-0-8147-0842-2|página=152}}</ref> o termo é um conceito cosmológico de uma alma compartilhada ou força regente do universo pela qual o pensamento divino pode se manisfestar em leis que afetam a matéria. O termo foi criado por Platão pela primeira vez na obra ''[[República]]''<ref name="Robinson1995">{{citar livro|autor=T.M. Robinson|titulo=A psicologia de Platão|url=http://books.google.com/books?id=I3-GqtaMztsC&pg=PA102|data=
====Demiurgo====
{{Artigo principal| prefixo=Ver |Demiurgo}}
O uso filosófico e o substantivo próprio derivam do diálogo ''[[Timeu]]'',<ref name="Smith2009">"O conceito de demiurgo orgina-se na obra ''Timeu'' de Platão, onde é apenas um deus criador(...)"{{citar livro|autor=Andrew Phillip Smith|titulo=A Dictionary of Gnosticism|url=http://books.google.com/books?id=Kigg-3Aehp8C&pg=PA69|ano=2009|editora=Quest Books|isbn=978-0-8356-0869-5|página=69}}</ref> a causa do universo,<ref name="Platão, Timeu, 29">Platão, ''Timeu'', 29</ref>
==Legado==
Linha 196:
Durante a [[Idade de ouro islâmica|Era de Ouro Islâmica]], estudiosos [[Irã|persas]] e árabes traduziram muito de Platão para o árabe e escreveram comentários e interpretações sobre Platão, Aristóteles e obras de outros filósofos Platonistas (ver [[Al-Farabi]], [[Avicena]], [[Averróis]], [[Hunayn ibn Ishaq]]). Muitos desses comentários sobre Platão foram traduzidos do árabe para o latim e, como tal, influenciaram filósofos escolásticos medievais.<ref>See: Burrell, D., "Platonism in Islamic Philosophy" in the ''Routledge Encyclopedia of Philosophy'' (Routledge, 1998); D. N. Hasse, "Plato arabico-latinus" in Gersh and Hoenen (eds.), ''The Platonic Tradition'' (De Gruyter , 2002), pp. 33-45.</ref>
Filósofos ocidentais notáveis continuaram a recorrer a obra de Platão desde aquela época. A influência de Platão tem sido especialmente forte em matemática e ciências. Ele ajudou a fazer a distinção entre a [[matemática pura]] e a [[matemática aplicada]], ampliando o fosso entre a "aritmética", agora chamada de [[teoria dos números]] e "logística", agora chamada de [[aritmética]]. Ele considerou a logística como apropriada para homens de negócios, enquanto os homens de guerra "devem aprender a arte de números ou ele não vai saber como reunir suas tropas", e a aritmética era apropriada para os filósofos "porque precisa emergir do mar de mudanças e lançar mão do verdadeiro ser".<ref>{{citar livro|primeiro=Carl B. |último=Boyer |autorlink=Carl Benjamin Boyer |titulo=A History of Mathematics |
Segundo Stephen Körner, o platonismo é "tendência natural do matemático", o que pode ser confirmado por nomes destacados de matemáticos que se reconhecem platônicos como [[Gottlob Frege]], [[Bertrand Russell]], [[Alfred North Whitehead|A. N. Whitehead]], [[Heinrich Scholz]], [[Kurt Gödel]], [[Alonzo Church]], [[Georg Cantor]] etc. Partindo de [[Galileu]], existe uma extensa tradição do platonismo fisicalista que vai até [[Werner Heisenberg]], [[Roger Penrose]], [[Frank Tipler]], [[Stephen Hawking]] e muitos outros.<ref name="Mutschler2002">Hans-Dieter Mutschler. ''[http://books.google.com/books?id=e8N-lgoXY_cC&pg=PA105 Naturphilosophie]''. Edicoes Loyola; 2002. ISBN 978-3-17-016814-5. p. 105.</ref>
Linha 206:
[[Hobbes]] considerou Platão como o melhor filósofo da Antiguidade clássica, pela razão de sua filosofia ter como como ponto de partida ideias, enquanto que Aristóteles partia de palavras. Para [[Hobbes]], Platão estaria apto a elaborar uma filosofia política por evitar conclusões falaciosas acerca do "o que é", "o que foi", "o que deveria ser".<ref>Strauss, 1936, p. 139-141</ref><ref name="FERREIRAJorge2008">Lier Pires Ferreira; Vladimyr Lombardo Jorge; Ricardo Guanabara. ''[http://books.google.com/books?id=Sk_Xe_8NUfcC&pg=PA69 Curso de Ciencia Politica - Grandes Autores]''. CAMPUS; 2008. ISBN 978-85-352-3161-8. p. 69.</ref>
No século XX, os metafísicos [[René Guénon]] e [[Frithjof Schuon]], foram dois influentes autores que re-elaboraram e atualizaram em linguagem contemporânea o pensamento universal e perene de Platão, por eles visto como um eminente representante da [[Filosofia Perene]]. Nos livros de ambos, como em ''A Crise do Mundo Moderno'' e ''O Reino da Quantidade'', de Guénon, e ''A Unidade Transcendente das Religiões'',<ref>São Paulo: IRGET, 2012.</ref>
{{notas|col=2}}
Linha 232:
* {{citar livro|último=Nietzsche|primeiro=Friedrich Wilhelm|título=Werke: Kritische Gesamtausgabe | língua = alemão |ano=1967 | editora=Walter de Gruyter| isbn = 3-110-13912-X|capítulo=Vorlesungsaufzeichnungen|ref=harv}}
* {{citar periódico|último=Notopoulos|primeiro=A.|título=The Name of Plato|jornal=Classical Philology|volume=34|número=2|páginas=135–145|data = abril de 1939| editora=The University of Chicago Press|doi=10.1086/362227|ref=harv}}
* {{
* {{
* {{
}}
|