História do Espírito Santo (estado): diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Foram revertidas as edições de 2804:D45:1749:7B00:7C51:BD4D:C1D9:3E8F (usando Huggle) (3.1.22)
m ajustando datas, traduzindo nome/parâmetro, ajustes gerais nas citações, outros ajustes usando script
Linha 3:
A '''[[História]] do [[Espírito Santo (estado)|Espírito Santo]]''' é um domínio de estudos de [[história do Brasil]], focado na evolução do [[território]] e da sociedade [[Espírito Santo (estado)|capixaba]] que, canonicamente, se estende desde a tomada de posse da [[Capitania do Espírito Santo]] pelo donatário [[Vasco Fernandes Coutinho]], em [[1535]], até os dias atuais. No entanto, este artigo também contém informações sobre os [[povos indígenas do Espírito Santo|primeiros habitantes do Espírito Santo]], ou seja, o período em que não houve registros [[escrita|escritos]] sobre as atividades aqui desenvolvidas pelos povos [[Povos ameríndios|indígenas]].
 
A história capixaba começou em [[23 de maio]] de [[1535]], quando os colonizadores portugueses, chefiados pelo donatário [[Vasco Fernandes Coutinho]], desembarcaram na [[Capitania do Espírito Santo]]. Nesse mesmo ano, foi fundada a povoação de [[Vila Velha]], primeiro núcleo populacional da capitania. Na tarefa de catequese dos [[povos indígenas brasileiros|índios]] da região, destacou-se a figura de [[José de Anchieta|José de Anchieta.]].
 
Houve um grande período neste meio tempo ao qual muitos desconhecem, em que o Espírito Santo foi anexado à Bahia, tendo portanto a capital sediada em Salvador.
Linha 17:
[[Imagem:E11 p9.jpg|thumb|esquerda|Família de índios [[botocudos]].]]
 
Inicialmente, a região era habitada por diversas tribos [[indígena]]s,<ref name="Enciclopédia Delta Universal">{{cite encyclopediacitar enciclopédia|lastúltimo = |firstprimeiro = |authorautor = |authorlinkautorlink = |coauthorscoautor= |editor= |encyclopediaenciclopédia=Enciclopédia Delta Universal |titletítulo=Espírito Santo |url= |accessdateacessodata= |accessyear= |accessmonth= |editionedição=volume 6 |datedata= |yearano=1982 |month= |publisherpublicado=Delta |volume= |locationlocal=Rio de Janeiro |id= |doi= |pagespáginas=pp. 2984 |quotecitação=}}</ref> todas pertencentes ao tronco [[tupis|Tupi]]; as tribos do interior eram chamadas de [[Botocudos]],<ref name="Enciclopédia Delta Universal" /> sendo-lhes atribuído comportamento hostil e belicoso, além da prática de [[antropofagia]].<ref name="Horta2002">{{Referência a artigo |autor=Duarte, Regina Horta |título= Olhares Estrangeiros. Viajantes no vale do rio Mucuri |editora= Revista Brasileira de História, vol. 22, nº 44 |data= 2002 |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882002000200002 |acessadoem = 20 de abril de 2008}}</ref> No litoral, as tribos também eram hostis, porém de hábitos um pouco diferentes.<ref name="Enciclopédia Delta Universal" />
 
Na região Sul do actual estado e na região da [[serra do Caparaó]], as tribos não eram hostis,<ref name="Enciclopédia Delta Universal" /> e o seu nome deriva de seu hábito de levar os visitantes para "ouvir o silêncio" da [[Serra do Castelo]].<ref name="Enciclopédia Delta Universal" /> As demais tribos eram os [[aimorés]] e os [[goitacás]].<ref name="Enciclopédia Delta Universal" />
Linha 29:
[[Imagem:BrasãodeVascoCoutinho.png|thumb|direita|[[Brasão]] de [[Vasco Fernandes Coutinho]].]]
 
Em 23 de maio de 1535, o [[fidalgo]] [[Portugal|português]] [[Vasco Fernandes Coutinho]], veterano das campanhas da [[África]] e da [[Índia]], aportou em terras da capitania, que lhe destinara o rei [[João III de Portugal|D. João III]].<ref>{{citar web|url=http://www.vilacapixaba.com/artigos/Artigo%20Vila%20Velha%2016.htm|titulo=Colonização do Solo Espírito Santense|autor=Eliaro Beltrame Pereira|data=|publicado=Vila Capixaba|acessodata=8 de agosto de 2010}}</ref> Como era um [[Domingo de Pentecostes|domingo do Espírito Santo]], chamou de vila do Espírito Santo a povoação que mandou construir nas terras que lhe couberam: cinquenta léguas de costa, entre os rios [[Rio Mucuri|Mucuri]] e [[Rio Itapemirim|Itapemirim]],<ref>{{citar web|url=http://www.gripp.com.br/vitoria.htm|titulo=O Estado|autor=Família Gripp|data=|publicado=Site Oficial da Família|acessodata=8 de agosto de 2010}}</ref> com outro tanto de largo, sertão adentro, a partir do ponto em que terminava, ao norte, o quinhão concedido a [[Pero de Campos Tourinho]], [[donatário]] da [[capitania de Porto Seguro]].<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 38">{{cite encyclopediacitar enciclopédia|yearano=1998 |title título=Espírito Santo |encyclopediaenciclopédia=Nova Enciclopédia Barsa |publisherpublicado=EncyclopaediaEncyclopædia Britannica do Brasil Publicações Ltda |locationlocal=São Paulo |pagespáginas=pp.38 |editionedição=volume 6 |id=}}</ref> A Vila do Espírito Santo é hoje a [[cidade]] de [[Vila Velha]].<ref>{{citar web|url=http://www.achetudoeregiao.com.br/ES/vila_velha/historia.htm|titulo=História de Vila Velha ES|autor=|data=|publicado=Ache Tudo e Região|acessodata=8 de agosto de 2010}}</ref> Ainda em 1535, a [[vila]] passou à capitania, em 1822 a [[província]] e em 1889 a [[Estado (subdivisão)|estado]].
 
A fixação da vila foi uma história de lutas, pois os nativos não entregaram aos [[portugueses]], sem resistência, suas roças e malocas. Recuaram até a floresta, onde se concentraram para iniciar uma luta de guerrilhas que se prolongou, com pequenas tréguas, até meados do {{séc|XVII}}.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 38"/> Foi assim das mais duras a empresa cometida a [[Vasco Fernandes Coutinho]]. Para o patriarca do Espírito Santo a capitania foi um prêmio se transformou em castigo; teve de empenhar todos os haveres para conservar sua vila acabou por morrer pobre e desvalido.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 38"/>
Linha 37:
[[Imagem:Anchieta.jpg|thumb|esquerda|[[José de Anchieta]] (1534-1597).]]
 
Duarte de Lemos fundou [[Vitória (Espírito Santo)|Vitória]] — chamada de Vila Nova — na [[ilha de Santo Antônio]], em posição estratégica,mais vantajosa que [[Vila Velha]] para a defesa contra os constantes ataques dos silvícolas.Para lá se transferiu a sede da capitania. À mesma época, chegaram os missionários [[jesuítas]], empenhados na catequese, o que provocou choques com os colonos, que preferiam a dominação do gentio pela escravidão. A presença do padre [[José de Anchieta]] deu um sentido muito especial à ação dos padres da [[Companhia de Jesus]] em terras do Espírito Santo. Desde 1561, Anchieta elegera para seu refúgio a aldeia de Reritiba, de onde teve de se afastar constantemente, em virtude de seus encargos, ora em [[São Paulo]], no [[Rio de Janeiro]] ou na [[Bahia]]. Dois poemas escreveu ele em Reritiba: "''De Beata Virgine dei Marte Maria''" ("Da Santa Virgem Maria Mãe de Deus") e "''[[De gestis Mendi de Saa]]''" ("Dos feitos de Mem de Sá"). Neste último, está descrita a [[Batalha do Cricaré]], epopeia de uma esquadra enviada da Bahia por [[Mem de Sá]], [[Lista de governadores do Brasil colonial|governador-geral do Brasil]], em socorro a [[Vasco Fernandes Coutinho]] e sua gente, que estavam sob cerco dos tamoios na [[ilha de Vitória]]. A maior força dos gentios estava concentrada numa aldeia fortificada junto ao [[rio Cricaré]]. Ali ocorreu a batalha decisiva, em 22 de maio de 1558. Os [[portugueses]], embora vitoriosos, sofreram pesadas baixas. Entre os mortos estavam o próprio filho de [[Mem de Sá]], Fernão de Sá, que comandava a esquadra; e dois filhos de [[Caramuru]] ([[Diogo Álvares Correia]]) com a índia [[Catarina Paraguaçu|Paraguaçu]].<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 39">{{cite encyclopediacitar enciclopédia|yearano=1998 |title título=Espírito Santo: História |encyclopediaenciclopédia=Nova Enciclopédia Barsa |publisherpublicado=EncyclopaediaEncyclopædia Britannica do Brasil Publicações Ltda |locationlocal=São Paulo |pagespáginas=pp.39 |editionedição=volume 6 |id=}}</ref>
 
[[Imagem:Thomas Cavendish.jpg|thumb|[[Thomas Cavendish]] (1555-1592)]]
 
A posição estratégica da capitania, dada a proximidade com o [[Rio de Janeiro]], ocasionou algumas tentativas estrangeiras de invasão. Em 1592, os capixabas rechaçaram uma investida dos [[ingleses]], sob o comando de [[Thomas Cavendish]]. Em 1625, o [[donatário]] Francisco de Aguiar Coutinho enfrentou a primeira investida dos [[holandeses]], comandados por [[Piet Heyn|Pieter Pieterszoon Heyn]],<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 39"/> luta em que se destacou a heroína capixaba [[Maria Ortiz]].<ref>{{Citar web | url = http://docmariaortiz.sites.uol.com.br/bibliografia.htm | titulo = Conjunto de vários citações bibliográficas sobre Maria Ortiz | accessdata acessodata= 20 de abril de 2008}}</ref> Em 1640, com sete navios, os holandeses atacaram novamente o Espírito Santo, sob o comando do coronel Koin. Conseguiram desembarcar 400 homens, mas foram repelidos pelo capitão-mor [[João Dias Guedes]] e não se firmaram em [[Vitória (Espírito Santo)|Vitória]]. Atacaram então [[Vila Velha]], de onde foram também rechaçados. O governo colonial, diante de tão repetidos ataques, resolveu destacar para Vitória quarenta infantes da tropa regular.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 39"/> Nessa oportunidade a capitania progride e Koin captura duas naus carregadas de açúcar que, atingidas pelo fogo de terra, ficam com a carga quase toda avariada.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 39"/>
 
O esgotamento da população, que nos primeiros tempos, por diversas vezes, ameaçara desertar a capitania, bem como a incapacidade de dar seguimento a sua incipiente [[agricultura]], denunciavam a fraqueza dos alicerces em que se baseava a colonização local. Também aí os recursos particulares revelaram-se insuficientes para manter empresa tão árdua e onerosa.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 39"/>
Linha 51:
[[Imagem:Fernao Dias Pais.jpg|thumb|esquerda|Escultura de [[Fernão Dias Pais]], exposta no [[Museu Paulista]].]]
 
No governo do novo [[donatário]], o comércio e a lavoura se desenvolveram, mas foi totalmente frustrado o motivo principal da compra da capitania: o descobrimento das "pedras verdes" — as [[esmeralda]]s. Essa busca começara por iniciativa do governo-geral. As expedições iniciais, denominadas por alguns historiadores "ciclo espírito-santense", incluem-se na categoria das entradas.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 40">{{cite encyclopediacitar enciclopédia|yearano=1998 |title título=Espírito Santo: História |encyclopediaenciclopédia=Nova Enciclopédia Barsa |publisherpublicado=EncyclopaediaEncyclopædia Britannica do Brasil Publicações Ltda |locationlocal=São Paulo |pagespáginas=pp.40 |editionedição=volume 6 |id=}}</ref> Na verdade, o ciclo limitou-se a poucas expedições relevantes, cuja importância está menos nos resultados obtidos, do que na dinamização do interesse pela área e em um maior conhecimento do interior. Entre as mais destacadas, contam-se as de Diogo Martins Cão (1596), Marcos de Azeredo (1611) e Agostinho Barbalho de Bezerra (1664), que vasculharam as imediações do rio Doce. [[Francisco Gil de Araújo]] fundou a vila de [[Guarapari|Nossa Senhora de Guarapari]] e construiu os fortes do [[Forte de Nossa Senhora do Monte do Carmo (Espírito Santo)|Monte do Carmo]] e de [[Forte de São Francisco Xavier de Piratininga|São Francisco Xavier]]; o de [[Forte de São João (Espírito Santo)|São João]], encontrado em ruínas, foi reconstruído.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 40"/>
 
Gil de Araújo promoveu 14 entradas através do rio Doce, dirigidas à serra das Esmeraldas, as quais podem ter travado contato com os paulistas de [[Fernão Dias Pais]]. Da grande atividade e do vultoso emprego de capital realizados por Francisco Gil não tesultou qualquer descoberta metalífera, embora se tenham produzido alguns fruros na valorização das terras, pelo estabelecimento de povoadores e criação de novos [[engenho]]s.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 40"/> Os lucros, de qualquer modo, não compensaram o investimento feito. Seu filho e herdeiro, talvez por esse motivo, preferiu conservar-se ausente do senhorio e, por morte deste, a capitania tornou-se devoluta, sendo vendida à coroa por Cosme Rolim de Moura, primo do último donatário. Em consequência, ficou o Espírito Santo submetido à jurisdição da [[Bahia]], e seu governo sempre a cargo de displicentes capitães-mores.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 40"/>
Linha 61:
[[Imagem:Debret-djoãoVI-MHN.jpg|miniatura|[[João VI de Portugal|Dom João VI]].]]
 
Em 1797, o regente [[João VI de Portugal|D. João]] dirigiu-se ao [[Lista de governadores da Bahia|governador da Bahia]] nesses termos: {{Citação2|quotetext=Sendo-me devido em particular o reanimar a quase extinta [[capitania do Espírito Santo]], confiada até agora a ignorantes e pouco zelosos [[capitão-mor|capitães-mores]], fui servido nomear para a mesma governador particular, que ora vos fica subalterno, e escolher um nome de conhecidas luzes e préstimo na pessoa do [[capitão-de-fragata]] Antônio Pires da Silva Pontes.<ref>{{citar web|url=http://www.ape.es.gov.br/pdf/Livro_Historia_ES.pdf|titulo=História do Espírito Santo|autor=OLIVEIRA, José Teixeira de|data=2008|publicado=Site Oficial do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo|paginas=231|língua=português|formato=PDF|acessodata=19 de setembro de 2010}}</ref>|personquoted=Dom João VI}}
 
O novo governador assumiu o cargo em 29 de março de 1800. A obra de recuperação teve como objetivo principal melhores comunicações com a de [[Minas Gerais]]. Em 8 de outubro do mesmo ano, Silva Pontes assinou o auto, conjuntamente com o representante do governo de Minas, que regulou a cobrança de imposros entre as duas capitanias. Interessou-se também pela navegação do [[rio Doce]], por abertura de estradas, pela ampliação dos cultivos e pelo povoamento da terra.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 40"/> Em 1810 a capitania tornou-se autônoma em relação à [[Bahia]], e passou a depender diretamente do governo-geral. Governou na época [[Manuel Vieira de Albuquerque Tovar]], que não se afastou do programa de Silva Pontes. Deu o nome de Linhares às antigas ruínas da aldeia de Coutins.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 40"/>
 
O período colonial encerrou-se sob melhores auspícios, sobretudo em função da diligência de Francisco Alberro Rubim, nomeado governador em 1812. Rubim foi o autor da "''Memória estatística da capitania do Espírito Santo''", realizada em 1817, na qual afirmou haver na época na capitania 24.587 [[habitante]]s, seis [[vila]]s, oito [[povoado]]s e oito [[freguesia]]s. Consolidara-se a ocupação do território e ampliara-se a base demográfica. Em face das dificuldades enfrentadas, esses dados revelam um progresso nada desprezível.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 41">{{cite encyclopediacitar enciclopédia|yearano=1998 |title título=Espírito Santo: História |encyclopediaenciclopédia=Nova Enciclopédia Barsa |publisherpublicado=EncyclopaediaEncyclopædia Britannica do Brasil Publicações Ltda |locationlocal=São Paulo |pagespáginas=pp.41 |editionedição=volume 6 |id=}}</ref>
 
Em 20 de março de 1820 foi empossado como governador [[Baltasar de Sousa Botelho e Vasconcelos|Baltazar de Sousa Botelho de Vasconcelos]], a quem coube enfrentar os dias agitados da [[Independência do Brasil|independência]] e passar a administração à junta do governo provisório. Antes mesmo de promulgada a constituição do império, foi nomeado presidente da província o ouvidor Inácio Acióli de Vasconcelos.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 41"/>
Linha 86:
Graças ao trabalho profícuo desses colonos, quando se aboliu a [[escravidão]] dos negros — o que derrocou as grandes fazendas, de imediato ou não — a [[economia do Espírito Santo]] resistiu e proporcionou aos seus presidentes, depois de proclamada a república, os meios necessários para empreendimentos como a construção de estradas de ferro, expansão do ensino e organização de planos urbanos, com [[Muniz Freire]]; instalação de [[água]], [[Energia elétrica|luz]], [[esgoto]], [[bonde]]s elétricos, de um [[parque industrial]], de uma usina elétrica e de uma usina de açúcar em [[Cachoeiro de Itapemirim]] e na vila de [[Itapemirim]], de uma fazenda-modelo em [[Cariacica]], além de reforma da instrução pública e construção de grupos escolares e de pontes entre Vitória e o litoral e [[Colatina]] e o norte do [[rio Doce]]. Essas e outras obras foram realizadas com recursos provenientes sobretudo do [[café]] produzido pelas colônias de emigrantes europeus organizadas desde a [[Império do Brasil|monarquia]].<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 41"/>
 
Com a irradiação ferroviária que o [[café]] suscitou em meados do {{séc|XIX}}, o Espírito Santo beneficiou-se da rede de leitos, cujo centro estava em [[Campos dos Goitacases]] e que estabelecia comunicações entre duas importantes áreas cafeeiras: a [[Zona da Mata Mineira|Zona da Mata]], em [[Minas Gerais|Minas]], e o sul capixaba. Apesar de situada fora da região de cultivo, a cidade de [[Vitória (Espírito Santo)|Vitória]] foi a que mais progrediu sob o surto daquela lavoura, e já em 1879 processaram-se os primeiros estudos destinados à construção do porto, que deveria escoar toda a produção da província. Atendendo às novas exigências, em meados do {{séc|começou}} a funcionar a imprensa capixaba,<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 41"/><ref name="Nova Enciclopédia Barsa 42">{{cite encyclopediacitar enciclopédia|yearano=1998 |title título=Espírito Santo: História |encyclopediaenciclopédia=Nova Enciclopédia Barsa |publisherpublicado=EncyclopaediaEncyclopædia Britannica do Brasil Publicações Ltda |locationlocal=São Paulo |pagespáginas=pp.42 |editionedição=volume 6 |id=}}</ref> com a circulação do jornal ''O Correio da Vitória'',<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 42"/> de propriedade de Pedro Antônio de Azeredo,<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 42"/> a partir de 1849.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 42"/>
 
Em 1850 a configuração territorial do Espírito Santo já assinalava a existência de dez [[município]]s: [[Vitória (Espírito Santo)|Vitória]], [[Serra (Espírito Santo)|Serra]], [[Nova Almeida]], [[Linhares (Espírito Santo)|Linhares]], [[São Mateus (Espírito Santo)|São Mateus]], [[Vila Velha|Espírito Santo]], [[Guarapari]], Benevente (hoje [[Anchieta (Espírito Santo)|Anchieta]]) e [[Itapemirim]].<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 42"/> Pouco antes a província perdera parte de suas terras,> em virtude da desanexação de [[Campos dos Goitacases]] e [[São João da Barra]], restituídas ao [[Rio de Janeiro]] em 1832.e em mil novesentos acabou a guerrra
Linha 107:
== Século XXI ==
[[File:Paulo Hartung com faixa de governador.jpg|thumb|[[Paulo Hartung]], atual governador do [[Estado do Espírito Santo]].]]
Em novembro de 2007, é inaugurada a expansão da siderúrgica [[Arcelor Mittal]] [[Porto de Tubarão|Tubarão]] (ex-[[Companhia Siderúrgica de Tubarão]]) para ampliar a produção anual de placas de [[aço]] de 5 [[Milhão|milhões]] para 7,5 milhões de [[tonelada]]s.<ref>{{citar web|url=http://www.cst.com.br/empresa/perfil/historia/historia.asp|título=História da Arcelor Mittal Tubarão|autor=|data=|publicado=Site Oficial da Empresa|língua=português|acessodata=15 de março de 2011}}</ref> O [[Estado (subdivisão)|estado]] é o maior [[Produção|produtor]] de placas de [[aço]] do [[Brasil]].<ref name="Almanaque Abril 2010 680">{{citar livro|autor=CIVITA, Roberto|título=Almanque Abril|local=São Paulo|editora=Abril|ano=2010|página=680|id=}}</ref>
 
Em abril de 2008, a [[Departamento de Polícia Federal|Polícia Federal]] realiza a Operação Auxílio-Sufrágio, que desmantela uma [[quadrilha (crime)|quadrilha]] especializada em [[fraude]]s contra a [[Previdência Social]] no [[Estado (subdivisão)|estado]].<ref name="Fraude na Previdência">{{citar web|url=http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080425/not_imp162602,0.php|título=PF acusa deputado de fraudar Previdência|autor=|data=25 de abril de 2008|publicado=Site Oficial do Jornal O Estado de S. Paulo|língua=português|acessodata=15 de março de 2011}}</ref> O [[deputado estadual]] Wolmar Campostrini ([[Partido Democrático Trabalhista|PDT]]) é acusado de ser líder do esquema.<ref name="Almanaque Abril 2011 680">{{citar livro|autor=CIVITA, Roberto|título=Almanque Abril|local=São Paulo|editora=Abril|ano=2011|página=680|id=}}</ref> Por causa de trâmites burocráticos, as investigações ainda não foram concluídas e Campostrini mantém o cargo.<ref name="Almanaque Abril 2011 680"/>
 
Em outubro de 2008, o [[prefeito]] da [[capital]], [[João Coser]] ([[Partido dos Trabalhadores|PT]]) é [[Reeleição|reeleito]] em primeiro turno.<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/Eleicoes2008/0,,MUL783963-15693,00-EM+VITORIA+JOAO+COSER+E+REELEITO+NO+PRIMEIRO+TURNO.html|título=Em Vitória, João Coser é reeleito no primeiro turno|autor=|data=066 de outubro de 2008|publicado=Site Oficial do Globo News|língua=português|acessodata=15 de março de 2011}}</ref> Em 2010, [[Renato Casagrande]] ([[Partido Socialista Brasileiro|PSB]]) é eleito [[governador]] no primeiro turno, com 82,3% dos votos.<ref>{{citar web|url=http://eleicoes.uol.com.br/2010/espirito-santo/ultimas-noticias/2010/10/03/sem-dificuldades-casagrande-e-eleito-no-primeiro-turno-no-es.jhtm|título=Sem dificuldades, Casagrande é eleito no primeiro turno no ES|autor=|data=3 de outubro de 2010|publicado=UOL Eleições|língua=português|acessodata=16 de julho de 2011}}</ref>
 
A partir de 2006, a precariedade dos [[presídio]]s passa a ser noticiada, pois provoca [[Rebelião|rebeliões]], [[assassinato]]s e até [[esquartejamento]]s (na Casa de Custódia de Viana); em 2009, presos são mantidos em [[contêiner]]es de [[aço]], sem ventilação adequada, por falta de [[grade|celas]].<ref>{{citar web|url=http://agregario.com/rebeliao-em-penitenciaria-do-espirito-santo-terminou-anuncia-secretaria-de-estado|título=Rebelião em penitenciária do Espírito Santo terminou, anuncia Secretaria de Estado|autor=Érica Santana|data=19 de junho de 2006|publicado=Agência Brasil|língua=português|acessodata=15 de março de 2011}}</ref> Em março de 2010, essa situação é discutida em um painel na Comissão de Direitos Humanos das [[Organização das Nações Unidas|Nações Unidas]].<ref>{{citar web|url=http://port.pravda.ru/news/mundo/05-05-2010/29491-brasil_presidios-0/|título=Brasil é denunciado por violação de direitos humanos em presídios|autor=|data=5 de maio de 2010|publicado=Pravda.ru|língua=português|acessodata=16 de julho de 2011}}</ref> Cumprindo parcialmente compromissos assumidos, o governo desativa as celas metálicas e demole a Casa de Custódia de Viana, em maio de 2010.<ref>{{citar web|url=http://www.folhavitoria.com.br/policia/noticia/2010/05/casa-de-custodia-de-viana-e-demolida-nesta-sexta-feira.html|título=Casa de Custódia de Viana é demolida nesta sexta-feira|autor=|data=7 de maio de 2010|publicado=Site Oficial do Jornal Folha de Vitória|língua=português|acessodata=16 de julho de 2011}}</ref> Em outubro, sete [[penitenciária]]s foram vistoriadas por uma [[comissão]] liderada pelo Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana e da [[Ordem dos Advogados do Brasil]].<ref name="Almanaque Abril 2010 680"/> O relatório, a ser entregue à [[Procuradoria-Geral da República|Procuradoria Geral da República]], sugere providências urgentes e [[intervenção federal]] no sistema penitenciário do [[Estado (subdivisão)|estado]].<ref name="Almanaque Abril 2010 680"/>
 
== Ver também ==