Disfemia: diferenças entre revisões
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A '''disfemia''', conhecida popularmente como '''gagueira''' ou '''gaguez''', é a mais comum desordem de fluência da fala, atingindo cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo (dois milhões no Brasil). Os sintomas mais evidentes da gagueira são a repetição de sílabas, os prolongamentos de sons e os bloqueios dos movimentos da fala, sobretudo na primeira sílaba, no momento em que o fluxo suave de movimentos da fala precisa ser iniciado. Também usam-se os termos ''tartamudez'', ''disfemismo'' ou ''disfluência''. Além de ''gago'', o indivíduo que apresenta disfemia recebe o nome de ''disfêmico'', ''tartamudo'', ''balbo'' (de ''balbuciar'') ou ''tardíloquo''.
Cerca de 5% das [[criança]]s entre dois e quatro anos de idade apresentam episódios de disfemia, sendo geralmente episódios transitórios, que duram poucos meses, ocorrendo em consequência de uma combinação de vários fatores durante o desenvolvimento da [[fala]], podendo acarretar o falecimento. Um destes fatores é a maturação lenta das redes neurais de processamento da linguagem, que resulta numa habilidade ainda pequena para articular palavras e encadeá-las em frases nesta idade.<ref>{{
O rápido fluxo de pensamentos, em contraste com a relativa imaturidade do sistema fonoarticulatório, contribui para que a criança apresente alguma dificuldade para produzir um ritmo regular e suave em sua fala. Esta disfluência pode aumentar quando a criança está ansiosa, cansada ou doente e quando está tentando dominar muitas palavras novas.<ref>{{
Normalmente, este distúrbio é transitório, apenas 20% das crianças que apresentam disfemia em tenra idade necessitarão de tratamento especializado.<ref>{{
Como um importante desdobramento dessa descoberta, em julho de 2015 foi publicada uma abrangente pesquisa epidemiológica mundial<ref>{{
Em relação à cronificação da gagueira, uma característica que pode estar relacionada à tendência de o distúrbio tornar-se persistente nas crianças é o surgimento de sintomas adicionais bastante semelhantes a alguns verificados na [[Síndrome de Tourette]], como: comportamentos obsessivo-compulsivos; esgares faciais (caretas), mioclonias e tiques involuntários enquanto fala; contrair os olhos ou bater o pé em sinal de desconforto nos momentos em que a fala bloqueia. Nestes casos em que a criança já tem plena consciência do problema e também percebe que sua fala pode ser julgada como fora do padrão normal, ela tende a adotar comportamentos de evitação, muitas vezes preferindo ficar em silêncio a interagir verbalmente. Neste estágio, na falta de tratamento especializado, a maioria das crianças com gagueira começa a se retrair e ter sua auto-estima prejudicada. O ''bullying'' escolar é uma possível complicação à qual pais e professores devem estar muito atentos.<ref>{{
A disfemia que persiste após os cinco anos de idade está associada a alterações anatômicas e funcionais do cérebro, conforme vêm demonstrando as pesquisas mais modernas de neuroimagem.<ref>{{
A avaliação e o tratamento precoces são decisivos para que a criança consiga compensar cedo essas eventuais deficiências, antes do aparecimento de complicações secundárias. Por essa razão, recomenda-se que toda criança com sintomas recorrentes de gagueira passe por avaliação fonoaudiológica tão cedo quanto possível.<ref>{{
O fonoaudiólogo é o clínico responsável pelo atendimento da maioria dos pacientes com gagueira. No entanto, nem todo fonoaudiólogo está devidamente capacitado para tal tarefa. Em muitos casos, apenas a terapia fonoaudiológica é insuficiente para atender de forma adequada todas as necessidades do paciente com gagueira, tornando necessária a adoção de medidas adicionais de suporte, como assistência médica e farmacológica, sobretudo no adulto ou quando há a presença de comorbidades importantes, como: depressão, TOC, síndrome de Tourette, TDAH, síndrome de Asperger, fobia social, epilepsia focal, epilepsia rolândica, síndrome de Landau–Kleffner,<ref>{{
Nos últimos anos, tem havido uma mobilização internacional crescente no sentido de conscientizar a sociedade sobre os preconceitos e a discriminação a que estão sujeitas as pessoas com gagueira. Como parte dessa iniciativa, alguns bons vídeos educativos sobre o assunto foram produzidos. Entre eles, destaca-se [http://www.overstream.net/view.php?oid=nyi3mltmuusz "Ssstutter"], um curta-metragem canadense bastante desconcertante e reflexivo, estrelado por uma adolescente de 16 anos que possui a desordem.
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{{referências|col=2}}
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* [[Dislalia]]
* [[Dicção]]
Linha 47:
* [[Síndrome de Landau-Kleffner]]
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* {{Link||2=http://www.gagueira.org.br |3=Instituto Brasileiro de Fluência}}
* {{Link||2=http://www.abragagueira.org.br |3=Associação Brasileira de Gagueira}}
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