Expedição Shackleton–Rowett: diferenças entre revisões
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Shackleton tinha decidido voltar a sua atenção da Antárctica para norte, e "preencher este espaço em branco chamado de [[mar de Beaufort]]".<ref name= Fisher442>Fisher, pp. 442–45</ref> Esta região do oceano Árctico, a norte do [[Alasca]] e a oeste do [[Arquipélago Ártico Canadiano]], estava, na sua maioria, por explorar; Shackleton acreditava, tendo por base os registos das marés, que o mar tinha grandes porções de terra por descobrir, e que "seriam de grande interesse científico para o mundo, para além do potencial valor económico ".<ref name= Fisher442/> Ele também esperava alcançar o [[Polo de inacessibilidade|polo de inacessibilidade norte]], o ponto mais remoto da região árctica.<ref>Wild, p. 2</ref> Em Março de 1920, os seus planos receberam a aprovação geral da [[Real Sociedade Geográfica (Reino Unido)|Real Sociedade Geográfica]] (RSG) e foram apoiados pelo governo do Canadá. De seguida, Shackleton deu início à recolha de fundos necessário,os quais estimou em {{formatnum:50000}} libras esterlinas (cerca de 1,6 milhões de libras em 2008).<ref name= Fisher442/><ref>{{citar web|título= Measuring Worth|url= http://www.measuringworth.com/ppoweruk/|publicado= Institute for the Measurement of Worth|acessodata= 21 de Novembro de 2008}}</ref> Mais tarde naquele ano, Shackleton encontrou, por mero acaso, um ex-colega de escola, [[John Quiller Rowett]], o qual concordou em criar um fundo inicial para permitir a Shackleton começar a organizar a expedição. Com este dinheiro, Shackleton conseguiu, em Janeiro de 1921, comprar o baleeiro norueguês de madeira ''Foca I'', adquirir outro equipamento, e recrutar a sua tripulação.<ref name= Fisher442/>
Em
==Preparativos para a Antárctida ==
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===Objectivos===
[[File:Shack-endurance.jpg|thumb|upright|[[Ernest Henry Shackleton|Ernest Shackleton]], líder da expedição]]
Mesmo antes do impasse com o governo canadiano, Shackleton tinha pensado uma expedição ao sul como alternativa ao mar de Beaufort. De acordo com o bibliotecário da [[Hugh Robert Mill]], já em março de 1920 Shackleton tinha mencionado dois possíveis planos — a exploração do mar de Beaufort Sea; e "uma expedição oceanográfica com o objectivo de visitar todas as pequenas ilhas conhecidas do Atlântico Sul e Pacífico Sul".<ref>Mills, p. 287</ref> Por volta de
Fisher descreve a expedição como representando "a linha separadora entre o que se tornou conhecido como a Idade Heroica da Antárctida e a Idade Mecânica ".<ref name= Fisher446/> Shackleton chamou à viagem "pioneira", referindo-se, em particular, à aeronave que foi levada (mas que acabou por não ser utilizada) na expedição.<ref name= Fisher446/> De facto, este foi um, entre muitos, dos aspectos tecnológicos marcantes que marcaram o empreendimento. O cesto da gávea estava aquecido electricamente; os locais de vigia também eram aquecidos, e estavam equipados com sistemas de transmissão sem fios e com um aparelho designado por [[odómetro]] que podia traçar e cartografar a rota do navio automaticamente.<ref name= Fisher446/> A fotografia encontrava-se por toda a parte, e "foi adquirido um largo conjunto de câmaras, máquinas cinematográficas e diverso material fotográfico".<ref>Frank Wild, citado por Leif Mills, p. 289</ref> Entre o equipamento de pesquisa oceanográfica encontrava-se um aparelho de medição de profundidade designado por Lucas.<ref>Wild, p. 13</ref>
Todo este equipamento teve origem no apoio de Rowett, que alargou o âmbito do seu patrocínio para uma cobertura total dos custos de toda a expedição.<ref name= Leif287>Mills, pp. 287–88</ref> O investimento total de Rowett não é conhecido; um valor inicial calculado por Shackleton ascendia a "cerca de £100,000".<ref name= Fisher446/> Seja qual for o total, Rowett terá entrado com a maior parte do dinheiro, o que levou Frank Wild a mais tarde registar que, único entre as outras expedição antárcticas daquele período, esta terminou sem qualquer dívida.<ref>Wild (Preface)</ref><ref>Huntford (p. 693) regista que Rowett estimou o seu apoio em £70,000</ref> De acordo com Wild, sem o apoio de Rowett, a expedição não teria sido possível: "A sua generosa atitude é ainda mais marcante pois ele sabia que não haveria retorno financeiro, e o que ele fez foi no interesse da pesquisa científica e da amizade por Shackleton."<ref name= WildRGS>{{citar periódico|autorlink = Frank Wild|título= The Voyage of the "Quest"|periódico= The Geographical Journal|volume= 61|página= 74|data=
===''Quest''===
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===Viagem em direcção ao sul ===
[[File:South georgia Islands map-en.svg|thumb|300px|[[Geórgia do Sul]], primeiro porto de paragem sub-antárctico da expedição. O porto [[Grytviken]] está indicado na costa norte.]]
O ''Quest'' partiu das [[Docas de St Katherine]], Londres, a 17 de
A intenção original de Shackleton era de rumar para a [[Cidade do Cabo]], visitando as ilhas do Sul do Atlântico pelo caminho. Da Cidade do Cabo, o ''Quest'' deveria dirigir-se para a [[Terra de Enderby]], na costa da Antárctida, onde, uma vez no gelo, exploraria a linha costeira em direcção à [[Terra de Coats]], no [[mar de Weddell]]. No final da estação do Verão, o navio seguiria para [[South Georgia]] antes de regressar à Cidade do Cabo, para efectuar trabalhos de manutenção e preparação para o segundo ano da expedição.<ref name= Fisher460/> No entanto, o desempenho do navio nas primeiras fases da viagem alterou o calendário planeado. Problemas graves no motor necessitaram que o navio ficasse uma semana em [[Lisboa]], seguindo-se outras paragens na Madeira e em [[Cabo Verde]].<ref name= Leif292>Mills, pp. 292–93</ref> Estes atrasos, e a velocidade lenta do navio, alterou o plano de Shackleton que pretendia visitar as ilhas do Atlântico Sul e, em vez disso, dirigiu-se para o [[Rio de Janeiro]], onde o motor foi sujeito a uma manutenção mais profunda. O ''Quest'' chegou ao Rio de Janeiro a 22 de novembro de 1921.<ref name=Leif292/>
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===Morte de Shackleton===
No dia 17 de
[[Imagem:Shackleton Grave SouthGeorgia.jpg|thumb|upright|left|Sepultura de sir Ernest Shackleton]]
Depois de visitar as instalações de pesca de baleia em terra, Shackleton regressou ao navio, aparentemente, bem-disposto. Disse a Frank Wild que iriam celebrar o Natal atrasado no dia seguinte, e retirou-se para a sua cabina para escrever no seu diário.<ref name="Mills, p. 294"/><ref name= Fisher476>Fisher, pp. 476–77</ref> "O velho cheiro de baleias mortas pentra em todo o lado ", escreveu. "É um lugar estranho e curioso....Um fim de tarde maravilhoso. No escurecer do crepúsculo, observei uma estrela solitária, qual pedra preciosa a pairar sobre a baía."<ref name= Shackdiary/> Mais tarde adormeceu, e o cirurgião McIlroy, que tinha terminado o seu turno de vigia, ouviu-o ressonar.<ref name= Fisher476/> Pouco depois das duas horas da manhã do dia 5 de
A certidão de óbito, assinado por Macklin, indica a causa da morte como "[[Ateroma]] da artérias [[coronária]]s e falha cardíaca"—em termos médicos actuais, [[Trombose coronariana|trombose coronária]].<ref name= Fisher478/> Mais tarde nessa manhã, Wild, agora no comando, deu as notícias a uma tripulação em choque, e disse-lhes que a expedição iria continuar.<ref>Wild, p. 66</ref> O corpo foi levado para terra, para ser embalsamado, antes de regressar a Inglaterra. A 19 de
===Viagem ao gelo ===
Como líder da expedição, Wild tinha que decidir onde a expedição iria agora. Kerr informou que o problema da caldeira era controlável, e depois de novos abastecimentos, tanto de alimentos como de equipamentos, com o que havia de disponível na Geórgia do Sul, Wild decidiu continuar de acordo com o plano original de Shackleton. Ele levaria o navio até à [[ilha Bouvet]] e daí para a frente, antes de virar para sul e entrar no gelo, tão perto quanto possível da Terra de Enderby Land, e dar início aos trabalhos de pesquisa costeira. A expedição também deveria investigar uma [[Ilha fantasma|"Aparição de Terra"]] na entrada do mar de Weddell, relatada por [[James Clark Ross]] em 1842, mas sem ser avistada desde então. No entanto, o que definiria o progresso da expedição seriam as condições atmosféricas, o estado do gelo, e o desempenho do navio.<ref>Wild, pp. 73–75 and 78–79</ref>
[[Imagem:Quest Antarctica.png|thumb|300px|Percurso do ''Quest'' entre 3 e 24 de
O ''Quest'' deixou a Geórgia do Sul a 18 de
"Agora, o pequeno ''Quest'' poderá realmente mostrar o que vale ", escreveu Wild, quando o navio entrou numa zona de gelo solto.<ref name= Wild98>Wild, pp. 98–99</ref> Wild registou que o ''Quest''era o navio de menor dimensão que jamais tinha tentado penetrar no sólido gelo da Antárctida, e pensou no destino de outros que tentaram. "Será que vamos escapar, ou será que o ''Quest'' se irá juntar aos outros navios em Davy Jones's Locker?"<ref name= Wild98/>{{nota de rodapé|[[Davy Jones's Locker]] é uma expressão utilizada entre os marinheiros para indicar o fundo do mar.}} Nos dias que se seguiram, conforme iam navegando para sul, e com as temperaturas a caírem, o gelo ia ficando cada vez mais sólido. No dia 12 de
[[File:Elephant Island NOAA.jpg|thumb|left|Aproximação à [[ilha Elefante]] (fotografia de 1962)]]
Esta fase da viagem, ao longo do mar de Weddell, foi calma. Wild e Worsley não estavam dando-se bem, de acordo com Macklin,<ref>Mills, p. 303</ref> e não havia outro descontentamento entre a tripulação que Wild, por sua própria conta, tratava com ameaça de "tratamento mais drástico".<ref>Wild, pp. 137–39</ref> A 12 de março chegaram a 64°11'S, 46°4'W, onde Ross tinha relatado uma "Aparição de Terra " em 1842, mas não viram sinal de nada; uma análise de profundidade a mais de 4200 m nada indicou, o que significava que não havia terra por perto.<ref>Wild, p. 144</ref> Entre 15 e 21 de março, o ''Quest'' ficou preso no gelo, e a falta de carvão era a principal preocupação. Quando o navio se libertou do gelo, Wild estabeleceu uma rota directa para a [[ilha Elefante]] onde esperava que a sua reserva de carvão pudesse ser complementada com a gordura das focas.<ref>Mills, p. 304</ref> A 25 de Março, a ilha foi avistada. Wild queria visitar Cape Wild, o local onde a expedição do ''Endurance'' acampou, mas o mau tempo não o permitiu. Conseguiram ver o local através de binóculos, observando os antigos marcos, antes de desembarcarem na costa oeste para caçarem focas-elefante.<ref name= Leif305>Mills, p. 305</ref> Conseguiram obter gordura suficiente para misturar com o carvão e, com o vento a favor, chegaram à Geórgia do Sul no dia 6 de
===Regresso===
[[File:Tristan Map.png|thumb|300px|Mapa com a ilha [[Tristão da Cunha (arquipélago)|Tristão da Cunha]], [[Ilha Inacessível (Tristão da Cunha)|ilha Inacessível]] e a [[Ilha de Gonçalo Álvares]], [[oceano Atlântico]]]]
O ''Quest'' ficou na Géorgia do Sul durante um mês, tempo esse em que os antigos companheiros de Shackleton erigiram um memorial ao seu ex-líder, num local à situada na entrada do porto de Grytviken.<ref>Fisher, pp. 482–83</ref> O navio navegou , então, para a África do Sul a 8 de
Durante a estadia de cinco dias, com a ajuda de alguns habitantes a ilha, a expedição efectuou alguns curtos desembarques na pequena [[Ilha Inacessível (Tristão da Cunha)|ilha Inacessível]], 32 km a sudoeste de Tristão, e visitaram a ainda mais pequena [[ilha Nightingale]], para recolher algumas espécies.<ref>Wild, pp. 206–14</ref> A impressão geral de Wild sobre a estadia em Tristão não foi muito positiva. Verificou a terrível miséria e pobreza em que viviam e escreveu sobre a população: "Eles são ignorantes, fechados ao mundo, enfim, terrivelmente limitados."<ref>Wild, p. 207</ref> Apesar desta descrição, a parada de escuteiros e a apresentação da bandeira, tiveram lugar antes do ''Quest'' rumar para a [[Ilha de Gonçalo Álvares]], 3200 km a leste.<ref name= Wild232>Wild, p. 232</ref> Aqui, os membros da expedição recolheram diversas amostras geológicas e botânicas.<ref name= Leif306>Mills, pp. 306–08</ref> Chegaram à Cidade do Cabo no dia 18 de
Também se encontraram pelo agente de Rowett, recebendo a mensagem de que deviam regressar a Inglaterra.<ref>Fisher, p. 483</ref> Wild escreveu: "Gostaria de ter passado mais uma estação no Enderby Quadrant...muito pode ser realizado fazendo da Cidade do Cabo o nosso ponto de partida, e partindo logo no início da estação."<ref>Wild, p. 287</ref> No entanto, a 19 de
==Rescaldo e consequências==
===Análise===
[[File:Quest Diagram.JPG|thumb|left|Diagrama em perfil do "Quest" da revista [[Popular Science]],
De acordo com Wild, a expedição terminou de forma "calma", embora o seu biógrafo Leif Mills refira a multidão entusiasta em Plymouth Sound.<ref name = Wild312>Wild, pp. 312–13</ref><ref>Mills, p. 308</ref> No fim da sua história, Wild expressou a esperança de que a informação que trouxeram poderia "ser útil para resolver os grandes problemas naturais que nos preocupam ".<ref name= Wild312/> Estes resultados foram sumariados em cinco apêndices no livro de Wild.<ref>Wild, pp. 321–49</ref> Os sumários reflectem os esforços da equipa científica para recolher dados e espécimenes em cada porto de paragem,<ref name="Mills, p. 307">Mills, p. 307</ref> e o trabalho geológico e de pesquisa levados a cabo por Carr e Douglas na Geórgia do Sul, antes da viagem ao sul.<ref>Wild, p. 80</ref> Deste material, foram feitos alguns relatórios e artigos,<ref>Fisher, pp. 516–17</ref> mas foi, de acordo com Leif Mills, "o suficiente para mostrar o trabalho de um ano".<ref name="Mills, p. 307"/>
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*{{citar livro|último =Fisher|primeiro = Margery and James|título= Shackleton|publicado=James Barrie Books|ano=1957|local= London}}
*{{citar jornal|primeiro =John Walker |último =Harrington |título=Shackleton's Search for Antarctic Islands of Doubt |obra=New York Times |página=68 |data=3 de
*{{citar livro|último =Huntford|primeiro = Roland|título=Shackleton|publicado= Hodder & Stoughton|ano= 1985|local= London|isbn= 0-340-25007-0}}
*{{citar livro|último = Huntford|primeiro = Roland (intro.)|título= The Shackleton Voyages|publicado= Weidenfeld & Nicolson|local= London|ano= 2002|isbn= 0-297-84360-5}}
*{{citar livro|último = Mills|primeiro = Leif|título= Frank Wild|publicado= Caedmon of Whitby|local= Whitby|ano= 1999|isbn= 0-905355-48-2}}
*{{citar livro|último = Riffenburgh|primeiro = Beau|título= Encyclopedia of the Antarctic|url= http://books.google.com/?id=fRJtB2MNdJMC&dq=Riffenburgh+encyclopedia&printsec=frontcover|publicado= Routledge|ano= 2006|acessodata= 12 de
*{{citar livro|último = Smith|primeiro = Michael|título= An Unsung Hero: Tom Crean - Antarctic Survivor|ano= 2000|local= London|publicado= Headline Book Publishing|isbn= 0-7472-5357-9}}
*{{citar livro|último = Tyler-Lewis|primeiro = Kelly|título= The Lost Men|publicado= Bloomsbury Publications|ano= 2006|local= London|isbn= 978-0-7475-7972-4}}
*{{citar livro|último = Verdon-Roe|primeiro = Alliott|título= The World of Wings and Things|ano= 1938|local= London|publicado= Hurst & Blackett}}
*{{citar periódico|último = Wild|primeiro = Frank|título= The Voyage of the "Quest"|periódico= The Geographical Journal|volume= 61|página= 74|data=
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==Ligações externas==
*[http://www.bahs.org.uk/46n1a4.pdf The Agricultural Association, the Development Fund, and the Origins of the Rowett Research Institute] PDF. British Agricultural and Horticultural Society
*{{citar web|título= An Antarctic Time Line 1519–1959|url=http://www.south-pole.com/p0000052.htm|publicado= South-pole.com|acessodata= 30 de
*{{citar web|título= Measuring Worth|url= http://www.measuringworth.com/ppoweruk/|publicado= Institute for the Measurement of Worth|acessodata= 21 de
*{{citar web|título= Shackleton-Rowett Expedition 50th anniversary, Tristan da Cunha|url= http://www.sossi.org/articles/tristan.htm|publicado= Scouts on Stamps Society International|acessodata= 28 de
*{{citar web|autor = Wild, Frank|título= Shackleton's last voyage: The Story of the ''Quest''|url= http://www.archive.org/stream/shackletonslastv00wilduoft/shackletonslastv00wilduoft_djvu.txt|publicado= www.archive.org|acessodata= 21 de
*{{citar web|último = Shackleton|primeiro = Ernest|título= Diary of the ''Quest'' Expedition 1921–22|url= http://www.spri.cam.ac.uk/library/archives/shackleton/articles/1537,3,9.html|publicado= Instituto de Pesquisa Polar Scott|local= Cambridge|acessodata= 3 de
{{Exploração polar}}
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