Fraude de Taxil: diferenças entre revisões

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[[Image:Léo Taxil (Melandri).jpg|thumb|right|[[Léo Taxil]], responsável por uma farsa antimaçônica que gerou um escândalo e envolveu o próprio [[Papa]].]]
 
A '''Fraude de Taxil''' de [[1890]], é provavelmente a mais famosa farsa [[antimaçonaria|antimaçônica]] francesa. Seu autor, [[Léo Taxil]], quis vingar-se da [[Maçonaria]], que foi expulso em [[1882]] por um caso de [[plágio]].<ref name=HC>
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| title título= Mysteries Of The Freemasons - America
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== História ==
[[Léo Taxil]] era o nome de pena de ''Marie Joseph Gabriel Antoine Jogand-Pagès'', que tinha sido anteriormente acusado de difamação a respeito de um livro que escreveu chamado ''The Secret Loves de Pope Pius IX.'' Taxil inicialmente chegou a publicar vários livros anticatólicos, que pintaram a hierarquia eclesiástica como [[hedonismo|hedonista]] e [[sadismo|sádica]]. Taxil ingressou na Maçonaria em 1881, mas não passou do primeiro grau, sendo expulso dez meses depois, em 1882, por estar envolvido em alguns casos de plágio e difamação.
 
Em 20 de abril de 1884 o [[Papa Leão XIII]] publicou uma [[encíclica]], ''[[Humanum Genus]]'', que afirmou que a raça humana foi "separada em duas partes opostas e diversas, das quais uma resolutamente luta pela verdade e a virtude, a outra é daquelas coisas que são contrárias à virtude e à verdade. Uma é o reino de Deus sobre a terra, a saber, a verdadeira Igreja de Jesus Cristo (…) O outro é o reino de Satanás".
 
Este outro reino dito, ao que se supõe pelo posicionamento do pontífice com relação aos maçons, "levado ou assistido" pela [[Maçonaria]].
 
[[ImageImagem:CanularDeTaxil.jpg|thumbnail|Cartaz publicitário da obra de Leo Taxil.]]
[[Image:Masons baphomet.jpg|thumbnail|Invocação de [[Baphomet]] pelos maçons segundo Taxil]]
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O suposto objetivo de Taxil era denunciar tal ordem, revelando seus segredos e ações à sociedade. Tendo começado por acusar a Maçonaria de ocultar as piores misérias morais e incentivar seus seguidores ao [[vício]], quando não ao [[assassinato]], em seguida, acusou de ser uma [[satanismo|seita satânica]] que dedica seus cultos a [[Baphomet]], nos camarotes dos quais o chefe supremo [[Albert Pike]] recebia as suas ordens, de [[Lúcifer]] em pessoa.
 
Para tornar a farsa mais credível, Taxil misturou elementos do ritual Maçônico com elementos fantasiosos de sua invenção. Em particular, sobre as várias imagens doravante famosas, reutilizou o símbolo do 18º do [[Rito Escocês Antigo e Aceito]], substituindo o [[cordeiro pascal]] <ref>{{ouvrage|auteur=Irène Manguy|titre=De la symbolique des chapitres en franc-maçonnerie|éditeur=Dervy|année=2005|isbn=2-84454-363-4}}, p.471</ref> pela imagem de [[Baphomet]], uma figura simbólica concebida e divulgada a partir de 1854 pelo [[ocultismo|ocultista]] francês [[Eliphas Levi]].<ref>Voir l'illustration à l'article [[Baphomet]]</ref>.
 
O primeiro livro produzido por Taxil após a sua suposta conversão católica era um quarto-volume da história da Maçonaria, que continha verificações fictícias de uma testemunha da sua participação no [[satanismo]]. Com um colaborador que publicou como "Dr. Karl Hacks", escreveu outro livro chamado ''Devil in the Nineteenth Century'', que introduziu um novo personagem, [[Diana Vaughan]], uma suposta descendente do [[alquimia|alquimista]] [[Rosacruz]] [[Thomas Vaughan]]. O livro continha muitos contos sobre seus supostos encontros com [[demônio]]s encarnados, um dos quais supostamente escreveu [[profecia]]s sobre a sua volta com sua cauda, e outro que tocava [[piano]], sob a forma de um [[crocodilo]].
 
Segundo Taxil, Diana Vaughan teria sido envolvida na maçonaria satânica, mas fora resgatada quando um dia ela professou admiração por [[Joana d'Arc]] (ainda não canonizada na época), cujo nome teria posto os demônios em fuga. Declarando co-autoria como Diana Vaughan, Taxil publicou um livro chamado ''Eucharistic Novena'', uma coleção de orações que foram elogiadas pelo [[Papa]].
 
Leo Taxil convenceu muitos católicos com a sua farsa - tanto que em [[1887]] foi recebido em audiência pelo [[Papa Leão XIII]], que declarou ser admirador da obra de Taxil, solicitou que ele escrevesse mais livros e passou a financiá-lo.
 
Continuando a farsa, Taxil alegou que Albert Pike, Grande Comendador do Supremo Conselho de Jurisdição do Sul do Rito Escocês antigo e aceito, era um "Papa Luciferianista", o líder supremo de todos os Maçons do mundo, e que ele admitiu que toda sexta-feira às três horas conferia com o próprio [[Satanás]]. Monsenhor Northrop, [[bispo]] de [[Charleston]] ([[Carolina do Sul]]), foi especialmente para [[Roma]], a este respeito a fim de garantir a [[Leão XIII]] que os maçons da sua cidade episcopal são pessoas dignas, e seu templo não adornava qualquer estátua de Satanás.<ref>''Encyclopédie de la Franc-maçonnerie'', La Pochothèque, France, 2000, ''Albert Pike'', page 666.</ref>.
 
Em 19 de abril de 1897, após dez anos de patrocínio pelo Papa, Taxil chamou uma conferência de imprensa organizada na [[Sociedade de Geografia]] (a chamada Conferência de Leo Taxil), na qual confessou que suas revelações sobre os maçons eram fictícias; admitiu que Diana Vaughan não existia, pelo contrário, que o nome tinha sido emprestado de sua secretária; revelou que tal ordem Paládio não existia; explicou detalhadamente os cuidados que teve para criar a e manter a farsa e agradeceu ao [[clero]] por sua assistência em dar publicidade às suas alegações selvagens;<ref name=Confession>
{{citecitar web
|url= http://altreligion.about.com/library/texts/bl_confessiontaxil.htm
|accessdateacessodata= 2007-10-25
|titletítulo= The Confession of Leo Taxil
|datedata= [[April 25]] [[1897]]
}}</ref> e afirmou que a sua "brincadeira amigável" teria feito o seu sucesso no tempo do livre-pensamento que iria "Matá-los através de riso." Isso revelou o grau de sua impostura e provocou um escândalo em que a polícia teve que intervir para acalmar e dar assistência e proteção ao autor.
 
Embora o material produzido por Taxil seja confessamente uma fraude, esse material ainda é utilizado contra maçons até hoje, principalmente pelos [[fundamentalismo cristão|fundamentalistas cristãos]] e antimaçônicos, que associam o Baphomet à Maçonaria e afirmam que a maçonaria é satânica. Um livro foi-lhe consagrado (''Le Mystère de Léo Taxil et la vraie Diana Vaughan''), publicado em [[1930]], sob o pseudónimo "Spectator", afirma que Taxil tinha sido manipulado pela Maçonaria <ref>Jack Chaboud, ''La Franc-maçonnerie'', Librio, p.36</ref> para desacreditar a [[antimaçonaria]].