Batalha de Azincourt: diferenças entre revisões

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{{Info/Guerra
|conflito = Batalha de Azincourt
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|imagem = [[Imagem:Agincour.JPG|285px]]
|legenda = ''Batalha de Azincourt em miniatura do século XV''
|data= [[25 de outubro]] (dia de [[São Crispim]]) de [[1415]]
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|força1 = {{formatnum:6000}} – {{formatnum:9000}}<ref>[[Anne Curry|Curry, Anne]] (2005). ''Agincourt: A New History''. Pub: Tempus UK. ISBN 978-0-7524-2828-4</ref>
|força2 = 12 000 – 30 000 homens<ref>{{citar livro|último =Barker |primeiro = Juliet |autorlink =Juliet Barker |ano=2005 |título=Agincourt: The King, the Campaign, the Battle (U.S. Title: Agincourt : Henry V and the Battle That Made England.) |local=Londres |publicado=Little, Brown |isbn=978-0-316-72648-1 |ref=harv}}</ref>
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|vítimas1 = mais de 100 mortos e um número indeterminado de feridos
|vítimas2 = {{formatnum:7000}} – {{formatnum:10000}} perdas (a maior parte mortos)<br />~ 1 500 aprisionados, todos nobres<ref>Curry, Anne (2000). ''The Battle of Agincourt: Sources and Interpretations''. The Boydell Press. ISBN 0-85115-802-1.</ref>
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[[Imagem:AgincourtMap.svg|miniaturadaimagem|305px|[[Mapa]] tático da batalha]]
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[[Imagem:Schlacht von Azincourt.jpg|miniaturadaimagem|305px|A batalha numa gravura do ''Abrégé de la Chronique d'Enguerrand de Monstrelet'', do {{séc|XV}}]]
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A '''Batalha de Azincourt''' ({{langx|en|'''Agincourt'''}}) foi uma batalha decisiva ocorrida na [[Guerra dos Cem Anos]] em [[25 de outubro]] de [[1415]] (Dia de [[São Crispim]]), no norte da [[França]]. Resultou em uma das maiores vitórias inglesas durante a guerra.<ref>Adams, Michael C. (2002) ''[http://books.google.co.uk/books?id=dDqWvwezm0YC&printsec=frontcover&source=gbs_ge_summary_r&cad=0 Echoes of War: a thousand years of military history in popular culture.]'' Kentucky: University of Kentucky Press. ISBN 978-0-8131-2240-3.</ref>
 
A '''Batalha de Azincourt''' ({{langx|en|'''Agincourt'''}}) foi uma [[batalha]] decisiva ocorrida na [[Guerra dos Cem Anos]] em [[25 de outubro]] de [[1415]] (Dia de [[São Crispim]]), no norte da [[Reino da França|França]]. Resultou em uma das maiores vitórias [[Reino da Inglaterra|inglesas]] durante a guerra.<ref>Adams, Michael C. (2002) ''[http://books.google.co.uk/books?id=dDqWvwezm0YC&printsec=frontcover&source=gbs_ge_summary_r&cad=0 Echoes of War: a thousand years of military history in popular culture.]'' Kentucky: University of Kentucky Press. ISBN 978-0-8131-2240-3.</ref> O local onde a luta aconteceu foi perto de [[Artois]], em torno de 40 km ao sul de [[Calais]] (agora em [[Azincourt]], no norte da [[França]]).<ref name="Agincourt">{{cite book |last=Barker |first= Juliet |authorlink=Juliet Barker |year=2005 |title=Agincourt: The King, the Campaign, the Battle (U.S. Title: Agincourt: Henry V and the Battle That Made England) |location=Londres |publisher=Little, Brown |isbn=978-0-316-72648-1}}</ref>
''"Aquele que sobreviver esse dia e chegar a velhice, a cada ano, na véspera desta festa, convidará os amigos e lhes dirá: "Amanhã é São Crispim". E então, arregaçando as mangas, ao mostrar-lhes as cicatrizes, dirá: "Recebi estas feridas no dia de São Crispim." ''<br />( ''A vida do rei Henrique&nbsp;V'', ato&nbsp;IV, cena&nbsp;III – [[Shakespeare]])
 
A vitória de [[Henrique V da Inglaterra]], contra um exército francês numericamente superior, foi um golpe duro para a França e marcou um período sombrio em meados da Guerra dos Cem Anos.
Assim romanceia Shakespeare, um discurso que o rei {{lknb|Henrique|V de Inglaterra}} da [[Inglaterra]], em revista às tropas, teria pronunciado antes da batalha que decorreria naquele dia (25 de outubro de 1415) em Azincourt, num terreno em que a chuva transformara num atoleiro. Seus oponentes, os franceses, eram comandados pelo [[condestável]] {{ilc|Carlos&nbsp;I de Albret|Carlos I de Albret|Charles I d'Albret}}.
 
Os ingleses haviam invadido a França novamente no começo do século XV, quando o rei Henrique V resolveu reivindicar o trono do país rival. No começo da Guerra dos Cem Anos, no século anterior, as tropas inglesas se mostraram mais eficiente do que o exército feudal francês. Mas quando Henrique iniciou sua invasão, em agosto de 1415, a situação da França havia melhorado. Ainda assim, após o [[Batalha de Crécy|desastre em Crécy]], os franceses estavam relutantes em dar batalha aos ingleses, preferindo reunir mais soldados e suprimentos. Henrique e seus homens não tinham, por outro lado, mantimentos suficientes para uma prolongada campanha e precisavam forçar um engajamento decisivo. Foi próximo a Calais, no norte da França, que finalmente os dois exércitos bateriam de frente.<ref name="Agincourt" />
Em grande inferioridade numérica, os ingleses contavam com, aproximadamente, {{formatnum:15000}} [[soldado]]s para se opor aos {{formatnum:50000}} de [[França|franceses]] (os números são imprecisos). Numa excelente estratégia, os [[arqueiro]]s ingleses — e [[galeses]] — praticamente liquidaram os franceses no atoleiro. A derrota foi assombrosa. Além do condestável Carlos&nbsp;I de Albret e outros membros da alta [[nobreza]], mais de {{formatnum:1500}} cavaleiros e {{formatnum:4500}} soldados morreram nesta batalha. Alguns calculam a morte de {{formatnum:10000}} franceses contra a de apenas {{formatnum:1600}} ingleses. Ao fim da batalha Henrique V teria entre seus prisioneiros Charles, Duque de Orleans (que ficaria cativo na [[Torre de Londres]] durante 25 anos até seu "resgate" ser pago em 1440), e o líder efetivo do exercito francês, o Marechal Boucicault (que morreria cativo na Inglaterra). O próprio rei Carlos&nbsp;VI jamais comandaria qualquer exército, visto que sofria de uma doença mental.
 
O tamanho dos dois exércitos divergem de fonte para fonte. Os ingleses teriam reunido pelo menos 6 000 arqueiros, 1 500 soldados de infantaria pesada e perto de 2 000 homens na cavalaria. Os franceses tinham entre 12 000 e 15 000 homens (um-terço a cavalo), embora algumas fontes digam que seu exército podia chegar a ter 36 000 combatentes (sendo este número bem improvável). Relatos da época sugerem que os ingleses estavam em desvantagem numérica de 4 para 1. Outro fator interessante era que os franceses trouxeram um grande número de nobres, incluindo milhares de [[cavaleiro]]s para o combate, enquanto a tropa inglesa era formada basicamente por conscritos bem treinados, munidos com [[Arco longo inglês|longos arcos]].<ref>{{cite book |last=Hibbert |first=Christopher |authorlink=Christopher Hibbert |title=Great Battles—Agincourt |year=1971 |publisher=Weidenfeld & Nicholson |location=London |isbn= 1-84212-718-7}}</ref>
Segundo uma lenda ou invenção muito posterior, os franceses se gabavam de sua superioridade numérica e ameaçavam os arqueiros de cortar o dedo do meio deles (fundamental para arqueiros, para armar o arco), mostrando o seu maior levantado; quando os franceses foram feitos prisioneiros, os ingleses mostraram os dedos e disseram '' Olha: os meus dedos estão aqui''. Esse gesto deu origem ao gesto obsceno de "mostrar o dedo" de hoje em dia, nas versões francesa/continental de um dedo e na inglesa dos dois dedos.
 
Após um tempo encarando uns aos outros, o combate principal se deu na manhã de 25 de outubro de 1415. O terreno era difícil e irregular, o que não permitia muita manobra. Os franceses tomaram a iniciativa, mandando sua cavalaria atacar os arqueiros inimigos, mas foram repelidos com pesadas baixas. Logo em seguida, mandaram o grosso de sua infantaria. O terreno ruim, cheio de lama, atrasou este avanço e expôs os homens ao arco inglês. Como resultado, novamente, os franceses sofreram grandes perdas, com milhares de soldados sendo capturados. Foi ai então que Henrique V deu a controversa ordem de matar os prisioneiros franceses. Segundo um cronista da época, ele tomou esta decisão pois, em primeiro lugar, temia que o grande número de prisioneiros iriam acabar se rebelando e, em segundo lugar, havia falta de mantimentos para todos. O historiador John Keegan sugere que a ordem foi dada, não para fins práticos, mas para aterrorizar os franceses. Seja como for, no anoitecer do mesmo dia, 25 de outubro, os franceses já tinham evacuado o campo. Até hoje não se sabe exatamente quantos morreram na batalha, mas é certo de que as baixas francesas foram extensas e muito superiores aos dos ingleses.<ref>{{cite book |last=Keegan |first=John |authorlink=John Keegan |year=1976 |title=The Face of Battle: A Study of Agincourt, Waterloo, and the Somme |publisher=Viking Adult |isbn=978-0-14-004897-1 |series=Penguin Classics Reprint}}</ref><ref>{{citar web|URL=http://www.telegraph.co.uk/news/8648068/Battle-of-Agincourt-ten-reasons-why-the-French-lost.html|título=Battle of Agincourt: 10 reasons why the French lost to Henry V's army|autor=Hannah Ellis-Petersen e Isabelle Fraser|publicado=The Telegraph|acessodata=13 de agosto de 2017}}</ref>
 
Segundo relatos da época, Henrique V liderou pessoalmente suas tropas na batalha e teria participado dos combates corpo-a-corpo. Já o rei francês, [[Carlos VI de França|Carlos VI]], não comandou seus homens, já que ele sofria de problemas mentais. O exército da França foi liderado pelo [[Condestável da França|condestável]] [[Charles I of Albret|Carlos d'Albret]] e vários proeminentes nobres do [[Armagnacs]].<ref name="Agincourt" />
 
Foi esta batalha que marcou o uso mais notável do [[arco longo inglês]] em grandes números, com arqueiros ingleses e galeses formando cerca de 80% do exército de Henrique. Esta batalha também é um dos temas centrais da peça ''[[Henrique V (peça)|Henry V]]'' de [[William Shakespeare]].<ref>{{cite book |last=Cantor |first=Paul A. |authorlink=Paul Cantor |year=2006 |chapter=Shakespeare's Henry V: From the Medieval to the Modern World in |editor1-last=Murley |editor1-first=John A. |editor2-last=Sutton |editor2-first=Sean D. |url=https://books.google.com/books?id=9Jbg7Xbrb8EC&printsec=frontcover&source=gbs_ge_summary_r&cad=0 |title=Perspectives on politics in Shakespeare |isbn=978-0-7391-1684-5}}</ref>
 
Segundo uma lenda ou invenção muito posterior, os franceses se gabavam de sua superioridade numérica e ameaçavam os arqueiros de cortar o dedo do meio deles (fundamental para arqueiros, para armar o arco), mostrando o seu maior levantado; quando os franceses foram feitos prisioneiros, os ingleses mostraram os dedos e disseram '' "Olha: os meus dedos estão aqui''". Esse gesto deu origem ao gesto obsceno de "mostrar o dedo" de hoje em dia, nas versões francesa/continental de um dedo e na inglesa dos dois dedos.
 
{{Referências}}