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Louïze Charly Labé ou Louise Labé (dita La Belle Cordière ou A Bela Cordoeira), (1526(?), Lyon15 de Fevereiro de 1566, Parcieux-en-Dombes), foi uma poetisa francesa.

Louise Labé. Gravura de Pierre Woeiriot, 1555.

Vida

Filha de Pierre Charly, um rico cordoeiro, e de Étiennette Roybet, Louise recebeu uma educação refinada para a época, consistindo de latim, italiano, música, equitação e até mesmo esgrima. Bonita e independente, aos dezesseis anos (1542) disfarçou-se de homem e sob a alcunha de "capitão Loyz" acompanhou um de seus amantes ao cerco de Perpignan e chegou mesmo a tomar parte de combates. Anos depois, novamente travestida, participou de um torneio de esgrima em Lyon.

Em 1550 resolveu casar-se e desposou Ennemond Perrin, cordoeiro e rico como fora seu pai, de onde veio o apelido de "Bela Cordoeira". Em sua mansão, deu grandes recepções para a sociedade burguesa da época, e, com a morte do marido (por volta de 1560), voltou a ter inúmeras aventuras amorosas (embora, entre suas conquistas, seja conhecido apenas o nome do poeta Olivier de Magny).

A principal obra de Louise Labé é o Débat de Folie et d'Amour ("Debate da Loucura e do Amor"), de 1555, contendo 24 sonetos, e onde defende uma pauta "feminista: direito das mulheres à educação, à liberdade de pensamento e a escolha de parceiros. Seguem-se a eles as três Élégies ("Elegias"), no mesmo ano. As obras, que exprimem uma "paixão sensual e ardente"[1], foram inspiradas no modelo da época, Petrarca, mas além do grande rigor formal, destacam-se dentre as obras contemporâneas por seu ardor, sua espontaneidade e pela sinceridade com que são expressos os sentimentos. Embora perseguida e repreendida por vários reacionários, ela foi saudada por seus colegas poetas da época como uma nova Safo, fama notável para uma poetisa com tão poucos trabalhos publicados.

Obras

  • Débat de Folie et d'Amour (1555)
  • Élégies (1555)

O pensamento de Louise Labé

Parágrafo de uma carta enviada por Louise Labé para uma amiga, Mademoiselle Clemence de Bourges, em Lyon, em 24 de Julho de 1555, onde a "Bela Cordoeira" defende alguns de seus pontos de vista:

É chegado o tempo, Mademoiselle, em que as leis inflexíveis dos homens não mais impedirão as mulheres de se devotarem às ciências e disciplinas; parece-me que aquelas que forem capazes, irão empregar esta honrada liberdade, a qual nosso sexo outrora tanto desejava, em estudar estas coisas e mostrar aos homens o mal que causaram em nos privar do benefício e da honra que poderiam nos advir. E se alguém chega ao estágio no qual seja capaz de pôr suas idéias no papel, deveria fazê-lo com muito intelecto e não deveria desprezar a glória, mas adornar-se com ela antes do que com correntes, anéis e roupas suntuosas, as quais não podemos considerar realmente como nossas exceto pelo costume. Mas a honra que o conhecimento nos trará, não nos pode ser tomado – nem pela astúcia de um ladrão, nem pela violência de inimigos, nem pela duração do tempo.

Bibliografia

  1. Grande Enciclopédia Delta Larousse. Rio de Janeiro: Editora Delta, 1976. V. 9, p. 3857.
  • Dicionário Biográfico da Enciclopédia Abril. São Paulo: Editora Abril, 1972. V. 2, p. 368.

Ver também

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