Caso Daniella Perez: diferenças entre revisões
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A morte da atriz '''[[Daniella Perez]]''' foi um '''caso policial''' notório no [[século XX]] no [[Brasil]]. Ocorrido em 28 de dezembro de 1992, recebeu ampla cobertura da imprensa e causou comoção popular. Daniella, que à época fazia a [[telenovela]] ''[[De Corpo e Alma (telenovela)|De Corpo e Alma]]'', onde era Yasmin, foi [[homicídio|assassinada]] por [[Guilherme de Pádua]], que fazia par romântico com a vítima na trama, e por [[Paula Thomaz]], ex - esposa de Guilherme. O corpo da atriz foi encontrado numa região de floresta na [[Barra da Tijuca]], no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], com 18 golpes de
== História ==
=== Assassinato ===
Em [[1992]] a atriz [[Daniella Perez]] interpretava, na novela [[De Corpo e Alma]], de autoria de sua mãe [[Glória Perez]], a personagem Yasmin,
Na tarde do dia [[28 de dezembro]], Daniella e Guilherme gravaram a cena do fim do romance de Yasmin e Bira. Logo após as gravações, o ator teve uma crise de choro e procurou inquieto por Daniella diversas vezes no camarim, o que foi presenciado por camareiras do estúdio. Segundo estas camareiras, ele entregou a Daniella dois bilhetes, os quais a jovem se recusou a dizer do que se tratavam, aparentando grande nervosismo. Na
No fim da tarde, Guilherme deixou o estúdio Tycoon, na Barra da Tijuca, onde a novela era gravada, foi até seu apartamento na Avenida Atlântica, em Copacabana, e buscou sua mulher [[Paula Thomaz]], grávida de 4 meses. Munidos de um lençol e um travesseiro, o casal deixou o prédio novamente em direção aos estúdios Tycoon, onde Daniella continuava gravando. Chegando ao local, Paula não saiu do carro, mas ficou deitada no banco de trás do Santana de Guilherme, coberta com um lençol, enquanto o ator retornou ao estúdio para terminar as gravações das suas cenas.
Por volta das 21 horas as gravações terminaram. No estacionamento, Guilherme e Daniella tiraram fotos com fãs e, então
Lá, Guilherme e Paula começaram a apunhalar Daniella - primeiro dentro do carro, depois num matagal próximo. A perícia comprovou que Daniella Perez foi morta com 18 estocadas que atingiram o pulmão, o coração e o pescoço. O advogado Hugo da Silveira, que passava pelo local do crime, achou estranho dois carros parados num local ermo e, pensando se tratar de um assalto, anotou as placas. Viu no Santana um homem e ''uma mulher de rosto redondo'', que confirmou mais tarde tratar-se de Paula Thomaz. O advogado dirigiu-se então à sua casa, de onde chamou a polícia.
Ao chegar ao local, a polícia só encontrou o Escort de Daniella e os documentos do carro em nome do ator [[Raul Gazolla]], marido de Daniella. Enquanto um dos policiais seguiu para a casa de Raul, o outro manteve guarda no local, e para se proteger do matagal sinistro e perigoso, o policial, mesmo armado, acha por bem resguardar-se atrás de uma árvore, quando tropeça no corpo de Daniella<ref>[http://www.daniellaperez.com.br/?p=2039 Arquivos de um Processo - O Crime]</ref>.
Na delegacia, Guilherme e Paula chegaram a consolar a mãe
A polícia, sabendo a placa do carro, foi até os estúdios Tycoon e descobriu que o proprietário era Guilherme de Pádua, apesar de uma letra estar errada.
Na manhã do dia [[29 de dezembro]], a polícia chegou ao apartamento de Guilherme e ele foi levado para a delegacia. Inicialmente o ator negou a autoria do crime, mas no mesmo dia, encurralado pelas provas, acabou admitindo a autoria. Numa conversa com os policiais, Paula chegou a confessar a participação no crime, mas em depoimento negou envolvimento. O delegado do caso chegou a ouvir um telefonema de Guilherme para Paula, em que ele dizia que iria segurar tudo sozinho. Assim a polícia também passou a suspeitar de Paula.
Guilherme e Paula ficaram presos definitivamente no dia [[31 de Dezembro]] . Ambos reivindicaram o direito de só falar em juízo. Ao longo dos cinco anos até o julgamento, Guilherme de Pádua testou várias versões através da imprensa. Nenhum dos dois convenceu o júri, e ambos foram condenados por homicídio qualificado: motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima.
=== Repercussão ===
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=== Motivação do crime ===
A versão provada no tribunal da motivação do crime foi a apresentada pelo promotor Maurício Assayag e pelo advogado de acusação Arthur Lavigne. De acordo com depoimento de testemunhas, Guilherme assediou Daniella visando beneficiar-se de sua amizade, por se tratar da "filha da autora da novela". Ele mesmo admite isso em depoimento ao juiz, no Tribunal do Juri. Na semana do crime, ficou inseguro ao receber os capítulos da novela e perceber que
==A arma do crime==
Desde o início das investigações, os peritos deixaram muito claro que a arma do crime não foi uma tesoura: foi punhal<ref>[http://www.daniellaperez.com.br/?p=735 Arquivos de um Processo - A arma do crime]</ref>. O laudo da perícia revela que os ferimentos que atingiram Daniella foram feitos por instrumento perfurocortante com dois gumes. (Raphael Pardellas, diretor do IML e laudo pericial incluso no processo crime)
As perfurações encontradas na blusa de malha que Daniella usava, mostram que o instrumento não entrou esgarçando, como uma tesoura entraria, mas cortando, como uma lâmina de dois gumes pode fazer. A tesoura, para ser considerada perfurocortante terá que ser acionada aberta, o que, sem dúvida, acarretaria, além de um número variado de lesões muito superficiais, outras que se restringiriam à epiderme, o que não aconteceu. Os golpes foram precisos e atingiram 8 vezes o coração de Daniella.
Outra evidencia que desmente a manobra: apunhalar alguém com uma tesoura
A tesoura foi inventada para escamotear a premeditação. Estaria no carro para que Paula Thomaz abrisse sacos de leite. De acordo com essa versão, Paula Thomaz estava sempre tomando leite, mesmo dentro do carro, nos trajetos cotidianos. Por isso precisava ter sempre uma tesoura à mão. Porém, as pessoas que conviveram com ela, nunca a viram tomando leite e depois do crime não há registros de que o tenha feito.
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