Capitania de Pernambuco: diferenças entre revisões

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Esclarecimento acerca da prosperidade das capitanias hereditárias de Pernambuco e de São Vicente, e da diferença entre as duas.
Contextualização necessária acerca de uma concepção historiográfica demasiadamente linear e esquemática, hoje defasada junto aos meios universitários especializados, ainda que relevante para a história do pensamento acadêmico no Brasil.
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No início da [[Colonização do Brasil]], as únicas capitanias que prosperaram foram esta de Pernambuco e a de [[Capitania de São Vicente|São Vicente]], graças à [[cana-de-açúcar|cultura canavieira]], principalmente, mas também ao desenvolvimento, de suma importância, da autonomia na produção de alimentos. A diversificação da produção agrícola nessas duas capitanias as protegeu, em larga medida, das recorrentes epidemias de fome do período colonial; cortou, por completo, sua dependência de abastecimento externo; e possibilitou mesmo a venda, no caso de Pernambuco, de parte de sua produção de alimentos a Itamaracá e à Bahia.<ref>{{citar livro|título=História Geral do Brasil (pg. 57-58)|ultimo=FRANCISCO CARLOS TEIXEIRA DA SILVA apud MARIA YEDDA LINHARES|primeiro=|editora=Elsevier|ano=2000|local=Rio de Janeiro|páginas=|acessodata=}}</ref> Destaque-se, no entanto, que São Vicente prosperou somente ao longo de efêmeras décadas do século XVI — no momento em que bandeirantes vicentinos descobrem ouro, por exemplo, ao final do século XVII, São Vicente era uma região de baixo dinamismo econômico (situação que inclusive se agravaria em meados do século XVIII com o auge do período minerador, devido à forte migração para a região das minas, e que levaria ainda algumas décadas para ser revertida, quando São Paulo se lança a considerável expansão agrária).<ref>{{citar livro|título=História Geral do Brasil (pg. 113)|ultimo=CIRO FLAMARION CARDOSO apud MARIA YEDDA LINHARES|primeiro=|editora=Elsevier|ano=2000|local=Rio de Janeiro|páginas=|acessodata=}}</ref> Pernambuco, por sua vez, acabou por tornar-se a mais rica de todas as possessões portuguesas.<ref name="Recife_açúcar">{{Citar web|url=http://wol.jw.org/pt/wol/d/r5/lp-t/102005410|título=Recife — cidade que surgiu do açúcar|publicado=Despertai!|acessodata=5 de abril de 2015}}</ref><ref name="Lancaster">{{citar web|url=https://issuu.com/juliana.st/docs/piratas_no_brasil__as_incriveis_his|título=Piratas no Brasil: As incríveis histórias dos ladrões dos mares que pilharam nosso litoral|página=92|autor=Jean Marcel Carvalho França, Sheila Hue|publicado=Issuu|acessodata=1 de julho de 2016}}</ref><ref name="Faina">{{citar web|url=https://books.google.com.br/books/about/A_faina_a_festa_e_o_rito.html?hl=pt-BR&id=N-ue_iT-jkQC|título=A Faina, a Festa e o Rito. Uma etnografia histórica sobre as gentes do mar (sécs XVII ao XIX)|página=122|autor=Luiz Geraldo Silva|publicado=Google Books|acessodata=28 de junho de 2016}}</ref>
 
Centro da economia colonial durante o [[ciclo da cana-de-açúcar]] (período que compreende os dois primeiros séculos de colonização, conforme a visão tradicional — influente, e mesmo didática, porém datada — de Roberto Simonsen acerca da história econômica do Brasil), Pernambuco impressionara o padre [[Fernão Cardim]], que surpreendeu-se com "as fazendas maiores e mais ricas que as da Bahia, os banquetes de extraordinárias iguarias, os leitos de damasco carmesim, franjados de ouro e as ricas colchas da Índia", e resumiu suas impressões numa frase antológica: "Enfim, em Pernambuco acha-se mais vaidade que em Lisboa". A opulência pernambucana parecia decorrer, como sugere [[Gabriel Soares de Sousa]] em 1587, do fato de, então, ser a capitania "tão poderosa (...) que há nela mais de cem homens que têm de mil até cinco mil cruzados de renda, e alguns de oito, dez mil cruzados. Desta terra saíram muitos homens ricos para estes reinos que foram a ela muito pobres". Por volta do início do século XVII, Pernambuco era a maior e mais rica área de produção de açúcar do mundo.<ref name="Recife_açúcar"/><ref name="Lancaster"/><ref name="Faina"/>
 
== História ==