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{{Política}}
'''Ideologia''' é um termo que possui diferentes significados e duas concepções: a neutra e a [[crítica]].<ref name="CONSC">{{citar web|url=http://www.consciencia.org/sobre-a-ideologia|título=Sobre a Ideologia|língua3=pt|autor=Pompeo, Flávio Sposto|data=13 de abril de 2008|publicado=consciencia.org|acessodata=9 de janeiro de 2012}}</ref> No [[senso comum]] o termo ideologia é sinônimo ao termo [[:wikt:ideário|ideário]], contendo o sentido neutro de conjunto de ideias, de pensamentos, de [[doutrina]]s ou de visões de mundo de um indivíduo ou de um grupo, orientado para suas ações sociais e, principalmente, [[política]]s. Para autores que utilizam o termo sob uma concepção crítica, ideologia pode ser considerado um instrumento de dominação que age por meio de convencimento ([[persuasão]] ou [[dissuasão]], mas não por meio da força física) de forma prescritiva, [[alienação|alienando]] a consciência humana.
 
Para alguns, como Karl Marx, a ideologia age mascarando a realidade.<ref name="UOLEDU">{{citar web|url=http://educacao.uol.com.br/sociologia/ideologia-termo-tem-varios-significados-em-ciencias-sociais.jhtm|título=Ideologia — Termo tem Vários Significados em Ciências Sociais|língua3=pt|autor=Cancian, Renato|publicado=Uol Educação|acessodata=9 de janeiro de 2012}}</ref> Os pensadores adeptos da [[Teoria Crítica]] da [[Escola de Frankfurt]] consideram a ideologia como uma ideia, discurso ou ação que mascara um objeto, mostrando apenas sua aparência e escondendo suas demais qualidades. Já o sociólogo contemporâneo John B. Thompson também oferece uma formulação crítica ao termo ideologia, derivada daquela oferecida por Marx, mas que lhe retira o caráter de ilusão (da realidade) ou de falsa consciência, e concentra-se no aspecto das relações de dominação.
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A ideologia também foi analisada pela corrente [[filosofia|filosófica]] do [[pós-estruturalismo]], a qual é apontada por muitos autores como a superação do marxismo.<ref name="SCRIB">{{citar web|url=http://pt.scribd.com/doc/28140009/A-ideologia-do-genero-nao-e-marxista|título=A ideologia do gênero não é Marxista|autor=Viana, Nildo|língua3=pt|data=10 de março de 2010|publicado=Scribd|acessodata=9 de janeiro de 2012}}</ref>
 
== Histórico ==
[[Imagem:Destutt de Tracy.jpg|200px|thumb|direita|O [[Destutt de Tracy|Conde de Tracy]] cunhou o termo em 1801.]]
 
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Depois de Marx, vários outros pensadores abordaram a temática da ideologia. Muitos mantiveram a concepção original de Marx ([[Karl Korsch]], [[Georg Lukács]]), outros passaram a abordar ideologia como sendo sinônimo de "[[visão de mundo]]" (concepção neutra), inclusive alguns pensadores [[marxistas]], tal como [[Lênin]]. Alguns explicam isto graças ao fato de que o livro [[A Ideologia Alemã]], de Marx, no qual ele expõe sua teoria da ideologia, só tenha sido publicado em 1926, dois anos depois da morte de Lênin. Vários pensadores desenvolveram análises sobre o conceito de ideologia, tal como [[Karl Mannheim]], [[Louis Althusser]], [[Paul Ricoeur]] e [[Nildo Viana]].
 
== Concepção critica crítica ==
O uso crítico do termo ideologia pressupõe uma diferenciação implícita entre o que vem a ser um "conjunto qualquer de ideias sobre um determinado assunto" (concepção neutra sinônima de ideário), e o que vem a ser o "uso de ferramentas simbólicas voltadas à criação e/ou à manutenção de relações de dominação" (concepção crítica). A partir deste ponto-de-partida comum a todos os significados do termo ideologia que aderem à concepção crítica, o que se tem são variações sobre a forma e o objetivo da ideologia. A principal divergência conceitual da concepção crítica de ideologia está na necessidade ou não de que um fenômeno, para que seja ideológico, necessariamente tenha de ser ilusório, mascarador da realidade e produtor de falsa consciência. A principal convergência conceitual, por outro lado, está no pré-requisito de que para um fenômeno ser ideológico, ele necessariamente deverá colaborar na criação e/ou na manutenção de relações de dominação. Ainda, no que se refere às relações de dominação, há diferentes olhares sobre quais destas relações são alvo de fenômenos ideológicos: se apenas as relações entre classes sociais, ou também relações sociais de outras naturezas. Alguns questionamentos neste sentido possuiriam respostas diferentes a depender do autor crítico:
 
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Após ''Marx'', muitos críticos ao seu pensamento se revelaram, classificando a sua visão de mundo como ''[[historicismo|historicista]]'', o que traria uma intenção de prever a história de modo supostamente ineficiente. Exemplos desses críticos são [[Bohm-Bawerk]], [[Karl Popper]] e [[Paul Johnson]].<ref name="FID">{{citar web|url=http://www.fideus.com/biografiesF%20-%20marx.htm|título=Karl Marx|língua3=en|publicado=Fideus|acessodata=10 de janeiro de 2012}}</ref>
 
== Discurso ==
O [[Análise do discurso|discurso]] tem uma dimensão ideologica''ideológica'' que relaciona as marcas deixadas no texto com as suas condições de produção, que se insere na formação ideológica. Essa dimensão ideológica do discurso pode tanto transformar quanto reproduzir as relações de poder. Para [[Karl Marx|Marx]], essa dominação se dá pelas relações de [[produção]] que se estabelecem, e as classes que estas relações criam numa [[sociedade]]. Por isso, a ideologia cria uma "falsa consciência" sobre a [[realidade]] que tem como objetivo reforçar e perpetuar essa dominação. Já para [[Antonio Gramsci|Gramsci]], a ideologia não é enganosa ou negativa em si, mas constitui qualquer ideário de um grupo de indivíduos; em outras palavras, poder-se-ia dizer que Gramsci rejeita a concepção crítica e adere à concepção neutra de ideologia. Para [[Louis Althusser|Althusser]], que recupera a ótica [[marxismo|marxista]], a ideologia é materializada nas práticas das [[instituição|instituições]], e o discurso, como prática social, seria então “ideologia materializada”.
 
Para Paulo Freire, a ideologia tem a ver com a ocultação da verdade dos fatos, com o uso da linguagem para encobrir a realidade.
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{{referências}}
 
== BiografiaBibliografia ==
{{correlatos
|wikcionário=ideologia