Íñigo López de Mendoza, 1.º Marquês de Santillana: diferenças entre revisões

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{{Info/Escritor
| nome = Íñigo López de Mendoza<BR>1º Marquês de Santillana<BR>(1398-1458)
| imagem = El infierno de los enamorados.jpg
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== Biografia ==
 
Era descendente de uma família nobre vasca sempre com tendências literárias: seu avô, ''Pedro González de Mendoza''<ref>[http://es.wikipedia.org/wiki/Pedro_Gonz%C3%A1lez_de_Mendoza ''Pedro González de Mendoza''] ([[1340]]-[[1385]]) foi poeta e militar espanhol.</ref> ([[1340]]-[[1385]]), e seu pai ''Diego Hurtado de Mendoza'' ([[1367]]-[[1404]]), almirante de Castela, foram também poetas. Esteve sempre ligado com as figuras literárias da sua época, tal como o chanceler Pero López de Ayala ([[1332]]-[[1407]]), Fernán Pèrez de Gusmán ([[1370]]-[[1460]])<ref>[http://es.wikipedia.org/wiki/Fern%C3%A1n_P%C3%A9rez_de_Guzm%C3%A1n ''Fernán Pérez de Guzmán''] ([[1370]]-[[1460]]) foi poeta e biógrafo espanhol.</ref> e [[Gómez Manrique]] ([[1412]]-[[1490]]).<ref>[http://es.wikipedia.org/wiki/G%C3%B3mez_Manrique_(poeta) ''Gómez Manrique''] ([[1412]]-[[1490]]), foi poeta e dramaturgo espanhol</ref>.
 
Também seus filhos deram continuidade à sua obra literária e no papel de mecenas culturais, sobretudo o grande cardeal [[Pedro González de Mendoza|Pedro González de Mendoza]] ([[1428]]-[[1495]]). Sua mãe, Leonor Lasso de la Vega († 1432), foi a riquíssima Senhora da Casa de la Vega, a qual esteve casada em primeiras núpcias com Juán Téllez de Castilla ([[1359]]-[[1385]]), 2º Senhor de ''Aguilar de Campoo'' e filho do infante ''Tello de Castilla'' ([[1337]]-[[1370]]).<ref>[http://es.wikipedia.org/wiki/Tello_de_Castilla ''Tello Alfonso de Castilla''] ([[1337]]-[[1370]]) (* [[Mérida]], junho de [[1337]] - † [[Medellín]], [[15 de Outubro]] de [[1370]]), foi filho ilegítimo de [[Afonso XI de Castela|Afonso XI, O Justiceiro]] e de [[Leonor de Gusmão|Leonor de Guzmán]] ([[1310]]-[[1351]]).</ref>.
 
Seu pai faleceu quando ele tinha cinco anos, o que exigiu que a sua mãe, Leonor, tivesse que atuar com grande habilidade para conservar o patrimônio da família. Parte da sua infância ele passou na casa de sua avó, ''Mencia de Cisneros''. Posteriormente, foi educado pelo seu tio, o arquidiácono Gutierre, que mais tarde se tornaria [[Anexo:Lista de arcebispos de Toledo|Arcebispo de Toledo]]. Muito jovem, Iñigo se casou em [[Salamanca]] em 1412 com ''Catalina Suárez de Figueroa'', filha de ''Lorenzo I Suárez de Figueroa'' ([[1345]]-[[1409]]), Mestre de Santiago, com o qual seu patrimônio aumentou significativamente, tornando-o um dos nobres mais poderosos de sua época.
 
Pouco depois, partiu para [[Aragão]], junto com a comitiva de [[Fernando I de Aragão]] ([[1380]]-[[1416]]), quando foi copeiro do novo rei [[Afonso V de Aragão]] ([[1396]]-[[1458]]), onde sem dúvida teve a oportunidade de conhecer obras de poetas em provençal e catalão, as quais menciona em sua publicação de ''Proemio''. Literariamente deve sua formação à corte de Aragão, onde teve acesso aos clássicos do humanismo ([[Virgílio]], [[Dante]], ...) e à poesia trovadoresca ao lado de Enrique de Villena ([[1384]]-[[1434]]). Em [[Barcelona]], teve relações de amizade com ''Jordi de Sant Jordi'' ([[1399]]-[[1424]]), copeiro, e [[Ausiàs March]] ([[1397]]-[[1459]]), poeta e falconeiro real. Em Aragão, teve estreitas relações de amizade com os infantes de Aragão, em cujo partido militou até 1429. Foi alí que em setembro de 1417 nasceu seu primogênito, [[Diego Hurtado de Mendoza y Suárez de Figueroa]], futuro duque do Infantado.
 
Retornou a Castela na época do juramento ao rei [[João II de Castela]] e participou nas lutas de poder entre [[Henrique de Aragão]] e [[Álvaro de Luna]], tendo apoiado o grupo do primeiro. Esteve junto a ele no ''golpe de Tordesilhas'' (1420) e durante o cerco do castelo de [[La Puebla de Montalbán|Puebla de Montalbán]], em dezembro de 1420. Após a prisão de Don Henrique, retornou para as suas propriedades de Hita e Guadalajara. Em 1428, nasceu em Guadalajara seu sexto filho, aquele que seria o [[Pedro González de Mendoza|cardeal Mendoza ]].
 
Como político, procurou a partir de 1422 imiscuir-se o menos possível nos assuntos de Estado e manteve durante toda a sua vida a fidelidade ao rei João II. Ele o levou a inimizar-se primeiro com os infantes de Aragão em 1429, quando decidiu não apoiar a invasão de Castela no verão daquele ano; e mais tarde, a partir de 1431, se inimizaria com o conselheiro real Álvaro de Luna; mais tarde voltaria a militar na facção dos aragoneses.
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Homem de grande cultura, chegou a reuniur uma importante biblioteca, que mais tarde se tornaria a famosa Biblioteca de Osuna, e fez parte do círculo de brilhantes humanistas que o mantinham informado com relação às novidades literárias italianas, como por exemplo Juan de Mena, ou seu secretário e criado. Diego de Burgos compôs um poema erudito por ocasião do seu falecimento cujo título era: O Triunfo do Marquês.
 
Don Iñigo López de Mendoza é o pai e o primeiro da poderosa casa ducado do infantado,<ref>[http://es.wikipedia.org/wiki/Duque_del_Infantado ''Ducado da infantaria''] é um título de nobreza espanhol concedido pelos reis católicos em [[22 de Julho]] de [[1475]] a Diego Hurtado de Mendoza, 2º Marquês de Santillana.</ref>, [[Grandeza|Grandes da Espanha]].
 
Faleceu em seu palácio de Guadalajara em [[25 de Março]] de [[1458]].
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* [[Diego Hurtado de Mendoza y Suárez de Figueroa]] ([[1417]]-[[1479]]), 1º Duque do Infantado.
* Pedro Lasso de Mendoza, Senhor do valle del Lozoya.<ref>[http://es.wikipedia.org/wiki/Valle_del_Lozoya ''Valle del Lozoya''], está situado em torno do rio Lozoya, [[Espanha]], na serra de Guadarrama, à noroeste de [[Madrid]].</ref>.
* Íñigo López de Mendoza y Figueroa ([[1419]]-[[1479]]),<ref>[http://es.wikipedia.org/wiki/%C3%8D%C3%B1igo_L%C3%B3pez_de_Mendoza_y_Figueroa ''Íñigo López de Mendoza y Figueroa''] ([[1419]]-[[1479]]) (* [[1419]] - † [[Guadalajara]], [[17 de Fevereiro]] de [[1479]]), segundo filho do Marquês de Santillana e primeiro conde de Tendilla.</ref>, segundo filho do Marquês de Santillana e primeiro conde de Tendilla.
* Mencía de Mendoza, esposa de Pedro Fernández de Velasco y Manrique de Lara,<ref>[http://es.wikipedia.org/wiki/Pedro_Fern%C3%A1ndez_de_Velasco_y_Manrique_de_Lara ''Pedro Fernández de Velasco y Manrique de Lara''] ([[1425]]-[[1492]]), 6º Condestável de Castela e 2º Conde de Haro.</ref>, Conde de Haro. Foi sepultada junto a seu marido na Capela do Condestável,<ref>[http://es.wikipedia.org/wiki/Capilla_del_Condestable ''Capilla del Condestable''], denominação habitual de uma das capelas da Catedral de Burgos, cujo nome verdadeiro é Capela da Purificação da Virgem.</ref>, na [[Catedral de Burgos]].
* Lorenzo Suárez de Mendoza y Figueroa, Conde de la Coruña.
* [[Pedro González de Mendoza|Pedro González de Mendoza]] ([[1428]]-[[1495]]), eclesiástico e cardeal espanhol.
* Juan Hurtado de Mendoza, Senhor de Colmenar, El Cardoso y El Vado (Província de Guadalajara).
* María de Mendoza, esposa de Pero Afán de Ribera, Conde de los Molares.
* Leonor de la Vega y Mendoza, esposa de Gastón de la Cerda Sarmiento ([[1414]]-[[1454]]),<ref>[http://es.wikipedia.org/wiki/Gast%C3%B3n_de_la_Cerda_Sarmiento ''Gastón de la Cerda Sarmiento''] ([[1414]]-[[1454]]) (* [[1414]] - † [[Medinaceli]], [[10 de Junho]] de [[1454]]), IV Conde de Medinaceli.</ref>, Conde de Medinaceli.
* Pedro Hurtado de Mendoza, Senhor de Tamajón.
 
== Obras ==
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É especialmente lembrados pelas suas ''serranillas'', pequenos poemas de arte menor que tratam do encontro entre um cavaleiro e uma camponesa, à imitação das poesias pastorais francesas, porém inspiradas numa tradição popular autóctone própria. Foi o primeiro autor a escrever sonetos em castelhano, versos de origem italiana pouco conhecidos ainda em Castela: os 42 sonetos criados à moda italiana. Sua obra principal dentro do estilo alegórico-dantesco foi a ''Comedieta de Ponza'', onde descreveu a batalha naval homônima em dísticos reais. Além deles, escreveu poemas alegóricos e doutrinais (dezires) e cancioneiros líricos, tendo recompilado uma das primeiras coleções paremiológicas em castelhano: os Refranes que dicen las viejas tras el fuego (Refrões que dizem as velhas após o incêndio).
 
A partir de um estudo feito por Rafael Lapesa ([[1908]]-[[2001]]),<ref>[http://es.wikipedia.org/wiki/Rafael_Lapesa ''Rafael Lapesa''] ([[1908]]-[[2001]]) (* [[Valência]], [[8 de Fevereiro]] de [[1908]] - † [[Madrid]], [[1 de Fevereiro]] de [[2001]]), foi um filólogo espanhol e membro da Academia Real Espanhola e da Academia Real de História.</ref>, podemos distinguir:
 
* Poesia
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** Escritos literários: o Proemio ou Proemia e carta ao condestável don Pedro de Portugal.
** Escritos exegéticos: ''Glosa a los Provérbios''.
** Recompilações: ''Refranes que dicen las viejas tras el fuego''.
 
== Referências ==