Confederação do Equador: diferenças entre revisões

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A constituição de 1824 foi outorgada...
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[[Imagem:Confederação do Equador.png|thumb|esquerda|300px|Possível mapa da Confederação do Equador]]
 
A dissolução da Assembleia Constituinte por Dom Pedro I do Brasil em fins de 1823 não foi bem recebida em Pernambuco. Os dois maiores líderes liberais na província, [[Manuel de Carvalho Pais de Andrade]] e [[Frei Caneca]], apoiaram-na e consideravam os Bonifácios como culpados pelo ato.<ref name="Dohlnikoff, Miriam 2005, p.56">Dohlnikoff, Miriam. Pacto imperial: origens do federalismo no Brasil do século IX. São Paulo: Globo, 2005, p.56</ref> Ambos, assim como diversos correligionários, eram republicanos que participaram na revolta de 1817 e haviam sido perdoados.<ref name="NOSSA HISTÓRIA 2006, p.44">NOSSA HISTÓRIA. Year 3 issue 35. São Paulo: Vera Cruz, 2006, p.44</ref> Aceitaram a monarquia por acreditarem que ao menos teriam autonomia provincial. A promulgaçãooutorgação da Constituição em 1824, com o seu regime altamente centralizado, frustrou os seus desejos.<ref name="Enciclopédia Barsa 1987, p.464">Enciclopédia Barsa. Volume 5: Camarão, Rep. Unida do – Contravenção. Rio de Janeiro: Encyclopaedia Britannica do Brasil, 1987, p.464</ref><ref name="VAINFAS, Ronaldo 2002, p.161">VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002, p.161</ref> Pernambuco estava dividida entre duas facções políticas, uma monarquista, liderada por [[Francisco Pais Barreto]] e outra liberal e republicana, liderada por Pais de Andrade.<ref name="Enciclopédia Barsa 1987, p.464"/> A província era governada por Pais Barreto, que havia sido nomeado Presidente por Dom Pedro I, de acordo com a lei promulgada pela Assembleia Constituinte em [[20 de outubro]] de 1823 (e que depois seria mantida pela Constituição).<ref name="NOSSA HISTÓRIA 2006, p.44"/><ref name="VAINFAS, Ronaldo 2002, p.161"/><ref name="VIANNA, Hélio 1994, p.432">VIANNA, Hélio. História do Brasil: período colonial, monarquia e república. 15. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1994, p.432</ref> Em 13 de dezembro de 1823, Pais Barreto renunciou ante a pressão dos Liberais, que ilegalmente elegeram Pais de Andrade.<ref name="NOSSA HISTÓRIA 2006, p.44"/> Pedro I e nem o Gabinete foram informados da eleição e requisitaram a recondução de Pais Barreto ao cargo, algo que foi ignorado pelos Liberais.<ref name="Enciclopédia Barsa 1987, p.464"/><ref>NOSSA HISTÓRIA. Year 3 issue 35. São Paulo: Vera Cruz, 2006, p.44-45</ref>
 
Dois navios de guerra (Niterói e Piranga) foram enviados ao Recife para fazer a lei ser obedecida. O comandante da pequena divisão naval, o britânico [[John Taylor]], não alcançou sucesso.<ref name="VIANNA, Hélio 1994, p.432"/><ref name="NOSSA HISTÓRIA 2006, p.45">NOSSA HISTÓRIA. Year 3 issue 35. São Paulo: Vera Cruz, 2006, p.45</ref> Os Liberais recusaram-se veementemente a reempossar Pais Barreto e alardearam: "morramos todos, arrase-se Pernambuco, arda à guerra".<ref name="Enciclopédia Barsa 1987, p.464"/><ref name="NOSSA HISTÓRIA 2006, p.46">NOSSA HISTÓRIA. Year 3 issue 35. São Paulo: Vera Cruz, 2006, p.46</ref> Frei Caneca, José da Natividade Saldanha e João Soares Lisboa (que havia há pouco retornado de Buenos Aires) eram os intelectuais da rebelião que buscava preservar os interesses da aristocracia que representavam.<ref name="Dohlnikoff, Miriam 2005, p.56"/><ref name="Enciclopédia Barsa 1987, p.464"/> Apesar do evidente estado de rebelião em que a cidade de Recife se encontrava, Dom Pedro I tentou evitar um conflito que considerava desnecessário e nomeou um novo presidente para a província, José Carlos Mayrink da Silva Ferrão. Mayrink era proveniente da província de Minas Gerais, mas era ligado aos Liberais e poderia atuar como uma entidade neutra para conciliar as duas facções locais. Entretanto, os Liberais não aceitaram Mayrink, que retornou ao Rio de Janeiro.<ref name="Enciclopédia Barsa 1987, p.464"/><ref name="VIANNA, Hélio 1994, p.432"/><ref name="NOSSA HISTÓRIA 2006, p.46"/> Os rumores de um grande ataque naval português (o Brasil ainda estava em guerra por sua independência) obrigaram John Taylor a se retirar de Recife.<ref name="Enciclopédia Barsa 1987, p.464"/><ref name="VIANNA, Hélio 1994, p.433">VIANNA, Hélio. História do Brasil: período colonial, monarquia e república. 15. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1994, p.433</ref>