Salsa (música): diferenças entre revisões

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'''Salsa''' é uma mescla de [[ritmo]]s tais como o ''[[son montuno]]'', o [[mambo]], [[Chá-chá-chá (dança)|cha-cha-chá]] e a [[rumba]] cubana. Recebeu, ainda, influências do [[merengue]] (da [[República Dominicana]]), do [[Calipso (música)|Calipso]] de [[Trinidad e Tobago]], da [[cúmbia]] [[Colômbia|colombiana]], do ''[[rock]]'' norte-americano e do ''[[reggae]]'' [[Jamaica|jamaicanojamaica]]no. Hoje, é uma mistura de sons e absorve influências de ritmos mais modernos como ''[[rap]]'' ou ''[[techno]]''. A [[dança]] correspondente ao [[estilo musical]] é caracterizada pelo [[Compasso (música)|compasso quaternário]].
 
==Etimologia==
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=== Antecedentes: Música cubana em Nova Iorque ===
O movimento salsa tem suas origens na [[Nova Iorque|cidade de Nova Iorque]] da [[década de 1970]], tendo posteriormente se espalhado pela [[América Latina]] e por todo o [[mundo ocidental]].<ref>Manuel, ''Popular Music of the Non-Western World'', p. 46</ref> Contudo, tal musicalidade já era popular na metrópole norte-americana décadas antes de sua explosão comercial. A cidade de Nova Iorque já havia sido berço da dança de estilo cubano na [[década de 1940]], quando das inovações marcantes de Machito na era do [[mambo]]. [[Tito Puente]] trabalhou durante certo tempo com os [[Afro-cubanos]] antes de iniciar sua própria banda. No início dos anos 1950, já havia bandas (ou ''[[big band|big bands]]s'') muito populares de mambo na cidade, entre as quais: Machito & His Afro-Cubans, Tito Puente e [[Tito Rodríguez]]. O epicentro de tal movimento cultural cada vez mais notório era o salão de dança "Palladium Ballroom", que atraía algumas estrelas de [[Hollywood]] e da [[Broadway]] em aulas livres de dança. O mambo e seu "templo", o Palladium, constituíam um fenômeno étnico e cultural.
 
Nos anos seguintes, a cultura norte-americana abarcou também o [[Chá-chá-chá (dança)|chá-chá-chá]]. A dança originária das bandas cubanas de [[charanga]], foi adotada com sucesso pelas classes populares de Nova Iorque. No início da década de 1960, a cidade contava com várias bandas de charanga, lideradas por futuros [[Ícone (semiótica)|ícones]] da salsa, como [[Johnny Pacheco]], [[Charlie Palmieri]] e [[Ray Barretto]]. [[Mongo Santamaría]] também foi um dos expoentes do estilo durante este período. A pachanga, por sua vez, foi popularizada pela Orquestra Sublime e outros grupos cubanos populares na cidade. A pachanga é a mais recente dança de origem caribenha a alcançar tal sucesso na comunidade latina estadunidense. O [[Embargo dos Estados Unidos a Cuba|Embargo a Cuba em 1962]] acabou por impactar não somente as relações políticas e econômicas, como também o fluxo cultural entre as duas nações.
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Após a [[Revolução Cubana|Revolução de 1952]], o primeiro gênero musical cubano a ser observado nos Estados Unidos, ainda que por pouco tempo, foi o ''mozambique''. Porém nem a dança nem a música relacionadas ao gênero vingaram fora de Cuba. Apesar disto, alguns integrantes do conjunto La Perfecta, de [[Eddie Palmieri]], prestaram atenção ao movimento e foram inspirados a criar um ritmo semelhante. Apesar de os dois ritmos não se assemelharem em muitos aspectos, a banda recebeu severas críticas por conta da impopularidade da [[cultura de Cuba|cultura cubana]] à época.
 
Antes da origem da salsa, houve ainda um outro subgênero latino em Nova Iorque, o chamado ''Boogaloo''. Em meados de 1960, uma híbrida identidade cultural porto-riquenha emergiu na cidade, influenciada por várias culturas latino-americanas assim como pelo contato com a cultura [[Afro-americanos|afro-americana]].<ref>Steward 2000, p. 489</ref> O "boogaloo" era uma autêntica música porto-riquenha, uma mescla bilíngue de [[R&B]] e ritmos caribenhos. Duas composições deste período alcançaram enorme sucesso comercial em [[1963]]: ''Watermelon Man'', performada por Mongo Santamaría, e ''El Watusi'', que, de certa forma, estabeleceu as características do gênero. O termo ''boogaloo'' foi cunhado provavelmente em [[1966]] por [[Richie Ray]] e [[Bobby Cruz]]. O maior sucesso do gênero na década de 1960 foi ''[[Bang Bang]]'', gravado pelo [[Joe Cuba|Joe Cuba Sextet]], que alcançaria sucesso sem precedentes para a [[Música da América Latina|música latina]] nos Estados Unidos ao vender mais de um milhão de cópias. "El Pito" foi outro grande sucesso emplacado pelo grupo. Outros sucessos da época são "Boogaloo Blues", de [[Johnny Colón]]; "I Like It Like That", de Pete Rodríguez; "At The Party", de Hector Rivera, entre outros.
 
Em 1966, no mesmo ano em que Joe Cuba emplacou seu sucesso pop, o Palladium foi fechado por não poder mais comercializar bebida alcoólica.<ref>Steward, Sue 1999. Salsa: the musical heartbeat of Latin America. Thames & Hudson, London. p. 60</ref><ref>{{Citar web|url=http://americansabor.org/video/palladium-ballroom|título=The Palladium Ballroom}}</ref> O mambo foi deixado para trás, cedendo espaço para uma nova geração com seu estilo de ''boogaloo'', o "jala-jala" ou "shing-a-ling". Alguns da primeira geração, vocalistas já estabelecidos, aproveitaram a onda e gravaram muitos ''boogaloos'', como [[Tito Puente]], [[Eddie Palmieri]] e, inclusive, [[Machito]] e [[Arsenio Rodríguez]].<ref>Boggs 1991 p. 247</ref> Porém, o empreendimento não vingou. No fim da década de 1960, a música latina não albergou os músicos de boogaloo, fazendo com que alguns facilmente transitassem para a fase da salsa.
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=== Salsa atual (1990 - atualidade) ===
O reavivamento comercial da salsa na década de 1990 deve-se, em parte, ao produtor e pianista [[Sergio George]]. George implementou uma mistura de salsa com gêneros musicais contemporâneos, como o [[Música pop|Pop]] e a [[Música romântica|música romântica]]. A nova geração de salsa viu a ascensão de artistas como [[Tito Nieves]], [[La India]] e [[Marc Anthony]]. George também produziu álbuns da banda de salsa japonesa Orquestra de la Luz. [[Brenda K. Starr]], [[Son By Four]], [[Víctor Manuelle]], e a cubano-americana [[Gloria Estefan]] gozaram de sucesso comercial alcançado no mercado anglo-americano por ''hits'' de influência latina, mas cantados em língua inglesa.
 
Um país no qual se produziu, nos últimos anos, uma expansão da salsa com maior vigor é a [[Colômbia]], destacando-se [[Joe Arroyo]], o grupo Niche e a orquestra Guayacán. Entre os híbridos mais recentes da salsa, destacam-se os chamados "mereng-house", a "salsa merengue" e "salsa gorda".