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'''Tenharins''' é o [[exônimo]] pelo qual são conhecidos três [[grupos indígenas]] que vivem atualmente na região do curso médio do [[rio Madeira]], no sul do [[Estado do Amazonas|Amazonas]] - mais precisamente nas [[Terras Indígenas]] Tenharim do Igarapé Preto e Tenharim/Marmelos. Os três grupos pertencem a um conjunto mais amplo de povos autodenominados ''[[Kagwahiva]]'' - palavra que significa "nós", "a gente" e também pode ser grafada nas formas Cavahiba, Cabaiba, Cabahiba, Kawahib, Kagwahív etc. -, que falam a [[Dialeto tenharim|mesma língua]], pertencente à [[família linguística]] [[tupi-guarani]].
 
O grupo do rio Sepoti originou-se do grupo do rio Marmelos. Já o grupo do [[igarapé]] Preto parece não ter origem comum com os outros dois, mas é um antigo aliado do grupo do rio Sepoti. <ref> ''Povos Indígenas no Brasil''. [http://pib.socioambiental.org/pt/povo/tenharim "Tenharim"]. [[Instituto Socioambiental]] (ISA).</ref>
Há poucos remanescentes de grupos ''Kagwahiva''. Além dos tenharins do rio Marmelos, dos tenharins do Igarapé Preto e dos tenharins do rio Sepoti, há também os [[Parintintins]] e os [[Jiahuis]] (também chamados Diahois). Mas até a década de 1920, todos os povos ''Kagwahiva'' eram referidos como parintintins.<ref>''Povos Indígenas no Brasil''. [http://pib.socioambiental.org/pt/povo/jiahui/1327 Jiahui - Nome e língua]. Instituto Socioambiental (ISA).</ref> Todos habitam, ainda hoje, a região sul do Estado do Amazonas. Além desses grupos, também são considerados ''Kagwahiva'' os [[Uru-eu-wau-wau]], os [[Amondawa]], os [[Karipuna]] e os [[Juma]]. Os três primeiros vivem na região do alto Madeira, em [[Rondônia]], e o último, na região do [[rio Purus]], no Amazonas.
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==Conflitos e ameaças à Terra Indígena Tenharim/Marmelos ==
Em 25 de dezembro de 2013, na cidade de [[Humaitá (Amazonas)|Humaitá]], a população local protestou violentamente contra o desaparecimento de três homens - supostamente sequestrados e mortos por indígenas da TI Tenharim/Marmelos em represália à morte do cacique da aldeia Campinho, Ivan Tenharim, depois de ser atropelado por uma motocicleta, na Transamazônica. Houve também ameaças de invasão à Terra Indígena, onde os índios ficaram acuados e isolados. Em meio ao protesto, o prédio da Funai foi incendiado, bem como vários carros e o barco pertencentes ao órgão. Os nove servidores da Fundação foram retirados da cidade. <ref>[http://www.d24am.com/amazonia/povos/mpf-recomenda-atendimento-medico-e-alimentos-aos-indios-tenharim/103541 MPF/AM recomenda apoio médico e alimentos aos índios Tenharim]. 3 de janeiro de 2014.</ref>
 
No dia 27 de dezembro, cerca de 300 não índios invadiram as aldeias, localizadas nos municípios de Manicoré e Humaitá, a 675 quilômetros de Manaus. Os invasores se dividiram em carros e caminhonetes, passaram pela aldeia Mafuí, atearam fogo em casas e destruíram um [[pedágio]] informal criado pelos índios no quilômetro 145 da [[rodovia Transamazônica]] (BR-230).
<ref>[http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,area-indigena-tenharim-e-atacada-no-amazonas,1112974,0.htm Área indígena Tenharim é atacada no Amazonas. Acusando índios de ter matado três moradores de Humaitá, grupos invadem aldeias; PF começa buscas no local neste sábado.] [[Estadão]], 27 de dezembro de 2013.</ref>
 
Desde 2006, os Tenharim e os [[Jiahuis|Jiahui]] estavam cobrando pedágio no trecho de 120 quilômetros que liga a cidade de Humaitá à Vila de Santo Antônio do Matupi, em Manicoré (a 322 quilômetros de Manaus). Os indígenas recorreram a esse expediente por não terem recebido, até então, nenhuma compensação financeira pelos danos que sofreram em decorrência da construção da Transamazônica. Em 15 de janeiro de 2014, o [[Ministério Público Federal]] no Amazonas ingressou com uma [[Ação (direito)|ação]] na [[Justiça Federal]] visando o pagamento de uma [[indenização]] de R$20 milhões aos Tenharim e aos Jiahui, em razão de danos ambientais, socioculturais e morais coletivos, permanentes, causados pela construção da rodovia.<ref>[http://amazoniareal.com.br/mpf-pede-indenizacao-de-r-20-mi-para-indios-tenharim-e-jiahu/ MPF pede indenização de R$20 mi para índios Tenharim e Jiahui]. Por Kátia Brasil e Elaíze Farias. ''Amazônia Real'', 15 de janeiro de 2014.</ref>
 
Os corpos dos três homens desaparecidos desde 16 de dezembro de 2013 só foram encontrados no início de fevereiro de 2014, em uma cova na Terra Indígena Tenharim/Marmelos. Houve protestos por parte da população das cidades, com pedidos de justiça, durante os funerais.<ref>[http://m.g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2014/02/protesto-e-pedidos-de-justica-marcam-enterros-de-mortos-no-sul-do-am.html Protesto e pedidos de justiça marcam enterros de mortos no Sul do AM]. [[G1]], 6 de fevereiro de 2014 </ref> Cinco índios Tenharim foram considerados suspeitos e detidos pela [[Polícia Federal]] : Gilvan e Gilson Tenharim, filhos do cacique Ivan Tenharim; o cacique da aldeia Taboca, Domiceno Tenharim; o professor municipal Valdinar Tenharim e o agente de saúde federal Simeão Tenharim, ambos da aldeia Marmelos, foram acusados de [[sequestro]], [[homicídio]] e ocultação de cadáveres. Todos negam as acusações.<ref>Vídeo: [http://globotv.globo.com/rede-amazonica-am/amazonas-tv/v/corpos-sao-encontrados-dentro-de-reserva-indigena-no-am/3124825/ Corpos são encontrados dentro de reserva indígena no AM]. [[TV Globo]], 4 de fevereiro de 2014.</ref><ref>[http://amazoniareal.com.br/funai-diz-que-indios-tenharim-e-jiahui-terao-seguranca-permanente/ Funai diz que índios Tenharim e Jiahui terão segurança permanente]. Por Kátia Brasil. ''Amazônia Real'', 12 de fevereiro de 2014.</ref>
 
Em 18 de fevereiro, a Justiça determinou que a [[União (Brasil)|União]] e a Funai indenizassem os indígenas pelos danos sofridos. A terra indígena Tenharim Marmelos teve o seu processo de demarcação concluído em 1996, e a Terra Indígena Jiahui teve a [[demarcação]] homologada em 2004. Os Tenharim, atualmente, totalizam 962 indivíduos (737 na TI Tenharim Marmelos, 137 na TI Tenharim do Igarapé Preto e 88 na TI Sepoti), enquanto os Jiahui totalizam 98 pessoas.<ref>[http://www.portalamazonia.com/noticias/atualidades/20140218/justica-determina-reparacao-indigenas-por-danos-causados-construcao-transamazonica/4854.shtml Justiça determina reparação a indígenas por danos causados na construção da Transamazônica]. ''Amazônia Real'', 18 de fevereiro de 2014</ref>
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