Potências do Eixo: diferenças entre revisões

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=== Propostas iniciais para uma aliança germano-italiana ===
[[Imagem:Bundesarchiv Bild 183-L09218, Berlin, Japanische Botschaft.jpg|thumb|Bandeiras dos signatários do Pacto Tripartite decorando a fachada da embaixada japonesa em Berlim, setembro de 1940.]]
[[Benito Mussolini]], [[chefe de governo]] do [[Reino de Itália (1861–1946)|Reino da Itália]], ''[[Duce]]'' do [[fascismo]] no período de 1922 a 1943 e ''Duce'' da [[República Social Italiana]] de 1943 a 1945, já sugeria desde a década de 1920 uma aliança estratégica entre Itália e Alemanha para opor-se à França.<ref name="MacGregor Knox 2000. Pp. 124">MacGregor Knox. Common Destiny: Dictatorship, Foreign Policy, and War in Fascist Italy and Nazi Germany. Cambridge University Press, 2000. Pp. 124.</ref> Antes de se tornar chefe do governo da Itália, Mussolini como membro do movimento [[fascismo|fascista]] italiano sugeriu uma aliança com a recém-derrotada Alemanha durante a [[Conferência de Paz de Paris (1919)|Conferência de Paz de Paris]] em 1919. Ele acreditava que alinhando com a Alemanha, a Itália poderia expandir sua influência na Europa.<ref name="MacGregor Knox 2000. Pp. 124"/>
No começo de 1923, como um gesto de boa vontade, a Itália entregou secretamente armas para uso do exército alemão que tinha passado por um longo processo de desarmamento com o [[Tratado de Versalhes (1919)|Tratado de Versalhes]].<ref name="MacGregor Knox 2000. Pp. 124"/>
 
Em setembro de 1923, Mussolini propôs ao chanceler alemão [[Gustav Stresemann]] uma "política em comum", buscando apoio militar alemão contra uma potencial intervenção militar francesa na disputa diplomática que a Itália possuía com a [[Iugoslávia]] por [[Rijeka|Fiume]]. Mussolini via na Alemanha nacionalista um aliado essencial para uma guerra contra a França, sustentando-se no iminente desejo de vingança dos alemães perante os franceses.<ref name="MacGregor Knox 2000. Pp. 124"/>
 
Desde a década de 1920 a Itália considerava o ano de 1935 uma data crucial para uma guerra contra os franceses, pois era nesse ano que as obrigações da Alemanha com o Tratado de Versalhes estavam programadas para expirar.<ref>MacGregor Knox. Common Destiny: Dictatorship, Foreign Policy, and War in Fascist Italy and Nazi Germany. Cambridge University Press, 2000. Pp. 125.</ref>
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| caption2 = O ''[[Duce]]'' italiano [[Benito Mussolini]] e o ''[[Führer]]'' alemão [[Adolf Hitler]]
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[[Benito Mussolini]], [[chefe de governo]] do [[Reino de Itália (1861–1946)|Reino da Itália]], ''[[Duce]]'' do [[fascismo]] no período de 1922 a 1943 e ''Duce'' da [[República Social Italiana]] de 1943 a 1945, já sugeria desde a década de 1920 uma aliança estratégica entre Itália e Alemanha para opor-se à França.<ref name="MacGregor Knox 2000. Pp. 124">MacGregor Knox. Common Destiny: Dictatorship, Foreign Policy, and War in Fascist Italy and Nazi Germany. Cambridge University Press, 2000. Pp. 124.</ref> Antes de se tornar chefe do governo da Itália, Mussolini como membro do movimento [[fascismo|fascista]] italiano sugeriu uma aliança com a recém-derrotada Alemanha durante a [[Conferência de Paz de Paris (1919)|Conferência de Paz de Paris]] em 1919. Ele acreditava que alinhando com a Alemanha, a Itália poderia expandir sua influência na Europa.<ref name="MacGregor Knox 2000. Pp. 124"/>
No começo de 1923, como um gesto de boa vontade, a Itália entregou secretamente armas para uso do exército alemão que tinha passado por um longo processo de desarmamento com o [[Tratado de Versalhes (1919)|Tratado de Versalhes]].<ref name="MacGregor Knox 2000. Pp. 124"/>
 
Em setembro de 1923, Mussolini propôs ao chanceler alemão [[Gustav Stresemann]] uma "política em comum", buscando apoio militar alemão contra uma potencial intervenção militar francesa na disputa diplomática que a Itália possuía com a [[Iugoslávia]] por [[Rijeka|Fiume]]. Mussolini via na Alemanha nacionalista um aliado essencial para uma guerra contra a França, sustentando-se no iminente desejo de vingança dos alemães perante os franceses.<ref name="MacGregor Knox 2000. Pp. 124"/>
 
Desde a década de 1920 a Itália considerava o ano de 1935 uma data crucial para uma guerra contra os franceses, pois era nesse ano que as obrigações da Alemanha com o Tratado de Versalhes estavam programadas para expirar.<ref>MacGregor Knox. Common Destiny: Dictatorship, Foreign Policy, and War in Fascist Italy and Nazi Germany. Cambridge University Press, 2000. Pp. 125.</ref>
 
No começo da década de 1930, o Ministro das Relações Exteriores italiano, [[Dino Grandi]], frisou a importância e "peso decisivo" que a Itália poderia dar nas relações entre Alemanha e França. Ele reconheceu que a Itália não era uma grande potência, mas afirmou que tinha influência suficiente para alterar a situação política na Europa se decidisse ficar ao lado de qualquer um dos dois países.<ref>Gerhard Schreiber, Bern Stegemann, Detlef Vogel. ''Germany and the Second World War''. Oxford University Press, 1995. Pp. 113.</ref> No entanto, Grandi ressaltou que evitaria tornar-se "escravo da regra de três" de modo a defender seus interesses, argumentando que embora existissem tensões substanciais com a França, isso não significava que a Itália precisasse incondicionalmente comprometer-se em uma aliança com a Alemanha, assim como não precisaria necessariamente unir-se com a França se um dia viesse a ter alguma tensão com a Alemanha.<ref>Gerhard Schreiber, Bern Stegemann, Detlef Vogel. ''Germany and the Second World War''. Oxford University Press, 1995. P. 113.</ref> Essa tentativa de Grandi em manter um equilíbrio diplomático entre França e Alemanha foi desafiada pela pressão dos franceses em 1932, quando a França iniciou uma aliança com a Inglaterra e Estados Unidos para se precaver de um possível ataque revanchista da Alemanha.<ref name="burgwyn">H. James Burgwyn. Italian foreign policy in the interwar period, 1918-1940. Wesport, Connecticut, USA: Greenwood Publishing Group, 1997. P. 68.</ref> Grandi respondeu que a Itália estaria disposta a oferecer apoio à França contra a Alemanha, mas para isso os franceses teriam que ceder seu mandato sobre [[Camarões]] e permitir que a Itália tivesse mão livre na [[Etiópia]]. A França recusou as propostas da Itália por considerá-las inaceitáveis e por não acreditar que o risco alemão fosse imediato.<ref name="burgwyn"/>