Eduardo VI de Inglaterra: diferenças entre revisões

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| imagem = Portrait of Edward VI of England.jpg
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| sucessão = [[Lista de monarcas da Inglaterra|Rei da Inglaterra]] e [[Lista de monarcas da Irlanda |Irlanda]]
| reinado = {{dtlink|28|1|1547}}<br/>a {{dtlink |6|7|1553}}
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|title = ''ver lista''
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|1 = [[Eduardo Seymour, 1.º Duque de Somerset]] {{small |(1547–1549)}}
|2 = [[João Dudley, 1.º Duque de Northumberland]] {{small |(1550–1553)}}
}}
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}}
'''Eduardo VI''' ({{dtlink|12|10|1537}} – {{dtlink|6|7|1553}}) foi o [[Lista de monarcas da Inglaterra|Rei da Inglaterra]] e [[Lista de monarcas da Irlanda|Irlanda]] de 1547 até sua morte. Filho do rei [[Henrique VIII de Inglaterra |Henrique VIII]] com [[Joana Seymour]], Eduardo foi o terceiro monarca da [[Casa de Tudor]] e o primeiro rei inglês criado como [[protestante]]. O país foi comandado durante seu reinado pelo Conselho Regencial, já que ele nunca atingiu a maioridade, liderado primeiramente por [[Eduardo Seymour, 1.º Duque de Somerset]], e depois por [[João Dudley, 1.º Duque de Northumberland]].
 
O reinado de Eduardo foi marcado por problemas econômicos e agitações sociais que levaram a tumultos e rebeliões em 1549. Uma guerra contra a [[Reino da Escócia|Escócia]], inicialmente bem sucedida, terminou com uma retirada do país e de [[Bolonha-sobre-o-Mar]] em troca da paz. A transformação da [[Comunhão Anglicana |Igreja Anglicana]] em umnum órgão reconhecidamente protestante também aconteceu no reinado de Eduardo, que se interessou muito empor assuntos religiosos. Apesar de Henrique VIII ter rompido a ligação entre a [[Igreja Anglicana |Igreja da Inglaterra]] e [[Igreja Católica|Roma]], ele nunca permitiu a renúnciarejeição daà doutrina católica ou de suas cerimônias. Durante o reinado de Eduardo o protestantismo foi [[Estado confessional |estabelecidoestabeleceu-se]] o protestantismo pela primeira vez na Inglaterra com reformas que incluíam a abolição das [[missa]]s e a reformulação da [[eucaristia]]. O arquiteto dessas mudanças foi [[Tomás Cranmer]], o [[Arcebispo da Cantuária]].
 
Eduardo adoeceu em fevereiro de 1553. Ao descobrir que era uma doença terminal, ele e seu conselho redigiram a "Elaboração para a Sucessão", tentando impedir que a Inglaterra voltasse ao catolicismo. Nomeou a prima [[Joana Grey]] como herdeira, excluindo suas meia-irmãs [[Maria I de Inglaterra|Maria]] e [[Isabel I de Inglaterra |Isabel]]. Porém, depois de sua morte em 6 de julho, JoanaMaria foidepôs deposta por MariaJoana. Ela reverteu as reformas protestantes de Eduardo, que mesmo assim se tornaram a base para a Resolução Religiosareligiosa de Isabel em 1559.
 
== Início de vida ==
=== Nascimento ===
[[Ficheiro:Hans Holbein the Younger - Edward VI as a Child - Google Art Project.jpg|thumb|220px|left|O príncipe Eduardo em 1539.]]
Eduardo nasceu em {{dtlink |12|10|1537}} no [[Hampton Court|Palacio de Hampton Court]], [[Middlesex]],<ref> {{harvnbSfn |Loach |1999|p=4}} </ref> filho do rei [[Henrique VIII de Inglaterra|Henrique VIII da Inglaterra]] com sua terceira esposa [[Joana Seymour]]. As pessoas de todoTodo o reino receberamrecebeu o nascimento de um herdeiro homem, "por quem ansiávamos há tanto tempo",<ref> {{harvnbSfn |Erickson|1978|p=181}} </ref> com grande alegria e alívio. ''[[Te Deum]]s'' foram cantados em igrejas e fogueiras acesas. A rainha Joana, aparentemente se recuperando rapidamente do nascimento, enviou pessoalmente cartas assinadas por ela anunciando o nascimento de "um Príncipe, concebido no matrimônio mais legítimo entre meu Senhor a Majestade do Rei e eu". Eduardo foi batizado no dia 15 de outubro, acompanhado de suas meia-irmãs: [[Maria I de Inglaterra |Maria]] como madrinha e [[Isabel I de Inglaterra |Isabel]].<ref> {{harvnbSfn |Loach|1999|pp= 5–6}} </ref> O [[Rei de Armas principal da Jarreteira|Rei de Armas da Jarreteira]] o proclamou como [[Ducado da Cornualha|Duque da Cornualha]] e [[Conde de Chester]].<ref> {{harvnbSfn |Erickson|1978|p= 182}} </ref> Entretanto, a rainha adoeceu no dia 23 de outubro, presume-se de complicações pós-natais, e morreu na noite seguinte. Henrique escreveu ao rei [[Francisco I de França|Francisco I da França]] que a "Divina Providência ...Providência… misturou minha alegria com a amargura da morte daquela que me trouxe esta felicidade".<ref> {{harvnbSfn |Skidmore|2007 |p= 20}} </ref>
 
=== Crescimento e educação ===
[[Ficheiro:Edward VI of England c. 1546.jpg|thumb|220px|O príncipe Eduardo em 1546.]]
Eduardo foi um bebê saudável que desde o início amamentou muito. Seu pai ficou encantado com ele; Henrique escreveu em maio de 1538 que "divertindo-o com seus braços ...braços… e então segurando-o numa janela para a vista e conforto do povo". Em setembro, Tomás Audley, Lorde Chanceler, afirmou que Eduardo estava crescendo rapidamente e com vigor;<ref> {{harvnbSfn |Loach|1999|p=8}} </ref> em outros relatos ele é descrito como uma criança alta e alegre. Alguns historiadores contestaram a tradição de que Eduardo VI era um menino doente.<ref> {{harvnbSfn |Elton|1977|p= 372}}; {{harvnbSfn |Loach |1999 |p= 161}}; {{harvnbSfn |MacCulloch|2002|p= 21}} </ref> Aos quatro anos de idade, ele adoeceu com uma potencialmente letal "febre quartenária",{{nota de rodapé|Uma febre recorrente a cada quatro dias. Hoje os sintomas são associados a [[malária]].<ref name=skidmore27 > {{harvnbSfn |Skidmore|2007|p= 27}} </ref> }}<ref{{Sfn name|Skidmore|2007|p=skidmore27 />27}} entretanto, apesar de alguma doença ocasional e visão ruim, ele sempre teve boa saúde até os último meses de vida.{{nota de rodapé |Eduardo também adoeceu em 1550 e teve "do sarampo e da varíola" em 1552.<ref name=skidmore33 > {{harvnbSfn |Skidmore|2007 |pp= 33, 177, 223–234223–34, 260}} </ref> }}<ref{{Sfn name|Skidmore|2007 |pp=skidmore33 />33, 177, 223–34, 260}}
 
Eduardo inicialmente foi colocado aos cuidados de Margarida Bryan, "dama patroa" da criadagem do príncipe, depois sucedida por Branca Herbert. Ele foi criado até os seis anos de idade "entre mulheres", como o próprio descreve em seu ''Chronicle''.<ref> {{harvnbSfn |Jordan|1968|pp=37–38}}; {{harvnbSfn |Skidmore|2007|p=22}} </ref> A criadagem real estabelecida ao redor de Eduardo estava inicialmente a cargo de sir Guilherme Sidney e depois de sir Ricardo Page, padrasto de [[Ana Seymour, Duquesa de Somerset|Ana Stanhope]], esposa de seu tio [[Eduardo Seymour, 1.º Duque de Somerset |Eduardo Seymour]]. Henrique exigia rigorosas normas de segurança e limpeza, afirmando que o filho era "a joia mais preciosa de todo este reino".<ref> {{harvnbSfn |Jordan|1968|pp=38–39}}; {{harvnbSfn |Skidmore|2007|p=23}} </ref> Os visitantes o descreviam como uma criança contente. O príncipe foi equipado com brinquedos e confortos, incluindo sua própria trupe de [[Menestrel|menestréis]].<ref> {{harvnbSfn |Loach|1999|pp= 9–11}} </ref>
 
Eduardo começou sua educação formal aos seis anos de idade com Ricardo Cox e João Cheke, concentrando-se, como ele se lembra, em "aprender as línguas, a escritura, a filosofia e todas as ciências liberais".{{nota de rodapé |Por exemplo, ele lia textos bíblicos, Cato, [[Fábulas de Esopo]] e ''Satellitium Vivis'' de [[Juan Luis Vives]], que foram escritos para sua irmã Maria.<ref name=loach1212 > {{harvnbSfn |Jordan|1968|p=42}}; {{harvnbSfn |Loach|1999|pp= 11–12}}}}{{Sfn </ref>|Jordan |1968 |p= 42}}<ref{{Sfn name|Loach|1999|pp=loach121211–12}} /> Ele recebeu aulas de [[Roger Ascham|Rogério Ascham]], tutor de Isabel, e Jean Belmain, aprendendo [[Língua francesa|francês]], [[Língua espanhola |espanhol]] e [[Língua italiana |italiano]]. Além disso, sabe-se que Eduardo estudou [[geometria]] e aprendeu a tocar instrumentos musicais, como [[alaúde]] e [[virginal]]. Colecionava globos e mapas e, de acordo com o historiador C. E. Challis, desenvolveu um domínio de assuntos monetários que indicavam alta inteligência. Acredita-se que sua educação religiosa tenha sido reformista.<ref> {{harvnbSfn |Jordan|1968|p=40}}; {{harvnbSfn |MacCulloch|2002|p=8}} </ref> Sua orientação religiosa foi provavelmente escolhida pelo arcebispo [[Tomás Cranmer]], um dos principais reformistas. Tanto Cox quanto Cheke eram católicos e [[Erasmo de Roterdão|erasmianos]] "reformados", posteriormente exilados durante o reinado de Maria I. Eduardo escreveu um [[Tratado (estudo) |tratado]] sobre o papa como o [[anticristo]] em 1549, tomando notas bem informadas sobre controvérsias religiosas.<ref> {{harvnbSfn |Loach|1999|pp=13–16}}; {{harvnbSfn |MacCulloch |2002 |pp=26–30}} </ref> Muitos aspectos de sua religião, durante seus primeiros anos, eram essencialmente católicos, incluindo a celebração da [[missa]] e reverência por imagens e relíquias de santos.<ref name=skidmore38 > {{harvnbSfn |Skidmore|2007|p=38}} </ref>
 
[[Ficheiro:Badge of Prince Edward 1543.jpg|left|thumb|220px|O emblema do príncipe Eduardo.]]
Suas duas irmãs eram atenciosas com ele e frequentemente o visitavam – em certa ocasião, Isabel lhe deu-lhe uma camisa "de seu próprio trabalho".<ref> {{harvnbSfn |Skidmore|2007 |p= 26}} </ref> Eduardo "tomou satisfação especial" pela companhia de Maria, apesar de desaprovar o gosto dela por danças estrangeiras; "Amo mais vocêa ti", escreveu a ela-lhe em 1546.<ref> {{harvnbSfn |Loach |1999|p=16}}; {{harvnbSfn |Skidmore|2007|pp=38–37}} </ref> Henrique convidou seus filhos para passarem o [[Natal]] de 1543 junto com ele, sinalizando uma reconciliação com as filhas que havia anteriormente deserdado e ilegitimizado. Na primavera, ele as recolocou na linha de sucessão através da Terceira Lei de Sucessão, que também garantia um conselho regencial durante a minoridade de Eduardo.{{nota de rodapé|Maria e Isabel permaneceram tecnicamente ilegítimas, sucedendo a coroa devido a nomeação de Henrique. Elas, por exemplo, poderiam perder seus direitos se casassem sem a aprovação do Conselho Privado.<ref> {{harvnbSfn |Ives |2009 |pp=142–143 142–43}}; {{harvnbSfn |Loades|1996|p= 231}} </ref> }}<ref> {{harvnbSfn |Guy|1988|p=196}}; {{harvnbSfn |Mackie|1952|pp=413–414413–14}} </ref> Essa harmonia familiar desacostumada deve-se muito a influência da sexta e última esposa de Henrique, [[Catarina Parr]],<ref> {{harvnbSfn |Starkey |2004|p=720}} </ref> quem Eduardo logo se afeiçoou. Ele a chamava de sua "mais querida mãe" e em setembro de 1546 escreveu a ela-lhe: "Eu recebiRecebi tantos benefícios de vocêti que minha mente mal pode compreendê-los".<ref> {{harvnbSfn |Skidmore |2007 |p= 34}} </ref>
 
OutrasTrouxeram-lhe outras crianças foram trazidas para brincar com ele, incluindo a neta de sir Guilherme Sidney, que quando adulta lembrou do príncipe como "uma criança maravilhosa e doce, de condição muito leve e generosa".<ref> {{harvnbSfn |Skidmore |2007 |pp= 28–29}} </ref> Ele foi educado junto com os filhos de nobres, "nomeados para participarem com ele" em uma espécie de mini corte. Entre eles estava Barnabé Fitzpatrick, filho de uma pariato irlandês, que se transformou em um amigo próximo e duradouro.<ref> {{harvnbSfn |Jordan|1968|p= 44}} </ref> Eduardo era mais dedicado aos estudos que seus colegas de classe, aparentemente superando todos, motivado por seu "dever" e para competir com a maestria acadêmica da irmã Isabel. Seus arredores e possessões eram regiamente esplêndidos: caras [[tapeçaria]]s flamencas foram penduradas em seus quartos e suas roupas, livros e talheres foram incrustados com ouro e pedras preciosas.<ref> {{harvnb|Skidmore|2007|pp=35–36}} </ref> Como o pai, Eduardo era fascinado pelas artes militares, com muitos de seus quadros o mostrando carregando uma adaga de ouro com a empunhadura cheia de joias.{{nota de rodapé|Tais retratos eram inspirados na [[:Ficheiro:Workshop of Hans Holbein the Younger - Portrait of Henry VIII - Google Art Project.jpg|pintura]] de [[Hans Holbein, o Jovem|Hans Holbein]] de Henrique VIII em 1537 para um mural no [[Palácio de Whitehall]], em que o rei confronta o espectador.<ref name=skidmore3692> {{harvnb|Skidmore|2007|p=36}}; {{harvnb|Strong|1969|p=92}} </ref> }}<ref name=skidmore3692/> O ''Chronicle'' de Eduardo detalha entusiasticamente as campanhas militares inglesas contra a [[Reino da Escócia|Escócia]] e [[Reino da França|França]], além de aventuras como a quase captura de [[João Dudley, 1.º Duque de Northumberland|João Dudley]] perto de [[Musselburgh]] em 1547.<ref> {{harvnb|Loach|1999|pp=53–54}} </ref>
 
==="O Rude Cortejo"===
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== Ascensão ==
[[Ficheiro:Coat of Arms of England (1509-1554).svg|thumb|left|220px|Brasão de armas do rei Eduardo VI.]]
Eduardo, com nove anos de idade, escreveu ao pai e a madrasta em 10 de janeiro de 1547 agradecendo pelos presentes de ano novo.<ref> {{citar livro|autor sobrenome =Strype, | prenome = John|título=Ecclesiastical Memorials |volume= 2|ano=1822. | pp. 507–509= 507–9}} </ref> Em {{dtlink|28|1|1547}}, Henrique VIII morreu. Liderados por Eduardo Seymour e Guilherme Paget, aqueles próximos ao trono concordaram em adiar o anúncio da morte do rei até todos os arranjos para suavizar a transição fossem tomados. Seymour e sir Antônio Browne, [[mestre do cavalo]], foram pegar Eduardo em Hertford e o levaram até Enfield, onde Isabel estava vivendo. Ele e Isabel foram então informados da morte do pai e tiveram uma leitura de seu testamento.<ref> {{harvnbSfn |Jordan|1968|pp= 51–52}}; {{harvnbSfn |Loades |2004 |p=28}} </ref> O Lorde Chanceler Tomás Wriothesley anunciou a morte de Henrique ao parlamento em 31 de janeiro, ordenando proclamações gerais sobre a sucessão de Eduardo.<ref name=loach29 > {{harvnbSfn |Loach|1999|p=29}} </ref> O novo rei foi levado a [[Torre de Londres]], onde foi recebido por "grandes tiros de artilharia em todos os lugares, tanto fora da Torre quanto fora dos navios".<ref> {{harvnbSfn |Jordan|1968|p=52}} </ref> No dia seguinte, os nobres do reino prestaram reverência na torre; Seymour foi anunciado como Protetor.<ref{{Sfn name|Loach|1999|p=loach29 />29}}
 
Eduardo VI foi coroado na [[Abadia de Westminster]] quatro dias depois, em 20 de fevereiro.<ref> {{harvnbSfn |Loach |1999 |pp= 30–38}} </ref> AsAbreviou-se cerimôniasa foram encurtadascerimônia por causa da "tediosa duração da mesma, que seria fatigante e por venturaporventura prejudicial aà majestade do Rei, ainda sendo de tenra idade", e também porque a Reforma considerou algumas partes inapropriadas.<ref> {{harvnbSfn |Jordan|1968|pp=65–66}}; {{harvnbSfn |Loach|1999|pp=35–37}} </ref> Na véspera da ocasião, Eduardo foi de cavalo da Torre até o [[Palácio de Westminster]] através de multidões e desfiles, muitos dos quais baseados em outronoutro menino rei, [[Henrique VI de Inglaterra|Henrique VI]].<ref> {{harvnbSfn |Loach|1999|p=33}} </ref> Ele riu de um [[Funambulismo |funambulista]] espanhol que "caiu e jogou muitos brinquedos bonitos" do lado de fora da [[Antiga Catedral de São Paulo|Catedral de São Paulo]].<ref> {{harvnbSfn |Skidmore|2007|p=59}} </ref> No serviço da coroação, Cranmer afirmou a [[Ato de Supremacia|supremacia real]] e chamou o rei de um segundo [[Josias]],<ref> {{harvnbSfn |MacCulloch |2002 |p= 62}}; {{harvnbSfn |Skidmore|2007|p=61}} </ref> pedindo para que ele continuasse a reforma da [[Igreja Anglicana]], "a tirania dos Bispos de Roma banida de seus súditos, e imagens removidas".<ref> {{harvnbSfn |Jordan|1968|p=67}} </ref> Depois da cerimônia, Eduardo presidiu um banquete onde, como ele se lembra em seusua Crônica (''Chronicle''), jantou com a coroa na cabeça.<ref> {{harvnbSfn |Jordan|1968|pp=65–69}}; {{harvnbSfn |Loach|1999|pp= 29–38}} </ref>
 
== Protetorado de Seymour ==
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[[Ficheiro:Half Sovereign Edward VI 1551 681778.jpg|thumb|Moeda meia-soberana de Eduardo cunhada em 1551.]]
Suas políticas de guerra eram mais pragmáticas que as de Seymour, sendo criticado por sua fraqueza. Em 1550, ele assinou um tratado de paz com a França concordando em se retirar de Bolonha e desfazendo as guarnições na Escócia. No ano seguinte, Eduardo foi prometido a [[Isabel de Valois, Rainha de Espanha|Isabel de Valois]], filha de [[Henrique II de França]].{{nota de rodapé|Eduardo enviou a Isabel um diamante da coleção de Catarina Parr.<ref name=guy218219 > {{harvnb|Guy|1988|pp=218–219}}; {{harvnb|Loach|1999|p=108}} </ref> }}<ref name= guy218219 /> Na prática, ele percebeu que a Inglaterra não tinha como arcar com o custo das guerras.<ref> {{harvnb|Loach|1999|p=113}}; {{harvnb|MacCulloch|2002|p=55}} </ref> Internamente, tomou medidas para controlar a agitação social. Para mais rebeliões, Dudley manteve representantes da coroa permanentemente entre o povo, incluindo [[Lord-Lieutenant|lordes-tenentes]], que comandavam forças militares e se reportavam a um governo central.<ref> {{harvnb|Elton|1977|p=355}}; {{harvnb|Loach|1999|p=105}} </ref>
 
Dudley, junto com Guilherme Paulet e Valter Mildmay, trabalhou no desastroso estado das finanças do reino.<ref> {{harvnb|Elton|1977|p=355}} </ref> Porém, seu governo sucumbiu às tentações de lucrar rapidamente ao desvalorizar a moeda.<ref> {{harvnb|Hoak|1980|p=41}}; {{harvnb|Loach|1999|p=110}} </ref> O desastre econômico que se seguiu fez Dudley entragar a iniciativa ao especialista [[Thomas Gresham|Tomás Gresham]]. Em 1552, a confiança na moeda voltou, os preços caíram e as trocas melhoraram. Apesar da total recuperação econômica ter ocorrido apenas no reinado de Isabel, suas origens estão nas políticas de Dudley.<ref> {{harvnb|Elton|1977|p=356}} </ref> O governo também reprimiu a fraude e realizou uma grande reavaliação das práticas de arrecadação de receitas, algo que foi chamado de "uma das mais notáveis realizações da administração Tudor".<ref> {{harvnb|Elton|1977|pp=357–58}} </ref>
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<center>
{{árvore genealógica/início}}
{{árvore genealógica | | | |John|v|Marge| | | | | | | | | | | |Henry|v|Lisa| | |Lisa=[[Isabel de Iorque |Isabel]]<br />1466–1503|Henry=[[Henrique VII de Inglaterra|Henrique VII]]<br>1457–1509|John={{nowrap|[[João Seymour]]}}<br />m. 1536|Marge={{nowrap|Margarida Wentworth}}<br/>m. 1550}}
{{árvore genealógica | | |,|-|-|-|+|-|-|-|.| | | | | | | | |,|-|-|-|-|^|v|-|-|-|.| |}}
{{árvore genealógica | |Eddy| |Tom| |Jane|-|v|-|-|-|-|Henry| | | |Marge| |Mary| |Jane=[[Joana Seymour]]<br />m. 1537|Henry= {{nowrap|[[Henrique VIII de Inglaterra|Henrique VIII]]}}<br>1491–1547|Mary=[[Maria Tudor, rainha de França |Maria]]<br>1496–1533|Marge=[[Margarida Tudor|Margarida]]<br>1489–1541|Eddy={{nowrap |[[Eduardo Seymour, 1.º Duque de Somerset|Eduardo Seymour]]}}<br>m. 1552|Tom={{nowrap|[[Tomás Seymour, 1.º Barão Seymour de Sudeley |Tomás Seymour]]}}<br />m. 1549}}
{{árvore genealógica | | | | | | | | | | | | | |!| | | | |!| |!| | | | |!| | | |!|}}
{{árvore genealógica | | | | | | | | | | | | |Eddy| |Mary| |Bess| |Jim| |Fran|Mary= [[Maria I de Inglaterra |Maria I]]<br>1516–1558|Bess=[[Isabel I de Inglaterra|Isabel I]]<br>1533–1603|Eddy='''Eduardo VI'''<br />1537–1553|Fran= [[Frances Brandon|Francisca Brandon]]<br>1517–1559|Jim=[[Jaime V da Escócia|Jaime V]]<br />1512–1542}}
{{árvore genealógica | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | |!| | | |!|}}
{{árvore genealógica | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | |Mary| |Jane| | | | | |Jane= [[Joana Grey]]<br />1537–1554|Mary=[[Maria da Escócia|Maria]]<br>1542–1587}}
{{árvore genealógica/fim}}</center>
 
== Ancestrais ==
{{ahnentafel top|width=100%|Ancestrais de Eduardo VI de Inglaterra<ref> {{citar web|url= http://www.royalist.info/execute/ancestors?person=216|título=King Edward VI >| obra = Ancestors|obra publisher =RoyaList|acessodata=13 de agosto de 2013 }} </ref>}}
<center>{{ahnentafel-compact5
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{{ahnentafel bottom}}
 
{{Notas|colcolwidth=232em}}
 
{{Referências|colcolwidth=330em}}
 
== Bibliografia ==
{{refbegin|3}}
*{{citar livro|sobrenome=Alford|nome=Stephen|título=Kingship and Politics in the Reign of Edward VI |local= Cambridge |editora= Cambridge University Press|ano=2002|isbn=0-521-03971-1|ref= harv }}
*{{citar livro|sobrenome=Brigden|nome=Susan|título=New Worlds, Lost Worlds: The Rule of the Tudors, 1485–1603 |local= Londres|editora=Allen Lane/Penguin|ano=2000|isbn=0-7139-9067-8|ref=harv }}
*{{citar livro|sobrenome=Dickens|nome=A. G.|título=The English Reformation|local=Londres|editora=Fontana|ano=1967|isbn=0-00-686115-6|ref=harv }}
*{{citar livro|sobrenome=Elton|nome=Geoffrey|título=England Under the Tudors|local=Londres|editora=Methuen|ano=1962|oclc=154186398|ref=harv }}
Linha 248:
*{{citar livro|sobrenome=Somerset|nome=Anne|título=Elizabeth I|local=Londres|editora=Phoenix|ano=1997|isbn=1-84212-624-5|ref=harv }}
*{{citar livro|sobrenome=Starkey|nome=David|título=Elizabeth. Apprenticeship|local=Londres|editora=Vintage|ano=2001|isbn=0-09-928657-2|ref=harv }}
*{{citar livro|sobrenome=Starkey|nome=David|título=The Reign of Henry VIII|local= Londres|editora= Vintage|ano= 2002 |isbn= 0-09-944510-7|ref=harv }}
*{{citar livro|sobrenome=Starkey|nome=David|título=The Six Wives: The Queens of Henry VIII|local= Londres |editora= Vintage|ano=2004|isbn=0-09-943724-4|ref=harv }}
*{{citar livro|sobrenome=Strong|nome=Roy|título=Tudor and Jacobean Portraits |local= Londres|editora= HMSO|ano= 1968 |oclc= 71370718|ref=harv }}
*{{citar livro|sobrenome=Tittler|nome=Robert|título=The Reign of Mary I|local= Londres|editora= Longman|ano= 1991 |isbn= 0-582-06107-5|ref=harv }}
*{{citar livro|sobrenome=Wormald|nome=Jenny|título=Mary, Queen of Scots: Politics, Passion and a Kingdom Lost |local= Londres|editora=Tauris Parke|ano=2001|isbn=1-86064-588-7|ref=harv }}
{{refend}}
 
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|- style="text-align:center;"
|width="30%" align="center" | Precedido por<br />'''[[Henrique VIII de Inglaterra|Henrique VIII]]'''
|width="40%" style="text-align: center;"|[[Ficheiro:Coat of Arms of England (1509-1554).svg|110px]]<br />'''[[Lista de monarcas da Inglaterra |Rei da Inglaterra]] e [[Lista de monarcas da Irlanda |Irlanda]]'''<br />28 de janeiro de 1547 – 6 de julho de 1553
|width="30%" align="center" | Sucedido por<br/>'''[[Maria I de Inglaterra|Maria I]]'''
|}