Queto (Benim): diferenças entre revisões

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'''Ketu''' ou '''Queto'''<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo dicionário da língua portuguesa''. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 433.</ref> é uma região da [[Benim|República do Benim]]. Se localiza ao redor da cidade de [[Kétou]]. Foi uma das mais antigas [[Capital|capitais]] dos [[iorubás]].
== História ==
Segundo a [[mitologia iorubá]], Queto foi fundada por uma das filhas de [[Oduduwa|Odudua]]. Os regentes da cidade eram tradicionalmente chamados de "Alaketu", e se acredita estarem relacionados com o sub-grupo [[Egba (povo)|Egba]] dos [[iorubáyorubas]]s atuais da [[Nigéria]]. Ketu é considerado um dos sete reinos originais estabelecidos pelos filhos de Oduduwa segundo a [[mitologia]] do [[Império de Oyo]], embora esta crença seja um tanto negligenciada na investigação histórica contemporânea iorubá, que tende a priorizar as comunidades que existem na Nigéria atual. O ''status'' exato de Ketu dentro do Império de Oyo é controverso. Os [[Ewés]] (termo que significa "ovelhas" em português) referem-se a Ketu como ''[[Amedzofe (história)|Amedzofe]]'' ("origem da humanidade") ou ''Mawufe'' ("casa do Ser Supremo"). Acredita-se que os habitantes de Ketu originalmente pertenciam ao [[Império de Oyo]] e que foram pressionados para o oeste por uma série de guerras entre os séculos [[século X|X]] e [[Século XIII|XIII]]. No Ketu, os antepassados dos atuais falantes de [[línguas Gbe]] ([[Fons]], [[Ajas]], [[Ewés]] etc.) separaram-se de outros [[refugiado]]s e começaram a criar as suas próprias [[identidade]]s, mas foram pressionados ainda mais para o oeste pelos [[iorubasyorubas]] durante os séculos [[Século XIV|XIV]] e [[Século XV|XV]]. Por volta de 1500, os iorubás transferiram sua capital para Queto.
 
As fontes de Oyo afirmam que Ketu era uma dependência que pagava um [[tributo]] anual e que seus governantes assistiam ao festival de Bere em Oyo. As tradições próprias de Ketu, entretanto, não reconhecem nenhuma obrigação a Oyo. Em todo caso, não há nenhuma dúvida que Ketu e Oyo mantiveram relações amigáveis, em decorrência de seus profundos laços culturais, históricos, étnicos e linguísticos.<ref>Law, R 1977, ''The Oyo Empire'', Clarendon Press, Oxford, p.141</ref> O reino foi um dos principais inimigos do ascendente [[reino do Daomé]], lutando frequentemente contra os daomeanos como parte das forças imperiais de Oyo, tendo finalmente sucumbido aos [[FonFons]]s na [[década de 1880]], quando o reino foi devastado. Um grande número de cidadãos de Ketu foi preso e vendido como [[Escravidão em África|escravo]] durante estas invasões, o que esclarece a importância do reino de Queto na atual religião brasileira do [[candomblé]], onde veio a constituir o seu ramo mais importante: o [[Candomblé Ketu|candomblé queto]]. Em [[1893]], Queto foi restaurado pelos franceses sob a forma de um [[protetorado]].
===Problemas atuais===
Um conflito atual na região começou quando os comerciantes [[hausa|hauçáshausas]] e iorubas começaram a lutar pelo controle de um mercado popular do alimento no distrito de Ketu, nas periferias do norte da cidade nas quintas-feiras. Os iorubas, que são a maioria no sudoeste do país, e os haúças, no norte, são os dois maiores grupos étnicos da [[Nigéria]], e os conflitos entre eles conduziram à renovação do medo e à ameaça para a estabilidade do país mais populoso da [[África]].
 
== Quadro cronológico ==
* ''[[Circa|c.]]'' 1500 - o estado ioruba moveu sua capital para Ketu.