Usuário(a):Tetraktys/Da tradução e da pesquisa própria e outras ninharias: diferenças entre revisões

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[[File:Psittacus erithacus -Hawaii -captive-8a.jpg|thumb|Um cativeiro confortável dá muito soooono......]]
 
Os problemas começam quando se começa a analisar um outro impacto dessa verdadeira [[imperialismo cultural|invasão cultural]], que é o de vermos o mundo, em proporção significativa, através de olhos estrangeiros. Também não adianta discutir muito esse ponto, pois ele é um fato consumado, estamos na era do Império Norte-Americano depois de termos vivido sob o Império Inglês, e isso modelou decisivamente nossa formação. Apesar do massacre cultural que a invasão impôs e continua impondo sobre nós, não deixa de ser muito válido olhar as coisas com os olhos de outrem, para que possamos alargar nossos horizontes e aproximar os povos. Assim, ficamos na situação de ao mesmo tempo maldizer e agradecer a invasão e o escravizamento.
 
Poderíamos, por outro lado, proteger um tantinho mais nossa cultura e nossa visão de mundo abandonando a prática da tradução integral dos artigos em inglês, mas aproveitando parte de suas fontes e talvez também a organização geral já pronta do conteúdo, se ela for útil para os nossos propósitos. Neste sentido, acho que deveríamos incentivar mais a pesquisa própria e a construção de estruturas diferentes dos textos originais, e desencorajar a imitação servil. É importante frisar que o uso das mesmas fontes pode produzir artigos muito diferentes. Seria bom para formar uma nova geração de editores que não fossem meros copistas, e que também fossem mais críticos na avaliação do conteúdo dos artigos estrangeiros, por mais bem feitos que pareçam. Trago como exemplo dois casos paradigmáticos, de importantes artigos sobre a história brasileira: [[Pedro I do Brasil|Pedro I]] e [[Pedro II do Brasil|Pedro II]], ambos traduzidos inteiramente do inglês. No primeiro, embora as fontes sejam majoritariamente brasileiras, na data da consulta um único autor estrangeiro respondia por 68 das 210 citações. No original em inglês, embora também tenham sido usadas muitas fontes nacionais, dois autores anglófonos respondiam por mais de 160 das 239 citações. No segundo, os estrangeiros contribuíram com cerca de 130 citações em um total de 288. Não vou me deter na análise do conteúdo, pois não sou um historiador do Brasil e estão todos referenciados, mas não parece um espaço demasiado para a interpretação estrangeira, seja ela qual for? Acho que aqui um juízo crítico “nacionalista” seria bem-vindo, pois em nosso país não faltam eminentíssimos historiadores, embora opiniões de fora, se existirem e forem sólidas, sejam essenciais para oferecer uma perspectiva mais nuançada e ampla de qualquer tema nacional. Não sei o que está acontecendo com os artigos sobre Portugal e suas outras antigas colônias, mas presumo que o fenômeno se repita com maior ou menor intensidade.