Vinicius de Moraes: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Emilly Yasmim Freire Cavalcanti, seus amigos lhe chama de Emilly, o nome de sua melhor amiga é Erika, o nome do seu Crush é José Santana, embora ele não perceba ela. A primeira pessoa que Emilly mais ama nesse mundo é Deus e a segunda é sua mãe.
m Foram revertidas as edições de 2804:14D:8C86:D6:9965:8C26:E4AE:77F4 para a última revisão de !Silent, de 00h07min de 22 de setembro de 2...
Linha 1:
{{Info/Música/artista
Emilly Yasmim Freire Cavalcanti, seus amigos lhe chama de Emilly, o nome de sua melhor amiga é Erika, '''o nome do seu Crush é José Santana, embora ele não perceba ela, ela ama ele'''. A primeira pessoa que Emilly mais ama nesse mundo é '''Deus''' e a segunda é a sua mãe '''Rosangela'''. {{Info/Música/artista
|nome = Vinicius de Moraes
|fundo = cantor_solo
Linha 18:
| Magna Opera = Poemas, sonetos e baladas (1946); Antologia poética (1954); Novos Poemas II (1959), Para viver um grande amor (1962) e Livro de sonetos, ed. aumentada (1967).
}}
'''Vinicius de Moraes''', nascido '''Marcus Vinicius de Moraes'''<ref group="nota">Segundo Laetitia de Moraes Vasconcellos, irmã de Vinicius, o nome Marcus Vinicius da Cruz de Mello Moraes se deve a uma brincadeira de [[Manuel Bandeira]]. Vinicius foi registrado pelo pai como Marcus Vinicius de Moraes, abandonando posteriormente o nome Marcus. A mudança foi registrada em cartório na rua São José, no [[centro do Rio]]. [[#castello|Castello (1994)]], pp. 30. Ver [http://www.viniciusdemoraes.com.br/site/article.php3?id_article=1267 "Ainda sobre a cassação de Vinicius de Moraes"], por [[Carlos Castello Branco]].<br />Já segundo o pesquisador Pedro Paulo Malta, o poeta teria sido registrado como ''Marcus Vinitius'' da Cruz e Mello Moraes. Isto porque o pai de Vinicius era "apaixonado pelo [[latim]]", adotando a forma original latina para nomear também os irmãos do poeta (exceto Lygia, nascida em 1911, cujo nome é de origem grega), Laetitia, nascida em 1916, e Helius, em 1918. Ver [http://www.multirio.rj.gov.br/portal/images/PDFs/biografia-vinicius%20de%20moraes.pdf "Vinicius de Moraes"], por Pedro Paulo Malta.</ref> ([[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], [[19 de outubro]] de [[1913]] — Rio de Janeiro, [[9 de julho]] de [[1980]]) foi um [[poesia|poeta]], [[dramaturgo]], [[jornalista]], [[diplomacia|diplomata]], [[Canto (música)|cantor]] e [[compositor]] [[brasil]]eiro.<ref>Ruy Castro -''Bossa Nova: The Story of the Brazilian Music That Seduced the World'' Page 78 2003 "Bôscoli and his friend Chico Feitosa had gone to Vinícius's house, in Avenida Henrique Dumont in Ipanema, with the express purpose of selling him the idea to invite Jobim to write the music for Orfeu, and Vinícius had bought it."</ref><ref>Songbook Vinícius de Moraes - Vol. 3: Volume 3 - Page 171 Vinícius De Moraes, Almir Chediak - 1993 "In Gratitude The idea of a Songbook which would include the works of Vinícius de Moraes was born in 1987 during a guitar class which I was giving to the poet's daughter, Luciana de Moraes. "</ref><ref>'' Tom Jobim'' Volume 2 - Page 118 Almir Chediak - 1990 "Modinha (Tom Jobim e Vinícius de Moraes)</ref>
 
Poeta essencialmente [[Lirismo|lírico]], o que lhe renderia a alcunha "poetinha",<ref>{{citar web |url= http://www.ulbratv.com.br/institucional/?p=389 |autor= |título=Serestas homenageia o Poetinha Vinícius de Moraes |primeiro=Lucas |ultimo= Adolfo |publicado= Ulbra TV |ano=2011|acessodata=4 de maio de 2011}}</ref> que lhe teria atribuído [[Antônio Carlos Jobim|Tom Jobim]],<ref>{{citar web |url= http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=11&id_noticia=139605 |autor= |título=O poetinha Vinícius de Moraes completaria hoje 97 anos |publicado=Portal Vermelho |ano=2011|acessodata=4 de maio de 2011}}</ref> notabilizou-se pelos seus [[soneto]]s. Conhecido como um [[Boémia (estilo de vida)|boêmio]] inveterado, [[fumante]] e apreciador do [[uísque]], era também conhecido por ser um grande conquistador.<ref name="UOL - Educação"/> O ''poetinha'' casou-se por nove vezes ao longo de sua vida e suas esposas foram, respectivamente: [[Tati de Moraes|Beatriz Azevedo de Melo]] (mais conhecida como [[Tati de Moraes]]), Regina Pederneiras, Lila Bôscoli, Maria Lúcia Proença, Nelita de Abreu, Cristina Gurjão, Gesse Gessy, Marta Rodrigues Santamaria (a Martita) e Gilda de Queirós Mattoso.<ref name="UOL - Educação"/>
 
Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. Ainda assim, sempre considerou que a poesia foi sua primeira e maior vocação, e que toda sua atividade artística deriva do fato de ser poeta<ref>[http://lazer.hsw.uol.com.br/vinicius-de-moraes.htm Como Tudo Funciona]</ref>. No campo musical, o poetinha teve como principais parceiros [[Antônio Carlos Jobim|Tom Jobim]], [[Toquinho]], [[Baden Powell (violonista)|Baden Powell]], [[João Gilberto]], [[Chico Buarque]] e [[Carlos Lyra]].
 
== Biografia ==
Vinicius de Moraes nasceu em 1913 no bairro da [[Gávea (bairro do Rio de Janeiro)|Gávea]], no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], filho de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, funcionário da Prefeitura, poeta e violinista amador, e Lydia Cruz de Moraes,<ref>[[#carneiro|Carneiro (1984)]], p. 8</ref> pianista amadora. Vinícius é o segundo de quatro filhos, Lygia (1911), Laetitia (1916) e Helius (1918).<ref name="UOL - Educação">{{citar web |url=http://educacao.uol.com.br/biografias/vinicius-de-moraes.jhtm |título=Vinicius de Moraes |acessodata=19 de outubro de 2012 |autor= |coautores= |data= |ano= |mes= |formato= |obra= |publicado=UOL - Educação |páginas= |língua= |citação= }}</ref> Mudou-se com a família para o bairro de [[Botafogo (bairro do Rio de Janeiro)|Botafogo]] em 1916, onde iniciou os seus estudos na Escola Primária Afrânio Peixoto. Desde então, já demonstrava interesse em escrever poesias.<ref>[[#castello|Castello (1994)]], pp. 25-30</ref> Em 1922, a sua mãe adoeceu e a família de Vinicius mudou-se para a [[Ilha do Governador]], ele e sua irmã Lygia permanecendo com o avô, em Botafogo, para terminar o curso primário.<ref>[[#castello|Castello (1994)]], pp. 36-37</ref>
 
Vinicius de Moraes ingressou em 1924 no [[Colégio Santo Inácio]], de padres [[jesuítas]], onde passou a cantar no [[Canto coral|coral]] e começou a montar pequenas peças de [[teatro]]. Três anos mais tarde, tornou-se amigo dos irmãos Haroldo e [[Paulo Tapajós]], com quem começou a fazer suas primeiras composições e a se apresentar em festas de amigos.<ref>[[#castello|Castello (1994)]], pp. 49-50</ref> Em 1929, concluiu o ginásio e no ano seguinte, ingressou na Faculdade de [[Direito]] do Catete, hoje [[Faculdade Nacional de Direito]] (UFRJ).<ref>O prédio onde se localizava a chamada Faculdade do Catete era parte da [[Faculdade Nacional de Direito]] até 1937. Em 1942 a instalação foi vendida à [[UERJ]] <http://www.direitouerj.org.br/2005/fdir70/hist.htm> razão pela qual, erroneamente, se diz que Vinicius ali se formou.</ref> Na chamada "Faculdade do Catete", conheceu e tornou-se amigo do [[romancista]] Otavio Faria, que o incentivou na vocação literária. Vinicius de Moraes graduou-se em [[Ciências Jurídicas]] e [[Ciências Sociais|Sociais]] em 1933.<ref name="UOL - Educação"/>
 
Três anos depois, obteve o emprego de [[censura|censor]] [[cinema|cinematográfico]] junto ao [[Ministério da Educação e Saúde Pública|Ministério da Educação e Saúde]]. Dois anos mais tarde, Vinicius de Moraes ganhou uma bolsa do [[Conselho Britânico]] para estudar língua e literatura inglesas na [[Universidade de Oxford]]. Em 1941, retornou ao Brasil empregando-se como [[crítico de cinema]] no [[jornal]] "A Manhã".<ref name="InfoEscola"/> Tornou-se também colaborador da revista "Clima" e empregou-se no Instituto dos Bancários.
 
No ano seguinte, foi reprovado em seu primeiro concurso para o [[Ministério das Relações Exteriores (Brasil)|Ministério das Relações Exteriores]] (MRE). Em 1943, concorreu novamente e desta vez foi aprovado.<ref name="InfoEscola">{{citar web |url=http://www.infoescola.com/escritores/biografia-de-vinicius-de-moraes/ |título=Biografia de Vinícius de Moraes |acessodata=19 de outubro de 2012 |autor=Araújo, A. Ana Paula de |coautores= |data=20 de janeiro de 2012 |ano= |mes= |formato= |obra= |publicado=InfoEscola |páginas= |língua= |citação= }}</ref> Em 1946, assumiu o primeiro posto [[diplomacia|diplomático]] como vice-cônsul em [[Los Angeles]]. Com a morte do pai, em 1950, Vinicius de Moraes retornou ao Brasil. Nos anos 1950, Vinicius atuou no campo diplomático em [[Paris]] e em [[Roma]], onde costumava realizar animados encontros na casa do escritor [[Sérgio Buarque de Holanda]].
 
No final de 1968 foi afastado da carreira diplomática tendo sido aposentado compulsoriamente pelo [[Ato Institucional Número Cinco]].
 
O poeta estava em [[Portugal]], a dar uma série de espectáculos, alguns com [[Chico Buarque]] e [[Nara Leão]], quando o [[Ditadura militar no Brasil (1964-1985)|regime militar]] emitiu o AI-5. O motivo apontado para o afastamento foi o seu comportamento boêmio que o impedia de cumprir as suas funções. Vinícius foi anistiado (post-mortem) pela Justiça em 1998. A [[Câmara dos Deputados do Brasil|Câmara dos Deputados brasileira]] aprovou em fevereiro de 2010 a promoção póstuma do poeta ao cargo de "ministro de primeira classe" do [[Ministério dos Negócios Estrangeiros]] - o equivalente a [[embaixador]], que é o cargo mais alto da carreira diplomática. A lei foi publicada no Diário Oficial do dia 22 de junho de 2010 e recebeu o número 12.265.<ref>{{citar web |url=http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12265.htm |publicado=Planalto.gov.br |autor= |obra= |título= |data= |acessodata= }}</ref>
 
Vinicius começou a se tornar prestigiado com sua peça de teatro ''"[[Orfeu da Conceição]]"'', em 25 de setembro de 1956. Além da diplomacia, do teatro e dos livros, sua carreira musical começou a deslanchar em meados da década de 1950 - época em que conheceu o maestro [[Tom Jobim]] (um de seus grandes parceiros) -, quando diversas de suas composições foram gravadas por inúmeros artistas.<ref name="InfoEscola"/> Na década seguinte, Vinicius de Moraes viveu um período áureo na MPB, no qual foram gravadas cerca de 60 composições de sua autoria. Foram firmadas parcerias com compositores como [[Baden Powell]], [[Carlos Lyra]] e [[Francis Hime]].
 
Na década de 1970, já consagrado e com um novo parceiro, o violonista [[Toquinho]], Vinicius seguiu lançando álbuns e livros de grande sucesso.
 
Na noite de 8 de julho de 1980, acertando detalhes com Toquinho sobre as canções do álbum ''"Arca de Noé"'', Vinicius alegou cansaço e que precisava tomar um banho. Na madrugada do dia seguinte Vinicius foi acordado pela empregada, que o encontrara na banheira de casa, com dificuldades para respirar. Toquinho, que estava dormindo, acordou e tentou socorrê-lo, seguido por Gilda Mattoso (última esposa do poeta), mas não houve tempo e Vinicius de Moraes morreu pela manhã.
 
== Carreira artística ==
=== O início ===
[[Imagem:Pierre-Seghers Vinicius-Moraes.jpg|thumb|340px|Vinicius com o poeta francês [[Pierre Seghers]].]]
No fim da década de 1920, Vinicius de Moraes produziu letras para dez canções gravadas - nove delas parcerias com os Irmãos Tapajós. Seu primeiro registro como letrista veio em 1928, quando compôs (com Haroldo) "Loira ou Morena", gravado em 1932 pela dupla de irmãos. Vinicius teve publicado seu primeiro livro de [[poesia|poemas]], ''[[O Caminho para a Distância]]'', em 1933, e lançou outros livros de poemas nessa década.<ref name="UOL - Educação"/> Foram também gravadas outras canções de sua autoria, como "Dor de uma Saudade" (composta com Joaquim Medina), gravada em 1933 por [[João Petra de Barros]] e Joaquim Medina, "O Beijo Que Você Não Quis Dar" (composta com Haroldo Tapajós) e "Canção da Noite" (composta com Paulo Tapajós), ambas gravadas em 1933 pelos Irmãos Tapajós e também "Canção para Alguém" (composta com Haroldo Tapajós), gravada pelos mesmos um ano depois.<ref name="InfoEscola"/>
 
Ainda na década de 1930, Vinicius de Moraes estabeleceu amizade com os poetas [[Manuel Bandeira]], [[Mário de Andrade]] e [[Oswald de Andrade]]. Em sua fase considerada [[Misticismo|mística]], ele recebeu o Prêmio Felipe D'Oliveira pelo [[livro]] ''Forma e Exegese'', de 1935. No ano seguinte, lançou o livro ''Ariana, a Mulher''.
 
Declarava-se, na juventude, partidário do [[Ação Integralista Brasileira|Integralismo]], partido brasileiro de inspiração [[fascismo|fascista]].<ref>NARLOCH, Leandro: "Eles Estão Entre Nós", in: revista Aventuras na História, ed. 31 de março de 2006, [[editora Abril]], São Paulo, ISSN 18062415</ref>
 
=== Mudança de fase ===
Na década de 1940 suas obras literárias foram marcadas por versos em linguagem mais simples, sensual e excitante, por vezes, carregados de temas sociais. Vinicius de Moraes publicou os livros ''Cinco Elegias'' (1943), que marcou esta nova fase, e ''[[Poemas, Sonetos e Baladas]]'' (1946); obra ilustrada com 22 desenhos de [[Carlos Leão]]. Atuando como [[jornalista]] e [[crítico de cinema]] em diversos jornais, Vinicius lançou em 1947, com Alex Vianny, a revista ''Filme''. Dois anos depois, publicou em [[Barcelona]] o livro ''Pátria Minha''.
 
No âmbito político, depois de viajar ao [[Nordeste do Brasil|Nordeste]] em 1942, na companhia do escritor estadunidense Waldo Frank, torna-se um antifascista convicto<ref>{{Citar web|autor= |título= A última entrevista de Vinícius de Moraes|url=http://www.revistabula.com/369-a-ultima-entrevista-de-vinicius-de-moraes|publicado=revistabula.com |obra= |data= |acessodata=8 de janeiro de 2014}}</ref> e passa a se influenciar por ideias [[Comunismo|comunistas]].<ref>{{citar web |autor= |título="Querido Poeta" mergulha no cotidiano de Vinicius de Moraes: |url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u33118.shtml |publicado=folha.com.br |obra= |data= |acessodata=8 de janeiro de 2014}}</ref>
 
De volta ao Brasil no início dos anos 1950, após servir ao [[Palácio do Itamaraty (Rio de Janeiro)|Itamaraty]] nos [[Estados Unidos]], Vinicius começou a trabalhar no jornal ''[[Última Hora]]'', exercendo funções burocráticas na sede do [[Ministério das Relações Exteriores (Brasil)|Ministério das Relações Exteriores]].
 
Em 1953, [[Aracy de Almeida]] gravou "Quando Tu Passas Por Mim", primeiro [[samba]] de sua autoria. Escrita com [[Antônio Maria de Araújo Morais|Antônio Maria]], a canção foi dedicado à esposa [[Tati de Moraes]] - e marcava também o fim do seu casamento. Ainda naquele ano, Vinícius foi para [[Paris]] como segundo secretário da embaixada brasileira. Aracy de Almeida também gravou "Dobrado de Amor a São Paulo" (outra parceria com Antônio Maria), em 1954.
 
=== Orfeu e o amigo Tom ===
{{Mais informações|[[Orfeu da Conceição]]}}
Em 1954, Vinícius publica sua coletânea de poemas, ''Antologia Poética'',<ref>[[#antologia|Morais (2003)]], Introdução</ref><ref>Há divergências com relação à publicação da Antologia. Por exemplo, na sua primeira publicação pela editora carioca A Noite, havia uma nota antecedendo os poemas que dizia "Los Angeles, junho de 1949". Entretanto, optou-se pela mesma data utilizada na Nova Antologia Poética publicada em 2003, onde se aponta como 1954 a data mais comum nas biografias, inferindo-se anuência do poeta com a data referida</ref> mesmo ano que publica sua peça teatral ''[[Orfeu da Conceição]]'', premiada no concurso do IV Centenário de [[São Paulo (cidade)|São Paulo]] e publicada na revista ''Anhembi''. Dois anos depois, quando Vinicius buscava alguém para musicar a peça, e aceitou a sugestão do amigo Lúcio Rangel para trabalhar com um jovem pianista, [[Antônio Carlos Jobim|Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim]], que na época tinha 29 anos e vivia da venda de músicas e arranjos nos inferninhos de [[Copacabana]].<ref>[[#letras|Morais (2005)]], pg.14</ref>
 
Do encontro entre Vinícius e Tom nasceria uma das mais fecundas parcerias da música brasileira, que a marcaria definitivamente. Os dois compuseram a [[banda sonora|trilha sonora]], que incluía "Lamento no Morro", "Se Todos Fossem Iguais A Você", "Um Nome de Mulher", "Mulher Sempre Mulher" e "Eu e Você" e foram lançadas em disco por Roberto Paiva, Luiz Bonfá e Orquestra. A peça estreou no [[Teatro Municipal do Rio de Janeiro]]. Além destas canções, a dupla Vinicius e Tom compuseram, entre outros clássicos, "A Felicidade", "Chega de Saudade", "[[Eu sei que vou te amar (canção)|Eu sei que vou te amar]]", "[[Garota de Ipanema]]", "Insensatez", entre outras belas canções.
 
Entre 1957 a 1958, o [[diretor de cinema]] [[França|francês]] [[Marcel Camus]] filmou "Orfeu do Carnaval" no Rio de Janeiro, filme este que recebeu o nome de ''[[Orfeu Negro]]''. Vinicius compôs para o filme "A Felicidade" e "O Nosso Amor". Um ano depois, o filme seria contemplado com a [[Palma de Ouro]] no [[Festival de Cinema de Cannes]] e o [[Oscar de melhor filme estrangeiro]].
 
Em 1957 teve sua carreira diplomática transferida para [[Montevidéu]], onde permaneceu por três anos.
 
=== A Bossa Nova ===
[[Imagem:Vinicius de Moraes.jpg|thumb|260px|Caricatura do poeta.]]
O ano de 1958 marcaria o início de um dos movimentos mais importantes da música brasileira, a [[Bossa Nova]]. A pedra fundamental do movimento veio com o álbum "Canção do Amor Demais", gravado pela cantora [[Elizeth Cardoso]]. Além da faixa-título, o antológico LP contava ainda com outras canções de autoria da dupla Vinicius e Tom, como "Luciana", "Estrada Branca", "Outra Vez" e "[[Chega de Saudade]]", em interpretações vocais intimistas.
 
"Chega de Saudade" foi uma canção fundamental daquele novo movimento, especialmente porque o álbum de Elizeth contou com a participação de um jovem violonista, que com seu inovador modo de tocar o violão, caracterizado por uma nova batida, marcaria definitivamente a bossa nova e a tornaria famosa no mundo inteiro a partir dali. O nome deste violonista é [[João Gilberto]].<ref name="InfoEscola"/> A importância do disco "Canção do Amor Demais" é tamanha que ele é tido como referência por muitos artistas como [[Chico Buarque]] e [[Caetano Veloso]].
 
Várias das composições de Vinicius foram gravadas na metade final daquela década por outros artistas. [[Joel de Almeida]] gravou "Loura ou Morena" (1956). No ano seguinte, Aracy de Almeida gravou ''"Bom Dia, Tristeza"'' (composta com [[Adoniran Barbosa]]), [[Tito Madi]] gravou "Se Todos Fossem Iguais A Você", [[Bill Farr]] gravou "Eu Não Existo Sem Você", [[Agnaldo Rayol]] gravou "Serenata do Adeus" e [[Albertinho Fortuna]] gravou "Eu Sei Que Vou Te Amar". "O Nosso Amor" e "A Felicidade" foram duas das canções mais lançadas no final daquela década. A primeira foi gravada por Lueli Figueiró e Diana Montez, ambas em 1959. Já a segunda foi lançada por Lueli Figueiró, Lenita Bruno, [[Agostinho dos Santos]] e João Gilberto.
 
Servindo ao Itamaraty em [[Montevidéu]] desde 1957, Vinicius de Moraes deixaria a embaixada brasileira no [[Uruguai]] somente em 1960. Suas canções continuaram sendo gravadas por muitos artistas no início da década de 1960. Foram lançadas "Janelas Abertas" (composta com Tom Jobim), por Jandira Gonçalves, e "Bate Coração", (composta com Antônio Maria), por Marianna Porto de Aragão, cantora cultuada na época como uma das vozes mais poderosas de toda uma geração de cantoras.
 
=== Novas parcerias ===
No ano seguinte, Vinicius registrou pela primeira vez sua voz, em um álbum contendo os sambas ''"Água de Beber"'' e ''"Lamento no Morro"'', novamente parcerias com Tom Jobim. O poeta teria também um novo parceiro naquele período, o cantor, compositor e violonista [[Carlos Lyra]]. Com ele, Vinicius iria compor clássicos como "Você e Eu", "Coisa Mais Linda", "A Primeira Namorada" e "Nada Como Te Amar". Ainda em 1961, o [[Teatro Santa Rosa]] foi inaugurado no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]] com "Procura-se uma rosa", peça de autoria de Vinicius, [[Pedro Bloch]] e [[Gláucio Gil]] - filmada depois pelo cinema italiano com o nome de "Una Rosa per Tutti" (o [[longa-metragem]] foi rodado no Rio e estrelado por [[Claudia Cardinale]]).
 
Em 1962, a Banda do Corpo de Bombeiros fluminense gravou "Serenata do Adeus", um ano após gravarem "Rancho das Flores", marcha-rancho com versos do poeta sobre tema de ''Jesus, Alegria dos Homens'', de [[Johann Sebastian Bach]]. Ainda naquele ano, enquanto "Canção da Eterna Despedida" (composta com Tom Jobim) "Em Noite de Luar" (composta com [[Ary Barroso]]) foram gravadas por [[Orlando Silva]] e [[Ângela Maria]], respectivamente, Vinicius de Moraes publicou três livros: ''Antologia Poética'', ''Procura-se Uma Rosa'' e ''Para Viver Um Grande Amor''.
 
Com [[Pixinguinha]], compôs a trilha sonora do filme ''Sol sobre a Lama'', de [[Alex Vianny]], escrevendo as letras para os [[chorinho]]s "Lamento" e "Mundo Melhor". Também naquele período, nasceu a parceria com o compositor e violonista [[Baden Powell]]. Desta, resultariam inúmeros sucessos, como "Apelo", "Canção de Amor", "Canto de Ossanha", "Formosa", "Mulher Carioca", "Paz", "Pra Que Chorar", "Samba da Bênção", ''"Samba Em Prelúdio"'', "Só Por Amor", "Tem Dó", "Tempo Feliz", entre outras.
 
Em agosto de 1962, com Tom Jobim, João Gilberto e o grupo [[Os Cariocas]], Vinicius de Moraes participou de "Encontro", um dos mais importantes concertos da bossa nova e realizado na boate "Au Bon Gourmet", no Rio de Janeiro. Neste show, foram lançadas clássicos da [[música popular brasileira]] como "Ela é Carioca", "Garota de Ipanema", "Insensatez", "Samba do Avião" e "Só Danço Samba". Naquela mesma casa noturna foi montada "Pobre Menina Rica", mais uma peça do poeta, cuja trilha sonora trazia canções como ''"Sabe Você", "Primavera" e "Samba do Carioca" (lançando a cantora [[Nara Leão]]),<ref name="InfoEscola"/> ambas parcerias com Carlos Lyra. Ainda naquele ano, Vinicius comporia com Lyra ''"Marcha da Quarta-feira de Cinzas" e "Minha Namorada".
 
Várias daquelas seriam gravadas em 1963. [[Jorge Goulart]] gravou "Marcha da Quarta-feira de Cinzas", Elizeth Cardoso gravou "Mulher Carioca" e "Menino Travesso" (composta com [[Moacir Santos]]), [[Elza Soares]] gravou "Só Danço Samba", [[Pery Ribeiro]] e o [[Tamba Trio]] gravaram "Garota de Ipanema" e [[Jair Rodrigues]] gravou ''"O Morro Não Tem Vez"'' (composta com Tom Jobim).
 
Naquele mesmo período, Vinicius de Moraes lançou com a [[atriz]] [[Odete Lara]] seu primeiro álbum: ''[[Vinicius e Odete Lara]]''. Com arranjos e regência do poeta Moacir Santos, o LP continha canções da parceria com Baden Powell, como "Berimbau", "Mulher Carioca", "Samba em Prelúdio" e "Só por Amor", entre outras. Ainda em 1963, o selo Copacabana lançou o álbum ''"Elizeth Interpreta Vinicius"'', contendo as parcerias do poetinha com Baden Powell, Moacir Santos (e arranjos deste), Nilo Queiroz e [[Vadico]].
 
=== Retorno ao Brasil ===
Em 1964, Vinicius retornou ao Brasil e logo se apresentou na boate "Zum Zum", ao lado de [[Dorival Caymmi]], [[Quarteto em Cy]] e o [[Oscar Castro Neves|Conjunto de Oscar Castro Neves]]. O concerto teve grande repercussão nos meios artísticos e foi lançado em LP pelo selo Elenco, contendo composições como "Bom-dia, Amigo" (parceria com Baden Powell), "Carta ao Tom", "Dia da Criação" e "Minha Namorada" (parcerias com Carlos Lyra), e "Adalgiza", "...Das Rosas", "História de Pescadores" e "Saudades da Bahia" (parcerias com o cantor, compositor e violonista Dorival Caymmi).<ref name="InfoEscola"/>
 
Duas canções de Vinicius de Moraes concorreram, em 1965, o I Festival Nacional de Música Popular Brasileira (da extinta [[TV Excelsior]]). "Arrastão" (composta com [[Edu Lobo]]), defendida por [[Elis Regina]], ficou com o primeiro lugar, e "Valsa do Amor que Não Vem" (parceria com Baden Powell), defendida por Elizeth Cardoso, ficou com o segundo lugar. Também com o arranjador, cantor e instrumentista Edu Lobo, Vinicius compôs "Zambi" e "Canção do Amanhecer" - canções que se engajaram no clima de protesto da época e foram apresentadas em projetos do Centro Popular de Cultura da [[União Nacional dos Estudantes]] (UNE). Por um breve período, Vinicius foi designado para trabalhar na delegação do Brasil junto à [[UNESCO]], na [[Europa]]. O poeta também trabalhou com o diretor [[Leon Hirszman]] no roteiro do filme ''[[Garota de Ipanema (filme)|Garota de Ipanema]]'', voltou a se apresentar no Zum Zum com Dorival Caymmi e lançou o livro "Cordélia e o Peregrino".
 
Ainda em 1965, o [[Teatro Municipal de São Paulo]] foi o palco de uma homenagem para o poetinha, com o show ''Vinicius: Poesia e Canção'', espetáculo que contou com a participação da [[Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo]] (sob a regência do maestro [[Diogo Pacheco]]). As composições apresentadas receberam arranjos dos maestros Guerra Peixe, Radamés Gnattali, Luís Eça, Gaya e Luís Chaves e contou com intérpretes com [[Carlos Lyra]], Edu Lobo, Suzana de Morais, [[Francis Hime]], [[Paulo Autran]], [[Cyro Monteiro]] e Baden Powell. Quando o poeta terminou a apresentação de "Se Todos Fossem Iguais A Você", a plateia respondeu com dez minutos ininterruptos de aplausos.
 
Em 1966, foi lançado o álbum ''[[Os Afro-sambas (1966)|Os Afro-Sambas]]'', com suas composições em parceria com Baden Powell. Constam do repertório do disco "Canto de Ossanha", "Canto de Xangô", "Canto de Iemanjá" e "Lamento de Exu", entre outras, além da participação de Powell tocando violão. Naquele mesmo período, Vinicius participou do concerto ''Pois É'', no Teatro Opinião, ao lado de [[Maria Bethânia]] e [[Gilberto Gil]]. No espetáculo dirigido pelo arranjador, compositor, maestro e pianista [[Francis Hime]], o público carioca conheceu pela primeira vez as canções de Gilberto Gil. Ainda naquele ano, lançou o livro de crônicas ''Para Uma Menina Com Uma Flor'' e também foi convidado a participar do júri do [[Festival de Cannes]]. Na ocasião, descobriu que sua canção "Samba da Bênção" havia sido utilizada, sem os devidos créditos, na trilha sonora do filme ''Um Homem e Uma Mulher'', do diretor francês [[Claude Lelouch]], vencedor do festival. Após uma ameaça de processo, a obra de Lelouch creditou a canção de Vinicius. O ano de 1967 marcou a estreia do filme ''Garota de Ipanema'', baseado no [[Garota de Ipanema|sucesso homônimo]] de Vínicius e Tom Jobim. É a canção brasileira mais conhecida no mundo depois de "[[Aquarela do Brasil]]" (de Ary Barroso). Ainda naquele período, Vinícius organizou um festival de artes em [[Ouro Preto]] e excursionou para a [[Argentina]] e o Uruguai.
 
=== Aposentadoria compulsória ===
Em 1968, Vinicius de Moraes participou de shows em [[Lisboa]], na companhia de [[Chico Buarque]] e Nara Leão. Também naquele ano, a convite do crítico [[Ricardo Cravo Albin]], Vinicius prestou histórico depoimento para o [[Museu da Imagem e do Som (Rio de Janeiro)|Museu da Imagem e do Som]] (de onde era membro do Conselho Superior de MPB).
 
Mas o ano de 1968 marcou o fim da carreira diplomática de Vinicius de Moraes. Após 26 anos de serviços prestados ao MRE, Vinicius foi aposentado pelo [[AI-5|Ato Institucional 5]], criado pela [[ditadura militar brasileira]], fato que o magoou profundamente. No dia em que o ato era editado, Vinicius encontrava-se em Portugal onde realizava um concerto. Após este espetáculo, estudantes [[António de Oliveira Salazar|salazaristas]] estavam aglomerados na porta do teatro para protestar contra o poeta. Avisado disto e aconselhado a se retirar pelos fundos do teatro, o poetinha preferiu enfrentar os protestos e, parando diante dos manifestantes, começou a declamar ''"Poética I"'' ("De manhã escureço/De dia tardo/De tarde anoiteço/De noite ardo"). Então, um dos jovens tirou a capa do seu traje acadêmico e a colocou no chão para que Vinicius pudesse passar sobre ela — ato imitado pelos outros estudantes e que, em Portugal, é uma forma tradicional de homenagem acadêmica.
 
Segundo entrevista publicada pela [[Revista Veja]] em 12 de janeiro de 2000, o ex-presidente [[João Figueiredo]] explicou as reais causas da demissão do poeta do Itamaraty:
"Ele até diz que muita gente do [[Ministério das Relações Exteriores (Brasil)|Itamaraty]] foi cassada ou por corrupção ou por pederastia. É verdade. Mas no caso dele foi por vagabundagem mesmo. Eu era o chefe da Agência Central do [[Serviço Nacional de Informações|Serviço]] e recebíamos constantemente informes de que ele, servindo no consulado brasileiro de [[Montevidéu]], ganhando {{fmtn|6000}} dólares por mês, não aparecia por lá havia três meses. Consultamos o Ministério das Relações Exteriores, que nos confirmou a acusação. Checamos e verificamos que ele não saía dos botequins do Rio de Janeiro, tocando violão, se apresentando por aí, com copo de uísque do lado. Nem pestanejamos. Mandamos brasa."
 
A reabilitação ao corpo diplomático brasileiro só ocorreu trinta anos depois de sua morte por meio da Lei 12.265 de 21 de junho de 2010.<ref>{{citar web |autor= |título=Presidência da República: |url=http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12265.htm |publicado=Planalto.gov.br |obra= |data= |acessodata= }}</ref> Em cerimônia no Palácio do Itamaraty, Vinicius de Moraes foi elevado ao cargo de ministro de exterior, cargo semelhante ao de [[embaixador]].<ref>{{citar web |autor= |título=Vinicius de Moraes - Embaixador do Brasil: |url=http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/notas-a-imprensa/cerimonia-de-promocao-i-post-mortem-i-de-vinicius-de-moraes |publicado=Itamaraty.gov.br |obra= |data= |acessodata= }}</ref>
 
Em 1969, Vinicius de Moraes publicou o livro ''Obra Poética'' e se apresentou ao lado de [[Maria Creuza]] e [[Dorival Caymmi]] em [[Punta del Este]]. O poetinha também fez recital na Livraria Quadrante, em [[Lisboa]], apresentando, entre outros, os poemas "A Uma Mulher", "O Falso Mendigo", "Sob o Trópico de Câncer" (no qual trabalhou durante nove anos) e "Soneto da Intimidade". O evento foi gravado ao vivo e lançado em LP pelo selo Festa. Ainda naquele ano, Vinicius fez apresentações em [[Buenos Aires]], ao lado de Caymmi, Baden Powell, Quarteto em Cy e [[Oscar Castro Neves]].
 
=== Parceria com Toquinho ===
[[Imagem:Itapua lighthouse3.jpg|thumb|230px|Praia de Itapuã, em Salvador, onde Vinícius residiu e compôs algumas de suas canções com Toquinho.]]
Naquele mesmo período, iniciou suas primeiras composições com um novo parceiro, o violonista [[Toquinho]]. Desta parceria, viriam clássicos como "Como Dizia o poeta", "Tarde em Itapoã" e "Testamento".
 
Em 1970, Vinicius se apresentou na casa de espetáculo carioca [[Canecão]], com o parceiro [[Tom Jobim]], o violonista Toquinho e a cantora [[Miúcha]]. O show, que relembrou a trajetória do poeta, ficou quase um ano em cartaz devido ao grande sucesso obtido. Outra apresentação marcante de Vinícus de Moraes, ao lado de Toquinho e da cantora [[Maria Creuza]], foi na cidade argentina de [[Mar del Plata]], na boate La Fusa. O concerto resultaria no LP ao vivo ''[[En La Fusa con Maria Creuza y Toquinho|Vinicius En La Fusa]]'', uma das mais belas joias gravadas ao vivo da música brasileira. No repertório, interpretado de modo espetacular pela cantora [[Bahia|baiana]], estavam entre outras "A Felicidade", "Garota de Ipanema", "Irene", "Lamento no Morro", "Canto de Ossanha" (canção muito aplaudida pela plateia argentina), "Samba em Prelúdio", "Eu Sei Que Vou Te Amar" (canção que contou ainda com a declamação do poetinha de "Soneto da Fidelidade", para delírio do público argentino), "Minha Namorada" e "Se Todos Fossem Iguais A Você", que encerrou o magnífico concerto. No ano seguinte, Vinicius voltou à Fusa para gravar um novo LP ao vivo, também com Toquinho, mas desta vez com a cantora [[Maria Bethânia]] nos vocais. Neste álbum estão presentes canções com "A Tonga da Mironga do Kabuletê", "Testamento" e "Tarde em Itapoã". Também em 1971, assinou com [[Chico Buarque]], sobre antigo choro de Garoto, a canção "Gente Humilde", grande sucesso gravada pelo próprio Chico e, pouco depois, por [[Ângela Maria]].
 
A parceria Vinicius/Toquinho excursionou por várias cidades brasileiras e também pelo exterior. Ainda em 1971, a dupla lançou seu primeiro LP de estúdio, com destaque para ''"Maria Vai com as Outras"'', ''"Morena Flor"'', ''"A Rosa Desfolhada"'' e ''"Testamento"''. Em 1972, eles lançaram o álbum ''"São Demais os Perigos Dessa Vida"'', contendo - além da faixa-título - grandes sucessos como ''"Cotidiano nº 2"'', ''"Para Viver Um Grande Amor"'' e ''"Regra três"''. Com Toquinho, também compôs a trilha sonora da [[telenovela]] ''"Nossa Filha Gabriela"'' (da extinta [[Rede Tupi|TV Tupi]]), registrada em disco naquele mesmo ano. No ano seguinte, a dupla se apresentou no show ''"O Poeta, a Moça e o Violão"'', com a cantora [[Clara Nunes]] no Teatro Castro Alves, em [[Salvador (Bahia)|Salvador]].
 
Em 1974, Vinicius e Toquinho compuseram "As Cores de Abril" e "Como É Duro Trabalhar", ambas incluídas na trilha sonora da novela ''[[Fogo Sobre Terra]]'', da [[Rede Globo]]. Naquele mesmo ano, a parceria lançou o álbum ''Toquinho, Vinicius e Amigos''. O disco teve as participações de Maria Bethânia (em "Apelo" e "Viramundo"), [[Cyro Monteiro]] ("Que Martírio" e "Você Errou", últimas gravações deste cantor), Maria Creuza ("Tomara" e "Lamento no Morro"), [[Sergio Endrigo]] ("Poema Degli Occhi" e "[[La Casa]]") e Chico Buarque ("Desencontro"). Ainda naquele ano, a dupla lançou "Vinicius e Toquinho", quarto álbum de estúdio da parceria, que trazia composições de autoria deles, como "Samba do Jato", "Sem Medo" e "Tudo Na Mais Santa Paz", e ainda "Samba pra Vinicius", homenagem ao poetinha de Toquinho e Chico Buarque, que fez uma participação especial no disco.
 
Em 1975, Vinicius de Moraes lançou o álbum "O Poeta e o Violão". Gravado em [[Milão]], o LP teve a participação especial dos maestros Bacalov e Bardotti. No mesmo ano, a gravadora Philips lançou o álbum ''"Vinicius e Toquinho"''. Deste LP, destaca-se "Onde Anda Você" - parceria com Hermano Silva e que alcançou grande sucesso. Ainda naquele ano, Vinicius lançou o livro de poemas infantis ''A Arca de Noé''. Foram lançados no ano seguinte os álbuns ''Ornella Vanoni, Vinicius de Moraes e Toquinho - La voglia, la pazzia, l'incoscienza e l'allegria'' e ''Deus lhe Pague'' - este com as composições da parceria Vinicius e Edu Lobo.
 
Vinicius teve publicado, em 1977, o livro ''O Breve Momento'', com 15 [[serigrafia]]s de [[Carlos Leão]]. Naquele ano, o selo Philips lançou o álbum ''"Antologia Poética"'', uma seleção da obra poética do poetinha e que teve a participação especial de Tom Jobim, Francis Hime e Toquinho. A gravadora [[Som Livre]] disponibilizou no mercado o LP ''Tom, Vinicius, Toquinho e Miúcha - Ao Vivo no Canecão''. Em 1978 foi lançado o álbum ''Vinicius e Amália'', gravado em Lisboa com a cantora portuguesa [[Amália Rodrigues]]. Naquele mesmo ano, foi editado o álbum ''"10 Anos de Toquinho e Vinicius"'' - uma coletânea de uma década de trabalhos da dupla. Em 1980 foi lançado o álbum ''Arca de Noé'', que trouxe diversos intérpretes para as composições infantis do poeta, musicadas a partir do livro homônimo. O disco gerou um especial infantil na Rede Globo, naquele mesmo ano.
 
=== Morte ===
Na madrugada de 9 de julho de 1980, Vinicius de Moraes começou a se sentir mal na banheira da casa onde morava, na Gávea, vindo a morrer pouco depois. O poeta passou o dia anterior com o parceiro e amigo Toquinho, com quem planejava os últimos detalhes do volume 2 do álbum "Arca de Noé". Foi sepultado no [[Cemitério de São João Batista (Rio de Janeiro)|Cemitério de São João Batista]] no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]].<ref>{{findagrave|17981075}}</ref> Em 1981, este LP foi lançado.
 
Mesmo após a morte, a obra musical de Vinicius manteve-se prestigiada na música brasileira. Foram lançados os álbuns ''Toquinho, Vinicius e Maria Creuza - O Grande Encontro'' (1988) e ''A História dos Shows Inesquecíveis - Poeta, Moça e Violão: Vinicius, Clara e Toquinho'' (1991), além de terem sido lançados livros sobre o poeta, como ''Vinicius de Moraes - Livro de Letras'' (1993), de [[José Castello]], ''Vinicius de Moraes'' (1995), também de [[José Castello]], ''"Vinicius de Moraes"'' (1997), de [[Geraldo Carneiro]] (uma edição ampliada do livro publicado em 1984). Ainda em 1993, [[Almir Chediak]] editou os três volumes do ''Songbook Vinicius de Moraes''.
 
Por ocasião dos vinte anos da morte do poeta, em 2000, a [[Praia de Ipanema]] foi o palco de um show em homenagem a Vinicius, que contou com a participação da [[Orquestra Sinfônica Brasileira]], [[Roberto Menescal]], [[Wanda Sá]], [[Zimbo Trio]], [[Os Cariocas]], [[Emílio Santiago]] e [[Toquinho]], interpretando composições de sua autoria.
 
Em 2003, ano em que o poeta completaria seu 90º aniversário, foram lançados vários projetos em tributo à sua criação artística. Também foi lançado o [[website]] oficial de Vinicius.
 
Em 2005, "The Girl from Ipanema", versão em inglês de "Garota de Ipanema", interpretada por [[Astrud Gilberto]], Tom Jobim, João Gilberto e [[Stan Getz]] e gravada em 1963, foi escolhida como uma das 50 grandes obras musicais da Humanidade pela [[Biblioteca do Congresso Americano]]. Ainda em 2005, estreou, na abertura da sétima edição do Festival do Rio, o [[documentário]] ''Vinicius'', dirigido por [[Miguel Faria Jr.]] e produzido por [[Suzana de Moraes]], filha do poeta, com a participação de Chico Buarque, Carlos Lyra, Caetano Veloso, Maria Bethânia, [[Adriana Calcanhoto]], [[Mariana de Moraes]] e [[Olívia Byington]], entre outros convidados. A trilha sonora do filme foi lançada em CD.
 
Em 2006, foi lançada a caixa ''"Vinicius de Moraes & Amigos"'', com cinco álbuns do poetinha, contendo 70 canções compiladas de fonogramas gravados por vários intérpretes e pelo próprio Vinicius (solo ou em dueto. A caixa incluiu ainda um livreto com a biografia do homenageado e as letras de todas as canções.
 
Em 2011, a escola [[GRES Império Serrano|Império Serrano]] falou sobre ele com o enredo : "A Benção, Vinicius".
 
== Obras ==