Resistência antibiótica: diferenças entre revisões

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O aumento da resistência aos medicamentos é causada principalmente pelo uso indevido de antimicrobianos em [[seres humanos]], bem como em [[animais]], e pela disseminação de [[cepa]]s resistentes entre os dois.<ref name="About Antimicrobial Resistance"/> Os antibióticos aumentam a pressão seletiva nas populações bacterianas, causando a morte de bactérias vulneráveis; isto aumenta a porcentagem de bactérias resistentes que continuam crescendo. Com a resistência aos antibióticos tornando-se mais comum, há uma maior necessidade de tratamentos alternativos. Pedidos de novas terapias com antibióticos foram emitidos, mas o desenvolvimento de novos medicamentos está se tornando mais raro.<ref>{{cite journal |last1=Cassir|first1=N|last2=Rolain|first2=JM|last3=Brouqui|first3=P|title=A new strategy to fight antimicrobial resistance: the revival of old antibiotics.|journal=Frontiers in Microbiology|date=2014|volume=5|pages=551|pmid=25368610|doi=10.3389/fmicb.2014.00551|pmc=4202707}}</ref>
 
Um relatório da [[Organização Mundial de Saúde]] (OMS) divulgado em abril de 2014 afirmou: "esta ameaça séria não é mais uma previsão para o futuro, está acontecendo agora em todas as regiões do mundo e tem o potencial de afetar qualquer pessoa, de qualquer idade, em qualquer país. A resistência aos antibióticos - quando as bactérias mudam, de modo que os antibióticos já não funcionam em pessoas que precisam delas para tratar infecções - agora é uma grande ameaça para a saúde pública".<ref name="who.int">[http://www.who.int/mediacentre/news/releases/2014/amr-report/en/ "WHO's first global report on antibiotic resistance reveals serious, worldwide threat to public health"] Retrieved 2014-05-02</ref> O aumento das chamadas públicas para ação coletiva global para enfrentar esta ameaça inclui propostas para tratados internacionais sobre resistência antimicrobiana.<ref name=Hoffman>{{cite journal |author1=Hoffman S.J. |author2=Outterson K. |author3=Røttingen J-A. |author4=Cars O. |author5=Clift C. |author6=Rizvi Z. |author7=Rotberg F. |author8=Tomson G. |author9=Zorzet A. | year = | title = An International Legal Framework to Address Antimicrobial Resistance | journal = Bulletin of the World Health Organization | volume = 93| issue = 2| page = 66 | doi = 10.2471/BLT.15.152710 | pmid=25883395 | date=Fevereiro de 2015 | pmc=4339972}}</ref> A resistência mundial aos antibióticos não está totalmente mapeada, mas os países mais pobres com sistemas de saúde deficientes são os mais afetados.<ref name="Swedish"/> De acordo com os [[Centros de Controle e Prevenção de Doenças]]: "Anualmente nos [[Estados Unidos]], ao menos 2 milhões de pessoas ficam infectadas com bactérias resistentes a antibióticos e pelo menos 23 mil pessoas morrem todos os anos como resultado direto dessas infecções".<ref>{{cite web|url=https://www.cdc.gov/drugresistance/|title=Antibiotic / Antimicrobial Resistance - CDC|date=18 de agosto de 2017|website=www.cdc.gov}}</ref> Existem múltiplos programas de monitoramento nacionais e internacionais sobre ameaças resistentes a medicamentos, como o [[Staphylococcus aureus resistente à meticilina|''Staphylococcus aureus'' resistente à meticilina]] (MRSA), a [[Betalactamase|betalactamase de espectro estendido]] (ESBL) e a [[Acinetobacter baumannii|''Acinetobacter baumannii'' multirresistente]] (MRAB).<ref name="CDC2013">{{Cite web|url=https://www.cdc.gov/drugresistance/biggest_threats.html|title=Biggest Threats - Antibiotic/Antimicrobial Resistance - CDC|website=www.cdc.gov|access-date=2016-05-05}}</ref>
 
== Causas ==
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== Superbactérias ==
[[Imagem:Kishony lab-The Evolution of Bacteria on a Mega-Plate.webm|thumb|upright=1.5|esquerda|thumbtime=106|A Evolução das Bactérias em uma "mega" [[placa de Petri]].<ref>{{Cite journal|last=Baym|first=Michael|last2=Lieberman|first2=Tami D.|last3=Kelsic|first3=Eric D.|last4=Chait|first4=Remy|last5=Gross|first5=Rotem|last6=Yelin|first6=Idan|last7=Kishony|first7=Roy|date=2016-09-09|title=Spatiotemporal microbial evolution on antibiotic landscapes|url=http://science.sciencemag.org/content/353/6304/1147|journal=Science|language=en|volume=353|issue=6304|pages=1147–1151|doi=10.1126/science.aag0822|issn=0036-8075|pmid=27609891}}</ref>]]
As bactérias KPC, superbactéria ou bactérias super-resistentes são a [[antibiótico]]s são um fenômeno recente, observado em pacientes que viajaram ao sul da [[Ásia]] para fazerem [[cirurgia plástica|cirurgias plásticas]] e retornaram a seus países. O primeiro estudo foi publicado em [[2009]], na revista médica ''[[The Lancet]]'' e se refere ao [[gene]] [[NDM-1]], encontrado até o momento nas bactérias ''[[Klebsiella pneumoniae]]'' e ''[[Escherichia coli]]'', que causam [[pneumonia]] e [[infecção urinária]]. Esse gene produz resistência até aos antibióticos da classe das [[carbapenemas]] e pode levar a uma preocupante [[pandemia]] em futuro próximo.
 
Segundo os [[cientista]]s da [[Universidade de Madras]], as novas bactérias chegaram à [[Grã-Bretanha]] trazidas por pacientes que viajaram à [[Índia]] ou ao [[Paquistão]] para realizarem tratamentos cosméticos. Ao acompanharem pacientes com sintomas suspeitos, eles encontraram 44 casos (1,5% dos investigados) em Chennai e 26 (8%) em Haryana, na Índia. Eles também detectaram a superbactéria em [[Bangladesh]] e no Paquistão, bem como em 37 casos na Grã-Bretanha. Os únicos antibióticos efetivos foram a [[tigeciclina]] e a [[colistina]].<ref>[http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Mundo&newsID=a3002834.xml Bactéria resistente a antibióticos se espalha pelo sul da Ásia e chega à Europa]. Zero Hora, acessado em 17 de agosto de 2010.</ref>
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{{quote|''quem corre mais risco de infecção são pacientes que estão com sonda, catéter, punção venosa ou em outra situação que possa favorecer a infecção bacteriana. Mas, para quem visita o paciente, o risco é de ser colonizado pela bactéria, algo muito diferente de ser contaminado. Ou seja, a bactéria pode estar presente nas mãos, nos braços e no trato digestivo do visitante que manteve contato com o paciente, mas ele só correrá o risco de contaminação se sua saúde estiver debilitada e ele estiver com a imunidade baixa''.}}
 
Segundo o médico David Uip, diretor do [[Instituto de Infectologia Emílio Ribas|Instituto Emílio Ribas]], unidade de referênia em [[infectologia]] no Brasil, o custo de desenvolvimento de novos [[antibiótico]]s é muito elevado e os laboratórios farmacêuticos podem não se interessar, exigindo-se portanto pesados investimentos públicos. Ele afirnou que os infectologistas brasileiros estão se valendo da [[polimixina]] para enfrentarem as supebactérias, mas isso poderá causar nova [[seleção bacteriana]]. A Sociedade Americana de Doenças Infecciosas estabeleceu como meta, até [[2020]], colocar dez novos produtos no mercado.<ref>Hermano Freitas e Marcelo Becker, [http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4749743-EI306,00-Medicos+pedem+pressa+em+antibiotico+contra+superbacteria.html Médicos pedem pressa em antibiótico contra superbactéria]. Portal Terra, acessado em 16 de novembro de 2010.</ref>
 
Em 2011, uma cepa de ''[[Staphylococcus aureus]]'' também foi identificada como uma bactéria resistente a todos os antibióticos. A amostra foi colhida no leite de vaca na Escócia, Inglaterra, Dinamarca, Irlanda e Alemanha, mas o mesmo germe se encontra em seres humanos, principalmente na pele. Geralmente o estafilococo só causa doença quando a pessoa se corta e essa variedade não é mais patogênica, mas resiste a qualquer antibiótico, tornando mais difícil o tratamento. Isso se deve a um [[gene]] chamado [[CFR]], que codifica uma proteína capaz de proteger o [[ribossomo]] da bactéria contra o antibiótico.<ref>[http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/06/novo-tipo-de-bacteria-superresistente-e-identificado-na-gra-bretanha.html Novo tipo de bactéria superresistente é identificado na Grã-Bretanha]. Portal G1, acessado em 4 de junho de 2011.</ref><ref>[http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/04/cientistas-explicam-como-grupo-de-bacterias-ficam-resistentes-drogas.html Cientistas explicam como grupo de bactérias fica resistente a drogas]. Portal G1, acessado em 4 de junho de 2011.</ref>