José Sócrates: diferenças entre revisões

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Não é, nem nunca foi "engenheiro"
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=== Educação ===
José Sócrates estudou na [[Escola Secundária Frei Heitor Pinto]] na [[Covilhã]]. Em 1975, inscreveu-se no [[Instituto Superior de Engenharia de Coimbra]] (ISEC), atualmente integrado no [[Instituto Politécnico de Coimbra]]. Em [[1979]], quatro anos após ingressar no ISEC, obteve o grau de [[bacharel]] em [[Engenharia Civil]]<ref>Os cursos de bacharelato em Engenharia do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra tinham, então, a duração de quatro anos.</ref><ref name="DLISE"> Cf. [http://dre.pt/pdf1sdip/1974/12/30311/01950200.pdf Decreto-Lei nº 830/74], de 31 de dezembro.</ref>, o que lhe conferiu o título profissional de [[engenheiro técnico]] civil<ref name="DLISE" />. De 1987 a 1993, esteve matriculado na [[Universidade Lusíada de Lisboa]], uma universidade privada, a cursar em [[Direito]], mas abandonou o curso<ref>{{citar web|url=http://publico.clix.pt/shownews.asp?id=1291082&idCanal=21|titulo=Sócrates estudou Direito na Universidade Lusíada|autor=|data=|publicado=[[Público (Portugal)|Público]]|acessodata=}}</ref>. Participou no curso de [[Engenharia Sanitária]] para engenheiros municipais da [[Escola Nacional de Saúde Pública]].
 
No ano letivo de 1994/95 ingressou no [[Instituto Superior de Engenharia de Lisboa]] (ISEL) da [[Universidade Técnica de Lisboa]], atualmente integrado no [[Instituto Politécnico de Lisboa]], onde completou o primeiro ano do curso de estudos superiores especializados em Engenharia Civil, curso conducente ao diploma de estudos superiores especializados que, nos termos da lei, confere o grau de [[Licenciatura|licenciado]]<ref>Cf. n.º 7 do artigo 13.º da Lei de Bases do Sistema Educativo ([http://dre.pt/pdf1sdip/1986/10/23700/30673081.pdf Lei n.º 46/86, de 14 de outubro]).</ref>. Optou, entretanto, por se inscrever na [[Universidade Independente]], uma universidade privada sediada em [[Lisboa]], para aí concluir a [[licenciatura]] em Engenharia Civil o que ocorreu em 1996<ref name="DIPL" />.
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Frequentou o [[Mestrado]] no [[ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa|Instituto Universitário de Lisboa]] (ISCTE-IUL), tendo-lhe sido atribuído, em 2005, o diploma de [[MBA]], referente à parte lectiva do mestrado que frequentou, que ele obteve após ter realizado com sucesso o primeiro semestre de um programa de graduação de dois anos de Mestrado do ISCTE, que não concluiu.<ref>{{citar web|url=http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=28094|titulo=Director do Público admite «confusão» no caso do MBA de José Sócrates|autor=|data=|publicado=[[Sol (jornal)|jornal Sol]]|acessodata=}}</ref><ref>{{citar web|url=http://archive.is/20120716093131/http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=28094|titulo=Director do Público admite «confusão» no caso do MBA de José Sócrates|autor=|data=|publicado=Sol|acessodata=}}</ref>
 
Em Março de 2007, já como Primeiro-ministro, a licenciatura de José Sócrates em Engenharia Civil, obtida na Universidade Independente, foi posta em causa,<ref name=autogenerated1>{{citar web|url=http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1289019|titulo=Há falhas no dossier de José Sócrates na Universidade Independente|autor=|data=|publicado=Público|acessodata=}}</ref> bem como o uso do título ''"[[engenheiro]]''" quando ainda era ''"[[engenheiro técnico]]''"<ref name=autogenerated2>{{citar web|url=http://www.rtp.pt/index.php?article=278954&visual=16&rss=0|titulo=PSD comunicou a Gama que registos de Sócrates eram assunto encerrado|autor=|data=|publicado=[[Rádio e Televisão de Portugal]]|acessodata=}}</ref> ou sendo apenas ''licenciado em engenharia civil''. Essas circunstâncias a provocar [[José Sócrates#Caso Sócrates-Independente|maior controvérsia do ano]]<ref name=autogenerated1/>.
 
Uma investigação oficial sobre a validade das habilitações de José Sócrates concluiu que ele não incorreu em qualquer ilegalidade, contudo a Universidade Independente foi encerrada em 2007 por falta de qualidade pedagógica e má conduta ética e administrativa, através de um processo paralelo movido pelo [[Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior]]. Já em 2015, concluiu o Ministério Público pela nulidade do seu percurso académico .<ref>{{Citar web|título = Universidade Independente - Equivalências de Sócrates na Independente foram consideradas nulas - Portugal - DN|URL = http://www.dn.pt/portugal/interior/curso-de-socrates-e-nulo-mas-ele-continua-a-ser-engenheiro-4932521.html|obra = DN|acessadoem = 2016-01-27}}</ref> Em Outubro de 2017, sendoa mantido[[Ordem odos títuloEngenheiros]] deesclareceu engenheiroque porJosé respeitoSócrates aonão princípioestá, danem segurançanunca jurídicaesteve, inscrito na [[Ordem dos Engenheiros]], não sendo assim portador do título profissional de "engenheiro".<ref name="publ_Asse" />
 
===Mestrado===
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Durante a sua actuação como projectista de edifícios na [[Guarda]],<ref name=21Projectos/> foi alvo de duas repreensões por unanimidade pela [[Câmara da Guarda]], ameaças de sanções legais e severas críticas dos serviços camarários,<ref>{{citar web|url=http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/camara-da-guarda-afastou-jose-socrates-da-direccao-de-obras-nos-anos-90-e-repreendeuo-por-desleixo-profissional_1430777|titulo=Câmara da Guarda afastou José Sócrates da direcção de obras nos anos 90 e repreendeu-o por desleixo profissional|autor=|data=|publicado=|acessodata=6 de Abril de 2010}}</ref> por causas das faltas de qualidade dos seus projectos e de acompanhamento das obras, a chegar a ser ameaçado com sanções disciplinares<ref>{{citar web|url=http://www.publico.clix.pt/Pol%C3%ADtica/socrates-assinou-21-projectos-de-casas-quando-era-exclusivo-na-ar_1430777|titulo=Sócrates assinou 21 projectos de casas quando era exclusivo na AR |autor=|data=|publicado=|acessodata=5 de Abril de 2010}}</ref>.
 
Não obstante ter trabalhado na área da [[Engenharia Civil]], José Sócrates não está, nem nunca esteve, inscrito na [[Ordem dos Engenheiros]], não sendo portador do título profissional de "engenheiro". <ref name="publ_Asse">{{Citar web| título = Assembleia da República. Ordem garante que Sócrates não é engenheiro | último = Alvarez | primeiro = Luciano| obra = PÚBLICO| data = | acessadoem = 20 de Outubro de 2017 | url = https://www.publico.pt/2017/10/20/politica/noticia/ordem-garante-que-socrates-nao-e-engenheiro-1789625| língua = pt | citação = }}</ref>
 
==== Comercial ====
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=== Política ===
A carreira política de Sócrates iniciou-se logo após a [[Revolução dos Cravos]] em [[1974]]. Foi um membro-fundador da [[Juventude Social Democrata]] (JSD), sector juvenil do [[Partido Social Democrata (Portugal)|Partido Social Democrata]] da Covilhã, de onde saiu, logo no [[1975|ano seguinte]], em razão dos estudos em [[Coimbra]]. Em 1981, mudou a filiação política, do [[Partido Social Democrata (Portugal)|Partido Social Democrata]] para o [[Partido Socialista (Portugal)|Partido Socialista (PS)]]. Já no Partido Socialista, ao qual se filiou e está até hoje, tornou-se em 1983 presidente da [[Concelhia da Covilhã]] e presidente da federação distrital de [[Castelo Branco]], cargo que ocupou de 1986 a 1995. José Sócrates foi admitido como "[[engenheiro técnico]]" pela Câmara da Covilhã. Em julho de 2013, pediu a exoneração dessa função dos quadros da Câmara Municipal da Covilhã, embora já lá não trabalhasse, de facto, há mais de duas décadas: esteve requisitado enquanto ocupou funções governativas e em regime de licença sem vencimento desde que deixou o Governo, em Julho de 2011<ref>{{citar web|URL=http://expresso.sapo.pt/socrates-deixa-camara-da-covilha=f817643|título=Sócrates deixa Câmara da Covilhã|autor=|data=|publicado=|acessodata=}}</ref>.
 
Em 1987, foi eleito pela primeira vez [[deputado]] à [[Assembleia da República]], a representar o [[distrito (subdivisão)|distrito]] de [[distrito de Castelo Branco|Castelo Branco]]. A sua primeira intervenção enquanto deputado numa questão de âmbito nacional consistiu na defesa de [[projecto-lei]] a legalizar a possibilidade da prática do nudismo no País<ref>{{citar web|url=http://dn.sapo.pt/2008/04/21/nacional/quando_socrates_defendeu_o_nudismo.html|titulo=Quando Sócrates defendeu o nudismo|autor=|data=21 de Abril de 2008|publicado=Diário Nacional|acessodata=}}</ref>.
 
Sócrates foi derrubado pela Câmara do Município da Guarda em 1990 e 1991<ref name=21Projectos/>, após ter sido avisado várias vezes devido à má qualidade dos projectos de construção e falta de acompanhamento das obras de construção<ref name=21Projectos/>. Sócrates foi ameaçado com sanções disciplinares para os erros cometidos na direcção técnica de obras particulares cujos projectos ele era o autor, mas apesar de ser afastado desta função, nunca foi punido<ref name=21Projectos/>. Além disso, como membro do Parlamento, Sócrates não era permitido por lei para trabalhar como [[engenheiro técnico]], entre 1987 e 1991<ref name=21Projectos/>.
 
De 1989 a 1996, actuou como membro da [[Assembleia Municipal da Covilhã]]. Serviu como [[porta-voz]] de assuntos ambientais do Partido Socialista de 1991 a 1995. Em 1991, a sua personalidade como deputado chamou a atenção dos dirigentes do partido e passou a integrar o Secretariado Nacional do Partido Socialista. Em 1995, tornou-se membro do primeiro Governo de [[António Guterres]], a ocupar o cargo de secretário de Estado Adjunto do ministro do Ambiente. Em 1997, tornou-se ministro-adjunto do primeiro-ministro, com as tutelas da [[Toxicodependência]], [[Juventude]] e [[Desporto]]. Foi nessa qualidade, que se tornou num dos impulsionadores e organizadores da realização em Portugal, do [[Campeonato Europeu de Futebol de 2004|Euro 2004]].