Piotr Kropotkin: diferenças entre revisões

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{{quote|''Quando Huxley, querendo lutar contra o socialismo, publicou em 1888 na "The Nineteenth Century", seu atroz artigo "Struggle for Existence", decidi apresentar em forma compreensível minhas objeções a seu modo de entender à referida luta, o mesmo entre os animais que entre os homens, materiais que estive acumulando durante seis anos. Falei em particular para os meus amigos; mas fiz com que que a interpretação de luta pela existência, no sentido do grito de guerra "Ai dos vencidos!" elevado à altura de uma regra da natureza e revelado pela ciência, estava tão profundamente arraigada neste país, que havia se convertido pouco menos que um dogma.''|P. Kropotkin, [http://www.antorcha.net/biblioteca_virtual/historia/memorias/6c.html ''Memórias de um revolucionário'']}}[[Ficheiro:Gegenseitige Hilfe.png|thumb|right|230px|A página titular de ''[[Mutualismo: Um Fator de Evolução]]'' da primeira edição em alemão traduzida por [[Gustav Landauer]] e publicada em [[1904]].]] Em [[1888]], Kropotkin começou a escrever sua obra sociológica, separada em três artigos publicados na ''The Nineteenth Century'' (“A queda de nosso sistema industrial;” “O futuro reino da abundância;” e, “A cidade industrial do futuro”) que constituiriam as bases do livo ''Campos, fábricas e oficinas'', que publicaria posteriormente. Nesta época, expôs em suas conferências suas ideias sobre a livre distribuição, o trabalho voluntário e a abolição do sistema salarial, baseando-se no princípio: “De cada qual segundo a sua capacidade, a cada qual segundo a sua necessidade”.<ref>''[[Ibid.]]'', pp. 212</ref>
 
Ao longo do ano de [[1889]], escreveu artigos para ''Le Revolté'' e ''The Nineteenth Century'' sobre a [[revolução francesa]] e suas consequências, e em março de [[1890]] publicou o ensaio ''Trabalho intelectual e trabalho manual''. A partir de setembro de [[1890]], publicou na ''The Nineteenth Century'' os primeiros ensaios em resposta a [[Thomas Henry Huxley]], que seriam reunidos finalmente naquela que viria a ser sua obra científica mais prestigiosa: ''[[Mutualismo: Um Fator de Evolução]].''<ref>{{Smallcaps|Ángel J. Cappelletti}}, ''Introducción a la tercera edición en español'' ''in'' P. Kropotkin, ''[http://www.nodo50.org/fau/teoria_anarquista/kropotkin/3.htm El apoyo mutuo: Un factor de la evolución]'', Madrid: Madre Tierra, 1989, pp. 8</ref> Durante [[1892]], escreveu regularmente artigos de divulgação científica para este mesmo periódico, explorando temáticas tão diversas como [[geologia]], [[biologia]], [[física]] e [[química]]; também foi publicado na França ''A Conquista do Pão'', com prefácio escrito por [[Élisée Reclus]]. Por esta época, a reputação de Kropotkin cresceu ainda mais, obtendo um grande respeito e sucesso como escritor entre o público em geral, além do reconhecimento acadêmico que se materializava nos frequentes convites para realizar conferências sobre temas científicos na ''British Association'', na [[Universidade de Londres]] e na ''Teacher’s Guild''. Em [[1894]], ''Contemporary Review'' lhe dedicou um artigo laudatório intitulado ''“Nosso refugiado político mais ilustre”.''<ref>{{Smallcaps|G. Woodcock — I. Avakumovic}}, ''[[op. cit.]]'', 1978, pp. 221</ref>
 
Em [[1892]], os Kropotkin se mudaram para Woodhurst Road, [[Acton]], mas em [[1894]] voltaram a mudar de residência, se estabelecendo em uma casa de campo em [[Bromley]], [[Kent]]. Ali cultivavam uma horta, Piotr tinha sua oficina de trabalho onde fabricava seus próprios móveis e um escritório cujas paredes estavam cobertas de livros até o teto, de acordo com a descrição de [[Rudolf Rocker]], que o visitou em 1896. Em sua residência, recebia visitas de libertários notáveis de todo o mundo como a [[communard]] [[Louise Michel]], o espanhol [[Fernando Tarrida del Mármol]], a escritora e oradora [[Emma Goldman]] e [[Georg Brandes]], entre outros.