Bento de Núrsia: diferenças entre revisões

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|canonizado_por =[[Papa Honório III]]
|atribuições = Cruz, livro da Regra, sino, copo quebrado, serpente representando veneno, uma vareta de disciplina, corvo e pão.
|patrono =[[Europa]], [[Alemanha]], [[Intercessão |intercessores]]
|patrona =
|principal_templo = Abadia do [[Monte Cassino]], também [[Saint-Benoît-sur-Loire]], perto de [[Orleães]], [[França]] e Sacro Speco, em [[Subiaco]]
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|polêmicas =
|passagem = "Reza e trabalha".
|autor_passagem = S. Bento – lema da [[Ordem de São Bento |Regra]]
}}
São '''Bento de Núrsia''', nascido '''Benedito da Nórcia''' ({{langx|it|''Benedetto de Norcia''}}; {{lang-la|''Benedictus''}}; [[Nórcia]], [[Reino Ostrogótico]], c. [[480]] – [[Abadia do Monte Cassino]], c. [[547]]) foi um [[monaquismo |monge]], fundador da [[Ordem dos Beneditinos]], uma das maiores ordens monásticas do mundo. Foi o criador da [[Regra de São Bento]], um dos mais importantes e utilizados regulamentos de vida monástica, inspiração de muitas outras comunidades religiosas. Era irmão gêmeo de [[Santa Escolástica]]. O [[Papa Paulo VI]] designou-o [[orago |patrono]] da [[Europa]] em [[1964]]<ref>Paulo VI, Papa. ''[http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/apost_letters/documents/hf_p-vi_apl_19641024_pacis-nuntius_lt.html Carta Apostólica Pacis nuntius]'', de 24 de outubro de 1964. Acesso em 11/5/2012.</ref>, sendo também patrono da [[Alemanha]]. É venerado não apenas por [[Igreja Católica |católicos]], como também por [[Igreja Ortodoxa|ortodoxos]] e Anglicanos. Fundou a [[Abadia do Monte Cassino]], na Itália, destruída durante a [[Segunda Guerra Mundial]] e posteriormente restaurada. O calendário católico-romano comemora-o a [[11 de julho]]<ref>[{{citar web | url=http://www.binetti.ru/collectio/liturgia/missale_files/crg7.htm | título=Missale Romanum: Calendarium Romanum Generale]. }} Acesso em 11.5.2012.</ref>, data em que trasladaram-se suas relíquias para a Abadia de [[Saint-Benoît-sur-Loire]].
 
== Biografia ==
A fonte de todos os acontecimentos da vida de São Bento são os ''Diálogos'' de [[São Gregório Magno]], redigidos por volta de [[593]], que se baseou em fatos narrados por monges que conheceram pessoalmente São Bento.
 
Segundo [[Papa Gregório I|São Gregório]], São Bento foi filho de um nobre romano, tendo realizado os primeiros estudos na região de [[Núrsia]] (próximo à cidade italiana de [[Espoleto]]). Mais tarde, foi enviado a [[Roma]] para estudar [[retórica]] e filosofia, mas, tendo se decepcionado com a decadência moral da cidade, abandona logo a capital e se retira para Enfide (atual [[Affile]]), em AD [[500]]. Ajudado por um abade da região chamado Romano, instalou-se em uma gruta de difícil acesso, a fim de viver como [[eremita]]. Depois de três anos nesse lugar, dedicando-se à oração e ao sacrifício, foi descoberto por alguns pastores, que divulgaram a fama de santidade. A partir de então, foi visitado constantemente por pessoas que buscavam conselhos e direção espiritual.{{Citationharvref | Anício | 2009 | pp = 69-75; 193}}.
 
Foi então eleito abade de um mosteiro em ''Vicovaro'', no centro da [[Itália]]. Por causa do regime de vida exigente, os monges tentaram envenená-lo, mas, no momento em que dava a bênção sobre o alimento, saiu da taça que continha o vinho envenenado uma serpente e o cálice se fez em pedaços. Com isso, São Bento resolve deixar a comunidade e retornando à vida solitária, vivendo consigo mesmo: ''habitare secum''.{{Sfn | Anício | 2009 | pp = 82-84}}
 
Em [[503]] recebe grande quantidade de discípulos e funda doze pequenos mosteiros.{{Sfn | Anício | 2009 | p = 193}} Em [[529]], por causa da inveja do sacerdote Florêncio, tem de se mudar para [[Monte Cassino]], onde funda o mosteiro que viria a ser o fundamento da expansão da ''[[Ordem de São Bento |Ordem Beneditina]]''. É nesse episódio que Florêncio lhe envia de presente um pão envenenado, mas Bento dá o pão a um corvo que todos os dias vinha comer de suas mãos e ordena à ave que o leve para longe, onde não pudesse ser encontrado. Durante a saída de Bento para Monte Cassino, Florêncio, sentindo-se vitorioso, saiu ao terraço de sua casa para ver a partida do monge. Entretanto, o terraço ruiu e Florêncio morreu. Um dos discípulos de Bento, [[São Mauro|Mauro]], foi pedir ao mestre que retornasse, pois o inimigo havia morrido, mas Bento chorou pela morte de seu inimigo e também pela alegria de seu discípulo, a quem impôs uma penitência por regozijar-se pela morte do sacerdote.<ref>Magno, Gregório. ''op.cit''. p.93;100-103;193</ref>
 
Em [[534]] começa a escrever a ''Regula Monasteriorum'' (''Regra dos Mosteiros''). Morre em [[21 de março]] de [[547]], tendo antes anunciado a alguns monges que iria morrer e seis dias antes mandado abrir sua sepultura. Sua irmã gêmea Escolástica havia falecido em [[10 de fevereiro]] do mesmo ano.<ref>Magno, Gregório. ''op.cit''. p.178-179;193</ref>
 
As representações de São Bento geralmente mostram, junto com o santo, o livro da ''Regra'', um cálice quebrado e um corvo com um pão na boca, em memória ao pão envenenado que recebeu do sacerdote invejoso.
 
As [[relíquia]]s de São Bento estão conservadas na cripta da Abadia de Saint-Benoît-sur-Loire (Fleury), próximo a Orleáns e Germigny-des-Prés, no centro da França.
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[[File:Medalla San Benito.PNG|thumb|x180px|Medalha de São Bento - frente]]
[[File:CSPB.png|thumb|x180px|Medalha de São Bento - verso]]
A origem da Cruz-Medalha de São Bento é incerta, sabe-se que ela foi redescoberta em [[1647]], em Nattremberg, na Baviera, por ocasião da condenação de algumas [[bruxas]], que afirmaram não conseguir praticar qualquer tipo de feitiçaria ou encanto contra lugares em que houvesse a imagem da Cruz, em especial, a abadia de São Miguel em Metten. Intrigados com o fato, as autoridades foram averiguar o que existia no mosteiro. Ao entrarem em uma das dependências, observaram entalhadas nas paredes imagens da cruz tal como estão representadas nas Medalhas utilizadas hoje. Na biblioteca dessa mesma abadia, encontraram um manuscrito do ano de [[1415]], o qual continha, além de textos, ilustrações, sendo uma delas a de São Bento, com uma cruz e uma flâmula, com os versos da medalha: ''Crux sacra sit mihi lux, non draco sit mihi dux. Vade retro satana, nunquam suade mihi vana. Sunt mala quae libas, ipse venena bibas". Por esse motivo, estima-se que a origem da imagem da medalha situa-se no século XV.<ref name="gueranger1996">{{Citar livro|url= |nome=D. Próspero |sobrenome=Guéranger |autorlink= |coautor= |título=A medalha de São Bento|subtítulo= |idioma=português |edição=2 |local=São Paulo |editora=Artpress |editor= |ano=1996 |páginas= |volumes= |página=37-44 |capítulo=IV|volume= |isbn= |id=|ISSN= |notas= |acessodata= |ref=}}.</ref>
 
A medalha, com algumas variações, possui na frente a imagem de São Bento, vestindo o traje monástico - chamado cógula - trazendo na mão direita uma cruz e na mão esquerda uma flâmula ou livro aberto, que representa a Regra. No verso, há uma imagem da cruz. Ambas as faces trazem inscrições em latim, seja apenas letras ou em palavras, a saber:
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Essa oração, acrescida da jaculatória ''"Rogai por nós bem aventurado São Bento, para que sejamos dignos das promessas de Cristo"'', se tornou uma fórmula de oração a São Bento.
 
Em [[1742]], o [[Papa Bento XIV]] aprovou a medalha, concedendo indulgências a quem a usar e estabelecendo a oração do verso da medalha como uma forma de exorcismo, que se tornou conhecida como [[Vade retro Satana]]. Atualmente, uma forma comum da medalha é a que vemos nessas ilustrações, conhecida como ''Medalha do Jubileu'', pois foi cunhada em [[1880]] por ocasião do XIV Centenário do nascimento de São Bento, pelos monges de [[Beuron]] para a abadia de Monte Cassino. Essa medalha acrescenta a palavra ''pax'' - paz - no alto da cruz e aos pés de São Bento os dizeres ''Ex S.M. Casino MDCCCLXXX'' - Do Santo Monte Casino - 1880.<ref> Magno, Gregório. ''op. cit.''.p.201-204</ref>
 
==Cronologia==
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</timeline>
 
== {{Ver também}} ==
* [[Santa Escolástica]]
* [[Mosteiro de São Bento (Rio de Janeiro)]]
Linha 158:
 
==Bibliografia==
*{{Citar livro|url= |nome=São |sobrenome=Bento |autorlink= |coautor= |título=A Regra de São Bento|subtítulo= latim-português |idiomalíngua=latim-português |edição=3|local=Rio de Janeiro |editora=Lumen Christi |editor= |ano=2003 |páginas=212 |volumes= |página= |capítulo= |volume= |isbn=9788588711044 |id=|ISSN= |notas=notas e trad. D. João Evangelista Enout|acessodata= |ref=}}
*{{Citar livro |nome=D. Próspero |sobrenome=Guéranger | título=A medalha de São Bento | edição=2 |local=São Paulo |editora=Artpress | ano=1996 |páginas=142 | isbn= 85-7206005-7 | notas= introd. e trad. Armando Alexandre dos Santos}}
*{{Citar livro |nome=Gregório Magno |sobrenome= Anício | título=São Bento: vida e milagres|subtítulo= segundo livro dos Diálogos | edição=2 |local=Juiz de Fora, MG |editora=Subiaco | ano=2009 |páginas= 212 | isbn= 978-85-8679364-6 | notas= introd e notas de D. Justino de Almeida Bueno. trad. D. Leão Dias Pereira |ref= harv}}
 
 
{{Wikilivros|Santos Católicos}}
{{commonscat|Benedict of Nursia}}
 
 
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